O mês de abril será marcado por dois processos eleitorais: no
Paraguai, dia 21 de abril, tudo caminha para a vitória do Partido Colorado, com
as pesquisas disponíveis situando as esquerdas em terceiro lugar, na melhor das
hipóteses; na Venezuela, dia 14 de abril, tudo caminha para a vitória de
Nicolas Maduro, candidato do Grande Pólo Patriótico.
Já contando com a vitória de Maduro, a oposição e seus
aliados internacionais buscarão sabotar o funcionamento do governo e da economia
venezuelana, dificultar o funcionamento da direção coletiva do processo bolivariano
e, não menos importante, desmoralizar o chamado chavismo.
É preciso defender o legado de transformações sociais,
econômicas e políticas do governo Chávez (1999-2013), inclusive porque a experiência
venezuelana nos dá inúmeros ensinamentos acerca dos problemas e das possibilidades
de uma estratégia de superação do neoliberalismo, de construção de outro modelo
de desenvolvimento e de transição ao socialismo, a partir da conquista eleitoral
de governos, nas atuais condições históricas.
O XIX Encontro do Foro de São Paulo (31 de julho a 4 de
agosto de 2013, na cidade de São Paulo) realizará um seminário de balanço da
contribuição que Hugo Chávez deu ao processo de transformações que está em
curso na América Latina e Caribe, destacando seu compromisso
com a democracia e a mobilização popular, seu internacionalismo militante e
anti-imperialista, sua visão acerca da história de nossa região e sua defesa do
socialismo.
É preciso atentar que as forças imperialistas e seus aliados
regionais buscam principalmente prejudicar o processo de integração regional,
em benefício por exemplo de iniciativas como o chamado “Arco do Pacífico”.
Neste sentido, os partidos e governos da América Latina e
Caribe devem dar maior concretude e velocidade ao processo de integração,
especialmente no âmbito do Mercosul, Unasul e Celac.
A situação mundial exige urgência: como mostra o caso do
Chipre, a crise internacional prossegue; como demonstra
a Itália, a crise tem profundas repercussões políticas; e como vemos na Síria e
noutras regiões, são cada vez mais graves as repercussões militares.
Noutro
dos lados da moeda, os Estados Unidos
continuam esforçando-se para recuperar a hegemonia, por exemplo através da desvalorização
do dólar, dos acordos de livre comércio, da busca de autonomia energética e dos
ajustes na política de segurança.
Neste contexto, alguns de nossos desafios de curto prazo são:
1.superar as dificuldades políticas e econômicas existentes na Argentina,
Brasil e Venezuela. Embora as situações sejam distintas, a ocorrência simultânea
de dificuldades gera uma “crise de direção” no processo de integração;
2.ajudar na elaboração e implementação da política dos setores
progressistas e de esquerda, no Chile, no Peru, na Colômbia e no México.
No caso do Chile, trata-se de vencer as eleições presidenciais
(17/11/2013), com base num compromisso efetivo com a integração regional.
No caso do Peru, trata-se de repactuar este mesmo compromisso com o
governo Ollanta Humala, sem subestimar a força da direita, que no dia 17/3/2013
fracassou na tentativa de revogar o mandato da prefeita de Lima, mas demonstrou
força.
No caso da Colômbia, trata-se de derrotar o uribismo e contribuir para o
êxito das negociações entre as FARC e o governo, êxito que depende essencialmente
das partes compreenderem que não podem conseguir na Mesa aquilo que não conseguiram
na guerra; mas ao mesmo tempo trata-se de ajudar a esquerda política e social colombiana
a capitalizar os bônus da paz, que não podem ser apropriados exclusivamente por
Santos.
No caso do México trata-se de reunificar a esquerda mexicana, hoje
fragmentada entre diferentes posturas frente ao governo do PRI;
3.colaborar para que os setores progressistas e de esquerda vençam as eleições
em Honduras (10/11/2013) e El Salvador (2014), lembrando que a América Central
é região amplamente hegemonizada pelos Estados Unidos e por uma direita que
adota métodos da Guerra Fria.
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