20 de maio de 2013
As forças de esquerda
devem preparar-se adequadamente para o ciclo eleitoral que começa em outubro de
2014 (eleições legislativas na Argentina) e que vai até dezembro de 2014
(eleições gerais na Bolívia).
O ciclo inclui Honduras
(eleições gerais em 10/11/2013), Argentina (legislativas em 27/10/2013), Chile
(presidente, senadores, deputados, conselheiros regionais, em 17/11/2013, com
segundo turno em 15/12/2013), El Salvador (presidenciais em 2/2/2014, com
segundo turno em 9/3/2014), Costa Rica (presidenciais e legislativas, também em
2/2/2014), Colombia (legislativas em 9/3/2014 e presidenciais em 25/5/2014),
Panamá (gerais em 4/5/2014), República Dominicana (legislativas em maio de
2014), Brasil (presidenciais, Senado, Câmara dos Deputados, Legislativos e
governos estaduais em 5/10 com segundo turno em 26/20/2014), Uruguai (presidenciais
e legislativas em 26/10/2014 com segundo turno em 30/11/2014).
Registre-se que em três
países haverá eleições primárias: Chile (30/6/2013), Argentina (11/8/2013) e
Uruguai (1/6/2014). No caso de Honduras, as primárias já ocorreram.
Considerando apenas as
eleições presidenciais, a disputa começa por Honduras, onde as esquerdas apoiam Xiomara Castro Zelaya,
candidata pelo Partido Libertad y Refundación (Libre). Anteriormente, Xiomara
militava no Partido Liberal.
Xiomara é companheira
de Juan Manuel Zelaya, ex-presidente eleito pelo Partido Liberal e deposto em
28/6/2009 por um golpe jurídico-militar. Seu programa inclui a convocação de
uma Assembléia Nacional Constituinte. As pesquisas indicam que ela tem chances
de vencer. Mas a direita hondurenha e seus sócios estrangeiros está promovendo
uma campanha de intimidação e há risco de fraude.
O resultado das
eleições em Honduras influirá e será influenciado pela disputa presidencial salvadorenha,
marcada para fevereiro-março de 2014.
O candidato da esquerda
salvadorenha é Salvador Sanchez Ceren, atual vice-presidente de El Salvador e
dirigente da Frente Farabundo Marti. As chances de vitória da FMLN dependem basicamente
do apoio do presidente Maurício Funes e da divisão da direita local.
Logo após a eleição
hondurenha e antes da eleição salvadorenha, as pesquisas apontam que Michelle
Bachelet pode voltar a presidir o Chile, apoiada por uma coligação agora
integrada desde o primeiro turno pelo Partido Comunista.
Nos três casos citados
(Honduras, Chile, El Salvador), o Partido dos Trabalhadores pode ajudar na
vitória das forças de centro e esquerda, realizando um intercâmbio bilateral
com os respectivos partidos, coligações e candidaturas.
Neste sentido, já está
prevista ou vem sendo realizado:
1.A visita de uma
delegação do PT a Honduras;
2.A presença partidária
no aniversário do governo Funes;
3.A visita de uma
delegação da FMLN ao Brasil;
4.O intercâmbio com os
diferentes setores da centro-esquerda chilena.
Estas ações devem levar
em consideração o que ocorreu nas eleições presidenciais na Venezuela (14/4) e
Paraguai (21/4): uma articulação explícita entre as direitas locais e seus sócios
internacionais, com o objetivo de alterar
em seu favor a correlação de forças na região.
A esquerda participa
deste ciclo eleitoral com quatro objetivos: manter os espaços conquistados e conquistar novos, acumulando forças para aprofundar as mudanças e acelerar
a integração regional.
Para atingir estes
objetivos, é necessário articular adequadamente a ação de governos, partidos,
movimentos sociais e intelectualidade, em torno da defesa do processo de
integração regional.
Há na região um confronto
geopolítico entre os que defendem uma integração subordinada aos Estados Unidos
versus os que defendem uma integração autônoma. De um lado
Celac, Unasul, Mercosul, Alba. De outro lado Arco do Pacífico, Nafta, TLCs e
tratados transoceânicos.
Evidentemente há
diferentes visões entre os que defendem uma integração autônoma. Mas estes
conflitos não podem impedir a unidade em defesa da integração.
Neste sentido, é urgente
enfrentar as acusações de que o Brasil é “subimperialista”. Esta teoria tem larga
difusão e se apoia, entre outras coisas, no papel efetivamente nocivo jogado
por empresas brasileiras em países da região.
O combate à teoria do “subimperialismo”
exige, em primeiro lugar, ampliar a presença do Estado brasileiro, dos partidos
e movimentos sociais brasileiros, da intelectualidade brasileira, no apoio ao
processo de integração regional.
Exige, em segundo
lugar, que o PT assuma como também sua a tarefa de elaborar uma estratégia
continental para a esquerda latinoamericana e caribenha.
O tema central desta
estratégia é a integração regional, em seus diferentes níveis: a integração
entre povos, entre Estados, entre governos, entre partidos, entre movimentos
sociais etc. E o tema central da integração é o desenvolvimento regional com
democracia e igualdade.
Neste sentido, é interessante
estudar os debates e as conclusões da “I Assembléia Continental dos Movimentos
Sociais hacia el Alba”, realizada por Pachamama e Alba, com o apoio da Caixa
Econômica Federal, da Prefeitura de Guararema, da Itaipu, da CESE e da Fundação
Rosa Luxemburgo.
Os organizadores
informam a participação, de 16 a 20 de maio, de 150 participantes vindos de 22
países, debatendo “los desafíos de la integración popular desde abajo y a la
izquierda en el marco del proyecto continental del ALBA”.
A Assembléia foi
gravada e seu conteúdo, bem como as resoluções, pode ser acessado através da
página http://www.albamovimientos.org/
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