Reunida na noite de 2 de outubro, a direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda aprovou as seguintes diretrizes.
1.Acabam de ser divulgados os resultados do primeiro turno das eleições de 2022. Há vitórias importantes a comemorar, vitórias conquistadas pela mobilização da militância petista e de esquerda. É o caso do desempenho geral da região nordeste, em particular a vitória em primeiro turno das candidaturas petistas ao governo do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, assim como das candidaturas ao Senado em Pernambuco, Pará, Piauí e Ceará. É o caso, também, dos resultados positivos - com ou sem vitória - obtidos em diversas eleições majoritárias e proporcionais. Vale destacar, ainda, nossa presença no segundo turno da Bahia, de Sergipe, de Santa Catarina e de São Paulo. Mas não podemos nem devemos "tapar o sol com a peneira": o resultado global foi pior do que o previsto por alguns, muitas vezes baseados em uma interpretação incorreta de pesquisas e/ou baseados em pesquisas falhas.
2.Na disputa presidencial, conforme a análise política indicava, mesmo quando as pesquisas e nosso desejo diziam o contrário, acabou prevalecendo a vontade da maior parte da classe dominante: garantir um segundo turno.
3.Neste segundo turno, alguns setores
da classe dominante pretendem reeleger o cavernícola; outros setores da classe
dominante pretendem obrigar nossa candidatura a manter as políticas neoliberais.
4.Seja como for, este não é o momento de fazer um balanço global do resultado. Este momento chegará e é necessário, até porque há derrotas que poderiam ter sido evitadas e vitórias que poderiam ter sido conquistadas, se a tática tivesse sido outra. A todos e todas que travaram o bom combate, nossa homenagem!
5.Entretanto, a hora é de reorganizar nossas fileiras e lutar para vencer o segundo turno, tanto nacional quanto nos estados. Entretanto, para que isso seja possível, é fundamental adotar algumas medidas imediatas, entre as quais queremos citar algumas.
6.A primeira dessas medidas é: precisamos voltar a ter direção coletiva. Os métodos de direção adotados no primeiro turno não são capazes de nos conduzir ao triunfo no segundo turno.
7.No caso do nosso Partido, é indispensável reunir imediatamente o
Diretório Nacional e constituir ou reorganizar coordenações de campanha em
todos os estados e municípios. É preciso voltar a ter funcionamento de Partido, pois é também no espaço coletivo do Partido que se tornará possível debater e implementar a tática política necessária
para vencer o segundo turno.
8.Uma segunda medida é: basta de subestimar o inimigo. A extrema direita e seus aliados demonstraram mais uma vez ter resiliência e capacidade de reação. Demonstraram, também, na contramão dos que fazem campanhas despolitizadas, que fazer luta ideológica também produz resultados eleitorais.
9.Como método, propomos algo
simples: partir sempre do princípio de que o inimigo pode nos derrotar. Afinal,
quem acha que a vitória é garantida, não luta com a mesma energia. Quem achava,
por exemplo, que estava garantida a vitória no primeiro turno, agora se deixa
esmorecer por um desde sempre previsível segundo turno.
10.Uma terceira medida que queremos destacar é: nossa prioridade não é conquistar os votos do chamado centro ou dos chamados setores médios. Aliás, basta de superestimar a força eleitoral dos neoaliados de direita (o resultado eleitoral no estado de São Paulo é didático a respeito).
11.Nossa prioridade deve ser disputar o voto da
classe trabalhadora, a começar pelos milhões que se abstiveram de participar do
processo eleitoral. E para isso é preciso sair da zona do conforto: campanha
nas redes é necessária, mas não substitui o corpo a corpo junto ao povo, a
classe trabalhadora, às mulheres, os negros e negras, os moradores da
periferia, a juventude. E neste corpo a corpo é preciso apresentar mais propostas
de futuro e travar mais disputa cultural contra as posições da extrema direita,
em favor das posições democráticas, populares e socialistas.
12.Por fim, propomos que o companheiro Lula faça uma conclamação especial à militância petista e de esquerda. É essa militância que garantiu nossas vitórias em 2002, 2006, 2010 e 2014. Foi essa militância que quase derrotou o cavernícola em 2018. Foi essa militância que manteve viva a luta pelo Lula Livre e nos levou em primeiro lugar para o segundo turno de 2022. É essa militância que pode e vai fazer a diferença nas próximas horas, dias e semanas, até a vitória de 30 de outubro.
13.Agora é preciso concentrar todas as nossas energias em um único objetivo: derrotar a extrema-direita, eleger Lula presidente.
A direção
nacional da tendência petista Articulação de Esquerda
Brasília, 2
de outubro de 2022
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