segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Não me engana, que eu não gosto!


Os fatos abaixo relatados são mera ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Episódio 1

No final-de-semana anterior às eleições, houve uma mobilização nacional, com direito a samba e música, em favor da candidatura Lula.

No meio da festa, pessoa um se aproxima da pessoa dois e pergunta: "e aí, vai dar no primeiro turno?"

Pessoa dois responde: é possível, mas não é o mais provável. 

Pessoa um olha para pessoa dois com cara de ué e pergunta: "você tem alguma informação reservada?"

Pessoa dois responde: nenhuma informação reservada, apenas análise política e um pouco de realismo, ou se ela quisesse chamar assim, de "pessimismo estrutural".

A pessoa um, com muita delicadeza, manda a pessoa dois catar coquinho e afastar dela o tal "pessimismo".

Pessoa dois suspira e responde mais ou menos o seguinte: falemos depois da apuração, mas se eu estiver certo, é melhor ficar perto dos "pessimistas", pois eles não vão esmorecer e vão saber enfrentar melhor a situação.

Episódio 2

Praça da Sé. Quinta-feira antes da eleição. Chuva e frio. Estação de metrô lotada de moradores de rua. Quatro seguranças do metrô sobem a escada rolante. Logo atrás, uma testemunha ocular. De repente um alvoroço. Vários moradores de rua correm em direção ao segurança. Sujos, maltrapilhos, famélicos, gritam: segurança, segurança, façam alguma coisa. E antes que alguém perguntasse, explicaram: aquela mulher ali atrás está se masturbando, façam algo!

Ou como já disse alguém: a ideologia dominante é a ideologia da classe dominante. E a hegemonia da extrema-direita é muito, mas muito profunda. 

Episódio 3

Grande cidade de um grande estado. Um carro circulava desfraldado com a bandeira do PT. Ao mesmo tempo, dezenas e dezenas de carros circulavam com a bandeira verde e amarela. 

O dono do carro comenta com um conhecido: isto é um péssimo sinal. A resposta do conhecido foi: "ainda bem que não é isso que decide o resultado".

Episódio 4

Post de André Janones, no sábado 30 de outubro, crava o seguinte: "10 mil pessoas acompanhando um presidente da república na véspera da eleição. Printem isso: a surra amanhã vai ser MUITO (sic) maior do que as pesquisas mostram! Os institutos não conseguem pegar o movimento de rede das últimas hora (sic) e, esse ano, esse movimento será a nosso favor!

O cidadão autor das palavras acima transcritas é considerado um especialista. Como ele, muitos outros fizeram previsões e apostas que correspondiam a seus desejos e aos desejos de quem ouvia. 

O dinheiro gasto e o dinheiro ganho com estas previsões será devolvido. Esta última frase é ficção. O resto fica por conta da dura e crua realidade.




 

5 comentários:

  1. Espero que a Campanha do PT ponha os pés no Chão e na Rua e tenha aprendido que Eleição não se ganha nada redes sociais. Além disso, Lula precisa dizer o que vai fazer e não ficar repetindo o passado, que os jovens desconhecem e não os interessa, pois vivem agora e quer perspectivas de Futuro. Pra terminar, que ouça quem realmente faz análise política e não análise de redes sociais

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  2. Estou com muito medo. Faço parte da parcela da população que será literalmente morta pela direita caso ela se eleja. Não sei mais para onde correr... Não sei mais como me manter de pé caso sejamos derrotados. Estou em desespero!

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  3. Com os resultados eleitorais, inclusive para deputadas/os/es ficou mais do nítido que é nas ruas que se conquista votos. As redes digitais não definem nada. Like é deslike são apenas um momentos transitório

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  4. Menos oba oba (depois se festeja)
    Menos rede social (sai da bolha)

    Não é bem nas ruas...
    Classe operária e trabalhadora diminuiu (vide metalúrgicos que se elegeram em SP), mas ela mora nos territórios de antes.

    PT carioca voltou a empatar com PSOL: 5 federais cada.

    Lula voltou a pintar mapa da capital de esperança e PT disputou e venceu na periferia.

    Território. Petistas são hoplitas.

    O estado de espírito (psicologia) da classe operária e trabalhadora precisa ser compreendido para reverter as abstencoes do 1o turno.

    Ser pessimista não vai ajudar.

    A Providência ajuda as crianças, os bêbados e os otimistas.

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  5. Governar é desenhar sonhos, dizer o o que vai fazer para mudar a dura realidade violenta e excludente em um mundo cada dia com mesmos emprego.
    Porque para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve.

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