(sem revisão)
Olá
Patrick
Olá
ouvintes do poudicasti comandado pelo Patrick Araújo.
*
Os
fatos são esses:
-O
Diretório Nacional (DN) do Partido dos Trabalhadores reuniu-se no dia 16 de
novembro de 2020
-A Comissão Executiva
Nacional (CEN) do PT reuniu-se no dia 17 de novembro de 2020
-Mas nem o DN, nem a
CEN, aprovaram documentos de balanço do primeiro turno
-A direção nacional da
tendência petista Articulação de Esquerda também reuniu-se, no dia 17 de
novembro de 2020
-Nós achamos que era
necessário elaborar e divulgar um balanço dos resultados do primeiro turno das
eleições municipais de 2020
-Primeiro, porque já
está sendo debatido o balanço das eleições
-Aliás, antes mesmo da
eleição terminar, já havia balanços sendo elaborados
-Existe, por exemplo, quem tente naturalizar a ideia de que o PT foi ferido de morte
-E que o grande vitorioso desta eleição foi um tal de “centro” (sim, Patrick
e ouvintes do poudicasti do Patrick
Araújo, nesse santo ano de 2020 existe quem ache que o DEM é centro!!!!, que o
PP é centro, que o PSD é centro, que o MDB e o PSDB seriam de “centro”)
-Portanto, ou o PT
participa organizadamente deste balanço, ou ele será “balançado” pelos outros
-Claro que um balanço
feito agora tem seus limites
-Um primeiro limite: a
eleição não terminou. O balanço será um ou será outro, a depender do que ocorra
no segundo turno
-Um segundo limite: há
coisas que pensamos sobre o que ocorreu, que nós preferimos dizer por extenso somente
depois do segundo turno
-Por exemplo, sobre o
ocorrido nas eleições da cidade de SP. Nossa tarefa agora é vencer, é eleger
Boulos prefeito. E não achamos que caiba ficar fazendo balanços detalhados,
pois num balanço detalhado será necessário dizer coisas que podem nos
atrapalhar na meta que, como já dissemos, é eleger Boulos prefeito de São Paulo
*
Não é fácil fazer um
balanço do processo eleitoral brasileiro de 2020.
Foram eleições para escolher
quem dirigirá as prefeituras e quem comporá as câmaras municipais.
E o Brasil possui 5.568
municípios.
E cada um destes municípios
tem características próprias, que um balanço precisa levar em conta.
Por exemplo: a
composição social, a história política regional, tamanhos de população e eleitorado
muito diferentes etc.
Para dar um exemplo: em
Roraima, não houve uma única candidatura do PT. A nada. O PT local se anulou. Uma
pergunta é: como votaram aquelas pessoas que, no passado recente, votaram nas
candidaturas do PT?
Questões como essas
precisam ser levadas em conta, para um balanço completo do processo eleitoral.
E por isso estamos
incentivando nossa militância a fazer balanços locais, detalhados, que possam
ir contribuindo para termos um quadro mais completo do processo.
Isso é particularmente
importante no caso dos 95 municípios que possuem mais de 200 mil eleitores.
Desses, em 57 haverá segundo
turno.
Dada a importância
política destas cidades, é muito importante entender por quais motivos a fatura
foi liquidada no primeiro turno em 38 municípios.
Gostaríamos de saber,
por exemplo, porque não houve segundo turno em BH.
E também queremos saber
porque não houve segundo turno em Salvador.
Fica a pergunta para o
Rui Costa nos ajudar a responder.
*
O balanço preliminar aprovado pela
direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda lembra que o PT “participou
do processo eleitoral em 2.902 cidades com chapas proporcionais”.
Portanto, de cara fica a questão: o que
ocorreu nas outras 2.666 cidades? Porque em tantas cidades o PT não conseguiu lançar
nem mesmo um candidato a vereador???
Isso, evidentemente, não é um problema
eleitoral.
O problema é organizativo.
O PT não está organizado nessas cidades.
Nas 2902 cidades em que lançamos chapas
proporcionais, se somarmos todo mundo que foi lançado, foram 28.900
candidaturas à vereança.
O PT também lançou 1.256 candidaturas às
prefeituras.
E aí de novo fica a pergunta: por qual
motivo não conseguimos ter candidatura a prefeito em 4.312 municípios do país?
Claro, há casos como Belém e Porto
Alegre, onde decidimos apoiar ótimas candidaturas a prefeito, o Edmilson do
PSOL e a Manuela do PCdoB.
Aliás, assim como Boulos em SP, estamos
na batalha para eleger o Edmilson e a Manu.
Ao todo, lançamos candidaturas a vice
prefeitura em 1.292 cidades. Logo, se somarmos 1292 vices de outros partidos
com 1.256 candidaturas a prefeito, a conclusão é que dá 2548.
E se subtrairmos este número do total de
5568 municipios que existem no país, sobram 3.020 cidades onde o PT não lançou uma
candidatura a prefeito.
Novamente: não se trata apenas de um
problema eleitoral.
Temos um problema organizativo.
Uma cidade onde o PT não existe. Há
trabalhadores, tem luta de classes, mas não existe nosso partido para participar
desta luta.
Uma curiosidade: segundo estes dados,
que foram fornecidos pela secretaria nacional de organização do PT, teríamos
2666 cidades sem candidaturas a vereador e 3.020 cidades sem candidatura a
prefeito.
Mistérios.
Seja como for, o documento de balanço
elaborado e divulgado pela direção nacional da tendência petista Articulação de
Esquerda destaca que “em mais da metade dos municípios brasileiros tivemos
militantes e simpatizantes na defesa do voto petista, com passeatas, carreatas,
visitas nas casas da população, banquinhas nas feiras e centros das cidades,
comícios, organização de comitês nos bairros, entre outras ações nas ruas de
grande parte de um país que se encontra sob comando de uma coalizão golpista,
genocida e executora de um programa ultraneoliberal”.
“Saudamos toda a militância que se
engajou nas campanhas de esquerda. Saudamos todas as nossas candidaturas a
prefeituras e câmaras municipais, tanto aquelas que foram vitoriosas, quanto
aquelas que foram eleitoralmente derrotadas. E saudamos os milhões de
brasileiros e de brasileiras que foram votar e deram seu apoio à esquerda,
especialmente ao Partido dos Trabalhadores”.
A partir daí, o documento começa a analisar
o resultado do primeiro turno. E o primeiro ponto a ser analisado é o das abstenções, brancos e nulos.
Segundo o documento, “Um grande número de
brasileiros e brasileiras não compareceu para votar, votou branco ou votou
nulo. De um total de 147.403.074 eleitores aptos, 34.121.874 não compareceram
para votar. Dos que compareceram para votar, 10.983.466 votaram branco ou nulo.
Ou seja, 45.105.340 eleitores não votaram em nenhuma das candidaturas. O mais
alto percentual de abstenção, brancos e nulos da história eleitoral recente do
Brasil: 30,6% (contra 27,8% em 2016). Em alguns casos, como SP e RJ, o
percentual chegou a 37,22% e 29,16%, respectivamente. Qualquer análise do
resultado nessas duas cidades e no país como um todo precisa levar isso em
consideração”.
Pois é, Patrick e ouvintes do poudicasti
comandado pelo Patrick Araújo: parte das análises simplesmente desconsidera
este eleitorado.
É como se ele não existisse, como se
fossem invisíveis.
Sendo importante lembrar, como diz o documento
de balanço da direção nacional da AE, que “com o recadastramento e a biometria,
o número de abstenções, brancos e nulos de 2020 é mais próximo da realidade do
que o de 2018. Na prática, isto quer dizer que parte expressiva da população
escolheu não participar politicamente, instituindo uma espécie de voto
facultativo de fato (ainda que não de direito). Um partido de esquerda não pode
desconhecer ou subestimar estes fatos, que afetam sobremaneira trabalhadores e
trabalhadoras pobres. Claro que parte desta abstenção pode decorrer do fato do
artigo 14, parágrafo 1º da Constituição não considerar o voto obrigatório para
maiores de 16 e menores de 18 anos, analfabetos e os maiores de 70 anos. Em
2016, por exemplo, 11.352.863 tinham 70 anos ou mais, 2.311.120 tinham 16 ou 17
anos, e 6.981.111 declararam ser analfabetos. Portanto, 20.645.094 pessoas. Mas
o número de abstenções excede muito o número dos que podem exercer
facultativamente o voto”.
“Na abstenção de 2020, é preciso
considerar a pandemia e o estímulo que o TSE deu ao não comparecimento, ao
facilitar a justificativa de voto”.
Entretanto, o documento da AE diz que
precisamos “levar em conta também outros fatores, entre os quais a decepção com
a participação política eleitoral, especialmente entre eleitores que em 2018
votaram em Bolsonaro, e que em eleições anteriores apoiaram as candidaturas de
Lula e Dilma”.
Pois é Patrick e ouvintes do poudicasti
comandado pelo Patrick Araújo: para quem olha o eleitorado como uma massa homogênea,
ou apenas dividida por opções políticas, isso não faz muita diferença.
Mas para nós, que consideramos obrigatório
levar em conta a classe social dos eleitores, que buscamos descobrir como
votaram os diferentes segmentos sociais, é chave compreender as motivações
dessas massas populares que se abstiveram, votaram branco e nulo.
Até porque, como bem diz o documento,
uma implicação prática desta abstenção tão alta (37% em SP capital) é que “o
voto dos setores médios cresceu de importância relativa, elitizando o
eleitorado, com implicações inclusive na distribuição de votos entre os
partidos de esquerda”.
Mais não direi, respeitando a diretriz
de só falar de determinados assuntos depois do segundo turno.
Aproveito para chamar a atenção para uma crítica feita ao documento, pelo Vladimir
Milton: o de que falta uma análise do fenômeno da compra de votos. Fica aqui a
sugestão, Patrick: convide o Vladimir Milton para falar a respeito.
Voltando ao documento da AE, ele traz também
uma análise da distribuição dos votos pelos partidos.
Vejamos o que ele diz, textualmente:
“Os partidos de esquerda com legenda
eleitoral (PT, PSOL, PCdoB, PSTU, UP, PCO, PCB) tiveram pouco mais de
10.433.119 votos. Ou seja, de um total de 102.297.734 votos válidos, cerca de
10% votou em candidaturas lançadas pelo núcleo duro da esquerda”.
Aqui, vale esclarecer algo que o documento
não esclarece, mas que me foi revelado pelo autor da versão original: os números
acima citados são para prefeito. Poderia ter sido feita uma análise também do
voto para vereadores, os números seriam um pouco diferentes, mas o sentido
global não mudaria. Mas, claro, partimos do princípio de que o voto majoritário
tende a ser mais programático do que o voto proporcional. Daí a escolha.
Isto esclarecido, voltemos então à
leitura do texto da AE:
“Os partidos que, não fazendo parte do
núcleo duro da esquerda, assinaram coletivamente pedidos de impeachment contra
o presidente Bolsonaro (PSB, PDT, PROS, Rede, Partido Verde), lançaram
candidaturas que obtiveram 13.020.163 votos”.
“Portanto, somando esquerda com centro,
alcançamos cerca de 23,4 milhões de votos. Ou seja, algo como 23% dos votos
válidos”.
“Em números aproximados, portanto, 77
milhões de pessoas (ou 77% dos votos válidos) optaram por candidaturas
patrocinadas por partidos que estão à direita do centro. Se não quisermos
enganar a nós mesmos, a análise política do resultado eleitoral deve levar isso
em conta”.
Isso aqui, Patrick e ouvintes do poudicasti
comandado pelo Patrick Araújo, é essencial.
Pois, como dissemos no início, tem gente
vendendo a falsa ideia de que os extremos, Bolsonaro e o PT, foram derrotados, e
que o centro foi vitorioso.
Mas na verdade, quem foi eleitoralmente majoritário
no primeiro turno do processo eleitoral não foi o centro.
O centro teve 13 milhões de votos.
Quem foi majoritário foi a direita, com 77%
dos votos.
E dentro da direita, as candidaturas da
direita não bolsonarista se saíram melhor do que as candidaturas da direita que
explicitaram seu bolsonarismo.
Por isto chega a ser engraçada a atitude
de setores da esquerda que dizem que no segundo turno precisamos derrotar o
bolsonarismo – o que como linha geral não é errado – mas não se dão conta de
que, em muitos casos, isso é uma escolha de Sofia.
Felizmente, na maioria dos casos, o
Partido sabe que o eleitor é inteligente e limita-se a dizer quem está na
disputa, sem comprometer-se a chamar voto e sem passar o pano em candidaturas
ultraliberais e autoritárias, só porque não são explicitamente bolsonaristas.
Sobre o bolsonarismo, o documento
divulgado pela direção nacional da AE diz o seguinte:
“Há
candidaturas vinculadas e defensoras do bolsonarismo em vários partidos
políticos. Até porque o bolsonarismo é força política recente e seu líder
anunciou não tratar as eleições municipais com prioridade, o que de fato quer
dizer que ele não conseguiu ter uma tática nacional clara. Por outro lado,
muitos prefeitos e vereadores eleitos não fizeram campanha vinculando-se de
forma explícita ao bolsonarismo, mas o apoiam e estão sintonizados
ideologicamente com a extrema-direita. Isto torna difícil fazer um balanço
preciso. Mas, nas médias e grandes cidades, as pesquisas de opinião primeiro e
os resultados eleitorais depois, indicam que as candidaturas explicitamente
vinculadas ao bolsonarismo não tiveram bom resultado”.
E
nesse ponto, o documento da AE chama a atenção para algo muito grave:
“Infelizmente, na maioria das cidades,
as candidaturas de esquerda não utilizaram as campanhas eleitorais para
nacionalizar a disputa. O que, para além de ser um erro político, foi também um
equívoco eleitoral, uma vez que em muitas cidades o governo Bolsonaro atinge
enormes rejeições. Isto significa que o desgaste do bolsonarismo não foi – ao
menos principalmente – resultado de uma crítica política proveniente da
esquerda. O segundo turno é uma oportunidade decisiva para que se trave esta
disputa aberta contra o bolsonarismo”.
Perguntem se todas as candidaturas
petistas e de esquerda que estão no segundo turno estão travando esta disputa aberta
contra o bolsonarismo?
Hehe. Pois, é vida dura.
Seja como for, o documento da AE fala claramente
que “os números do primeiro turno são claros: os partidos de direita
tradicionais (MDB, DEM, PSDB, o PSD, o PP e similares) elegeram o maior número
de prefeitos e prefeitas, de vereadores e de vereadoras, e obtiveram o maior
número de votos. Sendo que o MDB e o PSDB perderam grande número de votos,
enquanto o DEM, o PP e o PSD cresceram”.
Isto, Patrick e ouvintes do poudicasti
comandado pelo Patrick Araújo, é parte do movimento que a direita não bolsonarista
está fazendo para chegar na próxima eleição presidencial com uma candidatura competitiva.
Claro, como alerta o documento da AE, “que
a relação entre 2020 e a próxima eleição presidencial não é direta, nem
automática. Claro, também, que o resultado do segundo turno pode acentuar ou
atenuar estas tendências, tanto do ponto de vista eleitoral quanto político.
Mas, a preços de hoje, foram estes partidos de direita que se destacaram no
primeiro turno das eleições municipais de 2020”.
Notem que eu falei: nas próximas
eleições presidenciais. Não se descarte que elas ocorram antes de 2022. E não
se descarte que Bolsonaro seja afastado antes disso. Como não se descarte que
ele vença em 2022. Inclusive com o apoio desta mesma direita não bolsonarista
que hoje muita gente apoia, com o pretexto de derrotar o bolsonarismo raiz.
Muita água vai passar por debaixo desta
ponte.
Mas sigamos adiante. O próximo item que
foi analisado pelo documento da AE é o desempenho
da esquerda.
Sobre isso, o
documento diz o seguinte:
“As candidaturas lançadas pelos partidos
de esquerda (PT, PSOL e PCdoB) obtiveram cerca de 10.433.119 votos. Deste
total, o PT obteve 6.971.136 votos, ou seja, 66% dos votos da esquerda foram
dados ao PT; o PSOL teve 2.236.273 votos, ou seja, 21%; e o PCdoB teve
1.184.609, ou seja, 11%. Os demais partidos de esquerda, somados, conquistaram
cerca de 3% dos votos”.
“Quanto ao número de prefeituras, o PT
elegeu no primeiro turno 175 prefeitas/os, o PSOL elegeu 4 e o PCdoB elegeu 45.
Das 57 disputas de segundo turno, o PT encabeça 15, o PCdoB 1 (Porto Alegre) e
o PSOL 2 (Belém e São Paulo)”.
“Quanto ao número de vereadores, o PT
elegeu 2609, o PSOL 88 e o PCdoB 678”.
Portanto, gente, se levarmos em conta
apenas o primeiro turno, o PT segue muito mais forte do que os demais partidos
da esquerda.
Evidente que, como deixa claro o
documento da AE, “o resultado do segundo turno ganha grande significado na
correlação de forças entre os partidos de esquerda, no que toca a presença em
governos municipais”.
Se Boulos for eleito prefeito de São
Paulo, por exemplo, o PSOL estará no comando da maior cidade do país. E embora
ele tenha uma presença institucional muito pequena no restante do Brasil, isto dará
a Boulos e ao PSOL uma relevância política muito maior.
Claro, aqui precisaríamos falar de
questões que, como dissemos e repetimos, não cabe tratar no meio do segundo
turno.
Boulos prefeito!
Um tema que, sim, poderia ser tratado,
mas não tivemos tempo para fazer uma análise detalhada, diz respeito a
composição das bancadas de vereadores.
Como dissemos, os três principais
partidos de esquerda elegeram, somados, 3.375 vereadores e vereadoras.
Um gota dágua num oceano de direita.
Mas uma avaliação qualitativa desta gota
dágua depende de confirmar, como indica corretamente o documento da AE, “o
perfil das candidaturas eleitas, quantas mulheres, quantos negros e negras,
quantos indígenas, quantos lgbti+, quantos são trabalhadores que estavam no
processo de produção e de que categorias, quantos são reeleições etc”.
Aliás, este é um tema interessante.
Houve renovação em geral? Houve renovação, pelo menos nas bancadas de esquerda?
Ou prossegue o processo de oligarquização, em que os detentores de mandatos se
perpetuam, depois sobem de posto e elegem um parente para o posto deixado vago
e assim sucessivamente?
Há várias questões em aberto, portanto,
para uma análise detalhada.
Seja como for, o documento aprovado pela
direção nacional da AE afirma, enfaticamente, que “a avaliação (verbalizada por
setores da direita, como o ex-ministro Sérgio Moro, pela grande mídia e também
por analistas de esquerda) acerca da ascensão de uma esquerda alternativa ao PT
não encontra respaldo nos números do primeiro turno. O que não quer dizer que o
PT não enfrente graves problemas”.
“Mas a ênfase nos problemas do PT não
pode desviar nossa atenção para um problema muito maior: a redução dos votos
dados para a esquerda em geral. Em 2012 o PT+PSOL+PCdoB conquistaram 21.688.830
votos; em 2016, os três partidos conquistaram 10.883.557 votos; em 2020, os três
partidos conquistaram 10.392.018 votos. Estes números indicam, portanto, que o
fenômeno principal, em 2020, não é o de uma transferência de votos do PT para
outros partidos de esquerda, mas sim o da transferência de votos do PT para
fora da esquerda (outros partidos, abstenção, brancos, nulos)”.
“Neste sentido, a afirmação feita pelo
presidente nacional do PSOL, na edição de 17 de novembro do jornal Correio
Braziliense, de que seu partido “sem dúvida, cresceu muito e saiu credenciado
para liderar um processo de renovação da esquerda no Brasil” é não apenas
inapropriada –considerando a importância do PT no processo eleitoral em Belém e
São Paulo; mais importante que isso, a declaração do presidente do PSOL incorre
no mesmo equívoco em que tropeça um amplo setor do PT: o de acreditar que a
“renovação da esquerda” resultará de movimentações eleitorais, e não das lutas
sociais e da reconquista ideológica e orgânica da classe trabalhadora”.
Eu queria, Patrick e ouvintes do poudicasti,
martelar muito nessa questão.
É no mínimo irônico que o PT tenha sido
acusado de eleitoralismo, de institucionalismo, de desprezar o trabalho de base,
por pessoas que agora desejam liderar um “processo de renovação da esquerda”
baseados no desempenho eleitoral.
E, destaco, baseados num desempenho
eleitoral que depende da vitória em São Paulo.
Vitória que depende, em parte, do
engajamento do petismo.
Que, segundo disse o presidente do PSOL,
deveria se engajar em algo que supostamente vai contribuir para a superação do próprio
PT...
Repito: estamos com Boulos. Queremos
Boulos prefeito de São Paulo. O que o presidente do PSOL disse é uma imensa
besteira, salto alto e má sociologia.
E a renovação da esquerda não depende de
vitórias eleitorais. Até porque, como nós do PT sabemos muito bem, nada melhor
do que governar para mostrar que existem mais contradições entre o céu e a Terra
do que a nossa vão filosofia pode supor.
Voltemos ao PT. O documento da AE fala
do desempenho do Partido e aponta vários graves problemas.
Nesse sentido, o documento da AE não compartilha
do clima de “grande vitória” que transparece em algumas avaliações feitas por alguns
integrantes do Diretório Nacional.
Segundo o documento da AE, “em 2020, o PT conquistou menos
prefeituras do que em 2016: 175 contra 276. A queda ocorreu em todas as
categorias de cidades (pequenas, médias etc.). A novidade pode vir do segundo
turno, através do qual podemos vir a governar um número maior de grandes
cidades e capitais”.
Ou
seja, se ganharmos todas as cidades em que estamos disputando o segundo turno,
ou um número expressivo delas, podemos sim dizer que foi uma vitória, apesar
dos problemas.
Continuemos a leitura.
“Também em 2020, o PT conquistou menos
mandatos de vereadores do que em 2016: 2609 contra 2808”.
Aqui há um ponto que o companheiro
Vladimir Milton também criticou, como uma falha do documento.
Não destacamos que algo mudou entre 2016
e 2020: deixaram de existir coligações proporcionais.
Portanto, a comparação entre 2016 e 2020
precisa ser ponderada. Se já houvesse a vedação de coligações proporcionais em
2016, será que teríamos eleito 2808 vereadores e vereadoras? Será que seria
menos ou mais?
Por outro lado, diz o documento da AE, “tivemos
um crescimento no número de eleitores: de 6.843.575 em 2016 para 6.971.136
votos em 2020. Este crescimento poderia ser considerado vegetativo, pois nesses
quatro anos cresceu o eleitorado como um todo. Mas é preciso lembrar que ENQUANTO
O ELEITORADO CRESCEU, NO SENTIDO OPOSTO caiu o número de votos válidos,
portanto o crescimento em números absolutos DE NOSSOS VOTOS se deu na contramão
do movimento do eleitorado (EM QUE HOUVE UMA redução do número de votos válidos
e TAMBÉM UMA redução no universo TOTAL de eleitores de esquerda). Por outro
lado, a conjuntura de 2016 era muito pior do que a de 2020. Portanto, DIZ O DOCUMENTO
DA AE, TERIA SIDO perfeitamente possível um crescimento ainda maior do nosso
eleitorado. Cabe no nosso balanço debater por quais motivos não crescemos tanto
quando poderíamos”.
Aqui, Patrick e ouvintes do poudicasti
do Patrick Araújo, há um detalhe adicional, que nos foi apontado pelo companheiro
Rui Falcão: o número total de candidaturas lançadas pelo PT em 2020 foi maior
do que o de 2016. Portanto, tínhamos um ambiente político melhor e um número
maior de candidaturas. Logo, teria sido perfeitamente possível um resultado
maior. E porque não tivemos este resultado maior?
Entre os motivos, o documento da AE
destaca os seguintes:
1/a tática de municipalização das
campanhas
2/a tática adotada pelos governadores e
por muitos dos parlamentares federais e estaduais
3/a tática adotada em São Paulo capital
(e também em Belo Horizonte).
A respeito do primeiro ponto, a municipalização
das campanhas, a recusa em nacionalizar a disputa, este e outros documento da
AE já falaram bastante.
A respeito do segundo ponto, o documento
da AE diz que “O desempenho do partido em vários dos estados governados pelo PT
revela, mais uma vez, que a mal denominada política de governabilidade gera
desacumulo no desempenho eleitoral do Partido. O caso do Ceará (em que o
governador fez campanha para a candidatura do PDT); e o caso da Bahia (em que o
governador articulou uma tática desastrosa em Salvador) são particularmente
escandalosos”.
Aqui é importante lembrar: foi Camilo
que vazou a conversa de Lula com Ciro, foi Camilo que contribuiu, por ação e
por omissão, para que a candidatura do PT não fosse ao segundo turno.
Camilo está no PT, mas tenho certeza de
que no seu ombro está tatuado um coração e as palavras FERREIRA GOMES.
Também é importante dizer que, ao menos
nos casos da Bahia, do Piauí, do Ceará e do nosso aliado governador do Maranhão,
será muito importante analisar o que ocorreu nas eleições.
Como pode, depois de tantos governos petistas
na Bahia, que o PSD e o DEM nos superem?
Se o partido nesses estados não debater
a sério o ocorrido, se não houver uma mudança de tática, a próxima eleição
presidencial e para governadores e senadores vai nos provocar fortes
dissabores.
O documento da AE chama a atenção,
também, para o seguinte: “O resultado da campanha eleitoral confirmou que o
companheiro Fernando Haddad deveria ter sido candidato a prefeito. Mas o
Diretório Nacional do PT decidiu, pelo voto da maioria de seus integrantes, que
não convocaria o companheiro Haddad para esta tarefa. Ao agir assim, o DN
aceitou que os interesses individuais se sobrepusessem às necessidades coletivas;
não é de admirar que o desfecho disso tenha sido que muita gente achasse ser
natural desrespeitar a posição do Partido”.
Cá entre nós: se o PSOL e Boulos conseguiram
ir ao segundo turno, Haddad muito provavelmente também conseguiria.
Assim como Freixo conseguiria, muito provavelmente,
ir ao segundo turno no Rio.
Como disse um jornalista da grande imprensa,
mesmo não tendo participado do processo, Freixo e Haddad estão entre os
derrotados desta eleição.
Seja como for, repetimos mais uma vez,
lendo o que está no documento da AE: “no segundo turno, somos todos Boulos,
motivo pelo qual deixaremos para outro momento o balanço detalhado do que
ocorreu em São Paulo”. Mas, TAMBÉM DIZ O DOCUMENTO, podemos adiantar, desde já,
que a existência de várias candidaturas de esquerda (tanto em SP quanto em
outras capitais) não impediu uma delas de ir ao segundo turno, como quis
fazer-se crer em muitas análises e operações políticas, inclusive na esquerda e
centro-esquerda. Aliás, a existência de mais de uma candidatura majoritária da
esquerda foi um fator importante, em muitas cidades, para viabilizar o segundo
turno, para disputar votos com a direita, para manter ou ampliar as bancadas de
esquerda”.
A esse respeito, no caso de São Paulo,
eu acrescento: depois do segundo turno, espero que depois de comemorar a
eleição de Boulos prefeito, reservemos um tempinho para estudar os números e poderemos
confirmar o que foi dito acima.
Também será preciso, diz o documento da
AE, analisar com mais detalhes, as “importantes vitórias nos legislativos em
muitas capitais e grandes cidades QUE sinalizam para uma renovação na
representação da esquerda, com maior participação de mulheres, negros, LGBTI+ e
jovens”.
Já chegando ao final, o documento da AE
lembra que o PT “fez
campanha, no fundamental, com recursos públicos, enquanto a direita usou e
abusou de recursos privados; por isso, era tão importante acertar na
distribuição dos recursos. Mas foram cometidos erros de todo tipo, que precisam
ser avaliados com muito detalhe”.
Para que não digam que não falamos de
flores, houve um acerto importante, que foi reservar recursos para gastar no
segundo turno, onde estamos disputando diretamente, com candidaturas do PT ou
apoiadas desde o primeiro turno pelo PT, em 17 cidades.
O documento da AE lembra que o “PT
deliberou lançar candidaturas próprias no maior número possível de cidades,
deliberou não fazer alianças com partidos bolsonaristas e ultraliberais,
deliberou fazer campanhas nacionalizadas. Mas, na prática, a teoria foi outra.
Na maioria das cidades, as campanhas foram municipalizadas. E em muitas
cidades, como é o caso emblemático de Belford Roxo, o próprio Diretório
Nacional aprovou uma coligação com o bolsonarismo – dando carta branca para que
se fizesse o mesmo em inúmeras outras cidades país afora. Cabe analisar, por
fim, o que poderia ter sido feito em termos de alianças na largada com outras
forças de esquerda; assim como cabe analisar a desastrosa condução dada à
eleição em João Pessoa (PB) e a ausência total de candidaturas do PT no estado
de Roraima”.
O documento diz ainda que “O PT tem uma
tradição de disciplina partidária. Mas em 2020 podemos dizer que nunca antes na
nossa história tivemos tantos casos de parlamentares e figuras públicas
apoiando candidaturas de outros partidos, em cidades em que havia candidaturas
petistas. Por conta disso, a AE solicitou comissão disciplinar contra 1 senador
e alguns deputados federais. Mas nos parece que estamos diante de um problema
sistêmico, que precisa ser enfrentado de conjunto. Inclusive no tocante a
situação em Fortaleza (CE) e de outras importantes cidades”.
O documento conclui apontando para alguns problemas estratégicos.
Diz que “Até
o dia 29 de novembro, temos a disputa de segundo turno. Neste segundo
turno, vamos consolidar a vitória nas cidades em que fomos ao segundo turno,
fortalecer o campo de oposição democrático e popular e causar a derrota de
Bolsonaro e dos neoliberais. Neste sentido, vamos trabalhar pela vitória nas 17
cidades em que estamos disputando com candidaturas a prefeito(a) e vice; apoiar
com firmeza os candidatos do campo democrático e popular nas cidades em que
estes partidos estão na disputa; derrotar as candidaturas de Bolsonaro e seus
aliados neoliberais. E negar qualquer apoio do PT a candidaturas bolsonaristas
e neoliberais”.
E fala
que, “Qualquer que seja o resultado do segundo turno, o Governo Bolsonaro
enfrenta novo momento de crise após relativa estabilidade e até certo fortalecimento
nos últimos meses. Frise-se que as ilusões na constituição de uma Frente Ampla,
a demora em adotar a consigna Fora Bolsonaro e a concentração na oposição
parlamentar constituíram erros graves que contribuíram para a relativa
estabilidade e fortalecimento do presidente”.
“Apesar da pandemia, a massa da classe
trabalhadora deu continuidade à dura luta pela sobrevivência. Mas parte
importante da vanguarda se resguardou. Iniciado o calendário eleitoral, mesmo
sem ter sido superada a crise pandêmica, parte importante da vanguarda foi às
ruas. É preciso dar continuidade ao contato com as massas. O anúncio
presidencial de desprezo pela vacina contra o COVID-19 e manutenção da agenda
neoliberal indicam que manter e aumentar a mobilização trata-se, literalmente,
de questão de vida ou morte”.
Aqui vale dizer: não podemos repetir,
frente a segunda onda do Covid, o erro cometido na primeira onda. Medidas
sanitárias sim, mas não perder vínculo com a classe trabalhadora é a maior medida
sanitária.
Por isso, diz o documento, “é preciso
combinar a luta eleitoral no segundo turno, onde houver, com a manutenção da
mobilização militante nas ruas, no resto do país, pelo Fora Bolsonaro e por um
Brasil Democrático, Popular e Socialista. Sem mobilização social,
finalizaremos o fatídico ano de 2020 com, mais uma vez, a perda de outra
“janela histórica”, no mesmo ano, para a derrubada do governo Bolsonaro e
abertura de um novo ciclo no país”.
O documento afirma, ainda, que “O
resultado eleitoral confirma a necessidade do PT alterar sua estratégia e
alterar seu padrão de funcionamento. Qualquer que seja o resultado do segundo
turno, 2021 tem que ser o ano do reposicionamento estratégico do PT. A direção
eleita em 2019 precisa ser renovada. E a linha política precisa ser profundamente
alterada. Nesta perspectiva, defendemos a realização, ainda este ano, de um
encontro nacional aberto das esquerdas petistas, para travar um debate livre,
sem compromissos prévios, acerca do balanço eleitoral e dos desafios do próximo
período”.
Aliás, já fica aqui o convite: já está
sendo articulada, para o dia 12 de dezembro, uma reunião de balanço das
eleições e de discussão sobre os desafios futuros do PT. Fica aqui a sugestão,
para o Patrick Araújo, de que entreviste no POUDICASTI. o companheiro José
Genoíno e o companheiro Rui Falcão, sobre esta reunião do dia 12 de dezembro.
Já no âmbito da tendência petista AE,
convocamos, para o dia 06 de dezembro, domingo, das 10h00 às 18h00, uma
plenária virtual de todas as nossas candidaturas (eleitas ou não), com a
participação das direções estaduais e municipais, para concluir o balanço do
processo eleitoral.
Nesta reunião, pretendemos tratar
explicitamente de tudo o que não podia ser tratado neste balanço preliminar, assim
como das questões apontadas pelo Vladimir Milton e pelo Rui Falcão, entre
outras, questões que citei anteriormente na minha exposição.
Vamos tratar, também, do tema da eleição
do presidente da Câmara e do Senado; do tema da ajuda emergencial; do cenário internacional;
do balanço dos segundos turnos; da situação dos partidos de esquerda e de centro;
da necessidade de construir uma frente de esquerda; e dos desafios do PT.
O documento da direção nacional da
tendência petista Articulação de Esquerda finaliza assim: “Como disse o
camarada Clóves de Castro, em uma de suas últimas falas, só a mobilização de
rua pode derrotar os canalhas. Ao camarada Clóves de Castro, militante
comunista, revolucionário, petista, fundador da tendência petista Articulação
de Esquerda, um proletário combatente, dedicamos esta resolução”.
Penso que o PT erra grotescamente ao não elaborar sua política tendo como centro a questão do golpe de estado. Tudo na vida se entende: a ala direita do partido, muito empenhada em atirar Lula aos leões para integrar-se alegremente ao regime golpista tem peso na direção nacional e nas regionais.
ResponderExcluirO problema é que, uma vez vez que o golpe de estado é uma realidade, e não uma mera ideia, o PT começa a correr sérios riscos por conta da política de sua ala direita. Por exemplo, até o presente momento a direção do PT mantém a política de chegar aos postos de governo da forma mais artificial possível. Mas o artificialismo, aqui, garante a vitória não da esquerda, e sim do zoológico do "centro" - codinome da direita tradicional, vinda do regime MDB-ARENA.
Por conta disso, o partido teve uma perda inacreditável de votos de 2012 para 2016, e não avançou (antes, retrocedeu em número de prefeituras) nessa eleição de 2020. O resultado eleitoral mostra que os ratos pulam do navio. Saem aqueles candidatos de direita que concorrem sob a sigla do PT, que não têm absolutamente nada a contribuir com a luta dos trabalhadores (antes o contrário), ficam os "petistas orgânicos". Com o andar da carruagem, o PT volta lentamente aos tempos heroicos, em que vencer uma eleição é uma verdadeira batalha, sem nenhuma concessão da burguesia. No entanto, não dá para se dizer que haja algo de "heroico" na política geral apresentada pelo partido.
Com o avanço do golpe de estado continental, que rifou a esquerda nacionalista em todo o continente, o PT se viu hostilizado pelo imperialismo e pela burguesia nacional. Pudera: se alguém achava que o PT era a esquerda mais "direitista" e "conciliadora" do continente, hoje se vê que o ponto de vista da realidade concreta, o PT dirige a mais importante base operária das américas, em especial na CUT. E justamente por esse fato, e não outro, o PT é inimigo do golpe de estado. A maior liderança dessa base, Lula, torna-se assim um embaraço para os planos de destruição da economia nacional e a volta à barbárie dos "civilizatórios" tempos de FHC. Não há dúvidas: o PT é ogrande inimigo da direita e do imperialismo.
Porém, por sua composição social, o PT entra em uma quase convulsão: de um ponto de vista marxista, o partido tem uma composição pequeno-burguesa sobre uma base operária. Temos grandes direitistas bem-pensantes, como Fernando Haddad, Tarso Genro, et al., trabalhando para a alegria dos golpistas. A fascinação com a campanha de festinha infantil de Guilherme Boulos mostra a fragilidade do PT do ponto de vista classista. Boulos em São Paulo é o pivô da manobra de destruição do PT, promovido como "novo grande líder da esquerda" pela Folha de São Paulo, Globo, Veja, Sérgio Moro, belzebu e satanás. E o PT apóia entusiasticamente sua própria destruição.
No fim das contas, a política é a política de classe, o partido é o partido de classe. Quanto menos o PT for dos trabalhadores, operários, do povão, e quanto mais for da pequena burguesia bem-pensante, menos condições terá de "mobilizar as ruas para derrotar os canalhas". Basta recordar: qual foi a última vez que o PT mobilizou as ruas? Quem não usa os músculos, perde massa muscular. Essa questão crucial de classe provoca uma hemorragia terrível no partido mais importante do Brasil. E se não houver uma dura batalha interna (dura mesmo, com as polêmicas mais duras possíveis), pode levar o partido à morte. Se não como organização, certamente como Partido DOS TRABALHADORES, capaz de fazer frente ao terrível imperialismo sanguinário e seus sócios nacionais.