O PT tem uma direção nacional.
Esta direção tem, salvo engano, 94 integrantes.
Estes integrantes foram eleitos por diferentes chapas.
Uma destas chapas elegeu a maioria relativa dos 94.
Alguns dos integrantes desta chapa-maioria-relativa são bastante ativos no debate de ideias.
Dentre os mais ativos, dois são do Rio de Janeiro.
Um deles (chamemos de Carioca 2) escreveu, recentemente, que "o Congresso Nacional é composto em sua maioria por extremistas de direita e por fi$iológico$ à $erviço de seus próprios interesses".
Ele afirmou, também, que este "Congresso só concordou em substituir o verdadeiro garrote do teto de gastos se o governo apresentasse uma nova proposta de política fiscal. Daí nasceu o Arcabouço (...)".
Notem que, segundo esta descrição, descrição que não é minha, o Arcabouço resulta de uma mediação entre o governo e o Congresso.
Mediação onde quem teve a palavra final ("só concordou em substituir") foi o Congresso majoritariamente de extrema direita e fisiológico.
Até aí eu consigo entender e (quase) concordar.
Quase, entre outras coisas porque faltou dizer que o Congresso é, também, majoritariamente neoliberal.
Sigamos.
O que eu não consigo entender é o seguinte: se esta foi a origem do "Arcabouço", então deveríamos ter uma postura crítica sobre ele, certo?
Afinal, o tal "Arcabouço" expressa uma mediação, não o nosso ponto de vista.
E, se é assim, não basta dizer - como diz o Carioca 2 - que temos o dever de "defender a política econômica do governo".
Seria preciso, também, reconhecer que ao menos parte desta política não expressa o nosso ponto de vista, mas sim o ponto de vista que nos foi imposto pela maioria do Congresso Nacional.
Logo, não faz sentido concluir o que afirma o Carioca 2, a saber, que "se o Arcabouço fazer (sic) água, o governo afunda!"
Sentido faria dizer algo mais ou menos assim: precisamos criar as condições para superar os limites do Arcabouço, pois senão o governo não decola.
Claro, dizer isto implica em deixar de lado o pensamento-chapa-branca.
Não afunda, mas...
ResponderExcluirO Breno Altman compara Prestes, Brizola e Lula.
São no bom sentido 3 cabeçudos, não?
Enfim, erraram e enfrentaram as derrotas com omissão, coragem e paciência. As vezes apostaram em irresponsável demora.
O nó górdio continua atado.
Alexandre era jovem, e grande
Acho que a conclusão é boa. Se somos obrigados a fazer uma escolha que não é nossa, mas por falta de outra alternativa, isso deve ser dito e esclarecido sempre, sob pena de não parecer verdadeiro
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