As pesquisas
divulgadas ontem, 10 de setembro, apontam para um segundo turno contra Bolsonaro.
Há muito
estava claro que esta seria uma das consequências da impugnação da candidatura
Lula.
O que está levando a extrema direita ao segundo turno é o atentado contra a democracia, contra o
direito do povo de escolher, de forma livre e soberana, nosso presidente da
República.
Quanto ao
atentado contra Bolsonaro, este não rendeu votos novos, mas serve para manter a figura em
evidência (compensando o seu pouco tempo no horário eleitoral gratuito) e consolida
o núcleo duro do seu eleitorado, o que neste momento parece suficiente para levá-lo
ao segundo turno.
A crescente
possibilidade de Bolsonaro estar no segundo turno retroalimenta, por sua vez, a movimentação
da “cúpula de elite” em direção à candidatura da extrema direita.
A situação
recorda um pouco 1989: como hoje, naquela época faltava apoio popular para as candidaturas
da “cúpula da elite” e sobravam votos para a candidatura que na época representava a extrema-direita.
Portanto, neste momento a elite
já está votando útil.
O acordo da
“cúpula da elite” com a extrema direita pode passar, por exemplo, pela adoção
do parlamentarismo e da independência do Banco Central.
Quem irá ao
segundo turno contra Bolsonaro?
Um segundo
turno de Bolsonaro contra outra candidatura
golpista é o cenário menos provável.
Especialmente menos provável que o Alckmin chegue lá. Os ataques de Temer, as dificuldades no estado de São Paulo, a prisão dos Richa, tudo
complica a vida do picolé de chuchu.
Marina, por
sua vez, para ir ao segundo turno precisaria capturar parte do eleitorado que
hoje vota em Lula. Algo bem mais difícil hoje do que no passado, embora nesta
confusão ninguém deva ser considerado cachorro morto.
Um segundo
turno de Bolsonaro contra uma candidatura
que se opôs ao golpe é o cenário mais provável.
Segundo a
pesquisa divulgada dia 10 de setembro de 2018, feita já sem considerar o nome de Lula, Ciro e Haddad estariam tecnicamente
empatados na disputa para saber quem irá ao segundo turno enfrentar Bolsonaro.
É mais uma
semelhança entre 2018 e 1989: candidaturas do PT e do PDT disputando quem irá ao segundo turno
contra uma candidatura neoliberal de extrema direita.
Tudo
dependerá de quem receber o apoio da maior parte do eleitorado que hoje vota em
Lula. Neste sentido, como disse um companheiro, precisaríamos cometer muitos
erros para que o PT não esteja no segundo turno. Mas este mesmo companheiro alerta para o fato de que os golpistas não assistirão impassíveis a esta disputa e trabalharão para que o PT não esteja no segundo turno.
E quem
vencerá o segundo turno? Isto não está dado.
Para começo
de conversa, é bom lembrar: o golpe não terminou. As declarações do "ministro" do
Exército deixaram isto muito claro. Novas maldades já estão em curso e outras
virão nos próximos dias.
Portanto, o
alerta de que “eleição sem Lula é fraude” segue plenamente válido.
Precisamos ter
um discurso firme e muita disposição de luta para impedir que a fraude se conclua,
para impedir que o golpe dê mais um passo à frente, para levar o PT ao segundo
turno, para fazer o 13 triunfar nestas eleições.
As
pesquisas, mas também a lógica, indicam que a candidatura do PT tem todas as possibilidades de derrotar Bolsonaro, seja pela rejeição contra a figura, seja porque a esquerda pode e deve
se mobilizar com maior potência do que em 2014, seja porque há a possibilidade de
atrair setores democráticos que apoiaram o golpe, mas não querem um fascista na
presidência.
Tudo isto é
verdade, mas o bom senso manda que nunca subestimemos as chances de vitória do
inimigo.
Em 1989, por
exemplo, nos esforçamos para construir uma “ampla frente democrática contra o
filhote da ditadura” e ainda assim fomos derrotados.
Claro, muita
água passou por debaixo da ponte desde então, mas não devemos baixar nossa
guarda.
Reiteramos: o
golpismo continuará operando pesadamente contra Lula, contra o PT, contra a
esquerda.
Fatos novos podem ocorrer. Não se podendo descartar nem mesmo cenários aparentemente surpreendentes como um desfecho ainda no primeiro turno.
Claro que para que algo assim ocorra, além da polarização e do voto útil, seria preciso também que o lado de lá comparecesse e votasse de forma
maciça e unificada; e seria preciso, igualmente, que parte importante do nosso eleitorado votasse em branco, nulo ou deixasse de comparecer.
Também por
isto, mas não unicamente por isto, é decisivo que a campanha petista seja capaz
de continuar dialogando com o povão.
Para isto,
temos dois grandes argumentos: o primeiro e principal deles é Lula. Não só seu apoio, não só a lembrança de tempos melhores, mas também o compromisso claro e inegociável de liberdade imediata para Lula.
Até porque, se vencermos, no fundo terá sido Lula quem venceu as eleições.
Até porque, se vencermos, no fundo terá sido Lula quem venceu as eleições.
O segundo argumento é
lembrar que Bolsonaro, Temer, Alckmin, Meirelles et caterva são farinha do
mesmo saco, todos alinhados integralmente com as políticas antipopulares
do golpe.
A disputa
contra Bolsonaro não é, portanto, apenas uma disputa sobre a democracia formal,
as liberdades e o Estado de Direito.
O discurso
sobre as liberdades democráticas é importante e deve crescer, mas não
pode nem deve substituir o discurso econômico e social.
Como disse um companheiro, é preciso
desmascarar e desmontar o programa econômico Bolsonaro/Paulo Guedes, como
fizemos em 2014 com as propostas de Marina e Aécio.
Afinal, Bolsonaro é cumplíce da destruição dos direitos
trabalhistas, defende a reforma da previdência, é contra os direitos das
mulheres. A mulher
trabalhadora jogará um papel chave nessas eleições.
Por todos estes
motivos, não devemos enfraquecer nem um tiquinho nossa crítica ao programa golpista,
neoliberal, antipopular. Pelo contrário, devemos enfatizar nosso programa de
revogação das medidas golpistas, de um programa de emergência em favor do
desenvolvimento e das políticas sociais, assim como a defesa de uma Assembleia
Nacional Constituinte.
Contra eles, nossa candidatura deve reafirmar o que somos: os mais anti-golpistas, os mais anti-neoliberais, os mais anti-política tradicional.
Por uma
dessas coincidências misteriosas, a carta de Lula orientando nossa tática na reta final das eleições de 2018 vem a público numa terça-feira, 11 de setembro de 2018; também numa terça-feira,
11 de setembro de 1973, portanto há 45 anos, um golpe de Estado interrompia a “via
chilena para o socialismo”.
Então, os
golpistas triunfaram. Aqui a luta
continua. Nosso triunfo é possível. Há muitas dificuldades entre os golpistas. Existem, é claro, muitas complicações e dificuldades também do nosso lado, que terão que ser administradas no curso dos combates, como conseguimos administrar as muitas dificuldades que foram superadas para que chegássemos inteiros e fortes neste momento, apesar das profecias, vaticínios e torcidas em contrário.
Por tudo isso, seguiremos a orientação dada por Lula e transmitida pelo companheiro Fernando Haddad: vamos todos votar no 13, para fazer o Brasil feliz
de novo.
Haddad presidente, Manu vice, Lula Livre!!!!
Haddad presidente, Manu vice, Lula Livre!!!!
Até tu?..O PT perdeu uma oportunidade ímpar de ser GRANDE ....Como Lula não é Haddad e jamais será, o substituto perderá no 1o turno e daí irão pregar o voto útil na direita...e fim do caminho, legitimado pela esquerda cirandeira...salvar o STF e deixar o Lula ,único líder do partido..é o fim da picada, mas o que esperar de um partido que não liga para os companheiros que tombam? Melhor mesmo é irem para a Igreja a fazer penitências e caridades.
ResponderExcluirD. Sônia, às vezes chego a imaginar que há pessoas que pensam ter a cabeça, apenas para separar as orelhas.
ExcluirDalva de Almeida
No seu Blog, o Guimarães demonstra com bastante propriedade que essas pesquisas Ibope e Data Folha esta o apresentado dados muito, extremamente duvidosos em termos de números e percentuais, em relação aos levantamentos do Instituto do Marcos Coimbra, que tem sido insuspeito. Ambos Data Folha e Ibope apresentam o Haddad com 13% e Data Folha hoje, com 17% , mas a semana passada, o proprio Datá Folha, apresentava um dado constatado e consolidado de que 30% de eleitores fieis já se declararam votar, com certeza em Haddad, se se levar em conta que cerca de mais 15% perderiam em também votar nele, Haddad já te rua que aparecer com mais de 35% no mínimo. Então, Eduardo Guimarães sugere que algum instituto está mentindo. Parecendo se desenhar uma fraude à favor de Bolsonaro equivalente ao da Proconsult, denunciada pelo Brizola e que fez se restabelecer a verdade dos números. Há um grupo de interessados que estão se dispondo a apresentar pedido o á Corregedoria Eleitoral para se apurar esses fatos.
ResponderExcluirO Instituto do Marcos Coimbra é o Vox Populi.
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