terça-feira, 2 de outubro de 2018

Sobre a pesquisa do Ibope

(A versão original deste texto foi escrito quando saiu a pesquisa do Ibope. Agora já há outra pesquisa confirmando a opinião apontada abaixo)

A pesquisa do Ibope exagera uma tendência que é real.

Ou seja: a pesquisa tem distorções técnicas, mas é preciso estar atento para uma possibilidade real que ela indica.

A saber: a polarização tende a antecipar para o primeiro turno as transferências de voto que ocorreriam no segundo. E por razões que estão ditas abaixo, isso neste momento pode ajudar mais “ele” do que nós.

1/A mobilização forte do nosso lado gera uma reação do lado de lá. Vide deslocamento de parte dos evangélicos.

2/O discurso da terceira via contra os “dois extremismos” aumenta a rejeição principalmente contra nós. Até porque o objetivo deles é nos tirar do segundo turno.

3/Além disso, o fato de termos enfatizado — nos últimos dias — a pauta democrática, na prática fez com que tenha ficado em segundo plano a pauta social (ou seja, Bolsonaro = neoliberalismo e antipovo).

4/O Ibope é um sinal de que a Globo, que havia feito um ensaio pró-terceira via, pode estar pacificando suas relações com a extrema-direita.

5/A movimentação no STF, no TSE, as ações contra nossos comitês, declarações de líderes estaduais da centro-direita em prol “dele”, indicam que está havendo movimentações antecipadas em favor dele.

Seja como for, não existe saída para a crise brasileira que não passe pela derrota do golpismo e da extrema direita.

E na atual conjuntura, só nós da esquerda, liderados pelo PT e com a bandeira de Lula, podemos derrotar a extrema-direita. O centro é incapaz de dialogar com o povão.

Mas só faremos isso se nós fizermos o que é nossa vocação: falarmos com o povo, sobre a ameaça que Bolsonaro representa em termos práticos de salário, emprego etc.

Portanto, os próximos dias serão de muita tensão. É preciso estar preparado e disposto. E foco no povão, que será quem decidirá a eleição.

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