Orientação
Militante N°368 (30 de abril de 2023)
Boletim
interno da Direção Nacional da tendência petista Articulação de Esquerda
1/Reunião
da Dnae
A Dnae fez
reunião dia 30 de abril. Participaram da reunião da Dnae: Damarci, Daniela, Jandyra,
Júlio, Valter, Patrick e Valter. Justificou: Múcio.
2/Sobre
as indicações para o governo federal
Foi dado um
informe sobre as indicações mais recentes. A direção nacional da tendência
petista Articulação de Esquerda debateu e aprovou a seguinte resolução.
A direção
nacional da AE começou a tratar das indicações ao governo federal ainda em
2022, quando realizamos reuniões virtuais para debater o assunto com o conjunto
da militância da tendência.
É importante
destacar que nosso ponto de partida foi o debate sobre a orientação política do
governo; sobre o papel que o PT deveria cumprir no governo; e sobre o método
adequado para indicar nomes, através do Partido.
Depois de
debater este conjunto de pressupostos políticos, que deveriam orientar a
composição do governo, foi deflagrado um processo interno de discussão sobre as
indicações que nossa tendência faria, ao Partido, como nomes que poderiam
integrar o governo federal.
Há diversos
informes sobre o assunto, por exemplo nos boletins Orientação Militante dos
dias 19/12/2022, 04/01/2023, 05/01/2023, 06/01/2023, 30/01/2023 e 13/02/2023.
Como parte
do processo, foi constituída uma comissão – composta por Daniela Matos, Natália
Sena e Júlio Quadros - que recebeu pleitos e sistematizou o que foi recebido
para apresentar ao Partido e/ou a quem fosse necessário.
Importa
ressaltar que, desde o início, foi orientado que os militantes que quisessem
contribuir em alguma área deveriam trabalhar para que sua indicação fosse feita
por alguma instância do partido, algum setorial, algum movimento social ou entidade.
No que diz
respeito ao companheiro Paulo Teixeira, quando nomeado titular do MDA, ele nos
solicitou que fossem enviadas indicações, o que foi feito em uma lista enviada
em 13/01/2023 e apresentadas em reunião realizada no dia 19/01/2023. Portanto, as
indicações relativas ao MDA que nos chegaram até a data citada acima, foram
submetidas diretamente ao companheiro que está à frente do ministério.
No que diz
respeito as indicações para outros espaços, para os quais não nos foi
solicitada indicação, o método adotado foi organizar uma lista por área e
apresentar para a dirigente nacional do PT responsável por receber tais
indicações, o que foi feito em 23/01/2023 e reafirmado em reunião realizada em
26/01/2023. Essa lista foi composta com base em critérios estabelecidos pela
Dnae, incluindo indicações de instâncias e auto-indicações.
Ou seja: em
janeiro de 2023, menos de 30 dias depois da posse do governo, nós da AE
apresentamos nossos nomes. Desde 26 de janeiro não recebemos mais nenhum
retorno oficial por parte da direção partidária. E não temos informações
oficiais acerca de qual foi o método adotado por outras tendências. O que
sabemos é que o processo de composição do governo apresenta inúmeros problemas,
que serão objeto de um texto específico. A seguir nos limitaremos a apontar
alguns problemas relativos a própria tendência.
O primeiro
problema, evidentemente, é o pequeno número de militantes da AE que assumiram
tarefas no governo federal. Em nossa opinião isso se deve, em parte: a) ao
espaço ocupado por outros partidos, que reduziu o espaço ocupado pelo próprio
PT; b) ao espaço ocupado por indicações da CNB (grupo atualmente majoritário no
DN do PT, que como disse alguém defende “frente ampla para fora e tendência
única para dentro”); c) ao tamanho da própria AE; d) e, também, às posições
políticas que defendemos.
Parte
importante do Partido e parte da própria tendência não deu atenção devida aos
motivos acima elencados. Por conta disso, tivemos, tanto no partido quanto na
tendência, muitas expectativas infundadas.
Sobre este
último ponto, queremos destacar o óbvio: nós criticamos a política de alianças,
o vice e as limitações do programa adotado, bem como criticamos muitas escolhas
feitas após a vitória. Sendo assim, não faria sentido algum esperar que
seríamos contemplados com grande número de espaços. Aliás, nem mesmo aliados de
primeira hora da CNB foram recompensados por sua fidelidade.
O segundo
problema que queremos comentar são as dificuldades ocorridas durante o processo
– interno à AE - de recebimento das indicações.
Algumas
pessoas e instâncias enviaram indicações que eram impossíveis de serem
apresentadas, por razões diversas: ausência de nome completo; uso de apelidos;
ausência de qualquer referência a área em que a pessoa poderia atuar (indicando
somente a profissão, por exemplo); ausência de qualquer indicação mínima de
“currículo” ou área de atuação; indicação de nomes que poderiam ser indicados
para quase dez espaços diferentes; pedidos genéricos que não indicavam o cargo
que se pleiteava; e até indicações feitas por instâncias, mas em que as
instâncias não consultaram as pessoas indicadas (e, quando consultadas, as
pessoas afirmaram que não tinham colocado seus nomes à disposição).
Evidentemente,
“só dá para encaminhar pleito de quem indica exatamente para qual cargo dentro
da estrutura do órgão que reivindica participar”.
Consideramos
que a forma como o assunto foi tratado – vide problemas citados - é muito
problemática e indica existir, entre nós, uma postura que não pode ser aceita.
A
apresentação de indicações para ocupação de espaços precisa vir com um mínimo
de fundamentação política; e dados ainda mais elementares, como nome completo,
área de formação e indicação de qual cargo se pleiteia, também deveriam ser
indicados.
Se usássemos
a imagem da agência de empregos, que obviamente não cabe aqui, poderíamos dizer
que seria bastante improvável que pleitos fossem apresentados no formato como
os que foram recebidos pela comissão. Mas aquilo que não se faria na busca de um
emprego no mercado, algumas pessoas acharam normal fazer em algo muito mais
sério, que é a indicação de nomes para assumir uma tarefa.
Conforme
indicado no OM de 13/02/2023, entendemos que a direção nacional da AE fez os
encaminhamentos devidos: apresentou os pleitos que nos chegaram em formato
minimamente adequado ao Partido e ao titular de ministério que nos solicitou diretamente.
A partir de então, as gestões seguintes devem ser feitas diretamente pelos
envolvidos, e/ou pelas instâncias e movimentos que tenham referendado as
indicações apresentadas.
Lembramos
que todos devem acompanhar a evolução da composição do governo, especialmente
nos estados, onde a negociação com o “centrão” está paralisando e até desviando
o rumo político das indicações.
A direção
nacional da AE, especialmente através da comissão já indicada, continua à
disposição para ajudar no que for possível, dentro dos limites explicados
anteriormente. Dito de outra forma: a ampliação do espaço do PT no governo
depende, não principalmente da negociação por espaços, mas do sucesso de nossa
disputa pelos rumos do governo.
3/texto-base
do congresso da AE
Foi debatido
e aprovado o texto base do congresso da AE. O texto, ainda sem revisão ortográfica,
segue abaixo. Salientamos que o texto será emendado e atualizado de forma contínua,
desde agora até o dia de abertura do 8º Congresso da AE. Entre as atualizações
previstas, aquelas que dizem respeito ao funcionamento da própria AE.
#
À militância
petista
À militância
da tendência petista Articulação de Esquerda
O Partido
dos Trabalhadores aprovou, no V Encontro Nacional (1987) e no I Congresso
(1991), o direito de tendência. E determinou que as tendências devem dar
publicidade, ao Partido, acerca de suas posições e atividades.
Cumprindo
esta determinação, informamos ao conjunto do Partido que nos dias 28, 29 e 30
de julho de 2023, acontecerá o Oitavo Congresso nacional da tendência petista
Articulação de Esquerda.
Destacamos o
fato de que neste ano de 2023 a tendência petista Articulação de Esquerda
completará 30 anos, fato que será lembrado na abertura do Oitavo Congresso.
Ficam desde
já convidadas a participar, tanto a direção nacional do PT quanto as direções
de todas as tendências existentes no Partido, a começar pelas 14 tendências que
fazem parte das 8 chapas representadas no Diretório Nacional do Partido eleito
em 2019.
O mesmo
convite é extensivo aos congressos de base, que elegerão as delegadas e
delegados que terão direito a voto no Oitavo Congresso nacional da AE. Nestes
congressos de base, terão direito a voto os/as militantes da tendência que estiverem
em dia com sua contribuição militante (conforme disposto no regulamento do
congresso, disponível em www.pagina13.org.br).
Como
subsídio aos congressos de base, a direção nacional da AE aprovou o seguinte
texto, que com as devidas emendas e atualizações será submetido ao debate na
plenária final do Oitavo Congresso nacional.
Destacamos
nossa opção por elaborar um texto-base que possa ser discutido nos congressos
de base e, aos poucos, ser ampliado a partir das emendas que surjam do próprio
debate.
Imensos
desafios, enormes perigos
A situação
mundial, continental e nacional pode ser sintetizada por duas palavras: crise
sistêmica. Esta crise possui múltiplas dimensões (militar, política, social,
econômica, ambiental, cultural), tem duração indeterminada e seu desfecho
dependerá dos conflitos que estão em curso, entre Estados e entre classes
sociais.
No âmbito
mundial, o conflito fundamental se dá entre Estados Unidos e República Popular
da China. No âmbito continental, o conflito fundamental se dá entre imperialismo
e integração regional latino-americana e caribenha. No âmbito nacional, o
conflito fundamental se dá entre defensores e opositores do modelo
primário-exportador.
Nenhum
destes conflitos é recente. Mas todos ganharam maior dimensão e velocidade nos
últimos anos, como se viu na crise de 2008, na pandemia, na segunda onda de
governos progressistas e de esquerda, na guerra travada na Ucrânia entre Otan e
Rússia.
Em 2015, a
tendência petista Articulação de Esquerda alertou que vivíamos “tempos de guerra”
e que precisávamos estar à altura disto. Oito anos depois, o desafio segue
posto e ampliado.
Lula tomou
posse na Presidência da República do Brasil em 1 de janeiro de 2023. Esta
vitória só foi possível porque as forças democráticas e populares resistiram e
derrotaram os golpistas e os neofascistas, derrota consagrada no dia 30 de
outubro de 2022, tendo sido decisivo o voto da classe trabalhadora com
consciência de classe, das mulheres, das negras e negros, da juventude e dos
eleitores de coração nordestino, moradores ou não daquela região do país.
A partir de
então e mesmo antes de ser diplomado, Lula começou de imediato a tomar decisões
e atitudes tipicamente presidenciais. É o caso de sua participação na 27ª
Conferência do Clima das Nações Unidas e, também, da participação de Lula nas
negociações junto ao Congresso Nacional, buscando alterar o orçamento 2023 de
forma a incluir recursos para pagar a chamada Bolsa Família para milhões de
famílias. O governo cavernícola não havia incluído tais recursos na previsão
orçamentária e, caso a negociação não fosse feita, Lula iria iniciar seu
governo administrando uma crise humanitária de proporções ainda mais graves.
Também no
período de 31 de outubro a 1 de janeiro, Lula dedicou grande atenção ao balanço
do governo findante, balanço realizado pelo chamado “governo de transição”,
figura prevista na legislação brasileira desde 2002. O resultado do trabalho da
equipe de transição está consolidado num relatório que foi tornado público no
dia 22 de dezembro de 2022 e cuja leitura é essencial para dar conta da herança
maldita recebida pelo governo Lula, que dificulta imensamente nossa atuação.
No mesmo
período, Lula se dedicou principalmente à composição de seu governo e à
definição de suas relações com o judiciário e com o legislativo. Nos três
casos, aplicou-se a chamada “política de frente ampla”, ou seja, de alianças
entre o Partido dos Trabalhadores e um amplo leque de forças, incluindo aí
outros partidos de esquerda, partidos de centro, partidos de centro-direita e
partidos de direita, bem como setores de partidos.
No que diz
respeito ao judiciário, Lula e seu governo adotam relações institucionais e
respeitosas para com o colegiado de 11 ministros que integram a cúpula do poder
judiciário brasileiro, a começar pelo Supremo Tribunal Federal. Isso ocorre não
obstante parte do judiciário, inclusive da suprema corte, ter dado respaldo à
ilegal condenação, prisão e interdição eleitoral de Lula.
No que diz
respeito ao legislativo, atendendo orientação do governo, a bancada do PT no
Congresso Nacional votou a favor da reeleição do presidente da Câmara dos
Deputados e do presidente do Senado federal. Isto apesar de ambos terem contribuído
para dar sustentação legislativa à administração da extrema-direita, além de terem
introduzido métodos – como o popularmente designado “orçamento secreto” –
duramente criticados pelo PT. Um dos nossos desafios segue sendo, exatamente,
derrotar a hegemonia da direita e da extrema-direita no Congresso Nacional.
No caso da
composição do ministério, Lula contemplou a coligação que o elegeu, mas também
forças necessárias para compor uma maioria congressual. Dos 37 ministros, 17 são petistas ou simpatizantes
do Partido; 3 são filiados ao PSB; 3 são filiados ao MDB; 3 são filiados ao
PSD; 2 são filiados ao União Brasil (partido que, entretanto, não se considera
parte da base do governo no Congresso Nacional); 2 são vinculados ao PDT
(embora um destes dois seja na verdade vinculado ao União Brasil, que portanto
ocupa de fato três cadeiras no ministério); 1 é integrante do PCdoB, 1 da Rede
e 1 do PSOL (embora não tenha se oposto a participação de uma filiada como
ministra, o PSOL enquanto partido não se considera parte do governo).
Ademais da
composição partidária estrito senso, é importante ressaltar que o ministério é
composto por uma maioria de homens e brancos, realidade que precisa ser
alterada. Assim como se faz necessário corrigir distorções regionais e
contemplar a diversidade partidária.
O ministério
tomou posse no início de janeiro. Desde então e até hoje, está em curso uma
intensa atividade, tanto por parte do presidente Lula quanto por parte dos
ministros e ministras, como fica evidente nos relatórios que o governo divulgou
acerca de seus 100 primeiros dias, cuja leitura e estudo atento recomendamos a
toda militância. Destacamos, entre as ações realizadas, as medidas tomadas em
defesa dos povos indígenas, em particular as ações para deter o genocídio
contra o povo Yanomami; a retomada de várias obras paradas; as iniciativas
relativas ao programa Minha Casa, Minha Vida e ao programa Mais Médicos; e a
interrupção de privatizações.
O desempenho
do governo Lula nesses primeiros meses seria melhor e maior, se vários
ministérios não tivessem sido saqueados, desmontados ou até mesmo extintos pelo
governo cavernícola, o que agora exige uma engenharia administrativa, legal e
orçamentária que torna muito difícil este início de governo. Além disso, o
orçamento deixado pelo cavernícola é absolutamente inferior ao necessário.
Em resumo, a
ação de muitos ministérios precisa enfrentar o peso da herança maldita deixado
pelo governo da extrema direita: desmonte e recursos à míngua, contrastando com
a realidade, que exige grande e imediata intervenção.
Outro fator
que dificulta a ação de vários ministérios é o fato de as equipes ainda não
estarem completamente compostas, entre outros motivos porque o governo busca
calibrar as nomeações com a busca de ter maioria no Congresso Nacional.
Finalmente,
há o fato de que vários ministérios são encabeçados por titulares vinculados a
direita, inclusive a setores que participaram do golpe, do lavajatismo, além de
terem apoiado o governo cavernícola; evidente que enquanto prosseguir esta
situação, nesses ministérios - com destaque para os da Comunicação e da Defesa
- não haverá avanços, no sentido do cumprimento do programa de reconstrução e
transformação.
Julgar,
condenar e prender os criminosos de 8 de janeiro
As dificuldades
citadas anteriormente eram previsíveis, especialmente para quem acompanhou o
trabalho da chamada transição. Apesar disso, muitos eleitores de Lula
externaram publicamente -- no dia 1 de janeiro de 2023 -- a certeza de que o
“pesadelo havia chegado ao fim”. Mas, como se comprovou no dia 8 de janeiro, a
verdade era outra. Naquele dia, milhares de criminosos atacaram os prédios do
governo federal, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Depois de
algumas horas de depredação, foram reprimidos pela polícia. Para fazer a
polícia da capital do país agir adequadamente contra os criminosos, o
presidente Lula foi obrigado a decretar intervenção na segurança do Distrito
Federal. Posteriormente, o presidente do Supremo Tribunal Federal decretou o
afastamento temporário do governador do Distrito Federal. E, dias depois, foi a
vez do comandante do Exército ser demitido e substituído.
O ataque da
extrema-direita não foi um ato espontâneo, nem totalmente inesperado. Já no dia
12 de dezembro de 2022, após a diplomação de Lula, a extrema-direita havia
promovido um quebra-quebra na cidade de Brasília, contando com a cumplicidade
do ainda presidente da República, do governo do Distrito Federal, de setores
das Forças Armadas e das polícias. E no final de dezembro de 2022 e início de
janeiro de 2023, as redes (anti)sociais da extrema-direita foram tomadas por
mensagens arregimentando pessoas para vir a Brasília. Tratou-se, portanto, de
uma operação de guerra, financiada por empresários, coordenada por uma aliança
cívico-militar e perpetrada por alguns milhares de neofascistas, que usaram o
acampamento defronte ao Quartel General do Exército como base de operações.
Desde o
ocorrido no dia 8 de janeiro, está posta a necessidade de processar, julgar e
punir quem financiou as caravanas e os acampamentos da extrema-direita; quem,
por ação ou omissão, facilitou o acesso da extrema-direita à Esplanada dos
Ministérios, onde ficam os três prédios atacados; assim como processar, julgar
e punir quem invadiu e depredou os três palácios. Ficou patente, também, a
necessidade de uma revisão completa dos protocolos de segurança e inteligência
do governo federal. Parte disto vem sendo feito. Mas a cada dia fica mais
evidente que ainda estamos muito longe do necessário. A demissão do General
encarregado do chamado GSI é a prova mais recente disto.
Enfrentar
a “questão militar” segue na ordem do dia
Até agora,
oficiais-generais e outros militares de alta patente envolvidos com o golpe não
foram punidos, nem mesmo administrativamente. O ex-comandante do Exército, por
exemplo, general Júlio César Arruda, precisa ser compulsoriamente reformado,
uma vez que resistiu às ordens para desalojar o acampamento bolsonarista
montado diante do Quartel General do Exército em Brasília, desacatou ministros
e o interventor federal no Distrito Federal (DF) e chegou a ameaçar um coronel
da Polícia Militar que tentava remover os acampados.
Outro
general de quatro estrelas, Gustavo Dutra de Menezes, foi responsável por
impedir ações contra os bolsonaristas acampados no QG. Portanto, é outro caso
de militar da mais alta patente que não pode permanecer na ativa,
independentemente das ações que vierem a ser ajuizadas contra ele por
participação nos eventos golpistas.
Caso os
generais Arruda e Dutra não sejam objeto de reforma, passando à reserva, eles continuarão
participando do Alto Comando do Exército, o que é uma situação inaceitável,
tais as evidências de seu envolvimento com os golpistas. Reformá-los
imediatamente é uma prerrogativa do governo federal e deve ser levada a cabo,
sob pena de premiar quem conspirou contra a vontade popular. Dutra, por
exemplo, vem até o momento exercendo uma subchefia do Estado-Maior do Exército.
Destaque-se
como ação extremamente positiva a transferência da Agência Brasileira de
Informações (ABIN) para a Casa Civil, deixando assim de fazer parte do Gabinete
de Segurança Institucional (GSI). Mas o próprio GSI deve ser extinto. E
seguimos longe de ter um Ministério da Defesa que seja um legítimo
representante do poder civil. Além de seguir pendente a necessidade de criar um
Ministério da Segurança Pública.
Segue
necessária, também, uma reforma das Forças Armadas e das PMs, que seja capaz de
democratizar tanto os processos de recrutamento e de formação de oficiais como
suas estruturas internas (organização, regulamentos, hierarquia). Os currículos
atuais das escolas militares são fortemente enviesados pelo conservadorismo
mais reacionário, calcado nas antigas doutrinas de “Segurança Nacional” e nas
agendas expansionistas dos EUA, a ponto de as Forças Armadas considerarem seriamente
a possibilidade de uma invasão da Amazônia pela França e de colocarem um oficial-general
a serviço da 5ª Frota norte-americana.
As escolas
militares não podem se furtar às orientações do Ministério da Educação nem
escamotear uma vasta bibliografia de autores e escolas de pensamento que os
generais ainda hoje enxergam como “subversivos”. A resistência dos militares a
qualquer alteração no seu sistema escolar indica precisamente quão crucial é
esse sistema na reprodução da ideologia profundamente antidemocrática,
visceralmente oligárquica, que historicamente vem enquadrando a visão de mundo
de gerações e gerações de oficiais.
Além disso,
a gestão das escolas militares é profundamente autoritária, desrespeitando a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a Constituição Federal, que
preveem a gestão democrática do ensino, com a participação de professores,
funcionários e estudantes nos colegiados e nas decisões das instituições
escolares. No ensino superior, um exemplo é o Instituto Tecnológico da
Aeronáutica (ITA), cujo reitor é escolhido em processo de seleção decidido
exclusivamente pelo Alto Comando da Aeronáutica, sem consulta à comunidade do
ITA.
A extinção
da diretoria responsável pelas escolas cívico-militares, no âmbito da
Secretaria de Educação Básica do MEC, foi um passo importante para sepultar a
política do governo anterior. Contudo, não é suficiente para avançarmos na
desmilitarização da gestão educacional e escolar das redes públicas. É preciso
induzir a descontinuidade e a reversão do processo de militarização de escolas
em estados e municípios, para que as estruturas civis responsáveis por essas
unidades escolares reassumam plenamente sua gestão, em todos os aspectos,
livrando-as da interferência de militares e de suas respectivas corporações.
Outra
alteração que devemos priorizar, apesar das pesadas adversidades conjunturais,
é a desmilitarização das PMs e sua desvinculação do Exército. É preciso pôr fim
à falida “guerra às drogas”. As PMs comportam-se como “tropa de ocupação” nas
periferias e comunidades faveladas dos grandes centros urbanos. São as forças
policiais que mais matam no mundo inteiro! O texto atual da Constituição
Federal as define como “forças auxiliares do Exército” e dificulta aos
governadores e governadoras exercer comando sobre elas.
Vale lembrar
da necessidade de alterar o artigo 142 da Constituição Federal, que prevê,
atualmente, a figura da “garantia da lei e da ordem” (GLO). É preciso por fim
às operações de GLO e transferir automaticamente para a reserva o militar que
assumir cargo público, encerrando as especulações sobre o suposto “poder moderador”
das Forças Armadas, pondo fim a um certo discurso praticado por setores
neofascistas com a finalidade de justificar a tutela militar sobre a sociedade
civil.
É central a
reformulação do artigo 1º da Lei da Anistia (lei 6.683/1979) e do seu parágrafo
1º, que preveem anistia para os autores de “crimes conexos”, uma espécie de
código para anistiar agentes militares e civis que praticaram torturas,
assassinatos e toda sorte de atrocidades contra aqueles e aquelas que se
opuseram à Ditadura Militar, bem como contra diferentes grupos populacionais,
inclusive camponeses e povos indígenas.
Ao
“interpretar” essa lei, em 2010, o Supremo Tribunal Federal considerou válidos
os dispositivos de “crimes conexos”, legitimou a anistia que os militares se
autoconcederam (e a seus cúmplices civis), e interditou todo e qualquer
processo criminal contra torturadores e assassinos a serviço do regime
ditatorial e de seu Terrorismo de Estado: centros de tortura, execuções
sumárias, “casas da morte”, desaparecimento forçado de corpos, falsificação de
laudos etc.
Não haverá
sequer liberdades democráticas no Brasil, muito menos uma “democracia”,
enquanto persistir a tutela militar sobre a sociedade civil, enquanto a tortura
não for definitivamente banida, enquanto as Polícias Militares tiverem licença
para matar. Razão pela qual devemos incluir a questão militar entre os itens
prioritários do programa do PT e exortar o governo do companheiro Lula a
prosseguir avançando.
As
armadilhas da herança maldita
No terreno
militar, assim como em outros terrenos, o governo Lula ainda está travando uma
guerra de posição, parecida com aquela que se precisa fazer quando se reocupa
uma cidade que fora tomada por um exército invasor. É preciso ir de casa em
casa, desalojando franco-atiradores, desmontando minas e armadilhas de todo
tipo.
Uma dessas
armadilhas está no campo da educação. É necessário retomar a pauta do
financiamento, que de acordo com a Meta 20 do Plano Nacional de Educação
deveria chegar até 10% do PIB, objetivo que sofreu um profundo retrocesso com a
Emenda Constitucional que instituiu o chamado "teto dos gastos". É
preciso enfrentar, também, os retrocessos ocorridos, desde 2016, na Educação
Básica e no Ensino Médio. O Diretório Nacional do PT se soma a luta dos
trabalhadores da educação e dos estudantes que pedem a revogação da chamada
reforma do ensino médio.
A principal
das armadilhas deixadas pelo governo anterior ficou no Banco Central. Legislação aprovada durante o golpe concedeu
uma suposta “independência” ao Banco Central, suposta porque na prática o
tornou dependente e uma extensão dos interesses da especulação financeira.
Nomeado pelo
cavernícola, o atual presidente do Banco Central mantém uma política de juros
absolutamente alucinada, cujo único propósito é transferir recursos para o
setor financeiro. É preciso tomar todas as medidas legais e institucionais
para, no mais rápido prazo possível, alterar a diretoria do Banco Central, a
começar pela sua presidência, sob pena de não conseguirmos adotar uma política
de desenvolvimento com ampliação do bem-estar social. Apoiamos as críticas
feitas pelo presidente Lula contra a política de juros e buscaremos desencadear
uma campanha nacional contra os juros altos e em favor de que os ricos paguem
impostos.
Destacamos a
importância da revogação das contrarreformas trabalhista e da previdência, bem
como destacamos a política de valorização do salário-mínimo que, como defendeu
a CUT, deveria ser de, no mínimo, R$ 1.382,71 e valendo já a partir do início
do ano, como forma de compensar o confisco salarial resultante da inflação.
Destacamos, também, a necessidade de a Petrobrás adotar medidas que rompam com
a política adotada no governo anterior e a façam adotar papel central (junto
com a Eletrobrás) no processo de retomada do crescimento, do desenvolvimento e
da reindustrialização de novo tipo.
Nessa mesma
perspectiva, defendemos que nossa bancada federal apresente emendas ao chamado
“novo arcabouço fiscal”, emendas coerentes com os propósitos do desenvolvimento
com ampliação do bem-estar social.
No lugar
do “teto de gastos”, uma política fiscal amiga do desenvolvimento
O chamado
“teto de gastos”, implementado desde 2017, buscava limitar por 20 anos a
expansão do gasto público à variação inflacionária, excetuando os gastos
financeiros, cuja evolução seguiu descontrolada. O resultado foi a evolução
descontrolada da dívida pública, a desestruturação das políticas públicas e a
estagnação da economia nacional.
A proposta
elaborada pelo Ministério da Fazenda, de um Novo Arcabouço Fiscal (NAF), visa
substituir o teto de gastos por um conjunto de metas de evolução para o saldo
primário e regras de variação das despesas.
O NAF
estabelece metas de superávit primário, com o objetivo de chegar ao superávit
primário em 2026. São previstas bandas (variações em torno da meta) e, também,
punições, para o caso da meta não ser atingida. Para atingir este objetivo, o
NAF limita a expansão dos gastos públicos a um percentual (70%) do crescimento
das receitas, estabelecendo exceções a esta regra (na saúde, na educação, na
previdência). Ao mesmo tempo, o NAF estabelece um piso (0,6%) e um teto (2,5%)
de expansão real (acima da inflação), percentuais reajustáveis periodicamente.
E estabelece um piso (valor mínimo, a ser reajustado pela inflação) de
investimentos, de R$ 70 bilhões. Portanto, enquanto o teto de gastos impedia a
expansão real do gasto público, o NAF permite que isso ocorra, mas apenas sob
determinadas condições, entre as quais a obtenção de superavit, o crescimento
das receitas e – como pressuposto geral – o crescimento da economia.
Em um
cenário em que não se conseguir aumentar os impostos, em que não se conseguir
avanços significativos no combate às desonerações e à sonegação, o NAF deixa o
crescimento fundamentalmente na dependência do crescimento do investimento
privado. O que, no atual cenário nacional e mundial, pode fazer com que as
eleições de 2024 e 2026 ocorram em um cenário de estagnação econômica.
Tendo em
vista estes problemas, defendemos que o Partido apresente emendas no
sentido de: 1/estabelecer metas de
crescimento e geração de empregos, como parâmetros para a política fiscal;
2/estabelecer metas fiscais compatíveis com a política monetária, para evitar
um duplo efeito contracionista; 3/estabelecer metas de evolução do superávit
que estejam subordinadas às necessidades de investimento, em nenhum caso
aceitando déficit zero ou superávit enquanto a economia brasileira não crescer
de forma sustentada; 4/diluir ao longo de vários anos as “punições” previstas
para o caso de não cumprimento das metas de superávit primário; 5/incluir
propostas tributárias que, além de rever desonerações e combater a sonegação, aumentem
os impostos sobre os ricos; 6/alterar os números de variação da receita,
crescimento mínimo dos gastos e crescimento médio dos gastos, no sentido de
garantir que não haja restrição permanente ao papel do setor público na
economia brasileira: o peso do setor público frente ao PIB deve crescer;
7/retirar a educação, a saúde, a previdência, o salário-mínimo e os
investimentos da conta dos gastos, para evitar arrocho sobre os demais gastos
públicos; 8/permitir que o Tesouro transfira recursos aos bancos públicos.
Atuando
sob condições mais difíceis
O terceiro
governo Lula atua em condições muito mais complexas e difíceis do que os
governos encabeçados pelo PT entre 2003 e 2016. Além das dificuldades
resultantes da situação mundial e da herança maldita do golpismo e do
bolsonarismo, temos as dificuldades ligadas à situação do governo Lula, da classe
trabalhadora, da esquerda e do PT.
Ações
extremamente importantes foram implementadas pelo governo Lula, antes mesmo da
posse, conforme enumerado em documentos aprovados pelo Partido e/ou
apresentados por nossa tendência. Fica evidente, a cada dia que passa, que
enfrentamos uma dupla oposição: da direita tradicional e da direita
neofascista, ambas neoliberais. As duas direitas estão presentes no governo e
na máquina de Estado. São majoritárias no Congresso nacional, entre os
governadores de Estado, nos aparatos de segurança e na grande mídia. As duas
oposições, embora se dividam no que toca a “reconstrução”, unificam-se para
impedir a “transformação” nacional. Ambas operam para vencer as eleições de
2024 e tirar o PT da presidência, em 2026.
Frente a este
quadro, a linha política hegemônica na esquerda brasileira e em nosso Partido
está demonstrando ser ineficiente e insuficiente, tanto do ponto de vista tático
quanto do ponto de vista estratégico. É preciso mudar de orientação estratégica
e tática. E, para fazer isto, é preciso abandonar a atitude baluartista,
cabotina, autocongratulatória e debater abertamente os problemas existentes,
debate que deve ser feito nas instâncias partidárias.
Hoje ainda
tem prevalecido a opção de não travar o debate nas instâncias. Antes mesmo da
campanha começar, a maioria dos integrantes do atual Diretório Nacional
escolheu não aprovar nenhuma resolução sobre como enfrentar o bolsonarismo nas
forças armadas, sobre como enfrentar a mal denominada “independência” do Banco
Central. Tampouco debatemos previamente na direção do Partido a proposta de
Novo Arcabouço Fiscal. Como resultado, o Partido tem mais dificuldade de
enfrentar os problemas, que não desaparecem pelo fato de não serem debatidos.
A respeito
desses e de outros temas, como por exemplo a necessidade de revogar as
contrarreformas da previdência, trabalhista, sindical e do ensino médio, a
mudança de rumo da Petrobrás e a recuperação da Eletrobrás, a luta por outra
política de segurança pública e de Defesa, a Articulação de Esquerda tem
apresentado diversas propostas ao Diretório Nacional do PT. Com base nelas, e
também com base nas propostas que surjam dos congressos de base, o Oitavo
Congresso da AE aprovará um conjunto de resoluções e orientações, tendo como
objetivos principais retomar o crescimento, implementar uma industrialização de
novo tipo, mudar o curso do desenvolvimento nacional, realizar a reforma
agrária, defender o meio ambiente, ampliar as políticas públicas, o bem-estar
social e as liberdades democráticas do povo brasileiro, recuperar a soberania
nacional, promover a integração latino-americana e caribenha, mudar o lugar do
Brasil no mundo.
Nada disso
será feito se não conquistarmos maioria organizada junto a classe trabalhadora.
As eleições demonstraram que a esquerda é majoritária entre os eleitores
ativos, por uma diferença de 2 milhões de votos. Aliás, ganhamos 5 das últimas
9 eleições presidenciais. Entretanto, se considerarmos os mais de 30 milhões
que votaram branco, nulo e se abstiveram; e somarmos a estes os trabalhadores
que votaram na candidatura presidencial da extrema-direita, a conclusão
inescapável é que, neste momento, a esquerda não tem maioria numérica na classe
trabalhadora.
Ademais,
décadas de neoliberalismo, somadas a décadas de institucionalização e burocratização,
enfraqueceram brutalmente a presença, a força e a representatividade das
organizações da classe trabalhadora: movimentos, associações, sindicatos, partidos.
Portanto, nossa tarefa estratégica, de cujo sucesso dependem todas as outras
tarefas, é fazer com que a esquerda conquiste e organize a maioria da classe
trabalhadora.
Quando
falamos de esquerda, falamos principalmente de nosso Partido, o Partido dos
Trabalhadores. A maioria da classe trabalhadora com consciência de classe,
especialmente mulheres, jovens, negros e negras, se identifica com o PT. Desde
os anos 1980 até hoje, a vitória da classe trabalhadora brasileira depende, em
grande medida, das opções feitas pelo PT. Mas a verdade é que nosso Partido –
ao mesmo tempo que tem imensos méritos – vem apresentando imensas debilidades.
A principal destas debilidades não é organizativa, nem de comunicação; a
principal debilidade é política: nosso Partido não construiu uma linha política
e uma maneira de funcionar adequadas aos tempos de guerra em que vivemos.
Guerra
travada, contra a maioria do povo brasileiro, pelos defensores do imperialismo,
do capitalismo, do modelo primário exportador, do neofascismo, do patriarcado,
do racismo, do fundamentalismo, pelos defensores de todo tipo de preconceito,
opressão e exploração. Guerra que custou a vida de centenas de milhares de
pessoas, como é o caso dos indígenas vítimas de genocídio; e, também dos
brasileiros e brasileiras que poderiam estar entre nós, se o governo de extrema
direita não tivesse sido aliado da Covid.
Neste
contexto, qual é o papel da tendência petista Articulação de Esquerda? Em
resumo, contribuir, no limite de nossas forças, para que nosso Partido - assim
como a CUT, o MST, a CMP, o MNLM, a UNE, a Ubes, as Frentes e todas as demais
organizações do nosso povo - estejamos à altura dos imensos desafios postos
pela atual situação nacional, continental e mundial.
Isto
significa, em primeiro lugar, contribuir na organização da classe, nos locais
de trabalho, de moradia, de estudo, nos espaços de cultura e lazer. Em segundo
lugar, contribuir para construir o Partido dos Trabalhadores e das
trabalhadoras, como partido de massas e radicalmente democrático. Em terceiro
lugar, lutar contra as políticas equivocadas que existem, tanto no PT, quanto
em outros setores da esquerda brasileira, com destaque para os setores social
liberais infiltrados na esquerda, defensores das privatizações, das
terceirizações, do capital financeiro e do agronegócio. E, em quarto e
fundamental lugar, trabalhar para que o PT continue lutando, aqui e agora, em
favor de soluções efetivamente socialistas e revolucionárias para os grandes
problemas do nosso país, de nosso continente e do mundo.
Nos tempos
perigosos e desafiantes em que vivemos, não cabe dúvida: o futuro depende da classe
trabalhadora lutar com todas as suas forças pela soberania, pela democracia,
pelo desenvolvimento e pelo socialismo.
4/situação
política
A Dnae divulgará, na semana que vem, uma resolução
sobre conjuntura, incluindo a discussão sobre o NAF, uma orientação sobre o
PEDEX e sobre a tática para as eleições 2024. O roteiro desta resolução
incluirá:
-Balanço do
primeiro de maio (quantas cidades realizaram, quantas pessoas compareceram,
descrição dos convocantes, análise dos discursos);
-balanço do 26
de abril;
-balanço do abril
de lutas.
-análise das
debilidades da mobilização social, que refletem debilidades das organizações,
mas também refletem o estado de ânimo das camadas populares e os sinais
contraditórios que vem do governo;
-análise da
situação das organizações populares. Há debilidades reais, mas há também um
problema de orientação política. Postura dominante na CNTE, na CUT, na direção
do PT, no MST;
-parte
importante da população segue sob influência da extrema-direita. Pesquisas de
opinião confirmam isso. Para além disso, não houve uma mudança substancial nas
condições de vida da maioria das pessoas. E o ambiente do país segue tenso (os
ataques às escolas são um dos muitos sinais disso);
-sinais do
governo são contraditórios. Lula segue fazendo anúncios e assumindo
posicionamentos que contribuem positivamente. Mas vários ministros operam
noutro sentido. Casos a analisar: Dias, do GSI. Padilha e Favaro, Camilo;
-análise do
NAF. Necessidade de fazer emendas.
-do lado de
lá, oposição dura. A CPI contra o MST. A tática da direita na CPMI do 8 de
janeiro. A relação com Lira.
-a postura
dos EUA e de seus aliados. Não querem paz. E não vão poupar o governo Lula.
Combaterão nosso protagonismo em temas com BRICS, Unasul etc.
-o exemplo
Argentino. A situação na Colombia.
-diretrizes
táticas: mobilização, sem luta não haverá mudança
-diretrizes
táticas: eleições 2024 (no caso das cidades hoje governadas por militantes da
AE, bem como no caso das cidades onde temos maiores chances nas eleições
majoritárias, a direção nacional buscará realizar um acompanhamento permanente;
reuniões virtuais nacionais para preparar nossa intervenção nas eleições 2024; programa
nas redes sociais dedicado ao funcionamento – e impactos negativos - da chamada
Federação, no que diz respeito as eleições municipais);
-sentimento crescente
na militância, de que estamos lentos na política, estratégia institucional com
medo de mobilização
-é preciso mais
ousadia
5/solicitação setorial saúde
A direção
nacional convoca, para o dia 16 de maio, as 19h00, uma reunião nacional virtual
de militantes da AE na área da saúde, com os seguintes objetivos: iniciar um
balanço da política de saúde do governo federal e da política de saúde dos
governos estaduais; iniciar o debate sobre as diretrizes do PT para as eleições
2024 na área da saúde; definir as propostas que os militantes da AE Saúde vão
defender na 17a Conferência Nacional de Saúde; discutir a situação do setorial
de saúde do PT, do campo Luta Saúde e da coordenação nacional de saúde da AE;
definir a data da conferência setorial de saúde da AE; definir a comissão
encarregada de organizar o texto base da conferência. Em relação ao regimento
interno da conferência setorial de saúde da AE, a direção nacional recomenda
fazer uma conferência em duas etapas, a primeira virtual, para debate do texto
base e a segunda presencial, para votação de emendas e eleição da nova
coordenação.
6/regimento
da XIII Conferência Nacional de Juventude da Articulação de Esquerda (JAE)
A direção nacional
da tendência petista Articulação de Esquerda aprovou o presente regimento para
a realização da XIII Conferência Nacional de Juventude da Articulação de
Esquerda (JAE). Mas a Dnae deixou pendente a data de realização da plenária
final da conferência. A decisão sobre a data será tomada no dia 26 de maio,
pela Dnae.
1. A XIII
Conferência Nacional de Juventude da Articulação de Esquerda será realizada nos
dias (a definir) em Brasília (DF).
2. A pauta
da XIII Conferência Nacional de Juventude da Articulação de Esquerda será a
seguinte:
a)
Conjuntura nacional e internacional;
b) Concepção
e Organização da Juventude da Articulação de Esquerda;
c) Balanço
da atuação e tarefas nas Frentes de Massa (JPT e Movimento Estudantil);
d) Eleição
da nova Coordenação Nacional de Juventude da Articulação de Esquerda (CNJAE).
3. A XIII
Conferência Nacional de Juventude da Articulação de Esquerda será realizada de
forma presencial.
4. O texto
base da XIII Conferência Nacional de Juventude da Articulação de Esquerda será
elaborado pela Coordenação Nacional de Juventude da Articulação de Esquerda
(CNJAE), aprovado pela direção nacional da AE e divulgado até o dia 16 de abril
de 2023.
5. Terão
direito a voz e voto na XIII Conferência Nacional de Juventude da Articulação
de Esquerda delegadas e delegados eleitos nas Conferências Estaduais, na
proporção de 1 delegado para cada 2 presentes, respeitando os mesmos critérios
de paridade e frações do regimento do oitavo congresso nacional da AE.
6. As
Conferências Estaduais devem ser presenciais e devem ser convocados pelas
respectivas Coordenações Estaduais de juventude ou pela Coordenação Nacional de
juventude da AE, onde não houver CEJAEs. A convocatória deve ser feita com
cópia para a CNJAE e circular na lista nacional de e-mails da AE.
7. As Conferências
Estaduais devem ser realizadas entre o dia 21 de abril e o dia 02 de julho. A
ata das Conferências Estaduais deve ser enviada imediatamente para a
coordenação estadual e nacional da JAE. As atas serão revisadas pela CNJAE, com
auxílio da tesouraria nacional.
8. Terão
direito a voz e voto nas Conferências Estaduais militantes da AE com até 29
anos completos até o dia 21 de abril de 2023, filiados na tendência até o dia
21 de abril de 2022 e que estejam em dia com as contribuições financeiras até o
dia de realização da respectiva conferência estadual, conforme lista divulgada
pela tesouraria nacional da AE.
8.1
Lembrando o que diz o Regulamento Interno da Articulação de Esquerda sobre
filiações: https://pagina13.org.br/apresentacao/tendencia-petista-articulacao-de-esquerda-regulamento-interno/
9.
Militantes filiados a AE depois de 21/04/2022 poderão votar e ser votados, mas
seu voto na eleição da delegação nacional deve ser anotado a parte nas atas, só
tendo efeito caso a Conferência Nacional homologue.
10. Em
nenhum caso terá direito a voz e voto na Conferência, em nenhum dos níveis,
militantes inadimplentes. Lembramos aos militantes desempregados, sem fonte de
renda ou enfrentando dificuldades extraordinárias, que a tesouraria nacional
está à disposição para buscar resolver todas as pendências até a data da
Conferência Estadual do seu estado.
11. A Coordenação
Nacional de Juventude eleita nesta XIII Conferência terá duração de 2 anos,
podendo a Direção Nacional convocar nova Conferência para eleger nova
coordenação em qualquer momento deste período.
7/texto-base
da XIII Conferência Nacional da Juventude da tendência petista Articulação de
Esquerda
A Dnae divulgará
o texto até o dia 6 de maio. A versão abaixo ainda não está aprovada e poderá receber
emendas.
#
1. CONJUNTURA NACIONAL E INTERNACIONAL
1.1. A
décima terceira Conferência Nacional da Juventude da tendência petista
Articulação de Esquerda ocorre no mesmo ano do oitavo congresso nacional da
Articulação de Esquerda, que por sua vez coincide com o aniversário de trinta
anos de criação da tendência. A conferência ocorre três anos após sua edição
anterior, num momento político bem diferente e que traz desafios enormes para
aquelas e aqueles que se dispõem a dedicar seus melhores anos à luta por uma
outra sociedade. Este texto tem como objetivo principal fazer um balanço do
último período, apresentar as tarefas do presente e do futuro e contribuir com
a organização da juventude da AE em todo o país.
1.2. A situação
nacional, regional e mundial é de imensas tensões, conflitos e crises. Estamos
em meio a um período de grandes mudanças, cujo desfecho está em aberto. A
classe trabalhadora brasileira está convocada a contribuir para que tais
mudanças tenham um sentido socialista. Da mesma forma, aquelas e aqueles
trabalhadores (empregados ou não) que vivem este momento na condição de jovens,
estão chamados a agir para que o desfecho da crise atual seja em favor de seu
presente e de seu futuro.
1.3. A
situação mundial é de crise sistêmica: militar, política, cultural, social,
econômica e ambiental. Destacam-se a crise do atual padrão de acumulação
capitalista e a crise da hegemonia política e econômica dos Estados Unidos. Nos
dois casos, há uma polarização entre Estados Unidos e República Popular da
China. Em certo sentido, a guerra entre Rússia e Ucrânia é uma guerra por
procuração entre as duas potências do mundo atual. Nosso grande objetivo, nesta
quadra histórica, é derrotar o imperialismo liderado pelos Estados Unidos e
mudar o lugar do Brasil e da América Latina e Caribe no mundo.
1.4. A
situação regional é de enfrentamento entre dois caminhos: o da submissão aos
Estados Unidos e o da integração regional latinoamericana e caribenha. A integração
só terá sucesso se criarmos uma base produtiva regional. Como no ciclo anterior
de governos de esquerda e progressistas, devemos combater os que tentam nos
dividir entre “democratas” e “autoritários”, “responsáveis” e “populistas”.
Diferente do ciclo anterior, enfrentamos na região uma extrema-direita com base
de massas, armada e militante. O Brasil é peça chave neste processo. Sem o
Brasil, não haverá plena integração. Sem integração, o Brasil terá poucas
chances de mudar seu lugar no mundo.
1.5. O pano
de fundo da situação brasileira é a desindustrialização. A opção da fração
hegemônica da classe dominante, por uma economia primário-exportadora e
financeirizada, condena a maior parte da população brasileira a uma situação de
crescente degradação social e cultural, redução das liberdades democráticas e
perda da soberania nacional. Reindustrializar o Brasil exige derrotar o
agronegócio e o capital financeiro, a extrema-direita e a direita neoliberal.
Reindustrializar, entretanto, não é voltar ao modelo adotado a partir dos anos
1930. Precisamos de uma industrialização de novo tipo, ambientalmente
orientada, baseada na ampliação do bem-estar social, das liberdades democráticas,
da integração regional, de um novo lugar do Brasil no mundo.
1.6. A classe
dominante brasileira é incapaz de oferecer um futuro para a maioria da
população brasileira, assim como é incapaz de oferecer um presente com o mínimo
de dignidade. Em nosso país, há décadas que cada geração tem como expectativa
viver pior que seus pais viveram. Só uma aliança entre os trabalhadores
assalariados e os trabalhadores que são pequenos proprietários é capaz de
construir um desenvolvimento em benefício das maiorias. Esta aliança existe e
foi capaz de vencer 5 das 9 eleições presidenciais realizadas desde 1989,
ficando em segundo lugar nas outras 4 eleições presidenciais. Entretanto, a
linha política que prevalece nesta aliança, desde 1995, já se demonstrou capaz
de vencer eleições, já se demonstrou capaz de implementar políticas públicas em
benefício das maiorias, mas não tem se demonstrado capaz de realizar mudanças
nas estruturas de propriedade, riqueza e poder.
1.7. O
destino do Brasil depende das classes trabalhadoras. E, nesse momento, o
destino das classes trabalhadoras depende das opções estratégicas do Partido
dos Trabalhadores. O PT é o partido preferido pela maioria dos trabalhadores e
trabalhadoras com consciência de classe. Convivem no interior do PT setores socialistas,
social-democratas e social-liberais. A estratégia predominante no PT tem
reduzido nossa presença organizada junto a classe trabalhadora e tem nos
levado, inclusive, a reduzir nossa força eleitoral. Nosso melhor desempenho
eleitoral, em termos de votos válidos para presidente e em termos de eleição de
parlamentares federais, foi em 2002. O PT precisa adotar outra estratégia.
1.8. Essa
também é a leitura que pode ser aplicada à juventude do PT. Pensada para ser
uma frente de massas do partido junto aos amplos setores da juventude
trabalhadora, a JPT não conseguiu obter sequer uma pequena parte da referência
que o PT possui. Reproduzindo o mesmo modelo organizativo e com uma política
por vezes mais rebaixada que a do partido, a JPT também tem reduzido sua
presença organizada nos movimentos em que atua, o que também contribui para uma
redução da força do PT junto à estes setores da classe trabalhadora.
1.9. A
situação organizativa do PT é extremamente contraditória. Por um lado seguimos
a maior organização da esquerda brasileira. Por outro lado, crescem os sinais
de perda de vitalidade. Entre estes sinais destacam-se a redução da presença
organizada junto a classe trabalhadora, o funcionamento precário das
instâncias, a crescente influência dos interesses eleitorais de grupos e
personalidades, a dependência frente aos recursos financeiros públicos e o quase
desaparecimento da auto-sustentação militante, a perda da visão estratégica,
além de inúmeros outros sintomas de degeneração e promiscuidade. As dificuldades
organizativas do PT tem origem política e vinculam-se à existência de um
verdadeiro partido-dentro-do-partido: o grupo hoje majoritário no Partido.
Forte o suficiente para impor sua vontade, mas incapaz de oferecer solução para
nossos problemas estratégicos, o grupo atualmente majoritário na direção, que é
o mesmo também na juventude, precisa ser derrotado.
1.10. As
dificuldades do PT não decorrem apenas das posturas e políticas do grupo
atualmente majoritário no Partido. Os grupos minoritários, inclusive aqueles
que se pretendem “a esquerda do Partido”, também exibem – em maior ou menor
medida – os mesmos problemas. Isto se aplica também à Articulação de Esquerda.
Assim como fará o 8o Congresso da tendência, a XIII Conferência da juventude
precisa tratar abertamente destes problemas e achar solução para eles.
1.11. A solução
de conjunto para os problemas do PT não será construída em laboratórios. A
solução depende, no fundamental, do curso da luta de classes. No caso concreto,
trata-se de colocar em movimento a classe trabalhadora, em defesa de suas
reivindicações imediatas e históricas; trata-se de lutar para que o PT encabece
este movimento, o que inclui disputar pela esquerda os rumos do governo Lula. A
eleição de 2022 foi uma vitória fundamental, mas foi uma vitória parcial: a
extrema direita recebeu uma imensa votação na eleição presidencial; a esquerda
foi derrotada na eleição de governadores e parlamentares. Além disso, as duas
direitas seguem majoritárias nas forças armadas, nas forças de segurança, nos
meios de comunicação e nas igrejas. Grande parte das classes trabalhadoras
seguem sob influência das ideias neofascistas e neoliberais. Frente a esta
situação, convivem no PT duas orientações políticas: a da frente ampla e a da
frente de esquerda. A política da frente ampla foi adotada nas eleições de
2022, na composição do governo e em grande parte de suas medidas iniciais. A
persistência nesse caminho nos levará, na melhor das hipóteses, a resultados
“progressistas” e social-liberais. E, na pior das hipóteses, a derrotas,
inclusive em 2024 e 2026. Nosso principal desafio tático é construir as condições
para que o governo Lula faça uma inflexão em sua política, similar à que
fizemos em 2006. Para isso, não basta a chamada luta interna, é preciso
mobilização social.
1.12. No que
diz respeito especificamente à juventude, é sabido que atravessamos um momento
em que parte da atual geração de jovens, que foi decisiva para nossa vitória
eleitoral, não vivenciou os governos petistas. Quem votou pela primeira vez com
16 anos em 2022, nasceu em 2006, quando Lula já estava disputando sua segunda
eleição. Antes do golpe de 2016 já era lugar comum a avaliação de que o PT
estava perdendo apoio na juventude, principalmente a partir da piora das
condições de vida com o impacto da crise econômica. Está aberta agora uma nova
janela de oportunidade, de disputar as consciências de novos setores da
juventude, mas que estão sendo polarizados pela extrema-direita militante, que
atua, por exemplo, incentivando a violência escolar, contra a população negra e
LGBTI+. De tal forma que não podemos deixar de fazer os devidos balanços, tirar
as devidas conclusões e agir para que o PT cometa mais acertos do que erros com
a atual e as futuras gerações.
1.13. Desde
2015 a tendência petista Articulação de Esquerda vem chamando a atenção para a
mudança nos parâmetros da luta de classe, tanto no Brasil, quanto na região e
no mundo. Dissemos então e desde então que vivemos tempos de guerra. E que
precisamos de um partido para tempos de guerra. Uma juventude para tempos de
guerra. O desenrolar dos acontecimentos confirmou nossa previsão. Tudo indica
que os próximos anos serão decisivos para definir os rumos dessa guerra pelo
destino da humanidade. O que queremos? Triunfar nessa guerra, construir um
Brasil e um mundo democrático, popular e socialista.
2. CONCEPÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA JUVENTUDE DA
ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA
2.1. A
Juventude da Articulação de Esquerda (JAE) é o setorial de juventude da
tendência petista Articulação de Esquerda. É militante da JAE as pessoas que
possuem até 29 anos de idade, são filiados ao Partido dos Trabalhadores e
obedecem aos critérios para ser militante da AE. Os militantes da JAE são
petistas, constroem o PT, os movimentos sociais e lutam pelo socialismo.
2.2. A JAE
funciona através de uma organização de coordenações em nível nacional,
estaduais e municipais e organiza também núcleos de base do PT a partir de
locais de estudo, trabalho e moradia. Nossas instâncias de juventude possuem
relativo grau de autonomia política e organizativa, uma vez que podem deliberar
sobre aquilo que compete a atuação nos movimentos e organizações de juventude,
mas não se sobrepõem às decisões das direções Nacional e Estaduais.
2.3. Os
jovens militantes da Articulação de Esquerda devem contribuir para organizar a
juventude trabalhadora, a juventude petista e a juventude dos movimentos
sociais construindo uma política orientada por uma perspectiva socialista. Nos
organizamos porque entendemos que é necessário que o Partido dos Trabalhadores
consiga organizar e dirigir amplos setores da juventude da classe trabalhadora
brasileira, e a maioria da classe como um todo, na luta por um mundo sem
explorações e opressões.
2.4. Para
dar conta dessas tarefas, a organização da JAE deve buscar crescer e melhorar
ao longo do próximo período. Deve constituir como objetivo das novas
coordenações nacional, estaduais e municipais ter uma rotina de atividades de
formação e mobilização política, tanto de atividades auto-organizadas como nas
organizações que os militantes da JAE participam. Nesse sentido, será
importante constituir um Grupo de Trabalho (GT) permanente para acompanhar as
atividades do movimento estudantil, envolvendo os nossos principais dirigentes
nacionais e aquelas e aqueles que estão nas entidades gerais como DCEs e UEEs.
2.5. O
movimento estudantil é um exemplo, mas é preciso ir além dele. Outra importante
frente de atuação é a Juventude do PT (JPT), uma vez que seguimos considerando
que ela é a nossa frente de massas na organização da juventude trabalhadora.
Diferente de outras organizações de juventude existentes no PT, que optaram por
construir organizações próprias que concorrem com a JPT, seguimos com a
compreensão de que a JPT deve ser para a juventude trabalhadora aquilo que o PT
é para o conjunto da classe. Sabemos do enorme desafio que isso representa,
principalmente diante da enorme fragilidade que a JPT tem demonstrado sob a
linha política que a têm conduzido a mais de uma década. Ainda assim,
reforçamos nossa disposição em construir a JPT como a frente de massas do PT
junto à juventude trabalhadora.
2.6. Outra
importante tarefa que teremos é a de construir um amplo e massivo mapeamento de
nossa intervenção nos movimentos sociais e populares. Ao longo último período
contribuímos com a organização de movimentos de mulheres, de cultura, LGBTI+,
antirracismo, de luta por moradia, de jovens do campo entre muitos outros. Essa
atuação deve ser potencializada a partir das instâncias de juventude da
tendência, ampliando nossa capilaridade e presença organizada.
2.7. Além
disso, consideramos fundamental retomar nossa auto-organização junto aos jovens
trabalhadores e que atuam no movimento sindical. Há um crescente número de
militantes jovens da AE que ingressaram no mundo do trabalho, tanto no setor
público quanto privado, e também como autônomos e em setores precarizados como
os de trabalho por aplicativo. Será imprescindível incorporar esses
companheiros e companheiras nas instâncias de juventude da tendência e ampliar
nossa atuação junto ao movimento sindical.
2.8. Deve
ser articulada com todas essas ações uma forte política de formação. O modelo
de jornadas nacionais sempre buscou garantir condições para a participação da
juventude, mas é preciso ir além das tradicionais jornadas nacionais de
formação e adotar também mecanismos como os acampamentos estaduais e/ou
regionais de formação. Nesse sentido, a nova Coordenação Nacional e as novas
Coordenações Estaduais devem elaborar um calendário de acampamentos de formação
para o segundo semestre de 2023 e começar o planejamento para a participação da
juventude da tendência na jornada nacional de formação de 2024.
2.9. Para
que estas tarefas possam ser realizadas, será necessário melhorar o
funcionamento das instâncias coletivas e de deliberação, que se mostraram
fragilizadas ao longo do último período. O fato de nossa última conferência ter
ocorrido dois meses antes do início da pandemia comprometeu o funcionamento das
instâncias e tivemos um período de três anos sem atividades presenciais da
juventude. Vencer o desafio de retomar o funcionamento das instâncias será
decisivo para que a JAE possa vançar e cumprir com as tarefas apresentadas aqui
e aprovadas em nossas conferências.
2.10. É
preciso considerar ainda que vivemos uma transição geracional que foi
fragilizada no período da pandemia. Dirigentes jovens deixaram de ser jovens e
outros novos militantes ingressaram na tendência. É preciso que nossas
conferências levem essas questões em consideração para que não tenhamos uma quebra
abrupta na continuidade de nossas ações. Esse esforço passa por eleger
instâncias que representem a diversidade de nossa militância e que preservem o
acúmulo de nossa linha política, num processo que evite o desacumulo que é tão
comum em outras organizações de juventude.
3. BALANÇO JPT
3.1. O
Partido dos Trabalhadores possui um longo histórico de inserção social e
organização na juventude brasileira. O partido foi construído por uma jovem
geração da classe trabalhadora no desenvolvimento da luta política contra a
ditadura, em defesa dos direitos dos trabalhadores e pelo socialismo. Ao longo
dos seus 43 anos, o partido mantém uma força social que é referência de luta e
de sonhos para milhões de jovens trabalhadores no país. A militância petista na
juventude também permanece como uma força relevante nos movimentos de juventude
até os dias de hoje.
3.2. Assim,
por um lado, o PT reúne potencial para mobilizar e encantar massivamente a
juventude por um projeto democrático, popular e socialista para o Brasil. Por
outro lado, o partido ainda não logrou constituir uma organização de massas na
juventude capaz de canalizar sua força social para atuar na luta de massas e no
trabalho de base.
3.3. A
experiência de construção da Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) a partir
de 2007 contou com avanços e recuos nesse sentido. No período em que foi
realizado o I Congresso da JPT, foi construída uma posição majoritária no
partido em defesa da construção de uma JPT de massas e militante, superando o
modelo setorial anterior. Passados já dezesseis anos, está nítido que este
projeto não alcançou os objetivos estabelecidos.
3.4. A
Juventude da Articulação de Esquerda, contribuiu na formulação sobre a
concepção e o modelo organizativo da Juventude do PT. A síntese dessas formulações
pode ser encontrada na resolução sobre concepção que apresentamos ao I ConJPT
por meio da tese “Tô vendo uma esperança”. A resolução foi – em linhas gerais –
o documento aprovado no congresso.
3.5.
Entendíamos que a disputa no I ConJPT e posterior a ele se dava, em respeito à
forma de organização da juventude, entre três vertentes: a) os conservadores;
b) os juventudistas; c) e os libertários.
3.6. Os
primeiros defendiam a ideia de que a JPT deveria ser uma extensão do PT para a
juventude a partir da ideia de ampliar as fileiras do partido e, em
consequência, a força eleitoral. Tal concepção é calcada na ideia de tutela da
juventude e carregada de estereótipos comportamentais, tais como: irreverência,
vontade, disposição, aptidão pela diversão, vigor físico, beleza, rebeldia,
inquietude, impaciência, espontaneidade, inexperiência, irresponsabilidade, imaturidade.
Já o juventudismo que, apesar de compreender os jovens como sujeitos políticos,
só os percebem em duas oportunidades, quais sejam: exclusivamente entre os
jovens – não havendo a possibilidade de intervenção em outros espaços de maior
hierarquia e poder – e para o conjunto do partido apenas futuramente, uma vez
que, enquanto permanecerem jovens estão inevitavelmente vinculados a posturas
(irresponsáveis, desorganizados, descompromissados, atrasados, etc.) que
supostamente os impediriam de cumprir com o papel político que os espaços de
decisão demandariam. A vertente libertária – a que nós defendemos – que
compreende o jovem como um sujeito político capaz de contribuir para as tomadas
de decisão. O compreende enquanto responsável por romper com a opressão
geracional e busca novas formas de relação política que não reproduzem as
relações de hierarquia e poder da sociedade capitalista. Compreende também que
não existe uma juventude “em geral”, mas jovens de diferentes classes sociais,
motivo pelo qual não aceitamos que em si e por si mesma a juventude seja sempre
um fator positivo.
3.7. Apesar
dos avanços que tivemos no I Congresso da JPT, como a afirmação do novo modelo
organizativo, ficou evidenciado que a direção que assumiu após o congresso não
possuía compromisso com a implementação deste novo modelo. Pelo contrário, até
porque, a mudança do modelo setorial para o modelo de juventude de massas
- como um braço partidário de massas -
exigia um processo de transição que requeria do conjunto do PT um esforço para
discutir o que fora aprovado no III
Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores.
3.8. Além
disso, era necessária uma direção que tivesse buscado enraizar a juventude do
partido, organizando os núcleos petistas e capilarizando a Juventude do PT nos
espaços de trabalho, estudo e moradia. No entanto, em grande medida, o que
ocorreu foi o contrário. Soma-se a isso a insistência na estratégia derrotada
da conciliação de classes por parte dos setores majoritários, que não
incorporou e nem incorpora a necessidade de uma JPT de massas. Como derivação
disto, chegamos a um ponto em que a defesa de uma JPT de massas se tornou
posição minoritária no partido, levando cada vez mais as tendências e
agrupamento a atuarem na autoconstrução de coletivos próprios, relegando a JPT
a ser na prática algo parecido com um “fórum” de forças políticas diversas e
não uma organização de massas.
3.9. Vários
motivos podem ser citados para explicar a desarticulação da JPT: a) a
insistência do grupo majoritário na estratégia de conciliação de classes e foco
na luta institucional que secundariza a luta de massas; b) a conduta de
“partido dentro do partido” por parte da maioria das direções; c) a paulatina
opção de outros setores do partido em priorizar sua autoconstrução em coletivos
próprios de juventude em detrimento da JPT; d) o prevalecimento da lógica
parlamentar que cria dificuldades na construção de unidade na atuação da
juventude petista no trabalho de base; dentre outros. Prevalece na organização
da juventude petista a dispersão, a lógica internista e a ausência de
organismos de base.
3.10. Porém,
seria um erro criar justificativas com base nas adversidades, pois o motivo de
fundo para o desacumulo é a política adotada pela direção majoritária no
partido e na JPT: a insistência na estratégia derrotada da conciliação de
classes por parte dos setores atualmente majoritários não incorpora – para além
de palavras ao vento – os amplos setores da juventude trabalhadora que buscam
posições de luta e enfrentamento.
3. 11. Em
especial desde 2015, quando foi realizado o III Congresso da JPT – o qual não
teve uma conclusão legitimada pelo conjunto da juventude petista -, o PT vive um
processo acelerado de desacumulo na juventude. Certamente, devemos nos atentar
ao cenário geral do país que permeou esse processo: a) o acirramento da crise
econômica e social que atinge em cheio a juventude trabalhadora; b) o
distanciamento de parte da base social, em especial no período da política de
ajuste fiscal de Levy; c) as duras lutas travadas pela esquerda política e
social contra o golpe, a prisão de Lula e na eleição fraudulenta de 2018; d) a
eleição e o governo neofascista e ultraliberal de Bolsonaro; e) e a queda geral
de participação de jovens nos partidos políticos.
3.12. Na
prática, enquanto o país passa por um momento de acirramento da luta de classes
e crescimento da polarização, a JPT não possui uma direção política. Nesse
sentido, a prorrogação indefinida da realização do IV Congresso da JPT limitou
significativamente a capacidade de a juventude petista agir para avaliar e
superar suas fragilidades. O IV Congresso deveria ter sido realizado em 2017,
foi adiado para 2018 e, por opção da maioria das tendências que atuam na
juventude, não foi realizado em prol da realização do chamado Congresso
Extraordinário da JPT, realizado em Curitiba.
3.13. O
modelo de Congresso Extraordinário prescindiu da realização de etapas
municipais e de possibilitar o debate real nas etapas estaduais – pois tinha
como pressuposto a realização de uma “unidade” forçada, sem base no debate
político. Ou seja, foi um congresso que não deu conta de debater e elaborar uma
política para dirigir as lutas da juventude petista naquele período. Na
prática, o Congresso Extraordinário expressou duas das grandes fragilidades da
JPT: a luta fratricida, internista e despolitizada entre frações da própria CNB
(tendência majoritária na direção do PT e da JPT) pela direção da JPT; e a
falta de compromisso da maior parte das tendências – especialmente do campo que
se auto-intitulava “Muda PT” – com a construção de uma JPT de massas.
3. 14. Por
estas razões, a tendência petista Articulação de Esquerda defendeu até o último
recurso a realização do IV Congresso da JPT em 2018, mesmo que fosse necessário
adequar o modelo do congresso para viabilizá-lo. Com esta posição derrotada,
fizemos a opção por mobilizar etapas municipais onde fosse possível, participar
das etapas estaduais e da etapa nacional, fazendo a crítica à condução do
processo, mas mantendo nosso compromisso com a Juventude do PT.
3.15. Em
âmbito nacional, após o Congresso Extraordinário, apesar de suas limitações,
foi possível reconstituir um fórum nacional entre todos os setores petistas que
atuam na juventude. Assim, algumas iniciativas pontuais foram viabilizadas
nacionalmente, como o Seminário de Planejamento realizado no final de 2018 e o
Encontro Nacional de Estudantes Petistas em 2019. Tem crescido a disposição de
setores petistas em manter um diálogo e uma atuação mais próximos em âmbito
nacional, embora ainda não haja grandes consequências políticas para tais
sinais. A direção nacional da JPT tem dificuldade em estabelecer um
direcionamento político cotidiano para o conjunto da juventude petista.
3.16. Esta
situação se mantém, em grande medida, pois há uma desarticulação no geral das
secretarias estaduais e municipais da JPT, fazendo com que a JPT não consiga
desempenhar ações capilarizadas e direcionadas. A não realização do IV
Congresso da JPT cobra suas consequências. Sem direções políticas fortalecidas,
o trabalho de base fica diretamente prejudicado. Ou seja, para além das
estruturas partidárias, esta é a grande debilidade da Juventude do PT hoje: a
ausência de núcleos de base capazes de articular a atuação cotidiana da
juventude petista nos locais de trabalho, de estudo e de moradia. Assim, uma
grande força política e social – o petismo na juventude - fica latente. O
fundamental para construir uma JPT de massas hoje, além de disputar os rumos do
partido e da JPT como um todo, passa por superar esse cenário de dispersão e de
organização real da militância da juventude petista.
3.17. Isto
só será possível com uma decisão resoluta de priorizar o impulsionamento de uma
JPT a partir de nossas próprias forças. A militância de juventude da tendência
petista Articulação de Esquerda deve assumir esta tarefa. Ou seja, não devemos
esperar que a tendência majoritária altere sua política ou que os demais
setores do partido retomem uma posição de priorizar a construção da JPT.
Devemos fazer uma ação simultânea: construir núcleos de base da JPT conduzidos
pela linha política que defendemos ao passo que fortalecemos a luta interna no
partido por uma nova estratégia e pela construção de uma JPT de massas. Devemos
demonstrar na prática que é possível construir uma JPT de massas, militante,
democrática e socialista.
3.18. Assim,
devemos estabelecer um plano de trabalho concreto para a organização de núcleos
da JPT identificados com a defesa de uma estratégia democrática, popular e
socialista e de um PT radical e de luta. Os núcleos da JPT que organizaremos
devem ter como eixos gerais de atuação: a formação política, a integração
cultural e o trabalho de base. Por trabalho de base compreendemos a organização
de nossa atuação nos locais de militância, desde o debate sobre a política e a
melhor tática de atuação coletiva até a distribuição de panfletos, colagem de
cartazes, comícios relâmpagos, abaixo-assinados, manifestações, abordagem nas
ruas. Por integração compreendemos shows, rodas de viola, saraus, peças
teatrais, recitais de poesias, mostras de grafite, pinturas e artes plásticas,
oficinas variadas, exibição de filmes, campeonatos esportivos, gincanas, etc.
Por formação política compreendemos leitura de textos, bate-papos sobre
assuntos específicos, depoimentos de militantes históricos, realização de
cursos, seminários e colóquios, organização de bibliotecas, podcasts, canais no
youtube e em aplicativos de troca de mensagens, etc.
3.19. Nesse
espírito tentamos, mesmo com todos os limites da gestão estabelecida no
Congresso extraordinário, realizar uma mobilização da JPT nos estados e cidades
em que militantes da juventude da AE estavam à frente das secretarias. Mesmo
havendo iniciativas positivas, elas continuaram dispersas e foram ainda mais
prejudicadas com a chegada da pandemia do covid – 19.
3.20. Ao
longo do ano de 2019 foi discutido pela JPT a criação do Movimento Representa,
projeto impulsionado pela JPT que busca capacitar jovens para a disputa
política eleitoral. Isso num momento em que o fascismo e o conservadorismo se
espalhavam através da extrema-direita por todo o Brasil e mais uma vez a JPT
escolheu o caminho da burocracia ao invés de organizar as juventudes na luta e
de fato se tornar uma Frente de massas.
3.21. Não
participamos ativamente das discussões de criação do Representa, uma vez que
compreendemos que as prioridades da JPT deveriam ser outras no momento em que o
Brasil vivia. Que aquele seria, inclusive, o momento para realizar
verdadeiramente o IV Congresso da JPT assim podendo organizar as juventudes
para enfrentarmos o governo Bolsonaro e suas políticas.
3.22. No
entanto, prevaleceu outra política e ela levou a maioria da JPT a ter como foco
os processos eleitorais que viriam no ano seguinte, em detrimento das enormes
possibilidades de luta e mobilização social existentes naquele período, onde o
país vivia um grande aumento do desemprego, mortes pela pandemia e ofensiva da
extrema-direita. Assim, o ano de 2020 se iniciou com o lançamento do
“Representa”, justamente quando o Brasil e o mundo entravam numa pandemia sem
precedentes na história recente.
3.24. A já
fragilizada JPT, que não havia realizado seu IV Congresso, se viu imóvel frente
a uma situação de catástrofe para a maioria da classe trabalhadora. Pouquíssimo
atuante nas lutas durante a pandemia, as ações da JPT se restringiram à lives
nas redes sociais e aos debates virtuais de formação de novas candidaturas
impulsionadas pelo “Representa”. Isso fez com que a JPT novamente estivesse
fora do conjunto das lutas no Brasil.
3.25. E
mesmo tendo seu foco no tema eleitoral, o PT liberou uma porcentagem muito
pequena de recursos para as candidaturas proporcionais de jovens petistas (no
caso ao Representa, que abrange jovens de até 35 anos). Incidimos no debate
buscando trazer a maior democracia possível na divisão dos recursos, defendendo
que todas e todos os candidatos jovens deveriam receber recursos e não somente
aqueles definidos como prioritários. Nossa posição foi vencida, prevalecendo a
vontade da maior parte das demais tendências que queriam garantir um maior
volume de recursos para uma quantidade menor de candidaturas, tidas como
prioritárias.
3.26. Apesar
do resultado das eleições serem apresentados pela maioria como um grande
sucesso e uma prova da efetividade do Movimento Representa, a realidade é que o
número de vereadores jovens não aumentou propriamente, mas sim se deslocou para
mandatos em grandes centros, tendo maior visibilidade que em cidades do
interior.
3.27. Já o
ano de 2021 foi marcado pela realização do Congresso da JPT. Ele foi chamado de
V Congresso da JPT, o que demonstra a intenção da maioria que dirige a JPT de
apagar o IV Congresso da história, sendo substituído pelo Congresso
Extraordinário. Mas as deformações não pararam por aí, tivemos um congresso da
JPT feito de forma híbrida (com atividades presenciais e virtuais), por
imposição e também por aceitação da JPT, que teve seu Congresso submetido ao
calendário dos Encontros Setoriais do PT e vinculado ao sistema de votação
online.
3.28. Estes
congressos não reorganizaram a JPT e tampouco reorientaram sua política. Grande
parte dos congressos ocorreu de forma fragilizada e com espaços esvaziados.
Ainda assim, a participação da militância jovem da Articulação de Esquerda
conseguiu eleger três Secretarias Estaduais, no Rio Grande do Norte, Mato Grosso
do Sul e Rio Grande do Sul.
3.29. No
processo nacional a juventude da AE apresentou uma candidatura à Secretaria
Nacional, que recebeu o apoio das tendências Esquerda Popular e Socialista
(EPS) e Militância Socialista (MS), sendo esta candidatura a oposição à chapa
majoritária, composta pelas tendências Construindo um Novo Brasil (CNB),
Democracia Socialista (DS), Resistência Socialista (RS), Socialismo em
Construção (SOCO), O Trabalho (OT) e Movimento PT (MPT). A candidatura da JAE
obteve 13% dos votos dos delegados nacionais, o que significou três membros na
direção nacional da JPT.
3.30.
Vivemos ao longo do último período uma JPT totalmente voltada para construção
da campanha de Lula presidente, tendo como segundo plano a luta contra o
governo Bolsonaro, tendo inclusive como única saída possível para derrotar o
bolsonarismo a via eleitoral. Apesar de toda a centralidade da eleição de Lula,
consideramos que muito mais deveria ter sido feito pela JPT, principalmente no
que diz respeito às lutas sociais no Brasil que se ampliaram durante os anos do
governo de Bolsonaro.
3.31. Mais
uma vez o projeto Representa retornou, em 2022 com enfoque nas candidaturas
jovens para deputadas e deputados e novamente o centro do debate girou em torno
da distribuição de recursos. Mesmo enfrentando uma menor dificuldade que em
2020 de inserir o maior número possível de candidaturas, lidamos com vetos à
distribuição para todas e todos candidatos.
3.32.
Vivemos um momento na JPT em que nem um planejamento de gestão foi realizado,
mas temos um previsto para ocorrer em Maio e que novamente o debate sobre o Congresso
da JPT retorna e hoje com a maioria das forças defendendo o adiamento para
2025.
3.33.
Defendemos uma nova estratégia partidária para a JPT. O processo de construção
e disputa da JPT precisa ser aprofundado para assim conseguirmos derrotar a estratégia
política do grupo majoritário e a edificação de uma Juventude do PT que passe
não só pelo fortalecimento das nossas instâncias, mas que priorize a sua
construção como estratégica para o projeto democrático, popular e socialista.
Para tanto, é essencial pensar uma política própria de finanças militante; uma
política de massas de comunicação que seja informativa e também formativa; uma
política nacionalizada de formação que promova a capacitação constante dos
jovens dirigentes e da militância de base; e a construção dos núcleos da
juventude petista que consigam se constituir em torno do trabalho de base, da
integração cultural e formação política e não a construção de um projeto que
visa apenas realizar a disputa institucional.
4. BALANÇO ME
4.1. O golpe
contra a presidenta Dilma, ocorrido em 2016, consolidou o início de um novo
período no Brasil, marcado pela ampliação do programa neoliberal, ataques à
educação pública e desafios crescentes para os movimentos sociais - dentre
eles, o movimento estudantil. Após o golpe, inúmeras políticas de sucateamento
do ensino superior e básico foram implementadas, destacando-se entre elas a
Emenda Constitucional 95 (EC 95), que congelou recursos financeiros para a
educação e outras áreas fundamentais para o desenvolvimento social durante 20
anos.
4.2. Na
época, o movimento estudantil buscou articular respostas a esses ataques, tanto
contra o golpe, através de manifestações em conjunto com a Frente Brasil
Popular, quanto à EC 95, cuja principal forma de combate foram as ocupações das
universidades e escolas no segundo semestre de 2016.
4.3. Apesar
das ocupações, que representaram uma articulação importante de reoxigenação do
movimento estudantil, a luta organizada dos estudantes e de outros setores da
sociedade não foi suficiente para barrar tanto a EC 95 quanto outras reformas
neoliberais que a antecederam ou sucederam, como a reforma trabalhista, da
previdência, etc..
4.4. O papel
na UNE e da UBES, naquele momento, foi de apoio às ocupações, mas sabemos que o
mérito da luta pouco tem a ver com a direção majoritária da entidade, que há anos
encontrava-se afastada do dia a dia dos estudantes. As ocupações surgiram como
um movimento organizado pela base, o que inclui prós e contras. Um dos pontos
positivos foi a capilaridade e a oxigenação do movimento estudantil nas
instituições, possibilitado por essa indignação estudantil que se transformou
em ação organizada; um dos pontos negativos foi a rejeição à bandeira da UNE e
aos próprios diretores da entidade, em muitas das ocupações;
4.5. Nossas
críticas à direção majoritária da União Nacional dos Estudantes, que é dirigida
pela juventude do PCdoB com o apoio de diversas tendências do PT e do Levante
Popular da Juventude, não compactuam com a linha política que visa se
distanciar da entidade, pois acreditamos que disputá-la e reaproximá-la da realidade
dos estudantes são tarefas fundamentais para fortalecer a UNE e garantir mais
vitórias do movimento estudantil. Dito isto, construímos as ocupações, lutamos
contra as reformas neoliberais, estivemos em conjunto com a FBP, sempre
erguendo a bandeira da UNE e disputando a direção e a linha política da
entidade através de suas instâncias.
4.6. De 2016
a 2018, a situação pós-golpe se agravou, tendo como principais elementos a
prisão política do companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, seguida da eleição do
genocida Jair Bolsonaro à presidência. Se com o golpista Michel Temer a
situação do povo brasileiro e dos estudantes já era grave, com a chegada de
Bolsonaro ao governo, a coisa piorou.
4.7. Desde a
escolha de seus ministros da Educação, que passou por figuras fascistas como
Weintraub e Milton Ribeiro, até a escolha antidemocrática de reitores para as
Instituições Federais, o governo inteiro de Bolsonaro foi pautado em ataques à
educação pública e às lutas estudantis, além de ataques aos direitos da classe
trabalhadora como um todo.
4.8. Em
2020, com o início da pandemia do Coronavírus, a situação se agravou ainda
mais. Ensino remoto sem plano de adaptação e recursos para digitalização,
evasão massiva de estudantes que não mais podiam permanecer na universidade e
nas escolas, ausência total de políticas de assistência estudantil - tudo isso
muito bem orquestrado para sucatear a educação e elitizar a permanência através
da evasão e com uma presença cada vez maior do setor empresarial da educação
privada.
4.9. Nesse
período, a diretoria da União Nacional dos Estudantes também sentiu o peso da
conjuntura: com a impossibilidade de irmos às ruas massivamente, como havíamos
feito até então, a nova dinâmica passou a incluir tuitaços, reuniões online e
mobilizações virtuais que dificilmente furavam a bolha e surtiam algum efeito
prático. Dentro desse contexto, ocorreram importantes discussões, como a
aprovação do Novo Fundeb, a luta pela posse dos reitores eleitos e o combate
aos ataques constantes à educação - tudo isso em meio a uma pandemia em que
milhares morriam diariamente no Brasil, consequência de uma necropolítica
genocida orquestrada pelo governo Bolsonaro.
4.10. Foram
quase dois anos entre períodos de abertura e fechamento, embora saibamos que,
no Brasil, o isolamento social nunca foi uma realidade para os mais pobres,
inclusive muitos estudantes, que apesar de não mais irem à universidade
presencialmente, seguiram trabalhando.
4.11. Neste
período, o movimento estudantil como um todo passou por um certo refluxo e
viu-se em meio a imensas dificuldades organizativas e de transição. Para a
Juventude da Articulação de Esquerda, essa problemática não foi diferente.
4.12.
Havíamos eleito, no Congresso da UNE em 2019, o companheiro Lucas Reinehr, do
DCE da Universidade Federal de Santa Maria - RS, como diretor da União Nacional
dos Estudantes. Durante os seis primeiros meses de gestão, foi possível
realizar atividades presenciais em outros estados e dar início a um
planejamento para a reconstrução da JAE em determinados locais e fortalecimento
das entidades onde já estávamos; além do planejamento de uma jornada nacional
de movimento estudantil, acompanhada pelo Seminário Nacional de Assistência
Estudantil;
4.13. No
primeiro trimestre de 2020, antes de a pandemia chegar ao Brasil, realizou-se
em São Paulo a XII Conferência Nacional de Juventude da Articulação de Esquerda,
em que foi eleita a atual Coordenação Nacional de Juventude da AE. Passada a
Conferência, a CNJAE recém-eleita reuniu-se em São Paulo, em março de 2020,
para dar início ao planejamento da JAE nos segmentos JPT, Movimento Estudantil
e demais frentes de massa.
4.14. Para o
Movimento Estudantil, foi realizado um planejamento que incluía a construção
dos seminários de assistência estudantil, a disputa de DCEs e outras entidades,
a articulação junto a Uniões Estaduais de Estudantes onde estávamos presentes e
a realização de jornadas estaduais que culminariam em uma jornada nacional de
movimento estudantil.
4.15. Todo
este planejamento foi interrompido pela pandemia do novo Coronavírus, que
demandou de toda a tendência uma reorganização de atividades e transposição
virtual de debates, conferências, plenárias, etc. Foi um longo período de
readaptação em que o movimento estudantil da JAE realizou plenárias, reuniões,
etc. de forma virtual, mas sempre com certa dificuldade em garantir a
participação massiva de seus militantes ou de concretizar ações que fossem para
além da tela.
4.16.
Durante as poucas manifestações que aconteceram durante o período da pandemia, sempre
orientamos nossa militância jovem a participar com suas entidades, atentando a
todos os cuidados sanitários das convocações. Nossa posição foi a de vencer a
pandemia vencendo o governo Bolsonaro e suas políticas, algo que desde sempre
defendemos que fosse feito com luta social e mobilização popular.
4.17. Outro
problema decorrente da pandemia que afetou severamente o movimento estudantil
foi a não-realização dos conselhos e congressos gerais da entidade. Apesar de
reuniões virtuais e, inclusive, um seminário geral em 2022, tanto a UNE quanto
a UBES não realizaram Congressos com tiragem de delegados, tampouco renovaram
suas direções através das instâncias tradicionais.
4.18. Em
2020, participamos do Seminário de Entidades Gerais, realizado de forma online,
e apresentamos ao conjunto dos estudantes a seguinte contribuição, onde
analisamos a conjuntura e apresentamos a nossa política para o movimento
estudantil: https://pagina13.org.br/contribuicao-da-juventude-da-articulacao-de-esquerda-ao-seminario-de-entidades-gerais-da-une/
4.19. A
participação online dos nossos militantes e dirigentes de movimento estudantil
foi possível, porém a avaliação que fizemos de tais eventos é de que não davam
conta do problema real do movimento estudantil. Boa parte desses espaços
virtuais, assim como as próprias reuniões da diretoria plena, não passavam de
demarcação entre forças políticas, sem conseguir solucionar as problemáticas do
dia a dia nas escolas e universidades, ou propor uma agenda de lutas
protagonizada pelo movimento estudantil no país.
4.20. Vale
ressaltar que, desde o 55º Conune, realizado em Belo Horizonte em 2017, a JAE
contava apenas com uma diretoria plena na entidade, o que também impactou nossa
incidência na UNE. O rompimento do Campo Popular, promovido pela política do
Levante Popular da Juventude (à época juventude da Consulta Popular) também
naquele Congresso, para incorporação das outras forças ao campo dirigido pelo
PCdoB, é algo que tem suas consequências até hoje - seja para nós, seja pelas
forças que optaram pela incorporação à maioria da direção.
4.21. Além
da UNE e da UBES, principais entidades do movimento estudantil, também perdemos
incidência em outras entidades que foram muito importantes para a construção da
JAE - como a Abeef, a Feab, demais executivas de curso e também Associações de
Pós-Graduandos pelo Brasil.
4.22. Nossa
desarticulação na Feab e Abeef, particularmente, é algo que merece um olhar
atencioso, pois impacta diretamente a construção dos Estágios
Interdisciplinares de Vivência (EIV), além do vínculo que possuímos, enquanto
juventudes e estudantes, com movimentos sociais como o MST, MAB e MPA.
4.23. Esse
processo todo se agravou com a pandemia, pois boa parte do que havíamos
planejado não pôde ser executado, mas não se inicia nem se encerra com ela. Há
outros elementos que fazem parte desse refluxo, como a desarticulação da JAE em
diversos estados, nossa diminuição nas entidades, os problemas organizativos da
juventude que antecedem a última gestão da UNE, a saída de quadros que possuíam
acúmulo histórico da tendência, mudanças geracionais, entre outros fatores.
4.24. Todos
esses problemas permaneceram ao longo de 2021, 2022 e seguem até agora. Assim,
consideramos que o Congresso da UNE de 2023 é uma tarefa central para o
conjunto da militância da Articulação de Esquerda. A fragilidade da entidade,
além de ser muito ruim para o conjunto do movimento estudantil brasileiro,
prejudica aquelas e aqueles que lutam para que a entidade seja uma referência
nacional, como é o caso da JAE.
4.25. Nesse
sentido, a XIII Conferência Nacional de Juventude da AE está convocada para ter
sua etapa nacional concomitante ao Congresso da UNE, num esforço de ampliar
nossa mobilização, evidenciar a importância deste Congresso e permitir que
tenhamos uma retomada da presença da AE na executiva nacional da entidade.
8/informe
sobre recomposição bancada no DN e CEN
9/programação
8º congresso nacional da AE
Nos dias 28,
29 e 30 de julho de 2023, acontecerá em Brasília o 8o Congresso nacional da AE.
O regimento
interno pode ser lido aqui:
https://pagina13.org.br/regimento-do-8o-congresso-nacional-da-ae/
As passagens,
a hospedagem e a alimentação das delegações presentes ao 8o Congresso nacional
da AE correm por conta das respectivas delegações.
Quanto mais
rápido comprar e reservar as passagens, mais barato fica.
O congresso
será todo realizado na sede nacional do PT.
A programação
tentativa é a seguinte:
*28 de julho,
19h00: ato político de abertura, para o qual devemos convidar:
-a militância
da AE DF
-militantes
que estão no governo e no parlamento
-integrantes
de nossa chapa no DN
-todas as
tendências da chamada esquerda petista
-a direção
do PT na pessoa da Gleisi
-militantes
que participaram da AE nos diversos momentos da história
-a
companheira Daniela Matos será a mestra de cerimônia
-Patrick Campos
e Natália Sena falarão sobre os 30 anos da AE
-será aberta
a palavra para os convidados/as que desejem falar
-encerrar
com a Internacional (capela)
*29 de julho,
9h00
-leitura do
regimento, eleição da mesa, comissão de emendas e comissão eleitoral
-apresentação
política (leitura integral ou parcial, com comentários) do texto base
-debate em
plenário do texto base
-apresentação
de emendas
-noite livre
para reunião da comissão de emendas e da comissão eleitoral
*30 de julho
-debate e
votação das emendas e moções
-eleição da
dnae e da comissão de ética nacional
-encerramento
com a Internacional
9/Seminário
sindical
Em data
próxima ao congresso, acontecerá o Seminário Elahp sobre reforma da estrutura
sindical:
27, 28, 29 e
30/7
Local:
Brasilia
Hospedagem: por
conta dos participantes
Modalidade:
presencial
Inscrições:
via site da Elahp.
Taxa de
inscrição: R$ 50,00
Programação
27/7 14h00
entendendo a proposta de reforma sindical
27/7 17h00
intervalo
27/7 19h00
experiências internacionais de estrutura sindical
28/7
9h00 o debate sobre a proposta de
reforma sindical
28/7 12h00
intervalo
28/7
14h00 qual reforma sindical queremos?
29/7 dia
inteiro oficina de elaboração de propostas
29/7 noite:
encerramento do curso com apresentação das propostas
11/composição
da próxima Dnae
Daniela
Matos e Júlio Quadros vão apresentar uma proposta, para debate na próxima
reunião da Dnae.
11/Informe
sobre contribuição militante e sobre mudanças no funcionamento da AEP13.
12/Informe
sobre o P13 de maio, pauta e o calendário do p13 de junho.
13/informe
sobre eleição Andes
14/informes
sobre FPA, 30 anos da AE, Manifesto Petista, São Leopoldo,
15/temas
para debate na próxima reunião da Dnae
A próxima
reunião da Dnae será no dia 26 de maio, em Brasília. Nesta reunião, além do
ponto conjuntura, está prevista a discussão dos seguintes pontos:
-congresso do
MNLM, congresso da CMP, Congresso CUT
-pendências
comunicação
1.Produzir,
até o final do mês de fevereiro de 2023, um relatório resgatando nossas
formulações a respeito do tema comunicação (em geral, do governo federal, do
PT, do campo democrático-popular, da AE). Tarefa a cargo da Alana (RS);
2.Produzir,
até o final do mês de fevereiro de 2023, um estado da arte dos meios de
comunicação do campo democrático-popular, incluindo movimentos, partidos,
tendências, mandatos, iniciativas mais ou menos empresariais etc. Tarefa a
cargo do Silvio Queiroz (DF);
3.Produzir,
até o final do mês de fevereiro de 2023, um balanço de conteúdo e público dos
instrumentos de comunicação da AE: o jornal Página 13; o boletim Orientação
Militante; a revista Esquerda Petista; o Antivírus; o Contramola; o Podcast; o
site; e nossa presença em listas e nas redes sociais. Tarefa a cargo do Walter
(MS);
4.Com base
nestes três materiais acima citados, formular uma proposta de conjunto para a
comunicação da tendência no período 2023-2026, incluindo: a) identidade visual;
b) agência de publicidade; c) política para as redes sociais; d) vídeos e
youtubers; d) política para as listas; e) jornal impresso; f) política de
impulsionamento; g) contratação de pessoal e profissionalização. Até o 8º
Congresso da AE, portanto, manteremos as mídias atuais, sem prejuízo de
ajustes.
5.Propor
para a Elahp a realização de oficinas virtuais de comunicação;
6.Criar um
grupo de zap dos comunicadores da AE;
7.Ampliar o
Conselho Editorial da revista e da editora, convidando de imediato: Daniel
Valença, Patrick Araújo, Bruno Elias, Adriele Manjabosco, Laurem Aguiar,
Adriano Bueno, Rayane Andrade.
8.Produzir
três temporadas especiais em formato podcast, um sobre o Foro, um curso de
formação e um sobre a história da AE;
9.Reforçar
as vendas do livro Socialsmo ou Barbárie;
10.Dedicar
as próximas edições do P13 para, entre outros, os seguintes assuntos:
ministérios um-a-um; governos estaduais um-a-um; “novo” congresso nacional;
“novas” assembleias legislativas; CUT 40 anos; congresso da CMP; UNE e Ubes;
aniversário MST; atitude dos movimentos sociais em geral e do movimento
sindical em particular frente ao governo Lula, destacando temas como o da
reforma da previdência e trabalhista;
11.Estudar a
viabilidade financeira de produzir o P13 quinzenalmente e a capacidade de voltar
a fazer impresso;
-cursos nos
estados
Sobre cursos
nos estados, as prioridades são: Santa Maria, São Luís do Maranhão. Está sendo
negociada a data de um curso em Caxias do Sul. Há demandas para fazer cursos em
Santos, em Juiz de Fora, em Florianópolis, em Patos de Minas, em Esteio, em
Cachoeira Paulista, no MS e no PI. No caso do Maranhão, Jandyra buscará
contribuir. No caso de Santa Maria, Patrick buscará contribuir.
-situação estados (já foi discutida a situação
nos estados do RS, SC, PT, SP, RJ, MG, ES, MS, DF, SE. A situação nos demais
estados será debatida na reunião de 26 de maio. Foi deliberado que o Valter
acompanhará o processo congressual no estado do Paraná.)
-situação nos setoriais
16/agenda
1 de maio: dia
de luta da classe trabalhadora, distribuição do Página 13
7 de maio:
curso virtual para MG
10 e 11 de
maio: eleição Andes
16 de maio:
plenária da AE saúde
25 de maio: reunião
com militantes da AE que atuam no governo e na bancada federal
26 de maio: reunião
da Dnae em Brasilia, DF
25 de junho:
reunião da Dnae
29 de junho:
abertura do XXVI encontro do Foro de São Paulo
2 de julho:
encerramento do XXVI encontro do Foro de São Paulo
12 a 15 de
julho: congresso da UNE
23 de julho:
data final congressos de base
27 a 29 de julho:
Elahp promove seminário sobre estrutura sindical em Brasília
28 de julho:
reunião da Dnae em Brasília e abertura do 8º Congresso
29 e 30 de
julho: 8º congresso da AE
30 de julho:
reunião da nova Dnae
20/Expediente
Orientação
Militante é um boletim interno da Direção Nacional da tendência petista
Articulação de Esquerda. Responsável: Valter Pomar. A direção da tendência é
composta por: Mucio Magalhães (PE) acompanhamento do PI, PE, PB e SE; Valter
Pomar (SP), coordenação geral, comunicação e acompanhamento das regiões Sudeste
e Norte e do Maranhão; Damarci Olivi (MS), finanças; Daniela Matos (DF),
formação, cultura, LGBT e acompanhamento do MT e GO; Natalia Sena (RN),
acompanhamento da bancada parlamentar e dos Estados do RN, CE, BA e AL; Jandyra
Uehara, sindical e acompanhamento dos setoriais de mulheres; Patrick (PE),
acompanhamento da juventude, do setorial de combate ao racismo, do MS e DF;
Júlio Quadros (RS), acompanhamento dos setoriais de moradia, rurais e da região
Sul. Comissão de Ética: Jonatas Moreth(DF), titular; Sophia Mata (RN), titular;
Izabel Costa (RJ), suplente; Pere Petit (PA), suplente
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