segunda-feira, 18 de setembro de 2023

PCO: a "ultra" de que a "extrema" gosta

Quem duvidar, me escreva que mando o áudio: a Jovem Pan, programa "Pingos nos is", se debulhando em elogios ao Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária.

Motivo?

A entrevista concedida pelo Pimenta à revista Veja.


O trecho preferido pelos comentaristas da Jovem Pan é este: 

Pergunta da Veja: "Como o senhor avalia os inquéritos do ministro Moraes para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro?" 

Resposta de Pimenta: "Eu acho que tudo isso aí é político. Não acho que é a melhor maneira de tratar o movimento de extrema direita ou ultraconservador. A perseguição judicial não é o caminho. Veja o que está acontecendo nos Estados Unidos: o ex-presidente Donald Trump tem um processo atrás do outro,  um processo político, é visível, e a popularidade dele só cresce".

Já o meu trecho preferido segue abaixo:

Pergunta da Veja: "O dia 8 de janeiro foi o quê?"

Resposta de Pimenta: "Acho que o Bolsonaro acalentou essa ideia de golpe durante todo o seu governo, mas eu não acho que houve nenhuma tentativa real. É um grande exagero falar que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado. Eu não acho que o pessoal que foi lá realmente estava organizando um golpe. Se estivesse, seria o golpe mais mal organizado da história. Foi uma baderna. É como aconteceu nos Estados Unidos, no Capitólio, uma baderna. Eu acho que a perseguição judicial contra esse pessoal é muito exagerada e indevida. Aquele pessoal é gente comum, simples. Umas 400 pessoas que foram indiciadas não têm dinheiro para pagar um advogado. Por que você vai perseguir essa gente?"

Noves fora os pontos pacíficos ("Na nossa opinião, quem tem que fazer a lei é o Congresso Nacional"), as obviedades ("tudo isso aí é político") e as pós-verdades ("não houve nenhuma tentativa real"), a "tese" de Pimenta desemboca na seguinte conclusão: a extrema-direita não deve ser submetida a julgamento.

Não apenas a "gente comum, simples", mas também os financiadores, os estimuladores, os comandantes e os beneficiários.

Pois se não houve tentativa de golpe, não há golpistas, não há crime contra a democracia, apenas "baderna".

Como alguém de esquerda chega a essa conclusão?










 



Nenhum comentário:

Postar um comentário