segunda-feira, 23 de junho de 2014

Editorial do Página 13 de junho de 2014

Editorial

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A Copa, as eleições e depois

Vai ter Copa e a oposição torce pela derrota do Brasil, o que reforçaria o ambiente negativo do qual se nutrem as candidaturas de Aécio Neves e de Eduardo Campos.
Acontece que existe uma contradição antagônica entre a mudança desejada pelo povo e a mudança desejada pelas elites.
Por isto, a oposição não pode assumir abertamente seu programa: seria a derrota antecipada.
Sem poder falar do futuro nem do passado neoliberal, o que lhes resta é criticar “tudo isto que está aí”, combinando a denúncia de problemas reais, a manipulação midiática e a sabotagem ativa, para criar um ambiente de crise, deterioração e caos.
A oposição, o grande empresariado e (não esqueçamos dele) o imperialismo tentam pegar carona no desejo de mudanças manifesto por amplos setores da população.
A mudança que eles desejam se traduz na adoção de outro programa de governo, na derrota do PT e de Dilma: uma mudança para pior.
Já as mudanças desejadas pelo povo se traduzem em mais Estado, mais desenvolvimento, mais políticas públicas, mais emprego, mais salário, mais democracia.
A oposição de direita conta com duas candidaturas presidenciais: a candidatura Aécio Neves e a candidatura Eduardo Campos.

Claro que haverá empresários apoiando e votando em Dilma. Mas enquanto classe, o grande capital estará financiando, apoiando, votando e torcendo pela oposição.

O grande capital não faz isto por ser “ingrato”, nem por ser “desinformado”, mas por interesse de classe.

Cada vez que Dilma reitera que não foi eleita para reduzir salários nem para gerar desemprego, ela manifesta opções incompatíveis com a genética do grande empresariado brasileiro, secularmente acostumado ao crescimento com ampliação da desigualdade, com dependência externa e com democracia restrita.

Para enfrentar o consórcio entre a oposição de direita, o grande empresariado, o oligopólio da mídia e a quinta coluna que atua dentro do governo, precisamos de uma política de alianças, de uma estratégia e de um programa organizados em torno de uma ideia muito simples: fazer um segundo mandato Dilma superior ao atual, um segundo mandato orientado pelo espírito das reformas de base.

Falando em termos muito simples, trata-se de impugnar tudo aquilo que Vaccarezza representa. E recuperar tudo aquilo que Olívio Dutra expressa.

Estes são alguns dos assuntos tratados nesta edição de Página 13.


Os editores

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