1/Bom dia a todos e a todas.
CONJUNTURA
2/Embora esta
reunião seja dedicada ao balanço das eleições, considero essencial destacar o
que vem pela frente: o aprofundamento da tragédia sanitária, social e
econômica.
3/ recrudescimento
das contaminações e das mortes devido não apenas ao Covid 19
4/desemprego
crescente, que vitima especialmente os jovens, a miséria e a fome vão crescer ainda
mais, nas próximas semanas e meses, com o fim do auxílio emergencial
5/situação
econômica do país desastrosa para a imensa maioria
6/isto
deve estar no centro da nossa atuação
7/inclusive
dos prefeitos que vão tomar posse em janeiro
8/a conclusão
que tiramos daí é que devemos retomar a campanha pelo impeachment, eplo Fora
Bolsonaro
9/e reforçar
a luta pela anulação dos processos ilegais contra Lula e pela devolução de seus
direitos políticos
10/e aprender
a lição de 2020: a defesa da vida (vacinação universal, renda emergencial,
geração de empregos) x tem que estar combinado com a luta pelo fim do governo
Bolsonaro
11/por óbvio,
defendemos que as bancadas do PT tenham candidatura à presidência das Mesas e não se comprometam com quem
está diretamente relacionado com esta crise e seu agravamento, reforçando quem já
saiu reforçado do processo eleitoral
SOBRE O BALANÇO ELEITORAL
1/Sobre o
balanço, entendemos que estamos começando o balanço e que há muita coisa que
precisa ser analisada com ciência.
2/as
condições em que a eleição ocorreu, prazo curto, pandemia, sem coligações, com
fundo etc. precisam ser ponderadas, assim como as fake news, a compra de votos,
a manipulaçõ da ajuda emergencial, o peso de quem já era governo, a redução nas
lutas sociais, o capitalismo, MAS É importante lembrar que tudo isto já estava dado
quando muitas imaginavam que teríamos uma grande vitória
3/DA NOSSA
PARTE, a ideia essencial de nosso balanço é que os resultados de 2020 confirmam,
mais uma vez, que não virá principalmente da luta eleitoral-institucional o impulso
necessário para derrotar o bolsonarismo e o ultraliberalismo.
4/Para alterar
a correlação de forças politica do país, faz-se necessário uma grande onda de
lutas sociais.
5/Sem
isso, as próximas eleições tendem a perpetuar a atual correlação de forças, com
pequenas inflexões à esquerda ou à direita.
6/defendemos
que o Partido utilize o ano de 2021 para isso.
7/É
preciso aproveitar o fato de 2021 ser um ano sem eleições, para ampliarmos ao
máximo a mobilização e a organização do povo, e para ampliar e capilarizar nossa
presença em todo o território nacional e em todos os setores sociais.
8/Defendemos
também realizar, no primeiro semestre, ou um 8º Congresso, ou um encontro extraordinário, com o objetivo
exclusivo de prosseguir o debate iniciado no 6º Congresso, acerca do programa,
da estratégia, da tática, da política de alianças e da organização do Partido.
9/isto
porque existe um problema POLITICO de ESTRATEGIA
10/este
problema não se resolve com medidas administrativas e organizativas
11/por
exemplo a proposta do Teixeira de uma frente orgânica, isto não é uma decisão
que possa ser tomada no DN
AINDA
SOBRE O BALANÇO
12/Caberá também
ao 8º Congresso (ou Encontro Extraordinário) concluir o balanço do processo
eleitoral de 2020.
13/No item
10 de nosso projeto de resolução, apresentamos acho que doze itens que devem ser analisados.
14/sem
prejuízo desse debate mais profundo, temos que combater o discurso segundo o
qual a população não quereria radicalismo, a população desejaria moderação, saídas
pelo centro
15/primeiro,
não foi o centro que ganhou estas eleições, foi a direita no sentido amplo (os
golpistas)
16/segundo,
o bolsonarismo não se saiu bem, mas é um erro superestimar isso
a/no país
inteiro, candidaturas
b/pauta bolsonarista
muito forte (esgoto: baby Aécio Neves, Melo, Sarto)
c/bolsonarismo
é um instrumento, o essencial é o programa... foram esses que ganharam
d/nada
impede que, na ausência de alternativa melhor, se unam de novo em torno de Bolsonaro
SOBRE O PT
17/Tivemos vitórias políticas e eleitorais
18/Tivemos
derrotas eleitorais e vitórias políticas (Benedita, Marilia)
19/Novidades
importantes (por exemplo eleição de jovens, mulheres,
negros e negras)
20/Mas
olhando a eleição como um todo, nacionalmente, comparando com o que queríamos,
com o que dizíamos que íamos ter, com o que era necessário, a conclusão é que
tivemos uma derrota eleitoral e política.
-menos
prefeitos
-menos
vereadores
- número
de votos similar
- número similar
de pessoas governadas
-nenhuma capital
-resutado
preocupante no NO
-derrota
gravíssima em BH
-derrota
gravíssima em SP
21/E sobre
a derrota em SP, não é algo trivial. Do primeiro ao último dia, houve uma
cristianização da candidatura de Jilmar Tatto. Contra quase tudo, contra quase
todos e contra uma parte de "nós mesmos". Isso não pode ser colocado debaixo do
tapete.
ALIADOS
22/quanto
aos nossos supostos ou reais aliados...
a/não vou
falar dos coligados de direita, com que não deveríamos estar coligados (aliás, estou muito curioso em saber como será a
reunião do Vaguinho com Bolsonaro amanhã)
b/falar o que do PDT
de Ciro, que mesmo depois de Sarto só ter vencido graças ao eleitorado petista, dedicou-se a ataques infames contra o PT?
c/falar o que do PSB, que elegeu em Recife a versão baby do Aécio Neves?
d/PCdoB (nós defendendo a Manuela contra os mesmos ataques que Marilia Arraes sofria, sem que Luciana se insurgisse contra isso) [clausula de barreira]
e/PSOL (esforço para projetar Boulos e crítica de Edmilson a Lula em entrevista a O Globo, depois do segundo turno)
23/enfim, o quadro não é fácil, até porque dentro do PT, também há problemas graves
-governador
Camilo operou a serviço dos Ferreira Gomes
-varios
parlamentares (contra os quais pedimos abertura de processo disciplinar) apoiaram
abertamente candidaturas de outros partidos
-Jaques e
outros abriram o debate sobre 2022 da pior maneira possível x “refém de Lula”
-há um
ambiente na base do partido que não é de vitória, não é de meia vitória, é de
imensa preocupação
-e o crescimento da abstenção, dos votos brancos e nulos, revela
que há uma operação (vide Barbosa) em favor de um voto facultativo de fato, excluindo da vida política um pedaço imenso da classe trabalhadora
CONCLUINDO
24/o ciclo de derrotas que começou em 2015 não terminou e este ciclo de derrotas não
vai terminar enquanto não houver uma onda de lutas sociais
25/é bom dizer que nós da AE não imaginávamos que fossemos ter uma grande vitória
26/aliás,
em geral sempre fomos mais pessimistas do que o Guimarães e outros
27/entretanto e paradoxalmente, o resultado mostrou que havia espaço para termos resultados melhores
(mais vitórias eleitorais e mais vitórias políticas)
-no caso de SP, por exemplo, Haddad tinha que ter sido candidato
-falando em geral:
-tivemos mais
candidaturas que 2016
-havia um clima
melhor do que em 2016
-havia o desgaste
de Bolsonaro
-havia espaço
para ampliar a oposição a Bolsonaro (obtendo vitórias políticas, inclusive eleitorais)
-neste quadro, nacionalizar
teria sido eleitoralmente útil
-mas como
foi dito, prevaleceu a mais estrita municipalização (e isso foi comum a todos
os partidos de esquerda e também a candidaturas petistas de todas as tendências)
28/Reitero:
há muitas informações que precisamos debater. Por exemplo analisar o tema do
Fundo, agora podendo analisar os recursos versus o desempenho das candidaturas.
29/mas para
vencer em 2022 ou quando for, precisamos reconhecer o que houve agora: uma
derrota. A melhor coisa para a classe trabalhaora, para a esquerda, é sempre falar a verdade.
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