segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Balanço preliminar do Congresso do PT

O Congresso do PT, realizado entre 2 e 4 de setembro, foi "globalmente positivo", para usar a expressão que convencionamos adotar para falar de algo que:

-saiu melhor do que a encomenda
-ajuda a seguir adiante
-mas, ao mesmo tempo, confirma velhos e traz novos problemas.

Entre os aspectos mais positivos do Congresso, está a resolução política aprovada, que pode ser lida no endereço abaixo:

http://pagina13.org.br/?p=9819

A resolução, construída a muitas mãos, materializa a disposição de construir uma agenda política própria para o Partido, que não pode nem deve limitar-se a "defender o governo Dilma", até porque a melhor defesa está na construção de uma correlação de forças melhor na sociedade, o que só acontecerá se o Partido for além.

Entre os aspectos negativos, está o fato do congresso do PT ter derrotado a resolução que propunha priorizar, nas eleições 2012, alianças com o campo democrático-popular. Nesta questão, prevaleceu o mesmo erro que vem sendo cometido desde início de 2003, a saber: colocar um sinal de igual entre a política de alianças que sustenta o governo federal e a política de alianças adotada pelo PT nas eleições.

O efeito prático deste "sinal de igual" é que não se fortalece um pólo democrático-popular, essencial para disputar a hegemonia do governo e do país com nossos aliados de centro. Aliás, cabe perguntar: para que serve falar de "campo democrático-popular", se na prática ele não se materializa como prioridade nas eleições?

No que diz respeito a reforma estatutária, prevaleceram novidades positivas, entre as quais a paridade entre homens e mulheres na composição de instâncias, a limitação no número de mandatos legislativos, a cota para jovens, a cota étnico-racial, a obrigatoriedade de participar de um curso de formação como condição para filiar-se ao PT etc.

No terreno organizativo, não tivemos (salvo melhor juízo) novidades negativas. Assim como no terreno político, o ponto negativo é a continuidade de algo que já existia desde 2001, o PED.

Sobre estes e outros aspectos, voltaremos a falar logo mais. 





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