24 de maio de 2013
O Partido dos Trabalhadores têm três grandes
objetivos eleitorais em 2014: reeleger Dilma em condições dela fazer um segundo
mandato superior ao primeiro; reeleger governadores onde somos governo e eleger
novos; ampliar nossas bancadas parlamentares.
No que toca a disputa presidencial, o cenário atual
é de quatro candidaturas (Dilma, Aécio, Eduardo, Marina).
O histórico indica uma difícil disputa de segundo
turno, que pode ser mais complicada se a situação econômica for pior que a
atual e/ou se tivermos um ex-aliado polarizando contra nós.
Mas não devemos subestimar o PSDB.
Em qualquer cenário, para vencer a batalha
eleitoral de 2014 será preciso enfrentar a batalha econômica (principalmente mantendo
os níveis atuais de emprego e salário) e ganhar a batalha política (mantendo o PT
e governo sintonizados com o projeto de futuro da maioria do povo brasileiro,
derrotando a tese de que chegou a hora de um “novo tempo” para a oposição).
Também em qualquer cenário, será preciso fazer
convergir o objetivo de “ganhar 2014” com o objetivo de “ganhar 2014 em
condições de fazer um segundo mandato melhor”.
E, igualmente, fazer convergir o objetivo de ganhar
a presidência com o objetivo de ganhar governos estaduais e ampliar bancadas.
A este respeito, precisamos lembrar que ter o PMDB
e o PSD como “aliados principais” constitui um obstáculo para um segundo
mandato melhor e pode constituir um obstáculo para a ampliação de nossas
bancadas e governos estaduais.
Por outro lado, não tê-los como aliados nacionais
pode dificultar o desempenho eleitoral.
Esta contradição envolve diversos aspectos:
a) como enfrentar a contradição entre reeleger Dilma e reelegê-la em
condições de fazer um segundo mandato superior;
b) como enfrentar a contradição que pode existir entre por um lado
ganhar nacionalmente e por outro lado ganhar estados/ampliar bancadas.
c)no mérito, quais concessões fazer?
d) no método, quem decide quais as concessões que o Partido está
disposto a fazer? As instâncias partidárias ou os poderes fáticos?
A resposta de conjunto deve ser buscada fora da
tática eleitoral, no sentido estrito da palavra.
Mesmo que fosse possível dispensar estes aliados, sem com isso perder o
governo, ainda assim precisaríamos ter força social fora das instituições para
viabilizar nosso programa.
Precisamos de mais força político-social para
viabilizar nosso programa, de mais luta ideológico-cultural, da recomposição do
bloco histórico em favor das reformas estruturais e de um novo funcionamento do
Partido dos Trabalhadores.
Precisamos de reforma política e democratização da comunicação.
O centro do problema é que estamos num novo
período, que existe uma nova estratégia, que implica em mais luta ideológica e
social, mais reformas estruturais, mais conflito com grande capital.
Ou, dito de outra forma, estamos numa situação que exige uma nova
política e uma nova conduta por parte do PT.
Como isto se reflete no PED?
Alguns setores querem evitar o debate aberto sobre as contradições
apontadas acima. Também por isto, há chapas e candidaturas em que convivem
posições antagônicas.
Se esta postura de não debater prevalecer no PED, o resultado será uma
maioria de fato, mas não de direito, sobre a qual os poderes fáticos vão ter
grande influência e autonomia para impor suas posições sobre as instâncias do
Partido.
Frente a isto, que fazer?
Não aceitar falsos consensos. É preciso debater as questões de fundo, os
temas estratégicos.
Defender a necessidade de uma nova estratégia, tanto no PED quanto no V
Congresso.
Não transformar as diferenças táticas em diferenças estratégicas. A
questão é saber como sair da atual estratégia para outra, mesmo que adotando
táticas intermediárias que não são de nossa preferência.
Fazer uma grande mobilização pelo PED, pela reforma política, pela democratização da comunicação.
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