A Fundação Perseu Abramo publica uma revista chamada Focus Brasil.
A edição número 92 da revista, datada de 24 de abril, traz um editorial.
O editorial intitula-se "O marco fiscal e a trilha para o desenvolvimento".
No meio do editorial está a seguinte frase: "As incompreensões de alguns políticos e economistas do campo progressista apesar de legítimas, não podem, pelo açodamento ou a “vontade de aparecer”, servir de combustível para turbinar os inimigos da democracia".
Ou seja: embora diga que são legítimas, o editorial desqualifica as críticas de esquerda ao chamado Novo Arcabouço Fiscal.
Seriam legítimas, mas fruto da incompreensão.
Seriam legítimas, mas poderiam cair no "açodamento" ou na "vontade de aparecer".
Seriam legítimas, mas poderiam "turbinar os inimigos da democracia".
Ou seja, fica implícito que as críticas parecem legítimas mas, no fundo, não seriam legítimas.
O editor da revista alega que o editorial está assinado por ele, Alberto Cantalice.
Mas, assinado ou não, um editorial é um editorial.
E um editorial pode muito, mas certamente não pode desqualificar a opinião de quem, na FPA ou no PT, pensa diferente do editor da revista.
Que, na minha opinião, não pode usar o editorial da revista desta forma.
Uma coisa é defender o NAF. Outra coisa é desqualificar quem pensa diferente.
Editorial reflete opinião do veículo em que é publicado. Seja revista, jornal, rádio, TV, mídia digital, enfim, o meio de comunicação que for. Logo, seu conteudo deve estar em harmonia com o pensamento do mesmo como um todo, ou, de seu controlador majoritário, ou, mesmo, seu proprietário. Fora destas premissas, no máximo, representa a opinião de quem assina tal publicação.
ResponderExcluirSem o debate, sem crítica aonde se irá chegar?
ResponderExcluirPenso que a lugar nenhum.
Ainda mais por ser uma revista que representa a classe trabalhadora, tem que ser aberta a ouvir a opiniões.