Primeiro eu questionei o Edinho. Várias vezes.
Aí Edinho alegou que já havia prestado os devidos esclarecimentos à direção do Partido.
Então questionei o presidente Humberto. Que após alguns dias me enviou uma carta assinada pelo presidente do DM de Araraquara.
A carta não tem data. Mas o presidente Humberto disse ter recebido numa data que é posterior ao afirmado por Edinho.
No print publicado no início deste texto está a referida carta, assinada pelo presidente do DM.
Segundo ele, não seria “verídica a informação que a pré-campanha ou campanha a presidente nacional do PT do companheiro Edinho tenha se beneficiado de valor mencionado por outras candidaturas que disputam o PED 2025, baseando-se em matérias divulgadas pela imprensa”.
Não sei o que foi mencionado pelas demais candidaturas, nem sei o que foi mencionado pela imprensa.
O que sei é o que está disponível nos registros da própria META: cerca de 150 mil reais foram pagos pelo DM de Araraquara para impulsionar propaganda da então pré-candidatura Edinho.
Segundo o presidente do DM de Araraquara, Edinho não se beneficiou do “valor mencionado”.
Logo, Edinho se beneficiou de algum “valor”. Qual? A carta não diz.
Mas a carta diz que os “investimentos realizados pelo Partido dos Trabalhadores de Araraquara em anúncios no Meta foram, em sua grande maioria, direcionados a campanhas de disputa local”.
Portanto, sempre segundo a carta, houve uma “minoria” de “investimentos” direcionados a outras finalidades. Quais finalidades? Quantos “investimentos”?
A carta confirma que o DM pagou “vários conteúdos divulgados, tratando do debate local, tendo como protagonista o companheiro Edinho”.
Mas também houve, conforme comprovado por documentos da própria META, impulsionamento de propaganda da campanha de Edinho presidente.
Aliás, muitos militantes do PT receberam tais propagandas.
A própria carta confirma o impulsionamento, ao dizer o seguinte: “quando foi formalizada a candidatura de Edinho à presidência do PT, bem como quando as regras para a disputa foram estabelecidas, o próprio Edinho procurou a direção do PT municipal pedindo para que nenhum conteúdo por ele produzido - que tivesse relação com a sua candidatura à presidência do PT - fosse patrocinado, solicitação que foi prontamente atendida”.
Portanto, ainda que de maneira oblíqua, a carta admite que foi impulsionada propaganda cujo conteúdo tinha “relação com a candidatura de Edinho à presidência do PT”.
Para dar a isto uma aparência de legalidade interna, o presidente do DM diz que “o PT local aprovou, conforme registro em ata, apoio à candidatura do companheiro Edinho, filiado ao nosso diretório, à presidência do PT nacional”.
A pergunta é: este apoio político pode se traduzir em apoio financeiro? Um apoio que, segundo os registros da META, pode ter chegado a 150 mil reais??
A carta termina atacado “a prática policialesca” de buscar “a criminalização da política”. Lembra ainda que esta não é uma “cultura oriunda da cultura de esquerda”.
Concordo! E acrescento: mentir e abusar de poder econômico também não são atitudes oriundas de uma “cultura de esquerda”.
A carta deixou sem resposta uma pergunta que fiz: de onde veio o dinheiro? Foi da militância?
Mas, pelo menos, respondeu quanto valem as promessas que Edinho faz, de transparência na condução das finanças partidárias.
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