A reunião do Diretório Nacional do PT ainda estava acontecendo, quando a Folha publicou uma matéria sobre as polêmicas em curso.
A referida matéria pode ser lida ao final.
Imediatamente, vários membros do Diretório reclamaram do conteúdo da matéria, sendo que alguns insinuaram que a fonte teria sido alguém da parte que foi derrotada na reunião.
Quem foi a fonte desta matéria? Não sei, mas suspeito que tenha sido a mesma que passou, para a mesma imprensa, prints da troca de mensagens num grupo de zap de parlamentares vinculados à tendência Construindo um Novo Brasil.
Esta suspeita foi reforçada pela troca de mensagens que mantive com um jornalista, logo depois da referida matéria ter sido publicada. Segue abaixo, para conhecimento.
[17:36, 17/02/2025] oi, Pomar. Tudo bem? Me disseram que algumas correntes estão pensando em judicializar a votação do diretório nacional hoje que aprovou o "jabuti" dos mandatos para dirigentes partidários. Vcs estão pensando nessa possibilidade?
[17:37, 17/02/2025] Valter Pomar: Nós? Nunca.
[17:37, 17/02/2025] Sabe de alguém que esteja avaliando isso?
[17:38, 17/02/2025] Valter Pomar: Não. Na reunião, ninguém falou disto.
[17:38, 17/02/2025] Ok. Por que tem uma discussão sobre o quorum, né? Faltaram dois votos
[17:39, 17/02/2025] Valter Pomar: Sim, faltaram.
[17:40, 17/02/2025] E há algo a ser feito? Apresentar algum recurso, por exemplo?
[17:40, 17/02/2025] Valter Pomar: O que será feito é ganhar o PED. É isso que faremos.
[17:42, 17/02/2025] Já tem a definição do candidato de vcs, aliás?
[17:43, 17/02/2025] Vamos aprovar no congresso da AE, que será nos dias 14, 15 e 16 de março.
[17:44, 17/02/2025] Legal, valeu! abraço
Em resumo: o que foi feito na reunião do DN foi mais um atropelo. Mas se não formos capazes de ganhar a disputa dentro do PT, não serviria de absolutamente nada - muito antes pelo contrário - tentar ou mesmo ganhar através do judiciário.
Mas é muito sintomático que exista, dentro da CNB, quem ache positivo estimular a imprensa a publicar algo nesta linha.
Segue abaixo a matéria citada acima.
PT muda estatuto em reunião tensa, libera reeleição sem limites e dificulta renovação
Decisão beneficia parlamentares e dirigentes que já tenham 3 mandatos consecutivos, e opositores ameaçam judicializar
Catia Seabra
Brasília
Sob a condução da presidente do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), o PT aprovou, durante reunião tensa, nesta segunda-feira (17), uma mudança no estatuto para permitir a reeleição de parlamentares e dirigentes partidários que já tenham exercido três mandatos consecutivos na mesma Casa Legislativa ou instância do PT.
Apesar da pregação do presidente Lula por renovação de seu partido, a alteração possibilitará que deputados concorram à reeleição ainda que já tenham ocupado a mesma função por três mandatos consecutivos. Como o mandato de senador é maior, a candidatura ficaria proibida para aqueles que já estivessem no segundo consecutivo.
A própria Gleisi encaminhou a votação, chegando a afirmar, quando contestada, que ela sabia como dirigir o PT. Além dela, a secretária nacional de juventude, Nadia Garcia, defendeu a proposta.
As discussões ficaram acaloradas antes mesmo da votação do mérito, quando petistas discutiram qual seria o quórum para a decisão. Durante o debate híbrido, presencial e virtual, o secretário de Comunicação, deputado federal Jilmar Tatto (SP), bateu boca com Valter Pomar, dirigente da Articulação de Esquerda.
Os opositores da decisão ameaçam judicializar sob o argumento de que mudança no estatuto exige quórum qualificado.
"Não poderá se apresentar como pré-candidato ou pré-candidata para postular o mesmo cargo, o parlamentar que já tiver sido eleito para três mandatos consecutivos na mesma Casa Legislativa, e no caso do cargo de senador ou senadora, o parlamentar que já tiver sido eleito para dois mandatos consecutivos no Senado Federal", dizia o estatuto.
A vedação dessas candidaturas passaria a vigorar nas eleições de 2026. Mas, por 60 votos favor, 27 contra e cinco abstenções, o Diretório Nacional do PT permitiu a candidatura desses parlamentares à reeleição.
Apelidado por integrantes do PT de emenda Gleide Andrade — por possibilitar a reeleição da tesoureira do partido — a proposta apresentada ao diretório também permitia a permanência dos ocupantes de cargos na cúpula partidária.
Dizia o texto: "O disposto nos artigos 32 e 141 do Estatuto do Partido não se aplicarão (sic) ao PED realizado em 6 de julho de 2025 e às eleições parlamentares de 2026, permitindo que dirigentes e parlamentares possam renovar seus mandatos eletivos".
O artigo que foi alterado dizia: "Serão inelegíveis para cargos em Comissões Executivas, em qualquer nível, filiados e filiadas que tenham sido membros de uma mesma Comissão Executiva por mais de 3 (três) mandatos consecutivos ou dois mandatos consecutivos no mesmo cargo".
Por 61 votos a favor e 24 contra, o comando do PT também aprovou a manutenção de eleições diretas para a direção do partido, incluindo o presidente do partido, como já estava previsto no estatuto. Uma ala da sigla apresentou proposta para que fosse realizado em congresso.
A esquerda do PT rachou nesse quesito, já que uma corrente defendia um modelo híbrido com debates de teses partidárias. Candidato de Lula, o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva e a corrente liderada pelo presidente, a CNB (Construindo um Novo Brasil), defenderam a eleição direta.
A eleição do presidente está programada para o dia 6 de julho. Edinho enfrenta resistência dentro da CNB. Novo Brasil). A perspectiva de mudança na cúpula partidária tem fomentado a oposição dos ocupantes da atual direção ao nome de Edinho. A tendência de Lula ameaça se rebelar contra seu maior líder, procurando opções ao seu indicado.
Entre aliados de Lula, a aposta era que essa resistência viesse a arrefecer depois que o presidente informou a petistas a intenção de nomear Gleisi para o comando da Secretaria-Geral da Presidência.
Gleisi vinha defendendo um nome do Nordeste para sua sucessão no PT. Com ela fora do cargo, a articulação de alternativas a Edinho poderia ser reduzida, nos cálculos do governo.
Mas apoiadores do ex-prefeito de Araraquara tiveram uma amostra das dificuldades quando um convite para um jantar com Edinho recebeu críticas no grupo de WhatsApp dos deputados que integram a corrente majoritária do PT. O encontro acabou adiado.
Várzea?
ResponderExcluirAs reuniões devem ser presenciais e os celulares recolhidos.
Do mesmo modo que estão na sala de aula em todo território nacional.
Crianças...
Boa!
ExcluirA justiça burguesa nunca vai pensar no bem do PT. Não tem essa de levar pra fora, tudo tem que ser discutido e resolvido internamente.
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