sábado, 18 de maio de 2013

Carta a um companheiro do PCdoB


Estimado 

Grato pelo convite para participar da homenagem ao Pedro Pomar.

Como te incumbiram de me convidar, considero que é meu dever te informar que decidi não comparecer, bem como esclarecer os motivos desta minha decisão.

Não poderia comparecer a homenagem ao Pedro, sem fazer referência aos motivos que permitiram à repressão tomar conhecimento do local onde ocorria a reunião do Comitê Central do PCdoB. Sabe-se que Pedro, ao tomar conhecimento de que normas elementares de segurança haviam sido quebradas, ficou extremamente irritado. Os fatos posteriores lhe dariam razão.

Tampouco poderia comparecer a homenagem ao Pedro, sem fazer referência às posições defendidas por ele, na referida reunião do Comitê Central, acerca da Guerrilha do Araguaia. Posições que diferem profundamente das posições oficializadas, depois da queda da Lapa, pela direção do PCdoB.

Nem poderia comparecer e deixar de falar de acontecimentos posteriores à queda da Lapa, acontecimentos que me dizem respeito como quadro político e também como indivíduo, especialmente a avaliação feita pela direção partidária acerca do comportamento dos que então foram presos e torturados, entre os quais Wladimir Pomar, filho de Pedro e também integrante do CC do PCdoB.

Todos estes temas, que fizeram parte do caldo de cultura da cisão ocorrida no final dos anos 70, início dos anos 80, são assuntos muito controversos, sobre os quais o que eu penso é distinto da opinião oficial do PCdoB.

Não poderia comparecer à atividade e me calar sobre isto. E não acho adequado comparecer e falar sobre isto. Afinal, a memória do Pedro Pomar não é propriedade de ninguém e cada um pode e deve honrar sua memória como achar adequado. Uma homenagem deste tipo não deveria, penso eu, ser transformada num confronto.

Pesando tudo isto, concluí que o mais adequado é não comparecer. E desenvolver estas minhas opiniões em outros momentos e homenagens, inclusive.

Desejo de coração que façam uma boa atividade, em memória deste camarada que, muito além de lutador pela democracia, foi até o seu último momento um revolucionário comunista singular.

Singular, por sinal, que ele estivesse na Lapa, naquele momento! Como talvez voce saiba, ele deveria ter viajado para a China, para informar ao PC chinês acerca do fim da Guerrilha do Araguaia. Mas a doença de Catarina Torres Pomar, que os médicos diziam estar em risco de vida, o fez permanecer no Brasil, para estar presente no que talvez fossem os últimos momentos de sua companheira de décadas. Quis o destino que Catarina sobrevivesse por mais 10 anos e estivesse presente quando exumamos os restos de Pedro.

Ângelo, Pedro e Drummond, presentes!!!

Abraços

Valter Pomar

ps. esta mensagem é pública, transmita-a quem achar necessário

9 comentários:

  1. *
    Muito bem!

    Ponderado, justíssimo, Valter Pomar!

    Saudações Poéticas!

    .*.

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  2. Caro Valter
    Lamento profundamente sua decisão de não ir a um evento em homenagem ao centenário de Pedro Pomar, que antes de ser somente Pedro foi, principalmente, seu avô. Sem duvidas, igualmente, não houve um impulso simplista de um companheiro em lhe convidar, mas uma convicção coletiva dos organizadores de que toda a família deveria ser convidada para esta homenagem.
    Não consigo compreender os motivos que impedem a sua presença, elencados em sua carta. Não compreendo porque um ato que vai ressaltar a importância política de seu avo na historia do pais, contando com o lançamento de outra biografia de Pedro Pomar, bastante completa, deva servir de palco para apresentação de sua discordância ideológica e partidária, e que, para que não haja esse desconforto, seja mais conveniente sua ausência.
    Não compreendo essa sua atitude até porque a analise mais isenta e menos apaixonada dos motivos leva a algumas ponderações interessantes:
    1 – se Pedro Pomar tivesse se convencido de que a quebra das normas de segurança representava um perigo iminente, teria abortado a reunião da Lapa - era muito cônscio da necessidade da sua segurança e de seus companheiros;
    2 – as posições defendidas por Pedro Pomar sobre a Guerrilha do Araguaia e que não foram totalmente aprovadas pelo PC do B, bem como os acontecimentos posteriores e relacionados a avaliação interna da questão foram assuntos de âmbito partidário e não maculam a iniciativa da homenagem;
    A homenagem ao centenário de Pedro Pomar se constitui em um ato de louvor e aplausos a ele, de congraçamento de todos que estiveram ligados a ele, por laços de amizade, de pensamentos, de família e não deve servir para discussões de pautas que não se incluem nesse contexto.
    Aproveito para sugerir que voce se questione quanto a assertiva de que Pedro Pomar iria a China, em dezembro de 76, para levar ao PC chinês a informação de que a Guerrilha do Araguaia havia sido aniquilada no inicio de 1974. Mesmo naqueles idos da década de 70, sem internet, as noticias chegavam em tempo mais curto, por uma serie de outros canais. Outra informação importante é que Pedro Pomar iria a Albania, e não à China.
    Se minha mãe Catarina estivesse ainda entre nós certamente participaria com bastante entusiasmo desta justa homenagem.
    Certamente presentes Pedro, Angelo e Drummond !
    Cordialmente, e com saudades, abraços do seu tio
    Eduardo

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    1. Prezado Eduardo

      Tudo bem?

      Veja, família é família, política é política.

      O ato em homenagem ao Pedro é um ato político.

      E é nessa condição que devo decidir se vou ou não.

      Até porque também sou um militante político.

      Voce diz que não compreende os motivos pelos quais eu não vou.

      Mas, ao ler o que voce escreve, vejo que o problema é outro: voce discorda dos meus motivos.

      Tanto é que voce propõe uma "análise mais isenta e menos apaixonada".

      Buenas, mais isento eu não consigo mesmo ser, tenho lado neste debate.

      E tampouco consigo ser menos apaixonado, não por envolver meu avô Pedro, mas por me envolver pessoalmente, como pessoa e como militante político.

      Mas mesmo sendo pouco isento e muito apaixonado, minha posição é que nada macula a homenagem.

      Acho que o PCdoB tem o direito e até mesmo o dever de homenagear o Pedro. Assim como voce e eu temos este direito. E quero que todas as homenagens, inclusive a feita pelo PCdoB, sejam um sucesso. Mas não somos obrigados a estar juntos, fazendo a mesma homenagem, certo?

      Há várias maneiras e momentos para homenagear. O importante é homenagear.

      Sobre os demais pontos que voce aborda, o que posso te dizer é o seguinte:

      1-a informação de que ele iria a China e que abortou a ida, para ficar com Catarina, tendo sido substituído por João Amazonas nesta viagem, para informar aos chineses, circula desde 1976. Aliás, a repressão achava que Amazonas estaria na casa e não Pedro. Nunca soube de outra versão. Agora, se voce tem elementos que sustentem outra versão, apresente-os, tenho interesse em conhecer;

      2-até onde eu sei, na prática era impossível abortar a reunião. Até onde eu sei, o máximo que Pedro poderia fazer era não ir, para preservar a si mesmo. Voce consegue imaginar ele fazendo isto?

      3-eu não faço idéia se a biografia é boa ou ruim. Espero que seja ótima;

      4-as posições do Pedro sobre o Araguaia tornaram-se majoritárias no CC do PCdoB na reunião da Lapa. Depois ocorreu o que voce sabe. As posições posteriores do PCdoB sobre o tema nunca tiveram nada que ver com as posições do Pedro. Nem as da época, nem as de hoje, em que o Araguaia é apresentado como resistência, quando na verdade sempre foi visto como parte de uma Guerra Popular Prolongada, para tomar o poder.

      Compreendo que o PCdoB consiga homenagear o Pedro sem falar disto. Eu não consigo. E por isto e pelas outras razões, prefiro homenagear de outro jeito o Pedro.

      Um grande abraço em voce e na sua banda da família

      Valter

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    2. Perfeito! Normas de segurança foram quebradas, divergencias foram sufocadas. E até hoje Renato Rabelo mantém trancado a sete chaves a carta-relatório de Jover dando sua versão sobre o episódio. Reverenciar a memória de Pedro Pomar (e de Arroyo e Drummond) com discursos e para os holofotes é pouco. Que se abra esta caixa-preta do PCdoB !
      Viva Pomar !

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  3. Caro Valter
    Agradeço sensibilizado sua resposta. Estou bem e espero que voce também esteja bem!
    Não há duvidas que o ato em homenagem ao centenário de Pedro Pomar foi um ato político. Ele também dedicou sua vida à política, tendo sido membro do PC do B por mais de 40 anos
    Voce tem razão quando afirma que “ família é família, política é política ”. Sendo a homenagem realizada por nossa família seria um ato simples, natural, já que prantearíamos nosso pai, avo, bisavô, ou seja, um ato de família. Sendo a homenagem feita pelo PC do B se torna uma manifestação publica de reconhecimento a importância que Pedro Pomar teve para a organização pela qual dedicou sua vida, ou seja, um ato político, que deveríamos todos, da família, prestigiar, relevando divergências de menor monta.
    Sendo voce também um político, experimenta, em seu cotidiano, a conciliação de discordâncias naturais de idéias e pensamentos, sem aprofundar animosidades por tomadas de decisão contrarias as suas posições, tendo como maior principio o respeito ao centralismo democrático, visando o fortalecimento da unidade partidária, norte sempre seguido por Pedro Pomar.
    Não tenho duvidas que em seu próprio partido voce tenha embate de idéias e que, em nome da unidade, siga a decisão coletiva do PT. Sem duvidas a coalizão com Maluf, para apoio a candidatura do Fernando Haddad, deve ter provocados debates internos importantes no seio do PT, mas a disciplina partidária mantida foi exemplar. Portanto, mais do que discordar de voce, minha não compreensão em sua decisão de não comparecer a homenagem ao seu avô se relaciona a essa sua vivencia política.
    Se Pedro Pomar não houvesse tombado vitima, exclusivamente, do planejamento frio e meticuloso da ditadura militar, teria acatado as decisões políticas colegiadas do Partido. Apesar de ter feito uma autocrítica ao Araguaia, o caminho escolhido sempre foi pela via revolucionaria.
    O Araguaia é um marco na minha vida, representando a perda de meu pai e de dois amigos “irmãos”, Gilberto e Osvaldo! O recrutamento do Osvaldo para a vida partidária foi trabalho de seu avô, testemunha que fui das conversas havidas em Praga, na primavera de 1963. Infelizmente não consegui concretizar, no final da década de 90, a idéia da compra de casa 767 da Rua Pio XI, para a criação do Museu da Lapa. A utilização da indenização pela morte de seu avô para este fim seria uma aplicação bem mais interessante e histórica, permitindo a guarda de registros documentais tanto do Araguaia quanto do massacre da Lapa
    Aproveito a oportunidade para informar que a Fundação Grabois está patrocinando a edição de um documentário sobre o Osvaldo, com a inserção de um curta metragem rodado na Checoslovaquia em 1961, onde ele aparece “ao vivo “ !
    A homenagem ocorrida em 20 de maio na Câmara Municipal foi a altura da importância de Pedro Pomar. Todos os discursos dos membros do PC do B, Renato Rabelo, Haroldo Lima, Aldo Arantes, Orlando Silva e outros, foram de plena gratidão e reconhecimento ao trabalho dele para a construção e estruturação do Partido. Por ironia do destino o dia da homenagem coincide com a data do falecimento de Catarina!


































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    1. Por tudo isso exposto considero que a homenagem realizada pelo PC do B, alem de ser a devida, pois política e não familiar, foi sincera e fraterna. A ausência de membros da família foi lamentada, sem criticas, amenizada pelo envio de mensagens de alguns que não puderam se locomover até São Paulo.
      O lançamento da biografia também foi um sucesso. Recomendo a leitura do trabalho do Osvaldo Bertolino, editado pela Anita Garibaldi. Foi uma garimpagem exaustiva, minuciosa, que conta a historia de seu avô de maneira exemplar. Devemos ao Bertolino nossos mais sinceros agradecimentos pelo belo trabalho realizado.
      Sem que se constitua outra versão a informação que tenho sobre a viagem a China me foi passada pelo seu próprio avô, pois no dia 17 de dezembro ele iria para minha casa, em Belo Horizonte, para me emprestar um casaco de frio, pois eu tinha um estagio a cumprir na Europa, em janeiro de 77. Sua avó Catarina e seu tio Carlos também comentavam isso constantemente, e eram eles que moravam com seu avô. O presidente do PC do B, Renato Rabelo, também confirmou isso para mim, no dia da homenagem, pois acompanhou o Joãozinho na viagem para Tirana.
      Finalizando te envio link para que voce possa ter uma visão do evento realizado na Câmara Municipal de São Paulo.
      http://grabois.org.br/portal/noticia.php?id_sessao=7&id_noticia=11215
      Abraços saudosos do seu tio
      Eduardo

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    2. Prezado Eduardo

      Estou bem sim, grato.

      Isto posto, vamos ao ponto. Como já te disse e agora repito, cada qual homenageia como quer e como pode.

      O PCdoB tem o direito e o dever de fazer a homenagem que quiser. E certamente foi respeitosa e bonita.

      Agora, segundo voce, a iniciativa do PCdoB seria "um ato político, que deveríamos todos, da família, prestigiar, relevando divergências de menor monta".

      Compreendo que voce diga isto. Afinal, que eu saiba, voce não tem militância política e, salvo o período pré-golpe militar, desconheço que tenha militado politicamente.

      Isto não se aplica ao Jonas, uma vez que ele foi cargo comissionado nos governos do PSDB em São Paulo, tendo sido, que eu saiba, candidato a deputado por este partido.

      A militância do Jonas no PSDB é algo totalmente contraditório com a postura política do pai dele. Mas enfim, se Jonas sentiu-se à vontade para ir ao ato e lá falou em nome de voces, problema dele, de voces e do PCdoB.

      Em meu nome, ele não falou. Por isto, aliás, é que já te disse: família é família, política é política.

      No que me diz respeito, as divergências que tenho com o PCdoB nesta questão (e noutras) não são "de menor monta".

      Voce as considera assim, talvez, por não ser comunista e por não ser militante político.

      Ou, pelo menos, por não ter sido nem uma coisa nem outra ao longo de parte da tua vida, o que é claro não te impede afinidade com certos raciocínios do PCdoB.

      No meu caso, como não sou do PCdoB, não preciso me submeter ao centralismo democrático deles.

      Como militante político (e como historiador amador), não preciso validar o esforço que eles fazem de constituir-se como guardiões da memória do movimento comunista brasileiro, de Prestes a Pomar.

      E como familiar, buenas, não tenho nenhuma dívida de consciência com meu avô. Convivi muito pouco, quase nada, com ele. Mas o que esteve e o que está ao meu alcance para preservar sua memória, eu fiz e continuo fazendo. E não faço por ser meu avô, mas por reconhecer nele qualidades que merecem louvor.

      E, acima de tudo, faço aquilo que na minha ocasião é o principal: desde que me entendo por gente, sou comunista.

      Quanto ao que teria feito Pomar, se não tivesse sido assassinado, não sei dizer. Lembre-se que nos anos 60 ele rompeu com o PCB e ajudou a criar o PCdoB. Portanto, não sei dizer como ele se comportaria no final dos anos 70, início dos 80, caso sua organização estivesse sob controle do grupo liderado por João Amazonas. Nem sei dizer o que teria sido a trajetória do PCdoB, caso a ditadura não tivesse assassinado ou aprisionado a maioria do CC, que naquela reunião da Lapa havia feito uma autocrítica sobre o Araguaia, adotando majoritariamente a posição de Pomar.

      Certamente lerei com atenção a biografia do Bertolino, com a mesma atenção com que busco ler absolutamente tudo. Espero que ele tenha sido capaz de interpretar adequadamente aquele período histórico e não buscado, como é comum na historiografia feita pelos próprios partidos, interpretar anacronicamente o passado para legitimar a política do presente.

      E já que voce me recomendou algo, retribuo com prazer: te recomendo ler, caso não tenha lido, a biografia escrita pelo Wladimir, teu irmão, acerca de vosso pai, biografia que foi possível graças aos recursos daquela indenização.

      Um abraço

      Valter Pomar

      ps. acerca do tema que te preocupa tanto, o que voce diz realmente não constitui outra versão. Ir a China e em seguida ir a Albânia era o percurso natural para uma delegação do PCdoB naquela época. O relevante é outra coisa: Pedro iria ou não a China? Iria fazer o quê na China? Quem estava programado para aquela viagem, ele ou Amazonas? No que diz respeito a estas questões, a informação de Rabelo (que de fato acompanhou Amazonas na viagem) e o empréstimo do casaco não respondem nada. E, por razões de segurança, não acredito que Catarina e Carlos estivessem informados adequadamente acerca dos deslocamentos do Pedro.

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  4. Caro Valter
    Minha intenção primordial foi tentar que o ato em homenagem ao seu avo fosse prestigiado por toda a família. Como você veio a publico manifestando a posição de não prestigiar o evento considerei natural minha tentativa de mudar a sua postura, que se revelou infrutífera.
    Considero que os bons políticos têm habilidade em aparar arestas, contornar divergências, e que essa característica se apresente mais ainda na convivência entre membros de partidos aliados, que tem objetivos convergentes. O radicalismo de posições não é um caminho saudável, e o “esquerdismo” já era apontado por Lênin como a “doença infantil do comunismo”. Mesmo revolucionários mais recentes, como Guevara, ensinavam que deve se endurecer sempre, mas sem perder a ternura, postura assimilada por Lula, exemplo de gestor democrático de divergências em seu partido.
    Não compartilho de sua opinião sobre o Jonas. Não existe determinismo genético-político e nada o desabona por ser, ou ter sido, do PSDB! O que importa é seu caráter, e isso herdou de seu avô, e de forma marcante. Suas palavras no ato, representando a família presente, foram de saudades e carinho ao pai, e expressaram o respeito e o amor comuns que a família tem a Pedro Pomar. Se você leu o extrato do discurso dele, e que era acessível no link que lhe enviei, não poderá contestar sua fala.
    Mesmo não tendo militância política não me sinto uma pessoa sem sintonia com as boas maneiras e com a urbanidade no trato com as pessoas, outra característica marcante dos políticos. Tenho afinidades com raciocínios do PC do B, do PT e de outros partidos também. O tempo que vivi na Checoslováquia, e o acompanhamento dos acontecimentos posteriores a minha volta ao Brasil, como a Primavera de Praga e a Revolução de Veludo me fazem continuar acreditando no socialismo, mas sem o ranço sectário de certos militantes comunistas, que contribuíram para os reveses ocorridos. È um cuidado que os comunistas, em particular, devem tomar, e que seu avô sempre procurou combater.
    Não me preocupo com o tema da viagem a China. Você fez essa afirmação e quando informei que a viagem seria para a Albânia, você pediu que eu apresentasse fatos para essa versão. Se você não acredita que seu avô tenha passado essa informação para Catarina e para mim, nada poderá ser adendado ao assunto.
    Li com bastante atenção o livro de Wladimir. Sinceramente achei pesado, mais voltado a analise das discussões/embates ideológicos do marxismo-leninismo no período da vida partidária de Pedro Pomar. Esse é um dos motivos que me levam a considerar que o projeto de um Museu da Lapa, na casa 767 da Rua Pio XI teria sido uma aplicação mais justa da indenização, até porque um desejo da maioria dos beneficiários, os irmãos de Wladimir. Já a biografia do Bertolino não procura interpretações e faz um relato mais fiel da vida do biografado, dos fatos e acontecimentos vividos e de suas lutas. Tem uma iconografia também mais rica, o que torna sua obra bem mais completa.
    Como não conseguimos chegar a um consenso mínimo julgo que esta deva ser minha ultima intervenção em seu blog, até porque, não sendo político, tenho dificuldades em fazer interpretações mais adequadas e me dar tempo para consolidar minhas respostas.
    Abraços saudosos de seu tio
    Eduardo

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