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matéria assinada por Ilmar Franco e publicada no JB de 12/9/99:
1.A maioria dos delegados ao 2º Congresso Nacional do PT só será eleita em meados de outubro, nos encontros estaduais. Um pequeno número de delegados foi eleito nos encontros setoriais, ocorridos nos dias 11 e 12/9. Os encontros municipais ocorridos em 21/22 de agosto e 4/5 de setembro não elegeram delegados ao Congresso. Esta é uma diferença entre o Primeiro e o Segundo Congresso. No primeiro, havia delegados "municipais", eleitos diretamente, o que permitiu uma representação maior das bases. No segundo congresso, por decisão da maioria do Diretório Nacional, CONTRA o voto da chamada esquerda petista, foi abolida a figura do delegado municipal. Isto significa que os delegados ao Congresso tendem a ser mais "fechados" com suas respectivas tendências.
2.Não há o menor risco da disputa interna imobilizar o PT. Basta dizer que, alguns dias depois dos encontros municipais, o Partido foi um dos principais promotores da manifestação de 26 de agosto e apoiou decididamente o Grito dos Excluídos, dia 7 de setembro. Essa idéia de que a disputa interna, a democracia partidária, "atrapalham" é um equívoco que não encontra respaldo na história do próprio Partido. Os casos em que as divergências internas prejudicaram o desempenho do PT, em particular em algumas eleições, são exceção e não a regra.
3.Não concordo, também, que o II Congresso vá decidir entre ser alternativa de poder ou privilegiar a disputa interna. O que está em jogo no II Congresso é: qual a tática do PT na luta contra o governo federal; qual a tática do PT para 2000 e para 2002; qual a política de alianças; qual o programa. Estas são as questões em disputa, ou seja, QUAL alternativa de poder.
4.Ao contrário do que diz Tarso Genro, as teses do setor moderado do Partido não discutem como "derrotar o neoliberalismo e transitar para o socialismo". Aliás, praticamente não falam do socialismo.
5.Em qualquer caso, fiquei entusiasmado em ver que o companheiro Tarso Genro desistiu da pregação em favor da terceira via no PT (nem radicais, nem moderados) e assumiu que existem "dois projetos em discussão", dois campos em luta, "um mais aferrado à tradição da esquerda mundial e outro (...) que busca uma alternativa cuja formulação não está acabada".
Atenciosamente
Valter Pomar
3º vice-presidente nacional do PT
1.A maioria dos delegados ao 2º Congresso Nacional do PT só será eleita em meados de outubro, nos encontros estaduais. Um pequeno número de delegados foi eleito nos encontros setoriais, ocorridos nos dias 11 e 12/9. Os encontros municipais ocorridos em 21/22 de agosto e 4/5 de setembro não elegeram delegados ao Congresso. Esta é uma diferença entre o Primeiro e o Segundo Congresso. No primeiro, havia delegados "municipais", eleitos diretamente, o que permitiu uma representação maior das bases. No segundo congresso, por decisão da maioria do Diretório Nacional, CONTRA o voto da chamada esquerda petista, foi abolida a figura do delegado municipal. Isto significa que os delegados ao Congresso tendem a ser mais "fechados" com suas respectivas tendências.
2.Não há o menor risco da disputa interna imobilizar o PT. Basta dizer que, alguns dias depois dos encontros municipais, o Partido foi um dos principais promotores da manifestação de 26 de agosto e apoiou decididamente o Grito dos Excluídos, dia 7 de setembro. Essa idéia de que a disputa interna, a democracia partidária, "atrapalham" é um equívoco que não encontra respaldo na história do próprio Partido. Os casos em que as divergências internas prejudicaram o desempenho do PT, em particular em algumas eleições, são exceção e não a regra.
3.Não concordo, também, que o II Congresso vá decidir entre ser alternativa de poder ou privilegiar a disputa interna. O que está em jogo no II Congresso é: qual a tática do PT na luta contra o governo federal; qual a tática do PT para 2000 e para 2002; qual a política de alianças; qual o programa. Estas são as questões em disputa, ou seja, QUAL alternativa de poder.
4.Ao contrário do que diz Tarso Genro, as teses do setor moderado do Partido não discutem como "derrotar o neoliberalismo e transitar para o socialismo". Aliás, praticamente não falam do socialismo.
5.Em qualquer caso, fiquei entusiasmado em ver que o companheiro Tarso Genro desistiu da pregação em favor da terceira via no PT (nem radicais, nem moderados) e assumiu que existem "dois projetos em discussão", dois campos em luta, "um mais aferrado à tradição da esquerda mundial e outro (...) que busca uma alternativa cuja formulação não está acabada".
Atenciosamente
Valter Pomar
3º vice-presidente nacional do PT
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