Agenda 2013
10 anos de governo Lula, 20 anos da
Articulação de Esquerda
Uma grande festa popular acompanhou, no dia 1º
de janeiro de 2003, a posse de Luís Inácio Lula da Silva na presidência da
República do Brasil.
O primeiro operário presidente de nossa
história foi eleito após seis campanhas, das quais cinco derrotas: governador
do estado de São Paulo (1982), deputado federal eleito (1986) e presidente da
República (1989, 1994, 1998 e 2002).
No primeiro turno das eleições de 2002, Lula
encabeçou uma coligação integrada pelo Partido dos Trabalhadores, pelo Partido
Liberal e pelo Partido Comunista do Brasil.
O candidato à vice-presidência de Lula foi José
Alencar, grande empresário mineiro. Em eleições presidenciais anteriores, Lula
apresentou como vice José Paulo Bisol (1989), Aloizio Mercadante (1994) e
Leonel Brizola (1998).
O marketing da campanha vitoriosa foi dirigido
pelo publicitário Duda Mendonça, na linha Lulinha
paz e amor. Na mesma linha moderada, a maioria do Diretório Nacional do PT
aprovou uma Carta aos Brasileiros,
garantindo o superávit primário, o respeito aos contratos e excluindo do
programa a ruptura com o neoliberalismo,
diretriz que havia sido aprovada pelo Encontro Nacional do PT realizado em
dezembro de 2001.
A eleição de Lula presidente foi o ápice da
trajetória iniciada em 1980, quando foi criado o Partido dos Trabalhadores.
Na sua primeira década, o PT concentrou-se na
organização da luta social, na oposição à ditadura militar e no questionamento
da “transição conservadora para a democracia”, encabeçada pelo PMDB e pelo
Partido da Frente Liberal, com o consentimento de setores da esquerda
comunista, socialista e trabalhista, cujos deputados participaram da eleição
presidencial indireta de Tancredo Neves e José Sarney. O PT não participou do
Colégio Eleitoral.
O desempenho positivo nas eleições municipais
de 1988, com a vitória petista em
São Paulo , Belo Horizonte, Porto Alegre e Vitória, entre
outras cidades, foi seguido pela inesquecível campanha de Lula nas eleições presidencias
de 1989.
Paulatinamente, o PT tornou-se o principal
partido da esquerda brasileira. De partido centrado prioritariamente na luta
social, tornou-se progressivamente alternativa eleitoral de governo. Como
conquistar a Presidência da República tornou-se o centro do debate interno ao
Partido dos Trabalhadores.
Os anos entre 1990 e 1995 foram marcados por
um intenso debate acerca dos rumos do PT. A crise do socialismo, o impacto do
neoliberalismo no Brasil, o impeachment de Fernando Collor de Mello, a postura
frente ao governo Itamar Franco e o plebiscito sobre sistema de governo se
misturavam com o debate acerca da política do Partido para as eleições
presidenciais de 1994. Neste contexto, foi divulgado em 4 de fevereiro de 1993
o manifesto A hora da verdade. Meses
depois, em setembro, é fundada oficialmente a Articulação de Esquerda, uma das
tendências da chamada esquerda petista.
Vinte anos depois da fundação da Articulação
de Esquerda, dez anos depois da posse de Lula, o PT e o Brasil vivem situações
novas.
A reeleição de Lula em 2006 e a eleição de
Dilma em 2010, a emergência de novas frações da classe trabalhadora e a
renovação geracional do país, a persistência do monopólio da comunicação e do
financiamento privado das campanhas eleitorais, a fortaleza do Brasil num
contexto de crise do capitalismo internacional vis a vis a persistência da
desigualdade social e do conservadorismo político ideológico, tudo isto numa
América Latina e num mundo em ebulição colocam imensos desafios para todos nós,
homens e mulheres socialistas que construímos o PT.
Esperamos que 2013, ano da renovação das
direções partidárias petistas, seja o momento do grande debate acerca de todos
estes e mais alguns temas.
Que esta modesta agenda colabore com isto.
Os editores
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