quarta-feira, 18 de junho de 2025

Tempos de guerra… nuclear? (primeira parte)

Há um ditado segundo o qual em tempos de guerra, a primeira vítima é a verdade. Por este e por outros motivos, há muita controvérsia sobre o que está efetivamente acontecendo na guerra entre o Estado Terrorista de Israel e a República Islâmica do Irã.

Mas não precisa existir dúvida sobre o panorama completo: está em curso uma escalada que pode a qualquer momento desembocar num conflito nuclear.

Nosso país está preparado para estes tempos de guerra? A resposta é: não. Precisamos nos preparar? Sim, com a mais absoluta urgência. Isto significa concentrar energias para construir, no mais curto espaço de tempo, nossa soberania alimentar, nossa soberania energética, nossa soberania produtiva, nossa soberania comunicacional e nossa soberania militar.

Acima de tudo, precisamos que a população brasileira, especialmente as classes trabalhadoras, estejam informadas acerca do que realmente está ocorrendo. E o ponto de partida para compreender os acontecimentos começa nos Estados Unidos da América e passa por Israel.

Os Estados Unidos (EUA) sabem que estão perdendo a batalha produtiva, científica e tecnológica. Os EUA sabem, também, que ao menos dentro do jogo e das regras que em grande medida foram criadas por eles mesmos - é praticamente impossível reverter esta situação de declínio da hegemonia estadunidense.

Essa constatação leva os EUA a romper as regras do jogo, como está fazendo o governo Trump no terreno do comércio e nos acordos ambientais.

Mas apenas isso não é suficiente. O tempo corre contra os Estados Unidos. É por isso que ameaça de guerra, a preparação para a guerra e a guerra propriamente dita tornam-se um componente de importância cada vez maior na política dos Estados Unidos. 

Alguém pode dizer que não existe novidade nisso. Afinal, desde o nascimento até os dias atuais os Estados Unidos o um país banhado em sangue. Isto é verdade. Mas também é verdade que houve uma mudança nos termos da economia política desta equação.

No passado, o desempenho militar dos EUA era em grande medida determinado pela sua força econômica. Hoje, a sobrevivência econômica dos EUA depende em grande medida do seu desempenho militar.

Isto é assim, independente de quem esteja presidindo os Estados Unidospara muita gente simpático Obama ganhou o Prêmio Nobel da Paz, provavelmente devido ao número de pessoas que Barack mandou assassinar utilizando drones. E coitado de quem acreditou nos discursos em que Trump prometia acabar rapidamente com as guerras.

Em escala menor, mas vivendo dilemas semelhantes, estão Israel, França, a Alemanha, a Inglaterra o Japão. O Japão está se rearmando. As antigas potências coloniais europeias estão fazendo o mesmo. Aliás, no capitalismo em crise, a guerra continua sendo um ótimo negócioconstruir armas, destruir e reconstruir países é uma aparentemente inesgotável fonte de lucros

Aparentemente, porque existe uma fronteira que não deve ser cruzada. E acontece que Israel está  empurrando os integrantes do G7, a começar pelos Estados Unidos, para que cruzem esta fronteira. A saber: uma guerra generalizada & nuclear.

Há vários motivos para que Israel esteja agindo desta maneira. Um deles é o famoso senso de oportunidade, ou seja: se não for agora, pode não ser nunca mais.

Pode não ser nunca mais, porque a classe dominante de Israel sabe mais do que ninguém que sua sobrevivência depende do apoio financeiro, diplomático e militar dos Estados UnidosAcontece que os EUA, apesar de seguirem poderosos, estão declinando. Portanto, o Estado de Israel também corre contra o tempo. Com a diferença de que os EUA têm a vantagem de que podem sobreviver ao seu próprio declínio.

Esta constatação racional, combinada com a glorificação da violência e coo desprezo racista pelo restante da humanidade que caracterizam sionismo, fazem com que o Estado Terrorista de Israel esteja disposto a tudo, inclusive a um conflito nuclear, para derrotar o Irã, único Estado na região que faz oposição a Israel e que até agora não teve o mesmo destino do Iraque, Síria e Líbia.

Sobre as mentiras mais recentes de Israel contra o Irã, recomendamos a leitura do artigo de Jeffrey Sachs e Sybill Fares, publicado no dia 16 de junho e disponível no seguinte endereço: Opinion | Stop Netanyahu Before He Gets Us All Killed | Common Dreams

Para além das mentiras desmascaradas por Sachs e Fares, há também toda uma discussão sobre qual o papel dos EUA noperação de Israel. 

Trump seria o adulto na sala, que mantém o cão raivoso preso numa corrente? Seria o irmão mais velho do bandido mais novo, que vai ter que intervir para ajudar Israel a completar o serviço sujoSerá que foi tudo combinado previamente? Será que Israel agiu sem combinar previamente com Trump? Ou seria tudo isto e mais um pouco, junto e misturado?

Qualquer que seja a resposta que se dê para as perguntas acima e para muitas outras, o fato é que os demais Estados e povos do mundo estão sendo colocados diante de dilemas existenciais. 

Vamos aceitar viver sob a chantagem de Estados terroristas? Ou vamos enfrentar a chantagem, apesar dos riscos?

Quando se olha para o curto prazo, há motivos legítimos para a dúvida sobre o que fazer. Basta ver o que está ocorrendo nos dias de hoje com os cubanos, haitianos, palestinos e iranianos, para ter certeza de que enfrentar não se trata de uma escolha fácil.

Mas quando se olha para o horizonte, nãdeveria existir dúvida algumaAfinal, a continuidade da hegemonia dos Estados Unidos e do capitalismo por ele impulsionado não resultará, em nenhuma hipótese, num mundo melhor

Muito antes pelo contrário: o que nos aguarda, caso não lutemos aqui e agora, é uma imensa distopia, onde vão se misturar catástrofe climática, guerras disseminadas, extrema direita, submissão das pessoas às máquinas etc. Ou lutamos, ou poderá não existir futuro para a humanidade.

Sobre o que fazer aqui e agora há várias respostas possíveis. Mas para dar estas respostas, é preciso um estado de ânimo diferente do que tem prevalecido em alguns setores da esquerda brasileira. É preciso pressa, é preciso disposição de superar os problemas estruturais, é preciso disposição efetiva de derrotar os inimigos. Noutras palavras, é preciso de um partido para tempos de guerra, orientado pela vontade de construir um mundo diferente.

Quaquá e o "vagabundo"

Washington atacou de novo.

Me refiro a Washington Quaquá.

Aqui está o ataque de Quaquá, postado no grupo de zap do Diretório Nacional do PT.


Como se pode ver, a mensagem super matinal de Quaquá tem duas partes.

A primeira parte da mensagem de Quaquá é a reprodução de uma postagem que fiz na minha conta no Instagram.

A referida postagem contém uma fotografia e um texto.

A fotografia segue abaixo.


E o texto da minha postagem diz o seguinte: "O abraço da foto confirma muitas coisas. Uma delas é a seguinte: quem quiser derrotar o caciquismo, a filiação sem critérios, a promiscuidade com milicianos e bolsonaristas já sabe em quem NÃO votar".

A segunda parte da mensagem de Quaquá é um texto da lavra do maior poeta de Maricá, que diz assim:

 "Eu estava agora com grandes amigos bebendo e celebrando a vida, como faz o povo brasileiro, que rala, trabalha e, ao mesmo tempo, sabe viver. Vi essa postagem desse imbecil, vagabundo que destruiu prefeituras como Campinas e Santos, onde mandou e fez merda! Metido a esquerdista mas como todos eles é um vagabundo! Quero abrir seriamente depois do PED um debate sobre esse tipo de gente no PT. Vagabundos, caluniadores, mentirosos, é que só continuem pra isolar e derrotar a esquerda."

A prosa de Quaquá foi postada no grupo de zap do DN no dia 18 de junho, uma quarta-feira, as 3hh20 da manhã.

Um horário super adequado para estar “bebendo e celebrando a vida”, especialmente num dia de semana.

Mas, claro, Quaquá pode estar nas cercanias de algum vinhedo em Portugal. Portanto, se ele estivesse usando um rolex, não sei que horas marcariam.

Pena que Quaquá não compareceu, na terça-feira dia 17, no debate entre os candidatos à presidência nacional do PT.

Neste debate eu repeti e desenvolvi um pouco o que disse na postagem.

Curiosamente, ninguém, absolutamente ninguém, nem na plateia, nem na mesa, saiu em defesa de Washington. 

Pelo contrário, houve até um candidato que assumiu o compromisso de levar a voto, na executiva nacional do PT, os dois pedidos de comissão de ética contra Quaquá que seguem pendentes há anos.

Seguem pendentes porque o secretário-geral do PT adotou o "modo prevaricador", ao menos no que diz respeito a Quaquá. 

Talvez porque o secretário-geral apoie o mesmo Edinho apoiado por Quaquá. 

Ou talvez porque, apesar de às vezes silenciosos, Quaquá ser um cidadão que tem muitos amigos do peito, como sabem aliás os irmãos Brazão e também Eduardo Pazuello, recentemente homenageado em Maricá.

Na sua mensagem, Quaquá afirma que eu destruí prefeituras como Campinas e Santos. 

Confesso que não sei como eu poderia ter cometido este crime. 

Afinal, fui assessor do prefeito David Capistrano em Santos e secretário de Cultura, Esportes e Turismo da prefeita Izalene Tiene em Campinas. 

Nestas posições, não teria conseguido destruir nada, salvo é claro se eu tivesse a meu dispor a fortuna em royalties que Quaquá usa e abusa. Mas não era o caso.

Sobre eu ser "imbecil", fazer “merda", "caluniador e "mentiroso", confesso que fiquei com medo. 

Afinal, depois de proferir impropérios também pesados contra Edinho, Quaquá o abraçou e agora o apoia. 

Vai que Quaquá acorde um dia disposto a fazer o mesmo comigo, tremo só de pensar que terrível que será!

Para quem não lembra o que disse Quaquá de Edinho, está aqui uma pequena mostra:

"Esse rapaz de São Paulo não dá.  Mano Brown disse que o PT precisa voltar para as periferias. Não consigo ver o Edinho, com cabelo engomado e sapatinho engraxado, subindo a Mangueira comigo  ou visitando um assentamento do MST" (EXCLUSIVO. Quaquá revela que seu filho, Diego Zeidan, será o próximo presidente do PT fluminense - Agenda do Poder)

“Diferente de Edinho, não perdi a eleição na minha cidade.” (Disputa no PT: Quaquá busca Rui e sobe tom contra candidato de Lula | Metrópoles

"O presidente Lula, hoje, está cercado por puxa-sacos. Edinho seria mais um assecla no Planalto. E não é disso que Lula precisa. Outro ponto é que seria ruim ter um perdedor presidindo o partido” (...) “Seria um sinal muito ruim um cara [Edinho] derrotado numa cidade com 100 mil eleitores presidir o PT. Precisamos de alguém com o mínimo de altivez e tamanho para dialogar com o presidente Lula, hoje cercado por puxa-sacos”(...) “Edinho seria mais um assecla do Planalto, não é disso que Lula precisa. Precisamos dele reeleito e maior do que entrou. Precisamos de um partido forte, com opinião, reorganizar o PT e ter projeto de país. Um presidente fraco, do tamanho dos bajuladores que o cercam (...)" (Edinho Silva é "puxa-saco" e "perdedor", diz vice-presidente do PT)

Como se vê, algumas das agressões de Quaquá são como um rolex falso. Não valem quanto pesam. 

Nem por isso tais agressões não devam ser levadas a sério.

Por exemplo, Quaquá afirma assim: "Quero abrir seriamente depois do PED um debate sobre esse tipo de gente no PT". 

Como se vê, dentro do peito de Quaquá parece habitar um fóssil muito conhecido da esquerda.

De tudo o que disse Quaquá, só uma coisa me deixou intrigado, a saber: a acusação de que eu seria "metido a esquerdista".

Se ele tivesse me acusado de ser "esquerdista", vá lá. 

Se ele tivesse me acusado de ser "metido a esquerda", vá lá também.

Já a acusação de que eu seria "metido a esquerdista" não parece fazer sentido.

Mas aí eu lembrei do passado de Quaquá. 

Diferente de mim, que sempre fui um cara moderado, Quaquá já foi muito, mas muito esquerdista.

Desde então ele mudou muito de posição; já eu fiquei onde sempre estive. 

Mas, apesar de ter mudado de lado e também ter mudado de faixa de renda, no peito de Quaquá ainda bate um coração vermelho. 

Isto confunde muita gente. Mas não confunde todo mundo.

Talvez por isso ele se irrite tanto quando ouve alguém dizer a verdade sobre ele e suas atitudes.

Por fim: a palavra mais repetida na mensagem de  Quaquá é “vagabundo”. Certo tipo de policial adora usar este termo. Como sei que Quaquá vela por minha integridade física, não me assusto. Mas tem muita gente que se assusta. Motivo pelo qual espero que Reimont e Leonel vençam o PED no Rio de Janeiro.

ps. acabo de receber uma mensagem por escrito de uma figura histórica da tendência “Construindo um novo Brasil”, manifestando solidariedade e dizendo que em 2026 vai trabalhar para derrotar Quaquá. Ótimo saber disso. O que não é ótimo é saber que no PED 2025 Quaquá é um dos  cinco “donos” da chapa da CNB, na qual o prefeito de Maricá despejará os votos que amealhou no Rio de Janeiro.


 


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Reiterando ao Humberto Costa o já solicitado anteriormente

Prezado Humberto Costa

cc Diretório Nacional do PT

Ontem, dia 14 de junho de 2025, vc solicitou por escrito que eu formalizasse meu pedido de informações.

Assim, reitero o que eu já havia solicitado no dia 15 de abril, há 60 dias portanto, em carta para vc, cc ao DN, a saber:

“Como é de vosso conhecimento, já solicitei privada e publicamente dois esclarecimentos ao PT e também ao companheiro Edinho. Um referente ao suposto uso de jatinho e outro referente a anúncios que estariam sendo pagos pelo DM de Araraquara.

Encaminho agora um relatório detalhado de tais anúncios. O relatório não foi feito por mim, mas por um militante. Escrevi ao companheiro Edinho, para que ele esclareça se o fato procede, assim como os valores.

Seja como for, insisto que o Partido deve tomar providências para normatizar a questão. Especialmente se os valores citados forem verdadeiros (156 mil reais), estamos diante de uma situação que não pode ser tratado como vem sendo: com o silêncio.

No aguardo, atenciosamente”.

Reitero, também, o que escrevi no dia 13 de junho, a saber: “Companheiro Humberto Costa, boa noite. Acabou de terminar o debate entre os candidatos à presidência nacional do PT, em Porto Alegre (RS). Neste debate eu cobrei do companheiro Edinho informações sobre os anúncios da candidatura Edinho pagos pelo DM de Araraquara. Este cobrança foi feita, no dia 15 de abril, em carta dirigida a você presidente nacional do Partido. A resposta do companheiro Edinho foi, entre outras coisas, que já havia prestado os devidos esclarecimentos à direção do Partido. Gostaria, na condição de membro da direção, de candidato e de autor da carta solicitando informações a respeito, que voce presidente Humberto nos informasse quais foram os esclarecimentos dados pelo companheiro Edinho quanto ao tema impulsionamento de anúncios da campanha dele, usando o CNPJ do DM de Araraquara, em valor total que segundo a Meta girou ao redor de 150 mil reais. Destaco que a declaração de Edinho foi dada durante o debate, portanto está disponível nas redes sociais”. 

Anexo envio a mensagem de 15/4, onde estão os prints referentes aos impulsionamentos citados acima.

Atenciosamente, no aguardo, saudações petistas, Valter Pomar, 15 de junho de 2025

Segue abaixo o endereço referente a uma mensagem enviada no dia 9 de abril, com os devidos anexos. 

https://valterpomar.blogspot.com/2025/04/quem-pagou-o-impulsionamento-feito-pela.html?m=0

Seguem abaixo os prints da mensagem enviada dia 15 de abril ao Humberto Costa e reenviada no dia 15 de junho.