Na sexta-feira dia 3 de agosto aconteceu a reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.
O primeiro ponto da pauta foi o debate sobre programa que o Partido apresentará para disputar as eleições presidenciais de 2018.
O texto foi apresentado pelos três coordenadores: Fernando Haddad, Renato Simões e Márcio Pochmann.
Mediações a parte, a maioria das emendas apresentadas foi incorporada.
A única emenda recusada foi a seguinte: De um lado, o aprofundamento da competição bancária deverá ser estimulada pelos bancos públicos e pela difusão de novas instituições de poupança e crédito. Para tanto, é fundamental tomar medidas no sentido de superar o controle do sistema financeiro por um oligopólio privado, a revitalização dos bancos públicos, especialmente BNDES, BB e CEF e dos mecanismos de financiamento ao desenvolvimento nacional, tanto para a retomada da bancarização e da disponibilização dos serviços bancários, quanto para a ampliação do crédito aos pequenos negócios e à população de baixa renda.
A emenda foi defendida por Valter Pomar, que argumentou entre outras coisas que não conseguiríamos cumprir nosso programa sem enfrentar esta questão.
Márcio Pochmann defendeu recusar a emenda, argumentando entre outras coisas que sua inclusão implicaria em tocar "na propriedade privada".
O Diretório Nacional, por maioria de votos, recusou a emenda.
Simultâneo a este debate, a página oficial de Ciro Gomes divulgou um documento que afirma, em seu ponto 4, o seguinte: 5. Desfarei o cartel dos bancos que, nos últimos 15 anos, concentraram, em apenas 5 deles, 85% de todas as operações financeiras do País, impondo ao nosso povo e à nossa economia a maior taxa de juros do mundo!
O texto de Ciro Gomes está disponível aqui: https://www.portalcirogomes.
Talvez Ciro seja um perigosíssimo inimigo da propriedade privada...
... ou talvez o Diretório Nacional do PT não tirou as devidas consequências da afirmação feita, pelo mesmo Márcio Pochmann ao apresentar o programa, segunda a qual o Brasil e o mundo vive uma crise de dimensões só comparáveis a dos anos 1930, quando vários governos capitalistas adotaram reformas profundas no seu sistema bancário financeiro.
É triste, mas grande parte da esquerda, inclusive grande parte da intelectualidade de esquerda, continua mesmerizada pela hegemonia do capital financeiro.
Valter Pomar, tem um texto ou fala de sua autoria, que diz: O Brasil pede um partido mais à esquerda, mais ou menos isso, mas revela que diante de uma polarização pelas pontas da esquerda e da direita, seria um erro com consequências incalculáveis o PT abortar uma tendência ao centro. E não sei se a correlação de forças dentro do partido acabam aderindo a um discurso sempre conciliatório, talvez por um grupo de pessoas que insiste em acreditar nas instituições e não vê que está claro que a luta de classes é notória, ou uma ala do nosso querido partido aceitou o fim da história, e um discurso Bobbioano de fazer política. Diante de tantas contradições precisamos apostar na formação das bases, concentrar as forças mais à esquerda, e fazer pressão no partido para ver que o que está em jogo é a vida e vitalidade do partido, aumentar a militância. Mas de toda forma enxergo dois PT(s) um dentro daquilo que você explica em seu curso A Luta pelo socialismo, e outro que às vezes olho e não vejo diferença entre os (sociais democratas hodiernos) PSDB.
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