O Alexandre Rands merece o troféu sinceridade.
Segundo ele, em entrevista a Folha de S. Paulo (25/9), se Marina Silva fosse eleita, haverá um "ajuste fiscal grande".
E deu detalhes: "No primeiro ano, haverá crescimento baixo porque você precisará de ajuste fiscal grande, com acomodação de preços relativos, como câmbio, energia, gasolina".
Acomodação é a palavra tucana para aumentos.
Rands admite que isto vai gerar "uma série de incertezas na economia. Mas certamente as previsões vão melhorar se Marina ganhar, porque você não vai ter um governo federal jogando contra como você tem hoje".
Claro, claro.
As "previsões" elaboradas pelos consultores pagos pelos bancos vão "melhorar", pois eles terão um governo 100% a favor deles.
É por estas, mas também por muitas outras, que dizemos que Marina é hoje a candidata preferida dos banqueiros.
Aliás, recomendamos ao governador Sebastião Viana (Acre) que converse com Rands, com Gianetti, com Neca Setúbal e companhia limitada.
No mesmo dia 25 de setembro, o jornal Valor perguntou e Viana respondeu o que segue:
Como o senhor vê os ataques a Marina feitos pela campanha do PT?
Acho errado. Preferia um debate de quem pode fazer melhor pelo Brasil. Temos a chance de ver um novo debate democrático no Brasil entre duas forças progressistas, o PT e a Marina. E é diferente porque desloca o eixo conservador da disputa de poder do Brasil para a periferia, que é o Aécio [Neves, candidato à Presidência pelo PSDB], que representa as forças conservadoras do mercado, querendo ter de novo espaço de poder nacional. Quando vem o ataque, é ruim. Mas não dá para dizer que o PSB é santo, não. A Marina tem atacado o PT injustamente.
Como? Quando?
Muito injustamente. Quando ela falou "como pode o governo bancar 12 anos um servidor para roubar?" Ora, aquele rapaz [Paulo Roberto Costa] era diretor da Petrobras no governo Fernando Henrique. Ele é funcionário de carreira Petrobras, serviu ao governo Fernando Henrique, como é que ela não criticou o PSDB? Marina foi do governo Lula. Então é fogo cruzado, não tem vítimas aí. Conheço a Marina, Marina é de combate.
Ao contrário do que diz Viana, Marina não é progressista.
E é fundamental deixar isto claro para a população. Para que todos possam votar com conhecimento de causa.
Considero "compreensível" que Viana faça este tipo de confusão, que ache Marina progressista.
Afinal, Viana mesmo já defendeu e praticou alianças com o PSDB. O que significa que ele tem um critério singular para definir o que vem a ser um progressista.
Hoje Viana já entendeu o que é o PSDB. Espero que até o dia 5 de outubro ele perceba que também Marina é candidata das "forças conservadoras do mercado".
Aliás, a candidata preferida.
Rands que o diga.
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