Deveriam impedir notícias ruins entre o Natal e o Ano Novo. Inclusive as que envolvem nosso Partido. Por exemplo as movimentações em favor da bancada do PT apoiar a candidatura de Baleia Rossi para a presidência da Câmara dos Deputados.
Baleia Rossi é a candidatura urdida no encontro entre Michel Temer e Rodrigo Maia. Os três são golpistas e ao menos a Maia não falta sinceridade.
Segundo declarações dele,
publicadas hoje na imprensa, “o nosso campo vota majoritariamente a favor da
agenda econômica do governo. Após a sucessão, é óbvio que a agenda econômica
vai continuar sendo liberal." Perguntado se há o compromisso com a
oposição de não pautar privatizações, Maia responde que “não há compromisso de
deixar de pautar matéria alguma."
Sobre 2022,
ele considera que o bloco de apoio a Baleia Rossi seria “um sinal forte de que
parte desse bloco pode estar junto em 2022. Nós demos o grande passo para
reduzir de vez a radicalização da política brasileira." Maia aproveitou
para citar os nomes de Luciano Huck, João Doria, ACM Neto, Ciro Gomes e Paulo
Câmara."
Moral da
história: a “tática antifascista” implementada pela maioria da bancada do PT na
Câmara dos Deputados pode, na melhor das hipóteses, derrotar Arthur Lyra. Mas não
responde como derrotar o neoliberalismo.
Uso aspas ao falar da “tática antifascista”, por diversos motivos.
Primeiro, porque acho que
Bolsonaro tem uma óbvia pegada fascista; mas seu governo, a coalizão que o
sustenta e as políticas que implementa não são exatamente “fascistas”. São reacionárias,
são regressivas, são fundamentalistas, são neoliberais, são de direita, são
ultraconservadoras, são milicianas, são racistas, são misóginas, são lgbtfóbicas, são saudosistas da ditadura militar, mas não são exatamente “fascistas”, ao menos se quisermos
ter rigor com os termos.
Uso aspas,
também, porque acho que a maioria da bancada do PT na Câmara dos Deputados decidiu
participar do “Bloco do Maia” por diversos motivos. Certamente derrotar a
candidatura apoiada por Bolsonaro é um deles; mas há outros motivos, entre os
quais garantir espaço na Mesa, na presidência de Comissões, em relatorias
importantes etc. Se o objetivo fosse “apenas” derrotar a candidatura apoiada por
Bolsonaro, a maioria da bancada teria adotado outra tática, por exemplo, lançar desde o início e para valer uma candidatura
petista no primeiro turno da eleição para a presidência da Câmara.
Mas há um
terceiro motivo pelo qual uso aspas na expressão “tática antifascista”. Este
motivo é: considero que esta tática dificilmente vai “dar certo”; e mesmo que dê "certo", terá como resultado fortalecer algumas das “causas estruturais” do bolsonarismo.
Explico: Baleia
Rossi pode derrotar Arthur Lyra. E uma candidatura do “bloco do Maia” pode
vencer as próximas eleições presidenciais. Mas o programa que esta gente
defende -- o programa neoliberal versão 5G – vai ampliar a desigualdade social e o corolário disso é menos democracia, não mais democracia.
Ou seja, na melhor das hipóteses, teremos expulsado o cavernícola pela porta,
mas as condições econômicas, sociais e políticas continuarão propícias ao reino
das cavernas.
Por isso o
PT e a esquerda precisam de outra “tática antifascista”. Pois a "tática-antifascista-versão-frente-ampla-com-neoliberais” já mostrou seus defeitos e limites em 2020.
O vice do Lira pode ser o Eduardo Bolsonaro. A pauta do Lira pode fazer com que o diversionismo do governo venha pra camara. Já imaginou o projeto do Dudu de criminalizar o comunismo pode ser derrubado por 133 votos? Isso contando até o da Tábata Amaral. O PT precisa tanto do centro, quanto o centro do PT. O PT só chegou ao governo com participação da direita, pois a esquerda não tem nem 25% do eleitorado.
ResponderExcluirEu prefiro o Pimenta de vice da camara que o Dudu. Sei lá. Acho que já basta o fascismo no executivo e no judiciário, e que se o pt é quem defende você, ele não pode se omitir nessa escolha.
Exatamente. A esquerda não tem votos na Câmera. Infelizmente a população elegeu deputados de direita, mas entre um representante da direita neoliberal, golpista e um da extrema direita golpista também, deve-se evitar o mau maior.
ExcluirEsse apoio põe ainda mais cor cinza no vermelho já descolorado do PT de outrora. Aquele PT agora só existe nos anais do partido, que se partiu, descoloriu,
ResponderExcluir"endireitou" e só sabe falar "data vênia" e dar "tapinha nas costas" de golpistas safados.