Atilio A. Boron: um balance equivocado
Acabo de receber um correio do Servicio Informativo "Alai-amlatina", contendo artigo de Atílio A. Boron intitulado Foro de Sao Paulo: balance desde Caracas.
Boron esteve presente, a convite dos anfitriões venezuelanos, na mesa principal do ato de encerramento do XVIII Encontro do Foro de São Paulo. Não sei se esteve presente em outros Foros, não sei se participou de outros momentos do XVIII Foro. O que sei é que seu balanço é equivocado.
Começo pelos equívocos factuais. Boron diz que no se entiende como las autoridades del FSP le negaron el derecho a la palabra -¡no sólo el ingreso de la Marcha Patriótica como una organización política afiliada al foro, pese a todos los avales presentados por partidos políticos dentro y fuera de Colombia- a la Senadora Piedad Córdoba.
De fato, se fosse verdade, não seria compreensível. Mas o que diz Boron não é verdade.
A Marcha Patriótica solicitou ingresso no Foro de São Paulo através de correio eletrônico enviado na mesma semana em que realizou-se o XVIII Encontro do Foro. As normas do Foro, normas que nos permitiram chegar inteiros até aqui, estabelecem que para uma organização ingressar, é necessário o consenso de todos os partidos nacionais, depois o consenso do Grupo de Trabalho e depois o consenso da Assembléia do Foro.
Apesar da boa vontade geral, como o pedido foi feito demasiado tarde, não foi possível a todos os partidos colombianos responder a tempo se estão de acordo com a entrada da Marcha Patriótica. E sem o apoio explícito e formal dos partidos nacionais, onde existem, não há como aprovar o ingresso de uma nova organização, seja qual for, tenha que avales tiver.
Boron diz que as autoridades do Foro (quem serão estas autoridades?) negaram à Piedad Córdoba o direito à palavra. Minha pergunta é: a quem ela teria solicitado este direito? E quem teria negado? Aguardo que Bóron responda.
Acabo de receber um correio do Servicio Informativo "Alai-amlatina", contendo artigo de Atílio A. Boron intitulado Foro de Sao Paulo: balance desde Caracas.
Boron esteve presente, a convite dos anfitriões venezuelanos, na mesa principal do ato de encerramento do XVIII Encontro do Foro de São Paulo. Não sei se esteve presente em outros Foros, não sei se participou de outros momentos do XVIII Foro. O que sei é que seu balanço é equivocado.
Começo pelos equívocos factuais. Boron diz que no se entiende como las autoridades del FSP le negaron el derecho a la palabra -¡no sólo el ingreso de la Marcha Patriótica como una organización política afiliada al foro, pese a todos los avales presentados por partidos políticos dentro y fuera de Colombia- a la Senadora Piedad Córdoba.
De fato, se fosse verdade, não seria compreensível. Mas o que diz Boron não é verdade.
A Marcha Patriótica solicitou ingresso no Foro de São Paulo através de correio eletrônico enviado na mesma semana em que realizou-se o XVIII Encontro do Foro. As normas do Foro, normas que nos permitiram chegar inteiros até aqui, estabelecem que para uma organização ingressar, é necessário o consenso de todos os partidos nacionais, depois o consenso do Grupo de Trabalho e depois o consenso da Assembléia do Foro.
Apesar da boa vontade geral, como o pedido foi feito demasiado tarde, não foi possível a todos os partidos colombianos responder a tempo se estão de acordo com a entrada da Marcha Patriótica. E sem o apoio explícito e formal dos partidos nacionais, onde existem, não há como aprovar o ingresso de uma nova organização, seja qual for, tenha que avales tiver.
Boron diz que as autoridades do Foro (quem serão estas autoridades?) negaram à Piedad Córdoba o direito à palavra. Minha pergunta é: a quem ela teria solicitado este direito? E quem teria negado? Aguardo que Bóron responda.
Até então, só posso dizer o que sei e o que presenciei, na condição de
secretário executivo do Foro e de coordenador de várias das reuniões ocorridas
durante o XVIII Encontro. E o que sei e o que presenciei é que, se ela tivesse
solicitado, teríamos concedido a palavra, como concedemos a vários outros
convidados.
Boron fala de argucias leguleyas, inadmisibles en una entidad que dice ser de izquierda, nos privaron de escuchar su testimonio, lo que no pasó inadvertido para el presidente Chávez. Mesmo que fosse verdade o que ele diz, sobre ter sido negada a palavra, é assustador é ver alguém de esquerda escrever algo deste naipe, como se Chavez fosse um bedel ou vigia noturno, e Boron seu estafeta. Definitivamente, erudição marxista e comportamento adequado são coisas distintas.
Bóron também diz que otro tanto se hizo con los hondureños de Libertad y Refundación (LIBRE), partido que representa mejor que ningún otro la resistencia al gobierno de Porfirio Lobo. Simplesmente não entendo o que Boron quer dizer. De que otro tanto, de que exclusão ele está falando?
Para quem não está informado: durante a reunião do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, no dia 3 de julho, foi debatida a relação entre o LIBRE e o Foro de São Paulo. Formalmente, quem faz parte do Foro é a Frente de Resistência. Ficou decidido na reunião do GT que, tão logo o LIBRE solicite integração ao Foro, será integrado, mas que este pedido deve ser feito por eles, uma vez que há setores que integram o Libre e não integram a Frente de Resistência. E o fato é que o LIBRE não fez chegar à secretaria executiva do Foro sua solicitação de ingresso.
Portanto, tanto no caso da Colômbia quanto no caso de Honduras, Boron está na melhor das hipóteses mal informado. Nesses dois casos, seria útil que ele seguisse o conselho que dá ao Foro: uma discusión fraternal pero profunda, sin concesiones, y a salvo de cualquier clase de trabas burocráticas o formalistas que la asfixien. Se ele tivesse perguntado a alguma das "autoridades do Foro" (ele deve conhecer quem são, já que as cita), teria descoberto que as coisas não passaram-se como ele diz.
Minha impressão, contudo, é que Boron está mais preocupado em pontificar, do que em pesquisar. Sem contar que ele parece meio descontente com o sucesso do Foro, motivo pelo qual se esforça em atribuir o sucesso deste XVIII Encontro a todos, menos ao Foro mesmo.
Boron diz que el balance final del cónclave es, en un cierto sentido, positivo, aunque en algunos aspectos que veremos a continuación hay muchas cosas para mejorar. Positivo porque en el multitudinario evento se dieron cita una gran cantidad de partidos y movimientos que tuvieron la posibilidad de intercambiar opiniones, comparar experiencias y realizar un rico y necesario aprendizaje recíproco. Positivo también porque ante el conocido eclecticismo ideológico del foro -del cual participan partidos que sólo por un alarde de la imaginación podrían categorizarse como de izquierda- el discurso de cierre pronunciado por el Comandante Chávez fijó una nueva agenda que los partidos y organizaciones del FSP deberían considerar muy cuidadosamente en sus próximos encuentros.
As frases anteriores contém dois raciocínios encadeados, um incorreto e o outro pior que isto.
O raciocínio incorreto está na crítica que Boron faz ao conocido eclecticismo ideológico del foro -del cual participan partidos que sólo por un alarde de la imaginación podrían categorizarse como de izquierda. Quem diz isto simplesmente não entendeu nada acerca dos motivos pelos quais o Foro chegou aonde chegou, 22 anos depois. Se o Foro não fosse "eclético", política e ideológicamente, ele seria mais uma destas "internacionais" estéreis que rondam por aí. Por outro lado, o fato de ser "eclético" não impediu o Foro de manter uma atitude essencialmente correta ao longo de duas décadas, o que é tempo suficiente para testar a consistência de certas idéias e iniciativas.
Boron fala de argucias leguleyas, inadmisibles en una entidad que dice ser de izquierda, nos privaron de escuchar su testimonio, lo que no pasó inadvertido para el presidente Chávez. Mesmo que fosse verdade o que ele diz, sobre ter sido negada a palavra, é assustador é ver alguém de esquerda escrever algo deste naipe, como se Chavez fosse um bedel ou vigia noturno, e Boron seu estafeta. Definitivamente, erudição marxista e comportamento adequado são coisas distintas.
Bóron também diz que otro tanto se hizo con los hondureños de Libertad y Refundación (LIBRE), partido que representa mejor que ningún otro la resistencia al gobierno de Porfirio Lobo. Simplesmente não entendo o que Boron quer dizer. De que otro tanto, de que exclusão ele está falando?
Para quem não está informado: durante a reunião do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, no dia 3 de julho, foi debatida a relação entre o LIBRE e o Foro de São Paulo. Formalmente, quem faz parte do Foro é a Frente de Resistência. Ficou decidido na reunião do GT que, tão logo o LIBRE solicite integração ao Foro, será integrado, mas que este pedido deve ser feito por eles, uma vez que há setores que integram o Libre e não integram a Frente de Resistência. E o fato é que o LIBRE não fez chegar à secretaria executiva do Foro sua solicitação de ingresso.
Portanto, tanto no caso da Colômbia quanto no caso de Honduras, Boron está na melhor das hipóteses mal informado. Nesses dois casos, seria útil que ele seguisse o conselho que dá ao Foro: uma discusión fraternal pero profunda, sin concesiones, y a salvo de cualquier clase de trabas burocráticas o formalistas que la asfixien. Se ele tivesse perguntado a alguma das "autoridades do Foro" (ele deve conhecer quem são, já que as cita), teria descoberto que as coisas não passaram-se como ele diz.
Minha impressão, contudo, é que Boron está mais preocupado em pontificar, do que em pesquisar. Sem contar que ele parece meio descontente com o sucesso do Foro, motivo pelo qual se esforça em atribuir o sucesso deste XVIII Encontro a todos, menos ao Foro mesmo.
Boron diz que el balance final del cónclave es, en un cierto sentido, positivo, aunque en algunos aspectos que veremos a continuación hay muchas cosas para mejorar. Positivo porque en el multitudinario evento se dieron cita una gran cantidad de partidos y movimientos que tuvieron la posibilidad de intercambiar opiniones, comparar experiencias y realizar un rico y necesario aprendizaje recíproco. Positivo también porque ante el conocido eclecticismo ideológico del foro -del cual participan partidos que sólo por un alarde de la imaginación podrían categorizarse como de izquierda- el discurso de cierre pronunciado por el Comandante Chávez fijó una nueva agenda que los partidos y organizaciones del FSP deberían considerar muy cuidadosamente en sus próximos encuentros.
As frases anteriores contém dois raciocínios encadeados, um incorreto e o outro pior que isto.
O raciocínio incorreto está na crítica que Boron faz ao conocido eclecticismo ideológico del foro -del cual participan partidos que sólo por un alarde de la imaginación podrían categorizarse como de izquierda. Quem diz isto simplesmente não entendeu nada acerca dos motivos pelos quais o Foro chegou aonde chegou, 22 anos depois. Se o Foro não fosse "eclético", política e ideológicamente, ele seria mais uma destas "internacionais" estéreis que rondam por aí. Por outro lado, o fato de ser "eclético" não impediu o Foro de manter uma atitude essencialmente correta ao longo de duas décadas, o que é tempo suficiente para testar a consistência de certas idéias e iniciativas.
Pior que incorreto é dizer que Chávez teria fixadouna nueva agenda
que los partidos y organizaciones del FSP deberían considerar muy
cuidadosamente en sus próximos encuentros. Pessoalmente, concordo
com algumas coisas e discordo de outras coisas que Chavez disse no seu discurso
final. Mas é simplesmente falso dizer que ele colocou uma nueva agenda.
Os temas que Chavez tratou fazem parte do debate do Foro, há muito tempo.
Inclusive algo que Boron faz questão de omitir, que é a necessidade de ir além
da esquerda.
Por exemplo: Boron diz que más allá de la crítica necesaria al neoliberalismo y su todavía hoy pesada herencia, el problema es el capitalismo, lo que hay que vencer y subvertir es el capitalismo. Verdade. Tanto é verdade, que a Declaração final do XVIII Encontro fala diretamente de socialismo. E isto num foro "eclético", onde nem todos os integrantes são socialistas!!
Portanto, é uma besteira dizer que isto seria uma das principales debilidades teóricas de la Declaración de Caracas aprobada por el FSP. Debilidade haveria, isto sim, se a Declaração final gastasse 99% do seu tempo falando do socialismo e apenas 1% apontando como enfrentar o capitalismo neoliberal e o imperialismo. A Declaração indica as tarefas políticas fundamentais do período; sem vencê-las, o socialismo, a integração e o combate ao neoliberalismo ficarão apenas na retórica.
Acontece que Boron parece ter uma péssima impressão acerca das organizações que integram o Foro. Segundo sua caricatura, somos partidos que acreditam que o socialismo cairá del cielo como producto de un determinismo económico, sino por la intervención del plural y heterogéneo sujeto revolucionario. Também segundo sua caricatura, somos organizações que não saberiam o que fazer, no dia seguinte ao XVIII Encontro.
A caricatura é tão ridícula, que Boron toma o cuidado de atribuí-la a Chavez. Fico simplesmente envergonhado quando vejo alguém de tão larga trajetória como Boron, usar deste tipo de expediente retórico para tonificar suas posições.
Se Boron fosse menos mal-humorado com o Foro, se tivesse um pingo da tolerância que predica aos outros, se tivesse perguntado a opinião de qualquer um dos integrantes do Grupo de Trabalho, teria descoberto que uma de nossas preocupações centrais consiste exatamente em aumentar nossa organicidade. O problema é que isto é fácil de dizer, mas muito difícil de fazer.
Não sei qual a experiência prática de Boron, como dirigente político-partidário. O que sei, a partir da minha experiência no PT e no Foro de São Paulo, é que nós não estamos desentendiéndonos alegremente de la decisiva problemática de la organización. O que ocorre é que a decisiva problemática da organização, numa instituição internacional e plural como o Foro, é muito mais complexa do que numa organização nacional. Além do mais, nem sempre os que falam em organização são os mais bem sucedidos em termos organizativos.
Boron simplica tanto o problema, que chega a confundir as situações do Foro de São Paulo e do Foro Social Mundial. A comparação entre uma e outra não faz o menor sentido, até porque no FSM os partidos são recusados e a hegemonia é de grupos que por princípio são contra a definição de prioridades político-programáticas.
Haveria outras coisas a dizer, acerca do balanço feito por Boron.
Vejamos o que ele diz sobre o Haiti, por exemplo:La declaración aprobada en Caracas condena las tentativas golpistas en contra de Evo Morales, Mel Zelaya, Rafael Correa y la más reciente contra Fernando Lugo. Olvida señalar, lamentablemente, el golpe perpetrado contra Jean-Bertrand Aristide en Haití, en el año 2004. Falla grave porque no se puede disociar este olvido de la desafortunada presencia de tropas de varios países latinoamericanos –Brasil, Chile, Argentina, entre otros- en Haití cuando en realidad lo que hace falta en ese sufrido país son médicos, enfermeros, maestros.
Talvez Boron não saiba, mas as Declarações finais são consensuadas nas reuniões do Grupo de Trabalho. Do qual participaram, neste XVIII Encontro, dirigentes haitianos. Que apresentaram uma resolução, aprovada em Plenário, acerca da situação do Haiti. É legítimo debater se esta resolução e a Declaração deveriam ou não fazer referência a derrubada de Aristide. Mas beira a má fé vincular este suposto olvido a desafortunada presencia de tropas de varios países latinoamericanos –Brasil, Chile, Argentina, entre otros, omitindo quem são estes outros, omissão (mais que olvido) que serve para reforçar uma insinuação que Boron deveria explicitar, para que o debate possa ser feito a claras.
Para que não me acusem também de mal humor, reconheço que Boron tem razão quando reclama que poderíamos ter incluido na Declaração a exigência del cierre de las bases militares que se extienden por toda América Latina y el Caribe. De toda forma, o tema (inclusive seus desdobramentos colombianos) foi largamente tratado em vários momentos do Foro, inclusive num taller e num seminário. Reconheço, também, que a frase acerca dos limitados logros dos TLCs permite mesmo dupla interpretação.
Concordo, finalmente, que vivemos um momento em que a moderação, lejos de ser una virtud se convierte en un pecado mortal. Aliás, aprecio muito a recomendacao de "audacia, audacia, audacia". Que tal frase tenha sido dita por Danton comprova, de quebra, que nem todo radicalismo verbal é consequente.
Por exemplo: Boron diz que más allá de la crítica necesaria al neoliberalismo y su todavía hoy pesada herencia, el problema es el capitalismo, lo que hay que vencer y subvertir es el capitalismo. Verdade. Tanto é verdade, que a Declaração final do XVIII Encontro fala diretamente de socialismo. E isto num foro "eclético", onde nem todos os integrantes são socialistas!!
Portanto, é uma besteira dizer que isto seria uma das principales debilidades teóricas de la Declaración de Caracas aprobada por el FSP. Debilidade haveria, isto sim, se a Declaração final gastasse 99% do seu tempo falando do socialismo e apenas 1% apontando como enfrentar o capitalismo neoliberal e o imperialismo. A Declaração indica as tarefas políticas fundamentais do período; sem vencê-las, o socialismo, a integração e o combate ao neoliberalismo ficarão apenas na retórica.
Acontece que Boron parece ter uma péssima impressão acerca das organizações que integram o Foro. Segundo sua caricatura, somos partidos que acreditam que o socialismo cairá del cielo como producto de un determinismo económico, sino por la intervención del plural y heterogéneo sujeto revolucionario. Também segundo sua caricatura, somos organizações que não saberiam o que fazer, no dia seguinte ao XVIII Encontro.
A caricatura é tão ridícula, que Boron toma o cuidado de atribuí-la a Chavez. Fico simplesmente envergonhado quando vejo alguém de tão larga trajetória como Boron, usar deste tipo de expediente retórico para tonificar suas posições.
Se Boron fosse menos mal-humorado com o Foro, se tivesse um pingo da tolerância que predica aos outros, se tivesse perguntado a opinião de qualquer um dos integrantes do Grupo de Trabalho, teria descoberto que uma de nossas preocupações centrais consiste exatamente em aumentar nossa organicidade. O problema é que isto é fácil de dizer, mas muito difícil de fazer.
Não sei qual a experiência prática de Boron, como dirigente político-partidário. O que sei, a partir da minha experiência no PT e no Foro de São Paulo, é que nós não estamos desentendiéndonos alegremente de la decisiva problemática de la organización. O que ocorre é que a decisiva problemática da organização, numa instituição internacional e plural como o Foro, é muito mais complexa do que numa organização nacional. Além do mais, nem sempre os que falam em organização são os mais bem sucedidos em termos organizativos.
Boron simplica tanto o problema, que chega a confundir as situações do Foro de São Paulo e do Foro Social Mundial. A comparação entre uma e outra não faz o menor sentido, até porque no FSM os partidos são recusados e a hegemonia é de grupos que por princípio são contra a definição de prioridades político-programáticas.
Haveria outras coisas a dizer, acerca do balanço feito por Boron.
Vejamos o que ele diz sobre o Haiti, por exemplo:La declaración aprobada en Caracas condena las tentativas golpistas en contra de Evo Morales, Mel Zelaya, Rafael Correa y la más reciente contra Fernando Lugo. Olvida señalar, lamentablemente, el golpe perpetrado contra Jean-Bertrand Aristide en Haití, en el año 2004. Falla grave porque no se puede disociar este olvido de la desafortunada presencia de tropas de varios países latinoamericanos –Brasil, Chile, Argentina, entre otros- en Haití cuando en realidad lo que hace falta en ese sufrido país son médicos, enfermeros, maestros.
Talvez Boron não saiba, mas as Declarações finais são consensuadas nas reuniões do Grupo de Trabalho. Do qual participaram, neste XVIII Encontro, dirigentes haitianos. Que apresentaram uma resolução, aprovada em Plenário, acerca da situação do Haiti. É legítimo debater se esta resolução e a Declaração deveriam ou não fazer referência a derrubada de Aristide. Mas beira a má fé vincular este suposto olvido a desafortunada presencia de tropas de varios países latinoamericanos –Brasil, Chile, Argentina, entre otros, omitindo quem são estes outros, omissão (mais que olvido) que serve para reforçar uma insinuação que Boron deveria explicitar, para que o debate possa ser feito a claras.
Para que não me acusem também de mal humor, reconheço que Boron tem razão quando reclama que poderíamos ter incluido na Declaração a exigência del cierre de las bases militares que se extienden por toda América Latina y el Caribe. De toda forma, o tema (inclusive seus desdobramentos colombianos) foi largamente tratado em vários momentos do Foro, inclusive num taller e num seminário. Reconheço, também, que a frase acerca dos limitados logros dos TLCs permite mesmo dupla interpretação.
Concordo, finalmente, que vivemos um momento em que a moderação, lejos de ser una virtud se convierte en un pecado mortal. Aliás, aprecio muito a recomendacao de "audacia, audacia, audacia". Que tal frase tenha sido dita por Danton comprova, de quebra, que nem todo radicalismo verbal é consequente.
Valter Pomar
Dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores e secretário executivo do Foro de São Paulo
- - - Servicio Informativo "Alai-amlatina" - - -
Foro de Sao Paulo: balance desde Caracas
Atilio A. Boron
ALAI AMLATINA, 08/07/2012.- El viernes por la noche concluyeron en Caracas las deliberaciones del Foro de Sao Paulo. No habría exageración si dijéramos que fue la reunión más concurrida y variada del foro desde su creación, en la ciudad de Sao Paulo, en 1990. Numerosos partidos y movimientos sociales de América Latina y el Caribe se dieron cita en esta ciudad, junto a un significativo contingente de organizaciones hermanas de Europa, África y Asia. El balance final del cónclave es, en un cierto sentido, positivo, aunque en algunos aspectos que veremos a continuación hay muchas cosas para mejorar. Positivo porque en el multitudinario evento se dieron cita una gran cantidad de partidos y movimientos que tuvieron la posibilidad de intercambiar opiniones, comparar experiencias y realizar un rico y necesario aprendizaje recíproco. Positivo también porque ante el conocido eclecticismo ideológico del foro -del cual participan partidos que sólo por un alarde de la imaginación podrían categorizarse como de izquierda- el discurso de cierre pronunciado por el Comandante Chávez fijó una nueva agenda que los partidos y organizaciones del FSP deberían considerar muy cuidadosamente en sus próximos encuentros. En primer lugar, preguntándose como lo hizo Chávez citando un pasaje de la obra de Marx, por el carácter y la naturaleza de la transición que habrá de sustituir al capitalismo por un nuevo tipo histórico de sociedad. Porque, más allá de la crítica necesaria al neoliberalismo y su todavía hoy pesada herencia, el problema es el capitalismo, lo que hay que vencer y subvertir es el capitalismo. O es que las luchas protagonizadas por nuestros pueblos, con sus tremendos sacrificios y sus miles de vidas ofrendadas para la construcción de una nueva sociedad, ¿sólo lo fueron para pasar del neoliberalismo al neokeynesianismo, o al desarrollismo, o al espejismo de un “capitalismo verde”? Con su sagaz interrogación Chávez señalaba una de las principales debilidades teóricas de la Declaración de Caracas aprobada por el FSP. Segundo, porque siguiendo con ese mismo razonamiento advertía que el socialismo no caerá del cielo como producto de un determinismo económico, como sugería Edouard Bernstein a finales del siglo diecinueve, sino por la intervención del plural y heterogéneo sujeto revolucionario. Claro está que para responder a las necesidades de la praxis ese sujeto debe concientizarse, educarse y organizarse. Y remataba su incisiva reflexión con una pregunta: ¿qué harán las fuerzas sociales que concurrieron a Caracas el día después, cuando vuelvan a sus países? ¿Cómo organizarán sus luchas, cuál es el plan de batalla, quiénes asumirán cuáles responsabilidades en la ejecución del mismo? Preguntas no sólo pertinentes sino acuciantes porque las burguesías, las oligarquías y el imperialismo no sólo tienen sus foros -el de Davos siendo el más importante- sino que también disponen de instancias que organizan sus fuerzas y planifican y coordinan sus batallas, mismas que se libran en el terreno mundial y no tan sólo en los espacios nacionales. Nuestros enemigos no sólo deliberan sino que actúan organizadamente; no se los podrá enfrentar con éxito sólo con bellas declaraciones. Esta, nos parece, es una de las fundamentales asignaturas pendientes no sólo del FSP sino también de su organización hermana, el Foro Social Mundial. Ante una burguesía imperial y sus aliados locales fuertemente organizados no podemos oponer tan sólo la abnegación militante y el grito que denuncia la inhumanidad del capitalismo, desentendiéndonos alegremente de la decisiva problemática de la organización.
La declaración aprobada en Caracas condena las tentativas golpistas en contra de Evo Morales, Mel Zelaya, Rafael Correa y la más reciente contra Fernando Lugo. Olvida señalar, lamentablemente, el golpe perpetrado contra Jean-Bertrand Aristide en Haití, en el año 2004. Falla grave porque no se puede disociar este olvido de la desafortunada presencia de tropas de varios países latinoamericanos –Brasil, Chile, Argentina, entre otros- en Haití cuando en realidad lo que hace falta en ese sufrido país son médicos, enfermeros, maestros. Pero de esto se encarga Cuba, cuyo generoso internacionalismo es una de las señas más honrosas de su revolución. Por otra parte hubiera sido conveniente que la declaración de un foro de las izquierdas hubiese exigido el cierre de las bases militares que en número de 46 -según el último recuento del MOPASSOL (Movimiento por la Paz, la Soberanía y la Solidaridad entre los Pueblos) - se extienden por toda América Latina y el Caribe. Aunque Washington no modifique un ápice su postura beligerante, una exigencia unánime respaldada por más de un centenar de partidos políticos –incluyendo varios de gobierno- hubiera contribuido a resaltar, ante los ojos de la opinión pública latinoamericana y estadounidense, las amenazas que encierra la presencia de esas bases en Nuestra América. Lo mismo cabe decir en relación a la afirmación que asegura que nuestra región es una zona desnuclearizada. Esto era cierto hasta antes de la firma del tratado Uribe-Obama; ahora no lo sabemos porque nadie, excepto la Casa Blanca, sabe que tipo de armamentos –nucleares o no- el Pentágono introdujo en Colombia una vez que en virtud de dicho tratado ésta renunció a su derecho a inspeccionar los cargamentos que entran y salen de su territorio. Por último, la declaración habla de “los limitados logros de los Tratados de Libre Comercio bilaterales”. Creemos que esta redacción es desafortunada, como lo comprueba la experiencia más madura en esta materia: el caso mexicano. Antes de la firma del TLC con Estados Unidos y Canadá México era autosuficiente en materia alimentaria; hoy, luego de 18 años de “libre comercio” debe importar el 42 por ciento de los insumos necesarios para su alimentación. Antes su factura por concepto de importación de comestibles era de 1.800 millones de dólares; en 2012 será de unos 24.000 millones de esa misma moneda. No luce demasiado como un “logro”.
Por último, no se entiende como las autoridades del FSP le negaron el derecho a la palabra -¡no sólo el ingreso de la Marcha Patriótica como una organización política afiliada al foro, pese a todos los avales presentados por partidos políticos dentro y fuera de Colombia- a la Senadora Piedad Córdoba, una de las principales figuras de la política latinoamericana y considerada en todo el mundo como una merecidísima candidata al Premio Nóbel de la Paz por sus denodados esfuerzos para facilitar la liberación de los rehenes en poder de la guerrilla y alcanzar una solución política al trágico conflicto colombiano. Aparte de informar sobre la dolorosa situación imperante en su país Córdoba tenía que denunciar la amenaza de muerte, lanzada por escrito, hace apenas dos días en contra de trece militantes de diversos organismos de derechos humanos. Argucias leguleyas, inadmisibles en una entidad que dice ser de izquierda, nos privaron de escuchar su testimonio, lo que no pasó inadvertido para el presidente Chávez. Y otro tanto se hizo con los hondureños de Libertad y Refundación (LIBRE), partido que representa mejor que ningún otro la resistencia al gobierno de Porfirio Lobo cuyo triste record en materia de asesinato de periodistas (24 desde que se produjera el golpe), más los numerosos crímenes y encarcelamientos de campesinos y militantes hubiera merecido de parte del FSP un gesto, aunque fuera elemental, de solidaridad, siendo que uno de sus líderes, Rafael Alegría, se encontraba entre nosotros. Habrá que luchar para que exclusiones como estas no vuelvan a repetirse en el futuro. Como puede inferirse de estas líneas hay que abandonar el triunfalismo que por momentos saturó las deliberaciones del foro y avanzar en la constitución de un espacio de discusión fraternal pero profunda, sin concesiones, y a salvo de cualquier clase de trabas burocráticas o formalistas que la asfixien. Discusión tanto más importante en la medida en que se supone que la misión del FSP es cambiar al mundo, y no sólo interpretarlo (o lamentarlo). Y cambiar el mundo en dirección del socialismo requiere de una claridad teórica, por aquello de que “no hay praxis revolucionaria sin teoría revolucionaria.” Y los tiempos que corren exigen a gritos una revolución. Conviene recordar, para los espíritus muy mesurados y moderados que circularon por el FSP, lo que decía Walter Benjamin: la revolución no es un tren fuera de control sino la aplicación de los frenos de emergencia. El tren descontrolado, que se encamina al abismo, es el capitalismo. Y si no lo frenamos a tiempo la humanidad entera sufrirá las irreparables consecuencias de ese desastre. No hay peor cosa que un conductor timorato y vacilante a la hora de aplicar los frenos de emergencia. En una hora que se requiere, como decía Dantón, “audacia, audacia y más audacia”, la moderación lejos de ser una virtud se convierte en un pecado mortal.
- Dr. Atilio Boron, director del Programa Latinoamericano de Educación a Distancia en Ciencias Sociales (PLED), Buenos Aires, Argentina www.centrocultural.coop/pled http://www.atilioboron.com
Foro de Sao Paulo: balance desde Caracas
Atilio A. Boron
ALAI AMLATINA, 08/07/2012.- El viernes por la noche concluyeron en Caracas las deliberaciones del Foro de Sao Paulo. No habría exageración si dijéramos que fue la reunión más concurrida y variada del foro desde su creación, en la ciudad de Sao Paulo, en 1990. Numerosos partidos y movimientos sociales de América Latina y el Caribe se dieron cita en esta ciudad, junto a un significativo contingente de organizaciones hermanas de Europa, África y Asia. El balance final del cónclave es, en un cierto sentido, positivo, aunque en algunos aspectos que veremos a continuación hay muchas cosas para mejorar. Positivo porque en el multitudinario evento se dieron cita una gran cantidad de partidos y movimientos que tuvieron la posibilidad de intercambiar opiniones, comparar experiencias y realizar un rico y necesario aprendizaje recíproco. Positivo también porque ante el conocido eclecticismo ideológico del foro -del cual participan partidos que sólo por un alarde de la imaginación podrían categorizarse como de izquierda- el discurso de cierre pronunciado por el Comandante Chávez fijó una nueva agenda que los partidos y organizaciones del FSP deberían considerar muy cuidadosamente en sus próximos encuentros. En primer lugar, preguntándose como lo hizo Chávez citando un pasaje de la obra de Marx, por el carácter y la naturaleza de la transición que habrá de sustituir al capitalismo por un nuevo tipo histórico de sociedad. Porque, más allá de la crítica necesaria al neoliberalismo y su todavía hoy pesada herencia, el problema es el capitalismo, lo que hay que vencer y subvertir es el capitalismo. O es que las luchas protagonizadas por nuestros pueblos, con sus tremendos sacrificios y sus miles de vidas ofrendadas para la construcción de una nueva sociedad, ¿sólo lo fueron para pasar del neoliberalismo al neokeynesianismo, o al desarrollismo, o al espejismo de un “capitalismo verde”? Con su sagaz interrogación Chávez señalaba una de las principales debilidades teóricas de la Declaración de Caracas aprobada por el FSP. Segundo, porque siguiendo con ese mismo razonamiento advertía que el socialismo no caerá del cielo como producto de un determinismo económico, como sugería Edouard Bernstein a finales del siglo diecinueve, sino por la intervención del plural y heterogéneo sujeto revolucionario. Claro está que para responder a las necesidades de la praxis ese sujeto debe concientizarse, educarse y organizarse. Y remataba su incisiva reflexión con una pregunta: ¿qué harán las fuerzas sociales que concurrieron a Caracas el día después, cuando vuelvan a sus países? ¿Cómo organizarán sus luchas, cuál es el plan de batalla, quiénes asumirán cuáles responsabilidades en la ejecución del mismo? Preguntas no sólo pertinentes sino acuciantes porque las burguesías, las oligarquías y el imperialismo no sólo tienen sus foros -el de Davos siendo el más importante- sino que también disponen de instancias que organizan sus fuerzas y planifican y coordinan sus batallas, mismas que se libran en el terreno mundial y no tan sólo en los espacios nacionales. Nuestros enemigos no sólo deliberan sino que actúan organizadamente; no se los podrá enfrentar con éxito sólo con bellas declaraciones. Esta, nos parece, es una de las fundamentales asignaturas pendientes no sólo del FSP sino también de su organización hermana, el Foro Social Mundial. Ante una burguesía imperial y sus aliados locales fuertemente organizados no podemos oponer tan sólo la abnegación militante y el grito que denuncia la inhumanidad del capitalismo, desentendiéndonos alegremente de la decisiva problemática de la organización.
La declaración aprobada en Caracas condena las tentativas golpistas en contra de Evo Morales, Mel Zelaya, Rafael Correa y la más reciente contra Fernando Lugo. Olvida señalar, lamentablemente, el golpe perpetrado contra Jean-Bertrand Aristide en Haití, en el año 2004. Falla grave porque no se puede disociar este olvido de la desafortunada presencia de tropas de varios países latinoamericanos –Brasil, Chile, Argentina, entre otros- en Haití cuando en realidad lo que hace falta en ese sufrido país son médicos, enfermeros, maestros. Pero de esto se encarga Cuba, cuyo generoso internacionalismo es una de las señas más honrosas de su revolución. Por otra parte hubiera sido conveniente que la declaración de un foro de las izquierdas hubiese exigido el cierre de las bases militares que en número de 46 -según el último recuento del MOPASSOL (Movimiento por la Paz, la Soberanía y la Solidaridad entre los Pueblos) - se extienden por toda América Latina y el Caribe. Aunque Washington no modifique un ápice su postura beligerante, una exigencia unánime respaldada por más de un centenar de partidos políticos –incluyendo varios de gobierno- hubiera contribuido a resaltar, ante los ojos de la opinión pública latinoamericana y estadounidense, las amenazas que encierra la presencia de esas bases en Nuestra América. Lo mismo cabe decir en relación a la afirmación que asegura que nuestra región es una zona desnuclearizada. Esto era cierto hasta antes de la firma del tratado Uribe-Obama; ahora no lo sabemos porque nadie, excepto la Casa Blanca, sabe que tipo de armamentos –nucleares o no- el Pentágono introdujo en Colombia una vez que en virtud de dicho tratado ésta renunció a su derecho a inspeccionar los cargamentos que entran y salen de su territorio. Por último, la declaración habla de “los limitados logros de los Tratados de Libre Comercio bilaterales”. Creemos que esta redacción es desafortunada, como lo comprueba la experiencia más madura en esta materia: el caso mexicano. Antes de la firma del TLC con Estados Unidos y Canadá México era autosuficiente en materia alimentaria; hoy, luego de 18 años de “libre comercio” debe importar el 42 por ciento de los insumos necesarios para su alimentación. Antes su factura por concepto de importación de comestibles era de 1.800 millones de dólares; en 2012 será de unos 24.000 millones de esa misma moneda. No luce demasiado como un “logro”.
Por último, no se entiende como las autoridades del FSP le negaron el derecho a la palabra -¡no sólo el ingreso de la Marcha Patriótica como una organización política afiliada al foro, pese a todos los avales presentados por partidos políticos dentro y fuera de Colombia- a la Senadora Piedad Córdoba, una de las principales figuras de la política latinoamericana y considerada en todo el mundo como una merecidísima candidata al Premio Nóbel de la Paz por sus denodados esfuerzos para facilitar la liberación de los rehenes en poder de la guerrilla y alcanzar una solución política al trágico conflicto colombiano. Aparte de informar sobre la dolorosa situación imperante en su país Córdoba tenía que denunciar la amenaza de muerte, lanzada por escrito, hace apenas dos días en contra de trece militantes de diversos organismos de derechos humanos. Argucias leguleyas, inadmisibles en una entidad que dice ser de izquierda, nos privaron de escuchar su testimonio, lo que no pasó inadvertido para el presidente Chávez. Y otro tanto se hizo con los hondureños de Libertad y Refundación (LIBRE), partido que representa mejor que ningún otro la resistencia al gobierno de Porfirio Lobo cuyo triste record en materia de asesinato de periodistas (24 desde que se produjera el golpe), más los numerosos crímenes y encarcelamientos de campesinos y militantes hubiera merecido de parte del FSP un gesto, aunque fuera elemental, de solidaridad, siendo que uno de sus líderes, Rafael Alegría, se encontraba entre nosotros. Habrá que luchar para que exclusiones como estas no vuelvan a repetirse en el futuro. Como puede inferirse de estas líneas hay que abandonar el triunfalismo que por momentos saturó las deliberaciones del foro y avanzar en la constitución de un espacio de discusión fraternal pero profunda, sin concesiones, y a salvo de cualquier clase de trabas burocráticas o formalistas que la asfixien. Discusión tanto más importante en la medida en que se supone que la misión del FSP es cambiar al mundo, y no sólo interpretarlo (o lamentarlo). Y cambiar el mundo en dirección del socialismo requiere de una claridad teórica, por aquello de que “no hay praxis revolucionaria sin teoría revolucionaria.” Y los tiempos que corren exigen a gritos una revolución. Conviene recordar, para los espíritus muy mesurados y moderados que circularon por el FSP, lo que decía Walter Benjamin: la revolución no es un tren fuera de control sino la aplicación de los frenos de emergencia. El tren descontrolado, que se encamina al abismo, es el capitalismo. Y si no lo frenamos a tiempo la humanidad entera sufrirá las irreparables consecuencias de ese desastre. No hay peor cosa que un conductor timorato y vacilante a la hora de aplicar los frenos de emergencia. En una hora que se requiere, como decía Dantón, “audacia, audacia y más audacia”, la moderación lejos de ser una virtud se convierte en un pecado mortal.
- Dr. Atilio Boron, director del Programa Latinoamericano de Educación a Distancia en Ciencias Sociales (PLED), Buenos Aires, Argentina www.centrocultural.coop/pled http://www.atilioboron.com
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