segunda-feira, 2 de junho de 2014

VIL Fichamento 12

VIL Fichamento 12

V.I.Lenin

Obras completas
Tomo X (dez)
novembro de 1905-junho de 1906
Editorial Cartago
Buenos Aires, 1960

Nossas tarefas e o soviete de deputados operários

Carta escrita por Lenin, em novembro de 1905, dirigida a redação de Novía Zhisn, que é de fato o órgão central do POSDR. Foi publicada por Pravda em 1940. É o primeiro texto, ao que parece, em que ele avalia o papel dos sovietes. 
Ele apresenta como "observações de um ausente". E se contrapõe a posição de um redator chamado Radin, para quem havia uma disjuntiva: sovietes ou partido. Lenin diz que a resposta deve ser, "obrigatoriamente: soviete de deputados operários e partido".
Por outro lado, ele ainda trata o soviet como de "organização profissional". E não considera conveniente pedir ao soviet que "adopte o programa socialdemocrático e que ingresse no Partido". E ao mesmo tempo diz que "pode ser que me equivoque, porém me parece (a julgar pelos informes que possuo, incompletos e sacados 'dos papéis' unicamente) que no aspecto político o soviet de deputados obreros deve ser considerado como embrião do governo provisório revolucionário" (15).
Mais ainda: diz que o soviet deve proclamar-se governo provisório revolucionário e incorporar em seu seio novos deputados, não só operários, mas também de marinheiros e soldados... dos camponeses revolucionários e... intelectuais burgueses (17).

Sobre a reorganização do Partido

Manter o aparato clandestino e desenvolver um novo aparato, legal. Convocar o IV COngresso sobre a base dos estatutos atuais e simultaneamente começar já, imediatamente, a aplicar o princípio eletivo.
Mas o melhor trecho é o seguinte: A classe operária é instintiva e espontaneamente socialdemocrática e um trabalho socialdemocrata realizado no curso de mais de uma década contribuiu, em não pouca medida por certo, a transformar essa espontaneidade em consciência" (25).
"Nosso partido se ha estancado en la ilegalidad" (25).
Texto publicado em Nóvaia Zhisn. O essencial aqui é a proposta de aproveitar a nova situação criada para ampliar, oxigenar, fazer crescer o Partido.

O proletariado e o campesinato

Também publicado no Novaia Zhisn. Trecho: "A plena liberdade e elegibilidade de todos os funcionários, até o chefe do Estado, não eliminará o domínio do capital, não acabará com a riqueza de uns poucos e a miséria das massas. A liquidação completa da propriedade privada sobre a terra não acabará tampouco com nem com o domínio do capital, nem com a miséria das massas. Também na terra pertencente a todo o povo, organizará independentemente sua fazenda só aquele que possua capital (...) E quem não tenha nada, além de seus braços, seguirá sendo invariavelmente um escravo do capital, inclusive na república democrática, inclusive com a terra pertencendo a todo o povo. A idéia de 'socialização' da terra sem socialização do capital, a idéia de que é possível o usufruto igualitário do solo existindo o capital e a economia mercantil é um desvario." (35)

A organização do partido e a literatura do Partido

O mesmo: adaptação as novas condições em que o partido "se transforma de golpe num partido de massas".

Resolução do comitê executivo do soviete de deputados operários de Petersburgo sobre a lua contra o lockout.

Cem mil desempregados!, como resposta ao anúncio da jornada de 8 horas.

Uma provocação fracassada

Assunto do item anterior.

As forças armadas e a revolução

Defende a liquidação do exército regular e sua substituição pelo povo armado. "Em todas as partes e em todos os países, o exército regular serve não tanto contra o inimigo externo como contra o inimigo interno".

Os pratos da balanço oscilam

"Editorial" de "conjuntura" no NZ.

Aprendamos do inimigo

Crítica ao "sem partidismo". Também NZ 1905.

Formalismo revolucionário e trabalho revolucionário

Sobre a constituinte. E sobre como a vida introduz, "quase sempre, muito de imprevisto, de complexo, que complica e embrulha o desenlace, mesclando o velho e o novo".

A autocracia agonizante e os novos órgãos do poder popular

Texto publicado em NZ, analisando a situação política.

Socialismo e anarquismo

Um texto publicado em NZ, tratando de um tema pouco conhecido: o comitê executivo do Soviete de Deputados Operários decidiu, no dia 23 de novembro, rechazar o pedido dos anarquistas de sua inclusão no comitê executivo e no soviet mesmo. 
Dois motivos: anarquistas não reconhecem a luta política e não são um partido. 
Na opinião do Lenin, a decisão é justa, e só seria injusta se o Soviet fosse um parlamento ou um orgão de autoadministração. Mas como o soviet é uma organização de combate, está certo limitar a POSDR, SRs e muitos operários sem partido.
Trecho: "a concepção de mundo dos anarquistas é a concepção burguesa de mundo virada ao revés. Suas teorias individualistas, seu ideal individualista se acha em oposição direta ao socialismo". (66)

O partido socialista e o revolucionarismo sem partido

Sustenta que o surgimento de organizações que se reclamam independentes, sem partido; assim como sindicatos assumindo caráter político etc. tudo isto tem como base o caráter burguês-genérico do processo revolucionário.
"Se examinamos o o infinito número de reivindicações, demandas e queixas que hoje se formulam na Rússia em cada lugar, comprovaremos facilmente que a imensa maioria são reivindicações, se caber dizer assim, de caráter estritamente 'cultural'. Quero dizer que não são, falando com propriedade, reivindicações específicas de classe, senão demandas de um elementar sentido jurídico, demandas que, longe de destruir o capitalismo, o encaixam nos marcos do europeísmo (....) também as reivindicações proletárias se limitam na maioria dos casos a exigir transformações plenamente realizáveis dentro dos marcos do capitalismo. O proletariado russo reclama hoje, de maniera imediata, não o que atenta contra o capitalismo, mas aquilo que o depura, o que acelera e impulsiona seu desenvolvimento" (69-70).
O trecho na 70-71 é absolutamente impressionante, ao mostrar que o sempartidismo é um produto e uma expressão do caráter burguês da revolução. E como tudo "adquire uma ligeira, ligeiríssima capa de 'socialismo'".
Mas a indiferença política é, na prática, tomar partido a favor dos que estão satisfeitos. O sem partidismo é uma ideia burguesa. O espírito de partido é uma idéia socialista.

NZ, novembro-dezembro de 1905

Socialismo e religião

Texto curioso, em que ele começa afirmando os princípios (religião como ópio do povo, socialismo lberando os trabalhadores da fé na vida após a morte, religião como assunto privado perante o Estado, mas não como assunto privado em relação ao próprio Partido, a luta ideológica do Partido contra a religião etc.), para depois perguntar: "se é assim, por que não declaramos em nosso programa que somos ateus? Por que não impedimos aos cristãos e aos crentes em Deus a entrada em nosso Partido?".
E continua: "a resposta a esta questão deve explicar a diferença muito importante  que existe entre o ponto de vista burguês democrático e o ponto de vista socialdemocrático da questão religiosa": "seria absurdo crer que numa sociedade baseada na infinita opressão e embrutecimento das massas operárias, é possível afastar os preconceitos religiosos exclusivamente por meio da prédica".
E ainda: a "unidade na luta verdadeiramente revolucionária da classe oprimida pela criação do paraíso sobre a terra é mais importante para nós do que a unidade de opinião do proletariado acerca do paraíso no céu" 
Duas observações:
1-isto num momento de revolução. No momento de reação ele vai ser duro contra os "crentes em Deus" (Lunacharski & Cia);
2-a rigor, o socialismo livra os trabalhadores da "espera humilde", mas não necessariamente da crença religiosa.

Resolução sobre a questão agrária aprovada pela conferência bolchevique em Tammefors
12-17 (25-30) de dezembro de 1905

O tema principal é o ajuste na plataforma agrária. Do começo ao fim este tema será foco de polêmicas na social-democracia.

Etapas, orientação e perspectivas da revolução

Roteiro escrito em 1905/1906 e publicado em 1926.
Ele roteiriza cinco períodos: 
-o movimento sob direção do POSDR levanta o proletariado e desperta a burguesia
-o movimento operário passa a luta política aberta e incorpora nela camadas da burguesia liberal e radical
-o movimento operário se transforma em revolução aberta, a burguesia liberal busca acordo com czarismo mas elementos radicais da burguesia e da pequena burguesia buscam dar continuidade à revolução em aliança com o proletariado
-o movimento operário triunfa na revolução democrática, enquanto os liberais esperam passivamente e o campensinato apoia ativamente. DDRPC.
-burguesia passa a contrarevolução, com apoio de amplas camadas já satisfeitas da pequena burguesia
E conclui: "no terreno das relações estabelecidas no quinto período (o da contrarevolução), crescem e se estendem a nova crise e a nova luta, enquanto que o proletariado luta já pela conservação das conquistas democráticas, com vistas a revolução socialista. Se o proletariado de Rússia estivesse só, se não acudisse em sua ajuda o proletariado socialista europeu, esta luta seria uma luta sem esperanças e sua derrota seria tão inevitável como a derrota do partido revolucionário alemão em 1849-1850 ou como a derrota do proletariado francês em 1871" (85)
Nesta etapa (o quinto período) a burguesia liberal e o campesinato acomodado (mais parte do médio) organizam a contrarrevolução. O proletariado de Rússia mais o proletariado europeu organizam a revolução. Em tais condições o proletariado de Rússia pode obter o segundo triunfo. O assunto já não é tão desesperante. O segundo triunfo pode ser a revolução socialista em Europa. Os operários europeus nos mostrarão "como se faz isto", e então nós, juntamente com eles, faremos a revolução socialista" (85).

O partido operário e suas tarefas na situação atual

É um texto analisando o momento de contrarevolução. "Abaixo as ilusões constitucionalistas... Hay que adaptarse de nuevo a la autocracia restablecida, hay que saber volver nuevamente a la clandestinidad ali donde fuera necesaria".

Debe ser boicoteada la Duma del Estado?

Começa a preparar-se o congresso de unificação. A disputa gira somente em torno a tática com respeito a Duma: participar da eleição ou boicote ativo.

La Duma del Estado y la tactica socialdemocrata

Conferência da maioria reuniu 26 organizações, incluindo aí 14 representações operárias eleitas por mais de 4 mil membros do Partido, substituindo o IV Congresso, adiado por conta da greve dos ferroviários, aos acontecimentos de Moscou e outros locais.
Depois de apresentar a tática do boicote, comenta a posição dos kadetes, que defendem a participação na eleição da Duma porque não confiam no governo do czar, e não acreditam na estabilidade de um governo revolucionário: não será "lo suficiente sólido ni gozará de suficiente autoridad.. será barrido por la ola contrarrevolucionária que se levantará de las profundidades sociales (publicado em Naródnaia Svoboda).
O jornal cadete diz ainda que a cooperação revolucionária de operários, componeses e intelectualidade liberal bajo la bandera de la insurreción armada es imposible ... Pero en ese caso, de qué elementos poderia surgir ese famoso gobierno provisional de los partidos revolucionarios? Que resultaria de el? La dictadura del proletariado? Pero es el caso que en la Rusia contemporanea no cabe ni hablar de dictadura del proletariado..." (102-103)
O centro da resposta do Lenin está em questionar a impossibilidade da cooperação bajo la bandera de la insurrecion. [Ele, na polêmica com os cadetes, assim como na polêmica com os mencheviques, acredita que dentro de determinados prazos é possível tal cooperação.]
O texto conclui com uma orientação para a fração bolchevique, sobre como conduzir a discussão sobre a tática, de forma a não prejudicar a reunificação do partido. E conclui: "A tática única deve ser a tática da maioria dos membros do partido; quando a maioria aparece bem determinada, a minoria está obrigada a submeter-se a ela em sua conduta política, conservando o direito de crítica e de agitação em favor da solução do problema em um novo congresso". (105)

La situacion actual de Rusia y la tactica del partido obrero

Trata-se do debate sobre a tática em geral, não apenas sobre a tática frente as eleições da Duma, que exige uma "apreciação de todo o momento revolucionário atual".
E na discussão sobre se foi corretou ou não pegar em armas, Lenin introduz a idéia de que isto permite ao movimento "elaborar a necessária experiência prática". Ao mesmo tempo, admite que é possível que o período revolucionário tenha terminado, mas considera isto "apressar-se demasiado" na análise.
Publicado em Partinie Izvestia número 1, 7/2/1906

Conferência urbana do POSDR de São Petersburgo 

São dois textos, com número I e II...
Um debate sobre a validade dos mandatos e da conferência..
E a discussão sobre a tática do boicote, nos marcos de uma análise geral da situação (1847 ou 1849 são os parâmetros).
Publicado em 1931.

A todos os operários e operárias da cidade de São Petersburgo e seus subúrbios

Informa a decisão sobre o boicote, adotada em 120 assembléias de círculos, em que votaram 2.094 operários e intelectuais, dos quais 1.168 acompanhararam a posição bolchevique e 926 a posição menchevique. A conferência de representantes, com um delegado por cada 30 membros, reunindo 65 delegados, deliberou por 36x29 a tática do boicote ativo.
Fica claro aqui que os bolcheviques iriam perder o IV Congresso, pois se em São Petersburgo a diferença era tão pequena...
Um dado importante: só 1/4 dos operários tinham direito a voto e o processo tinha três etapas, eleição dos compromissários, eleição dos eleitores e eleição dos deputados. Sendo que os 24 eleitores operários, junto aos mais de 100 eleitores dos latifundiários e burgueses, participariam da eleição final dos deputados.
No caso dos camponeses é ainda pior: quatro etapas!

Resolução da organização do POSDR de Petersburgo sobre a tática do boicote

É um folheto que explica detalhadamente a tática.

A revolução russa e as tarefas do proletariado

Aqui é feita uma discussão detalhada sobre o momento político: passou a fase revolucionária ou não?
Lenin reconhece uma série de fatos que saltam a vista de todos e que apontam para o encerramento da fase revolucionária. Mas também alerta que sempre "é mais fácil e mais barato prever a derrota".
Lenin se apóia nas reflexões de Marx sobre a revolução de 1848 e cita a análise de Kautsky no artigo Perspectivas da revolução russa. Neste artigo, Kautsty aponta quatro diferenças substanciais entre as derrotas de 1905 (especificamente: a repressão à insurreição de Moscou) e a de 1848 (proletariado de Paris): a derrota foi só em Moscou, os camponeses estão a favor da revolução, o pior da crise ainda está por vir e o problema das barricadas.
Sobre esta quarta diferença, Kautsky diz que estamos diante de uma "nova tática de barricada" (diferente da previsão de Engels, portanto).
Texto publicado em 1906.

Plataforma tática para o congresso de unificação do POSDR
(projeto de resolução, publicado em 1906)

Pontos de interesse:
1.revolução democrática se encaminha em direção a um novo ascenso
2.a forma principal é o movimento diretamente revolucionário das massas populares
3.que tomam em armas não apenas o campesinato e o proletariado, mas também "nuevas fuerzas del pobrerío de las ciudades".
4.fala indiretamente das famosas ações de expropriação
5.deixa claro que a participação no governo provisório depende da correlação de forças
6.salvo engano, é nesta plataforma que aparece pela primeira vez a expressão "centralismo democrático" como o princípio atualmente reconhecido por todos no Partido.

Revisão do programa agrário do Partido Obrero

Merece ser lido em comparação com os demais e com os posteriores textos sobre o mesmo tema.
Faz uma exposição do desenvolvimento dos pontos de vista da socialdemocracia sobre a questão agrária; explica a existência de quatro correntes na socialdemocracia sobre a questão do programa agrário.
Tem um trecho interessante do ponto de vista metodológico, em que ele comenta a relação entre programa, estratégia e tática; e a incidência da luta de classes sobre o programa. 
O texto polemiza principalmente com Máslov, em torno do tema da nacionalização da terra: "A nacionalização significa a transferência do direito de propriedade sobre a terra, do direito a receber a renda, porém de modo algum a transferência da própria terra. A nacionalização não significa de nenhuma maneira que todos os camponeses tenham que transferir sua terra a ninguém. (...) A revolução socialista significa a transferência a toda a sociedade não só da propriedade sobre a terra, senão da terra mesma como objeto da economia. Quer dizer isto que os socialistas desejem despojar aos pequenos camponeses de sua terra contra sua vontade? Não, nenhum socialista sensato propôs nunca semelhante estupidez." (179)
Há outro trecho interessante sobre os limites da municipalização de "tarefas inofensivas para o Estado burguês", tais como "estañado de los lavados", abastecimento de água, tranvías eléctricos etc. (184-185).
No final tem o projeto de programa agrário, que ocupa uma página apenas. Condicionando a nacionalização a "aspiração do campesinato" e a existência de um poder soberano do povo.

Prologo a edição russa do folheto de KKautsky "No hay mas socialdemocracia!"

Como quase sempre, elogioso em relação a KK.

O triunfo dos kadetes e as tarefas do partido operário

É um texto longo, que analisa o resultado das eleições, analisa o que é o Partido Kadete e analisa a tática da social-democracia frente ao processo eleitoral.
Um trecho muito interessante: "Imaginemos que em Rússia temos estabelecido um regime parlamentar. Isso significaria que o parlamentarismo se transformou já na forma principal de domínio das classes e forças dirigentes, no principal campo de luta dos interesses político-sociais. O movimento revolucionário, em seu significado direto, já não existe; as condições econômias e outras, no momento dado, quer dizer, no momento suposto, não dão lugar a estalidos revolucionários. Naturalmente, em tais circunstâncias nenhuma classe de declamações revolucionárias terá a força suficiente para "provocar" a revolução. Negar a luta parlamentar seria em tais condições uma atitude completamente inadmissível na socialdemocracia. O partido operário teria que dedicar-se com a maior seriedade ao parlamentarismo, participar das eleições da Duma e na própria Duma, supeditar toda a sua tática as condições de formação e ao bom êxito do funcionamento de um partido socialdemocrata parlamentar". E segue explicando que nestas condições, aliar-se ao mal contra o mal maior seria admissível. "Pero actualmente en Rusia no se puede ni hablar de la existencia de un regimen parlamentario". (228-229)
Uma curiosidade na página 252 sobre a organização sindical dos trabalhadores no serviço doméstico.
O texto termina saudando os êxitos kadetes, os girondinos da revolução russa; pois depois deles virá a massa popular mais vasta, aglutinada em torno do proletariado; depois a grande revolução burguesa; e depois "a era da revolução socialista no Ocidente". Escrito e publicado em 1906.

Congresso de unificação do POSDR
10 (23) de abril a 25 de abril (8 de maio) de 1906

Textos publicados nas atas do Congresso, que saíram em 1907.
Num debate sobre a questão agrária, ele afirma que a revolução democrático-burguesa na Rússia não tem mais reserva que o proletariado socialista do Ocidente, que a revolução russa pode triunfar com suas próprias forças, mas não pode manter-se e consolidar suas conquistas se não se produz a revolução socialista no Ocidente. Sem isto, a restauração é inevitável.
Agora, este raciocínio é interessante, por motivos contraditórios. Por um lado, reconhece o problema, que seria duplamente maior no caso de uma revolução "socialista" na Rússia. Por outro lado, revela que "tanto faz", ou seja, sem apoio externo qualquer revolução radical na Rússia enfrentaria imensas dificuldades. Logo, logo, nestas condições a opção "esquerdista" (comunismo de guerra, socialismo num só país etc.) não era um despautério, pois torcer fortemente o bastão num determinado sentido dificultaria a restauração.
Noutra passagem ele afirma que é fácil imaginar como se conduziria o proletariado socialista internacional se as notícias de Rússia forem, não as de uma promessa de liberdade, mas sim sua verdadeira realização e o triunfo completo do campesinato revolucionário.
Fatos posteriores: a guerra ao mesmo tempo que radicalizou internamente, cansou e neutralizou parte do apoio e da solidariedade externa. Como ele não cansa de dizer, a verdade é sempre concreta.
Sua definição sobre a nacionalização: abolir a renda absoluta, baixar os preços dos cereais, garantir a máxima liberdade de competição e de penetração do capitalismo na agricultura.

Chamamento ao partido (por parte) dos delegados ao congresso de unificação [integrantes] da ex-fração bolchevique

Não há mais divisão.
Reafirma expectativa de que a vitória total da insurreição popular livrará a Rússia burguesa de todas suas velhas travas e, talvez, abrirá a época das revoluções socialistas no Ocidente.
Deixa claro que o congresso de unificação, com sua "maioria menchevique", aprovou pontos de vista errôneos sobre três questões fundamentais: 1) adotou a "municipalização" da terra; 2) reconheceu como desejável a criação de uma fração parlamentar socialdemocrata na Duma; 3) rechaçou a luta contra as ilusões constitucionalistas. 
Ademais, não fez uma crítica aberta dos erros cometidos em outubro e dezembro de 1905; e de forma encoberta condenou a insurreição de dezembro de 1905.
Texto publicado em forma de boletim.

Informe sobre o congresso de unificação do POSDR
(Carta aos operários petersburgueses)

Publicado em 1906. 
É um relato detalhado do congresso, ao estilo do Dois passos.
Síntese: 62 mencheviques e 46 bolcheviques.
Pontos de interesse geral:
1.ele utiliza, creio que pela primeira vez, a expressão "modo asiático de produção";
2."Uma garantia plena contra a restauração em Rússia (depois do triunfo da revolução) pode ser unicamente a revolução socialista no Ocidente. Outra garantia não há nem pode haver. Significa que por este lado a questão se reduz a saber precisamente como e precisamente em que pode a revolução democrático-burguesa em Rússia facilitar ou acelerar a revolução socialista no Ocidente. A esta pergunta cabe uma só resposta: se um mísero 17 de outubro conseguiu provocar um ascenso tão grande do movimento operário na Europa, o triunfo pleno da revolução burguesa na Rússia provocará quase inevitavelmente (ou, pelo menos com toda probabilidade) em Europa uma série de comoções políticas tais, que servirão de poderoso impulso em direção a revolução socialista". 328
3."Para vencer, à revolução russa bastam suas próprias forças. Mas não bastam para reter os frutos da vitória. Ela pode vencer, porque o proletariado, conjuntamente com o campesinato revolucionário, está em condições de constituir uma força imbatível. Porém não pode reter em suas mãos a vitória, porque num país com enorme desenvolvimento da pequena economia, os pequenos produtores de mercadorias (incluídos os camponeses) inevitavelmente se voltarão contra o proletariado quando este último da liberdade marche em direção ao socialismo. Para reter a vitória em suas mãos, a fim de impedir a restauração, a revolução russa necessita de uma reserva não russa, necessita a ajuda externa. Existe no mundo tal reserva? Sim, existe: o proletariado socialista de Ocidente".
4.Gozando o Plekhanov e outros, ele diz: "antes de correr o risco de sofrer a reação depois do triunfo, é melhor não lutar pelo triunfo e entrar em acordo com a reação" (334).
5.Goza dos mencheviques como "impressionistas" e cita ironicamente Nachalo (Trotsky, Parvus) que em "veloz carrera" tem atitudes "mais bolcheviques que os bolcheviques", galopando da ditadura democrática em direção à ditadura socialista (364).
6.O texto termina afirmando a disposição dos bolcheviques: liberdade de discussão, unidade de ação. E impedir que "nosso partido se incline demasiado à direita".

La lucha por la libertad y la lucha por el poder

Volná, texto publicado em maio de 1906. Texto de "conjuntura".

El nuevo ascenso

Volná, também mayo de 1906. Texto de "conjuntura".

Para un balance del congreso

A pretexto de un ataque de Riech contra os bolcheviques, texto publicado em Volná, em maio. O mesmo assunto é tratado no Para la resolucion de los bolcheviques "sobre la Duma del Estado", a saber, defender-se das acusações de blanquismo, anarquismo etc.

La Duma y el pueblo

Ojeando Diarios y revistas.

Os dois anteriores, Volná, maio de 1906, texto de conjuntura.

O grupo operário na Duma de Estado

Texto de análise crítica da bancada. Volná, maio.

Con relacion a questão organizativa

Tema já abordado no informe sobre o congresso, a saber, quem muda de residência pode entrar na organização do novo local de moradia?

Discurso pronunciado na reunião popular ocorrida na residência da Condesa Panina no 9 (22) de maio de 1906

Três pequenos textos relatando o ocorrido e o dito. O tema também é tratado no artigo Resolucion y Revolucion. Basicamente, o desânimo com a Duma faz renascer o revolucionarismo.

O grupo camponês ou "trudovique" e o POSDR
A questão da terra na Duma

Análise da bancada camponesa, publicados en Volná.

Ni tierra, ni libertad

Posição do presidente do Conselho de Ministros. Frente a isto, o que farão os diferentes grupos na Duma?

Triunfo eleitoral da social-democracia em Tiflis

Texto em Volná. Comemora o triunfo, pede para não criar ilusões demasiadas. E lembra: "nós nos achamos incomparavelmente mais distantes que os camaradas de Ocidente da revolução socialista, porém estamos diante da revolução camponesa democrático-burguesa, na qual o proletariado desempenhará o papel de chefe".

El gobierno, la Duma y el pueblo
Los kadetes impiden que la Duma se dirija al pueblo
Ni siquiera quieren negociar!
Acera del llamamiento de los diputados obreros de la Duma del Estado

Os quatro textos acima publicados em Volná. Conjuntura e quetais.

El problema de la tierra y la lucha por la libertad

Em Volná, maio/junho de 1906: O socialismo pequenoburguês é o sonho do pequeno proprietário de como acabar com a diferença entre ricos e pobres. O socialismo pequenoburguês supõe que se pode fazer a todos os homens pequenos proprietários "igualitários", nem pobres nem ricos. O socialismo pequenoburguês redige projetos de lei sobre o usufruto igualitário geral da terra. Porém a realidade é que não se pode acabar com a miséria e a pobreza do modo que quer fazê-lo o pequeno proprietário. Não pode haver usufruto igualitário da terra enquanto existir no mundo o poder do dinheiro, o poder do capital. Não haverá no mundo leis capazes de abolir a desigualdade e a exploração enquanto existir a economia mercantil, enquanto se mantiver o poder do dinheiro e a força do capital. Só a organização da grande economia social, planificada, com a transferência para a classe operária da propriedade sobre todas as terras, fábricas e meios de produção, está em condições de colocar fim a toda exploração. O socialismo proletário (marxismo) refuta, por isto, todas as esperanças infundadas do socialismo pequenoburguês na possibilidade do "igualitarismo" da pequena economia e inclusive, em geral, da conservação da pequena economia sob o capitalismo. (433)


Os goremikistas, os outubristas e os cadetes

Publicado em Volná. Conjuntura.

Liberdade de crítica e unidade de ação

Texto publicado em Volná, criticando a tentativa do CC eleito no IV Congresso, de restringir a liberdade de crítica dos bolcheviques. Diz Lenin: "o princípio do centralismo democráticoe da autonomia das instituições locais significa justamente liberdade de crítica plena e geral, já que com isto não se viola a unidade de uma determinada ação nem a inadmissibilidade de qualquer crítica que tenda a socavar ou a dificultar a unidade na ação decidida pelo partido". (438)

Malos consejos

Crítica a carta de Plejánov aos operários. Publicado em Volná.

Comentários e rumores sobre a dissolução da Duma do Estado.

Conjuntura, publicado em Volná.

Kautsky, acerca da Duma do Estado

Para Lenin, o erro cardinal dos mencheviques está em considerar que na revolução burguesa só pode tratarse da hegemonia da burguesia (447).
Lenin volta a falar da fração bolchevique.

Los kadetes, los trudoviques y el partido obrero

"Conjuntura", publicado em Volná.

Como raciocina o camarada Plejanov sobre a tática da socialdemocracia

Publicado no número 1 de Vperiod.

Resolução (II) do comite de petersburgo do POSDR sobre a atitude frente a Duma do Estado

Publicado como folheto.

Acerca de la consiga de un ministério da Duma
Sobre la situacion política actual
La táctiva del proletariado y las tareas del momento
La socialdemocracia alemana acerca de los kadetes
Ojeando diarios y revistas

Textos de "conjuntura", publicados em Vperiod. No segundo texto, Lenin diz que "dá alegria pertencer a uma época em que as massas começam a viver a vida política".

Que los obreros decidan

Texto publicado en Vperiod, criticando a posição do CC de apoiar um ministério kadete. Lenin diz que "nenhuma disciplina obriga aos membros do partido a subscrever cegamente todos os projetos de resolução compostos pelo CC".

No hay que mirar hacia arriba, sino hacia abajo
La reaccion inicia la lucha armada
Resolução (III) do comite de petersburgo do POSDR sobre a atitude frente a Duma do Estado

Textos de "conjuntura", publicados em Vperiod. 





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