segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Não foi por falta de aviso (2 - sobre César Benjamin)

Tem muita gente espantada com a presença de César Benjamin no Secretariado de Crivella, prefeito eleito do Rio de Janeiro.

Não é o meu caso.

A última vez que fiquei "surpreso" com este senhor foi quando ele resolveu ser vice de Heloísa Helena, na eleição presidencial de 2006.

Naquela época, escrevi isto aqui: http://valterpomar.blogspot.com.br/search?q=cesar+benjamin

Anos depois, nas eleições de 2014, citei novamente este senhor num artigo intitulado "Ser de esquerda não é profissão de fé".

Este artigo está aqui: http://valterpomar.blogspot.com.br/2014/09/ser-de-esquerda-nao-e-profissao-de-fe.html

No final deste artigo, eu digo o que segue abaixo, em vermelho:

A declaração que critiquei está disponível em https://www.facebook.com/cesar.benjamin.58/posts/732337526801628

O autor da declaração é César Benjamin, que conclui dizendo que "a esquerda brasileira não cansa de me decepcionar".

Não posso dizer o mesmo. 

Me "decepcionei" com César Benjamin em maio de 1994, quando vi que posições ele defendeu no debate sobre o programa da candidatura Lula. 

O que veio depois pode ter sido surpreendente, mas nunca "decepcionante": quando e como saiu do PT, quando e como atuou na Consulta Popular, quando e como virou candidato a vice-presidente na chapa de Heloísa Helena, quando e como atacou Lula de forma vil etc.

Aliás, para os que não lembram deste último episódio, sugiro ler http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/A-Cesar-o-que-e-de-Cesar%0d%0a/4/15431

Mas como ainda há gente que o considera uma pessoa de esquerda, recomendo a leitura dele mesmo, em http://resistir.info/brasil/c_benjamin_05ago05.html

Recomendo especialmente o seguinte trecho (o negrito é meu):

"Muitos temem que a direita se fortaleça. Estão certos, mas só no curto prazo. Paradoxalmente, a crise do governo Lula poderá vir a ser a crise do neoliberalismo no Brasil, propiciando, finalmente, o aparecimento de uma proposta real de mudanças, cujo contorno continua obscuro. Não creio, porém, que a sociedade aceite passivamente o retorno dos velhos esquemas, já conhecidos, que afundaram o país no atoleiro. Ela demandará um projeto novo. Nossa grandeza será medida pela capacidade que tivermos para construí-lo. De esquerda, de preferência. Com a esquerda, se possível. Sem a esquerda, se necessário, pois a crise brasileira é grave demais. Há muito sofrimento humano em jogo. No que me diz respeito, o compromisso com o povo e a nação está acima das seitas".

"Sem a esquerda, se necessário".

É preciso dizer algo mais? 





Nenhum comentário:

Postar um comentário