segunda-feira, 25 de março de 2013

Contribuição para debate de conjuntura 25/03


O mês de abril será marcado por dois processos eleitorais: no Paraguai, dia 21 de abril, tudo caminha para a vitória do Partido Colorado, com as pesquisas disponíveis situando as esquerdas em terceiro lugar, na melhor das hipóteses; na Venezuela, dia 14 de abril, tudo caminha para a vitória de Nicolas Maduro, candidato do Grande Pólo Patriótico.

Já contando com a vitória de Maduro, a oposição e seus aliados internacionais buscarão sabotar o funcionamento do governo e da economia venezuelana, dificultar o funcionamento da direção coletiva do processo bolivariano e, não menos importante, desmoralizar o chamado chavismo.

É preciso defender o legado de transformações sociais, econômicas e políticas do governo Chávez (1999-2013), inclusive porque a experiência venezuelana nos dá inúmeros ensinamentos acerca dos problemas e das possibilidades de uma estratégia de superação do neoliberalismo, de construção de outro modelo de desenvolvimento e de transição ao socialismo, a partir da conquista eleitoral de governos, nas atuais condições históricas.

O XIX Encontro do Foro de São Paulo (31 de julho a 4 de agosto de 2013, na cidade de São Paulo) realizará um seminário de balanço da contribuição que Hugo Chávez deu ao processo de transformações que está em curso na América Latina e Caribe, destacando seu compromisso com a democracia e a mobilização popular, seu internacionalismo militante e anti-imperialista, sua visão acerca da história de nossa região e sua defesa do socialismo.

É preciso atentar que as forças imperialistas e seus aliados regionais buscam principalmente prejudicar o processo de integração regional, em benefício por exemplo de iniciativas como o chamado “Arco do Pacífico”.

Neste sentido, os partidos e governos da América Latina e Caribe devem dar maior concretude e velocidade ao processo de integração, especialmente no âmbito do Mercosul, Unasul e Celac.

A situação mundial exige urgência: como mostra o caso do Chipre, a crise internacional prossegue; como demonstra a Itália, a crise tem profundas repercussões políticas; e como vemos na Síria e noutras regiões, são cada vez mais graves as repercussões militares.

Noutro dos lados da moeda, os Estados Unidos continuam esforçando-se para recuperar a hegemonia, por exemplo através da desvalorização do dólar, dos acordos de livre comércio, da busca de autonomia energética e dos ajustes na política de segurança.

Neste contexto, alguns de nossos desafios de curto prazo são:

1.superar as dificuldades políticas e econômicas existentes na Argentina, Brasil e Venezuela. Embora as situações sejam distintas, a ocorrência simultânea de dificuldades gera uma “crise de direção” no processo de integração;

2.ajudar na elaboração e implementação da política dos setores progressistas e de esquerda, no Chile, no Peru, na Colômbia e no México.

No caso do Chile, trata-se de vencer as eleições presidenciais (17/11/2013), com base num compromisso efetivo com a integração regional.

No caso do Peru, trata-se de repactuar este mesmo compromisso com o governo Ollanta Humala, sem subestimar a força da direita, que no dia 17/3/2013 fracassou na tentativa de revogar o mandato da prefeita de Lima, mas demonstrou força.

No caso da Colômbia, trata-se de derrotar o uribismo e contribuir para o êxito das negociações entre as FARC e o governo, êxito que depende essencialmente das partes compreenderem que não podem conseguir na Mesa aquilo que não conseguiram na guerra; mas ao mesmo tempo trata-se de ajudar a esquerda política e social colombiana a capitalizar os bônus da paz, que não podem ser apropriados exclusivamente por Santos.

No caso do México trata-se de reunificar a esquerda mexicana, hoje fragmentada entre diferentes posturas frente ao governo do PRI;

3.colaborar para que os setores progressistas e de esquerda vençam as eleições em Honduras (10/11/2013) e El Salvador (2014), lembrando que a América Central é região amplamente hegemonizada pelos Estados Unidos e por uma direita que adota métodos da Guerra Fria.

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