domingo, 26 de maio de 2013

Roteiro da palestra feita no ciclo “Consciência cidadã”


(promoção do gabinete do vereador Ângelo Barreto, do PT Campinas)
Tema: conjuntura internacional & mídia nacional/internacional

23 de maio de 2013

1.Vou começar pela conjuntura internacional, falar do papel dos meios de comunicação neste contexto, fazer o paralelo solicitado da mídia nacional/internacional e em seguida falar de algumas ações que devemos implementar.
2.Quais são as principais características da situação internacional:
2.1.a crise iniciada em 2008.
a)afeta diferentemente países, regiões, setores sociais, ramos de atividade econômica
b)crise global
c)está relacionada a quatro fenômenos: ao neoliberalismo, a dinâmica do capitalismo, aos conflitos intercapitalistas e ao deslocamento geopolítico
d)por isto não tem solução “econômica”: vai ser necessário um rearranjo do poder, o que no capitalismo significa guerra, destruição de economias nacionais, de empresas, de empregos etc.
2.2.declínio da hegemonia dos Estados Unidos
a)declinio relativo: continuam com hegemonia militar, midiática e monetária
b)entretanto declínio: conflito intercapitalista a partir dos 1990 e ascensão de novos polos de poder
c)operação dos Estados Unidos é para reverter este declínio, lançando mão das armas, da moeda e da mídia
2.3.deslocamento geopolítico em direção ao Oriente
a)o centro dinâmico do mundo está se dirigindo para o Oriente
b)vai continuar assim? Depende de fatores “econômicos” (tentativa EUA de dar salto de produtividade) e fatores político-militares (rearmamento Rússia, crescimento China, integração ALeC etc.)
2.4.como resultante, instabilidade geral
a)a crise não apenas é o “modo normal” de funcionamento de um sistema anárquico
b)a crise é, também, o meio para solucionar uma situação de crise em que não há acordo possível
2.5.formação de blocos regionais como reação à crise
a)União Européia
b)Nafta, Alca
c)Brics
d)relançamento do Mercosul, Celac, Unasul
2.6. situação na América Latina
a)papel periférico, dependente
b)crise nas Metrópoles, evolução aqui
c)no geral, sob hegemonia da classe dominante, mesmo em situações de desenvolvimento
d)por isto desenvolvimentismo conservador: dependência, desigualdade, democracia restrita
e)novidade desde 1998: correlação de forças deslocou-se à esquerda
f)problema: este deslocamento foi possível graças a conjunção de três fatores: desgaste neoliberalismo, acúmulo de forças da esquerda e cenário internacional favorável
g)hoje, estes fatores não permanecem iguais, além disso há contraofensiva a partir da crise + eleição Obama
2.7.quais os desfechos?
a)conservador
b)progressista
c)socialista
d)combinação entre eles
e) futuro em aberto, a depender conflito entre classes e entre Estados
3.Qual o papel dos meios de comunicação neste contexto?
3.1.MCM (televisão, rádio, internet, jornais, revistas, livros etc.) fazem parte da indústria cultural (cinema, vídeo, música etc.)
3.2.meios de comunicação/indústria cultural são ao mesmo tempo empresa  e aparato de poder
3.3.toda empresa é também aparato de poder, mas algumas são mais aparato que outras, este é o caso da IC em geral e dos MCM em particular
3.4. há uma série de estudos como sobre como chegamos até aqui, como muda qualitativamente o papel dos MC/IC a partir do surgimento do imperialismo, democracia de massas, nacionalismo de massas, mecanismos de controle social de massa
4.parte dos trabalhadores que atuam nesta indústria acreditam no seu “papel social” (infomar, divertir, educar), quando seu papel social de fato é controlar, dirigir, hegemonizar
5.observando os MCM do eixo Estados Unidos-Europa-Japão, o que vemos
a)uma interpretação da crise (erros de condução, exageros)
b)uma programa de ação (mais do mesmo remédio)
c)uma operação política destinada a desviar atenção (medo, insegurança, demonização do eixo do mal) das responsabilidades dos EUA
d) uma campanha pela independência deles mesmos contra qualquer “atentado a liberdade de imprensa” (ou seja, atentando contra a liberdade de empresa)
e)é preciso lembrar que há conflitos inter-burgueses e inter-estatatais também e não achar que está  tudo sob controle
f) há veículos que cumprem papel diferenciado: The Economist, por exemplo. A classe dominante precisa estar bem informada...
6.Alguns exemplos
a)as “armas de destruição em massa” no Iraque (e,a gora, as armas químicas na Síria ou as armas nucleares no Irã)
b)as “ditaduras de esquerda” em Cuba, na Venezuela, em Honduras etc.
c)o “trabalho escravo” na China
d)a “intolerância religiosa e a falta de direitos das mulheres” nos países árabes
e)a “democracia” em Israel
f)o “desenvolvimento esplendoroso” do Arco do Pacífico
g)os “ataques de Cristina” contra a imprensa livre na Argentina (e Equador e Venezuela)
7.Qual o paralelo com nossa mídia?
a)também oligopólio (mais oligopólio ainda)
b)também papel social de controlar, dirigir, hegemonizar
c)dificuldades táticas, pois seus candidatos presidenciais vem sendo derrotados desde 2002
e)êxitos estratégicos, o principal dos quais manter o oligopólio
f)cobertura internacional da imprensa brasileira: no geral, cópia carbono das agências internacionais
g)caso da eleição do diretor geral da OMC é exemplar (reinterpretação da vitória, cordão sanitário, eles perdem e eles  definem a pauta)
8.A postura síndrome de Estocolmo do nosso lado (depois do pau, o alívio)
9.Alguns casos exemplares:
a)o caso da Yoani Sanchez
b)o caso da Coréia do Norte
c)o caso da Líbia, da Síria e do Irã
d)o caso da Venezuela
11.Nossas ações
a)primeiro, o debate ideológico: comunicação como direito, que deve ser  garantido e regulado pelo poder público
b)sistema privado e público, concessões públicas reguladas, meios estatais/públicos/comunitários e associaltivos
c)quebrar oligopólio, impedir propriedade cruzada
d)destino das verbas publicitárias
e)meios de comunicação próprios da esquerda
12.Polêmica do PT com o governo
a)polêmica ideológica: a teoria do controle remoto (que te permite trocar de um monopólio para outro, sem sair do oligopólio)
b)polêmica política: a quem cabe a iniciativa (governo tem que fazer sua parte) e qual o centro do problema (democratizar a comunicação é uma política pública)


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