O professor Aldo Fornazieri escreveu e Carta Capital publicou um artigo intitulado "A farsa", dedicado a demonstrar que "o regime de Nicolás Maduro não é e nunca foi de esquerda".
Quem quiser ler, procure aqui: Aldo Fornazieri: Maduro faz na Venezuela o que Bolsonaro desejava fazer no Brasil – Mundo – CartaCapital
Lendo o artigo, constata-se que o professor é um profundo conhecedor da Venezuela. Mas de uma outra Venezuela, que só existe no mundo alternativo de Fringe.
Neste mundo alternativo, não existe a ingerência dos Estados Unidos, não existem as sanções e não existe uma oposição de extrema-direita, "detalhes" que não são citados uma única vez na "Farsa" de Fornazieri.
Na outra Venezuela de Fornazieri, Guaidó o autoproclamado nunca existiu, as empresas e reservas internacionais da Venezuela nunca foram roubadas, gangues de criminosos não participam dos "protestos pacíficos".
Infelizmente, não conheço esta outra Venezuela. Talvez por isso termine a leitura do texto de Fornazieri num clima meio déjà vu.
Afinal, desde que me entendo por gente, já li inúmeros textos parecidos, inspirados nesta crença de que o nosso lado tem que ser perfeito; se não for perfeito, não é nosso lado e deve ser desmascarado e tirado de cena, mesmo que para isso seja necessário contar com a ajuda da mão "invisível" da extrema-direita e do imperialismo.
Nisto está a verdadeira farsa, aliás.
O melhor de seu texto é saber usar a referência de Fringe, uma série muito boa com o melhor encerramento de uma série.
ResponderExcluirAgradeço a explicação! Não tinha ideia sobre o significado do termo Fringe😉
ExcluirNão sou um nerd como vocês aí, mas estava lendo sobre uma possível pedagogia Jedi.
ResponderExcluirhttps://www.omelete.com.br/star-wars/geekidz-como-mostrar-star-wars-as-criancas
Pra entender a Venezuela também é complicado, mas o essencial é que Império é Império.
E no final, venceremos
O mais danoso nos sites ditos do campo progressistas é o alinhamento de algumas táticas idênticas ao da mídia corporativa.
ResponderExcluirUma delas é que todos dão espaço sempre aos mesmos "especialistas, estudiosos" sobre quaisquer assuntos.
As mesmas figuras se tornam frequentes e acaba-se associando a elas uma relativa autoridade, como se suas percepções fossem sinônimo de profundo conhecimento e práxis política.
O rodízio pelos sites dos mesmos "pseudo especialistas" vai criando, como na mídia corporativa, uma estreita e limitada análise material sobre as diversas questões políticas contemporâneas.
Na mídia hegemônica os palpites defendem a visão capitalista sempre. Nos sites progressistas há o limite estabelecido pelo governo progressista, que raramente é contestado politicamente.
Seja sobre Russia, China, Venezuela, Palestina ou qualquer outra nação oprimida, os mesmos de um campo e outro repetem seus achismos e, perde-se a real chance dev aprofundamento do debate pela superação da opressão do capital e conscientização política sob a perspectiva libertária.