Foto de Maria Carlotto, 4 de abril, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC |
Hoje, 4 de abril de 2018, o Supremo Tribunal Federal vai julgar o mérito do habeas corpus de Lula.
Pode adiar a decisão.
Pode conceder o HC. A direita já avisou o que pretende fazer neste caso.
Pode negar o HC. A maior parte da esquerda ainda não deixou claro o que fará neste caso.
Aceitará, mesmo que sob protestos?
Ou vai se insurgir? E, neste caso, o que exatamente isto significará?
Nos últimos meses, esta foi a disjuntiva oculta de grande parte dos debates táticos travados entre quem se opõe ao golpe e aos golpistas.
Hoje, 4 de abril, a decisão do STF pode tornar inadiável uma resposta explícita a esta questão: até onde estamos dispostos a ir em defesa das liberdades democráticas?
Entre os que pensam em "aceitar protestando", há os que acreditam que o lado de lá vai se contentar com a prisão de Lula. Que pararão por aí. Quem sabe até o prendam hoje, para soltar depois de amanhã...
Há também os que pensam que não temos suficiente apoio popular para reagir. Que a única reação possível seria pedir asilo numa embaixada. Ou que a melhor resposta à chantagem e as ameaças de golpe militar seria denunciar o que eles planejam, como se o lado de lá pudesse ser paralisado pela vergonha de seus atos.
Não é preciso seguir listando as variantes e hipóteses: afinal, é verdade que estamos numa daquelas encruzilhadas históricas em que, ao menos aparentemente, tudo pode acontecer.
Até mesmo um habeas corpus....
Mas não há bom senso nem bons modos que sejam capazes de convencer de que a Inação seria a melhor reação a uma injustiça tão brutal.
Portanto, se neste dia 4 de abril o lado de lá der um passo a mais, será preciso responder à "gentileza" plutocratica com "gentileza" plebeia.
Por exemplo....
....Preparar a resistência à prisão.
....Visitar uma a uma as sedes do oligopólio da comunicação.
....Parar o que for possível parar.
.....Manifestar com força no próprio dia 4 e nos dias seguintes.
.....Reafirmar que eleição sem Lula é fraude.
.....E muito mais.
Incluindo preparar o fôlego para dias, semanas e meses, muitos meses, de luta muito dura.
E será dura mesmo que o STF nos surpreenda. Pois a direita não nos faltará. Nunca!
Dias melhores virão. Mas antes muita água vai passar por baixo da ponte.
A direita nunca nos faltará!
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