Amanhecer do dia 11 de novembro.
Café antes
do trabalho.
Leitura das
mensagens.
Duas encabeçam
a lista.
Uma, enviada
por uma petista indignada com a pressão psolista nas redes sociais, traz um
divertido card em que o velho Mouro pede que os petistas se unam em torno do melhor
aluno de Stanislavski.
Outra, enviada
por um esquerdista, que passou seus últimos 18 anos azucrinando dia e noite o PT
com uma retórica haikai contra nossas "traições", mas que agora pede “lucidez” ao Partido.
O fato é que
alguns dos apoiadores da campanha Boulos dedicam a maior parte do seu tempo a assediar
o voto dos eleitores petistas.
Ou seja: do
voto de quem, hoje, já se decidiu a votar em Tatto.
Os argumentos
são variados.
Mas a prioridade
é, em si mesma, um equívoco total.
Pois o que
vai decidir esta eleição, tanto no segundo quanto no primeiro turno, não é o
voto dos já convertidos à esquerda.
O que vai
decidir esta eleição é o voto dos que ainda não votam na esquerda.
Os que não
querem ir votar, os que no momento dizem que vão votar branco, nulo, em nenhuma
das candidaturas. E os que votam, por enquanto, nas diferentes candidaturas da
direita.
Infelizmente,
a atitude de alguns dos apoiadores da campanha Boulos é, do ponto de vista
estritamente eleitoral, funcional às candidaturas da direita.
Neste
sentido, ao contrário das melhores intenções, esta atitude autofágica não
contribui para que tenhamos segundo turno; nem contribui para que tenhamos a esquerda
no segundo turno.
Mas, claro,
é uma atitude funcional do ponto de vista dos que têm como objetivo real, não o de governar
São Paulo, não o de ganhar as eleições, não o de levar a esquerda ao segundo turno, mas
sim o de disputar com o PT.
E o PT?
A campanha
de Tatto tem como prioridade conquistar os votos do povão.
E, por isso,
tem que resistir calada ao bullying diário, tanto de alguns apoiadores de
Boulos, quanto de militantes que estão costeando o alambrado.
Alguns,
porque no fundo resolveram fazer luta interna, na hora errada e do jeito
errado.
Outros,
porque se curvaram tanto à lógica institucional, que acham normal sacrificar
seu partido, em nome de um suposto resultado eleitoral.
E, claro, há
também os “jeniais” estrategistas, que acham que as eleições são como as partidas
de xadrez que jogam contra si mesmos.
Na noite de
15 de novembro veremos o que o povão decidiu. Se haverá segundo turno, quem
estará no segundo turno, qual a votação efetiva do PT.
Mas qualquer
que seja o resultado, ficam duas certezas. Tem gente que vai sair melhor e
maior do que entrou. E tem gente que, na ânsia de ser maior, vem se apequenando
e se domesticando.
É da vida.
Swift explica.
Dia 15, vamos votar no 13. Em São Paulo, com Tatto.
Essa eleição é tão surreal que a direita no facebook nem ta vindo atormentar nossa galera. A gente se prepara para disputar terreno com robos da direita e os encontra na esquerda.
ResponderExcluirObservei a mesma coisa
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