No dia 2 de agosto, a executiva nacional do PSOL divulgou sua posição sobre a situação na Venezuela.
A nota está aqui: Nota do PSOL sobre a situação na Venezuela (psol50.org.br)
Deixo aos entendidos comentar como se construiu esta nota, quem votou e quem não votou etc.
Me limito ao que está escrito.
A nota “manifesta apoio” à posição dos governos do Brasil, Colômbia e México; considera justa a “cobrança por mais transparência endereçada às instituições eleitorais daquele país”; condena a “política de embargos econômicos e a ingerência estrangeira”; mas também considera “justa” a proposta de “acompanhamento internacional independente”; adianta que apoiará “qualquer medida que possa contribuir para legitimar uma saída que respeite a vontade e a soberania popular e a institucionalidade do país barrando as ameaças golpistas – sempre sustentadas pela direita venezuelana"; e termina dizendo que seguirão trabalhando na direção da “superação do impasse na Venezuela”.
Uma nota politicamente correta, vazada em termos diplomáticos.
O cuidado foi tanto, que a nota do PSOL nem ao menos inclui a palavra "Maduro".
Nem cita a posição dos EUA, adotada no dia 1 de agosto, nomeando Guaidó Segundo.
Que um candidato, seja do PSOL ou de outro partido menos afortunado, evite certas polêmicas, é compreensível e em alguns casos pode ser até recomendável.
Foi o que fez Boulos, com menos diplomacia do que a nota do PSOL, como se pode ver aqui: Metrópoles Política | Candidato à Prefeitura da capital paulista, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) classificou como “extremamente preocupante” a… | Instagram
Mas que um partido evite certas questões, aí são outros quinhentos. Trata-se principalmente de uma escolha, não de uma contingência.
E a escolha que o PSOL fez, ao menos até o momento, foi se colocar sob a proteção de uma nota diplomática negociada (arduamente) por três governos.
Sobre o mérito, já comentei noutro lugar.
Sobre o método, são as voltas que o mundo dá.
Quando surgiu, o PSOL demarcou com o PT de diversas maneiras. Uma delas era nos acusar de institucionalismo.
Vinte anos depois, algo está mudando. E bem rápido, eu diria.
Boulos é um candidato e precisa proteger sua candidatura e da esquerda contra acusações de chavismo.
ResponderExcluirMas é bom lembrar que o PSOL não recusou apoio da Venezuela e portanto do governo Maduro, quando faltou oxigênio em Manaus durante aquela várzea que estava o governo Bozo-Pazuelo.
É bom lembrar que o regime chavista aos 47 min do 2o tempo, socorreu Cuba que estava passando fome e escassez de energia.
Boulos é como um jovem chileno: pragmático.
Tanto que não dá um pio sobre o povo palestino hoje, quando no passado nunca deixou de prestar solidariedade.
Política exige aparência. Non ducor duco