quarta-feira, 12 de junho de 2024

A “saída honrosa”

A Folha de S. Paulo divulgou, hoje, um editorial sobre a greve nos institutos e universidades públicas federais.

Segundo a Folha, o governo teria oferecido uma “saída honrosa” para a greve, que permitiria encerrar um movimento que já seria “abusivo”.

Entretanto, a Folha também critica as medidas anunciadas pelo governo, que segundo o jornal ampliariam o gasto público e o aparato estatal.

A Folha questiona, ainda, a estabilidade dos servidores e o não desconto dos dias parados. E defende abrir as instituições educacionais federais ao investimento privado.

A rigor, os neoliberais defendem estas e outras medidas há tempos. E aproveitam o conflito entre o governo e os grevistas, para entoar a cantilena de sempre.

A única novidade no editorial é a tese da “saída honrosa”. Como o conceito de honra varia conforme o freguês, a questão substancial é: em parte por pressão da greve, o governo suplementou parcialmente o orçamento das universidades; mas segue adiando para 2025 a maior parte da reposição salarial.

Se daqui até sexta-feira 14/6 o governo não produzir nenhum fato novo, o movimento grevista terá que decidir entre suspender a greve ou persistir nela, mas sem perspectivas de outros ganhos.

Com ou sem honra, nos dois casos teremos uma derrota do movimento, mesmo que parcial. E se tem derrotado, tem vitorioso. Quem terá vencido? Os estudantes? A sociedade? A educação? O governo?

Infelizmente, a vitória neste caso - noves fora - terá sido dos de sempre: daqueles que abocanham grande parte dos recursos públicos e o transferem para arcas privadas. Os mesmos que atacam o governo e que sempre buscam uma saída que seja, não “honrosa”, mas horrorosa,

Neste sentido, politicamente falando, o governo – ao não buscar uma saída negociada com os que efetivamente estão em greve – comete um grande erro. Até sexta-feira, há tempo de corrigir.


2 comentários:

  1. Que depois Lula não ponha a culpa na comunicação se no próximo Primeiro de Maio, lá no estacionamento da Neo Química Arena, o distinto público não chegar nem a 2 mil cabeças.
    (Jucemir Rodrigues da Silva)

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  2. Eu só sei de uma coisa ... se não vence ninguem, perdem todos! E, neste caso, se perdem todos... todos vão perder muuuuuuito e perdem mais ainda os trabalhadores (da educação ou não)! Perde a esperança! Só há perdas! Se a direita ganha ... ainda perdemos todos e muito! Só há perdas nesta falta de negociação no próximo dia 14! Perdas generalizadas! E os trabalhadores não estão dispostos a ceder mais nesta "negociação"! Tristeza para todos!

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