domingo, 12 de setembro de 2021

Argumentos reveladores - 1

Numa destas listas de zap, alguém escreveu o seguinte: "para encerrar o ciclo militar de 64 foi necessário um palanque com Antonio Carlos Magalhães, fascista baiano de de triste memória. Precisamos de um palanque deste tipo para afastar Bolsonaro".

Um palanque "deste tipo" deu em Tancredo no Colégio Eleitoral e Sarney na presidência da República.

Recapitulemos.

Houve uma campanha pelas Diretas.

A emenda das Diretas teve maioria de votos na Câmara, mas não obteve o número necessário para ser aprovada.

Parte do movimento pelas Diretas decidiu ir ao Colégio Eleitoral.

O PDS - partido que apoiava a ditadura e que ajudara a derrotar as Diretas fez sua convenção nacional, para escolher quem lançaria para disputar no Colégio Eleitoral.

Havia duas candidaturas: Mario Andreazza, candidato apoiado por Figueiredo; e Paulo Maluf.

Maluf venceu por 493 a 350 votos.

José Sarney rompe com o PDS e sai candidato a vice de Tancredo.

ACM, Marco Maciel, Jorge Bornhausen e outros fazem o mesmo.

Tancredo vence Maluf no Colégio Eleitoral.

Mas morre antes de tomar posse.

E Sarney vira presidente da República.

Quem propõe construir "um palanque deste tipo" para derrotar Bolsonaro está - para além de comparar situações incomparáveis - propondo entregar a liderança da oposição para a direita neoliberal tradicional.

Não admira que o autor da frase a tenha dito para justificar sua presença no ato do MBL, cuja sigla hoje quer dizer: "Movimento nem Bolsonaro nem Lula".












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