quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sangue, suor e lágrimas

Há exceções.

Nobres e valorosas exceções.

Que espero que sejam em número muito grande.

Mas vamos falar claro: quem pode salvar as liberdades democráticas é a maioria do povo brasileiro, a começar pela classe trabalhadora.

E como já aconteceu outras vezes na história do Brasil e do mundo, será a esquerda no sentido amplo da palavra quem vai ter que verter sangue, suor e lágrimas para garantir que a democracia, mesmo que burguesa, sobreviva.

Por isso, não há motivo de surpresa nas declarações de "neutralidade" vindas de partidos de centro e centro-direita.

Claro, chega a soar abjeto que alguém diga que não vai tomar posição, porque não quer atrapalhar sua eleição. Ou porque tem restrições aos dois lados. Ou porque quer esperar mais um pouco. Ou qualquer outra coisa assim.

Enfim, seguem dois textos e dois links que tratam disto.

De Augusto Buonicore

Se fascismo e liberalismo não são iguais, tão pouco existe entre eles uma muralha intransponível. Diria mesmo que existem mais pontos de convergência do que sonha a nossa vã filosofia. Foi na América Latina que o conluio liberalismo e fascismo tornou-se mais evidente. Os liberais constituíram-se em vanguarda ideológica e política da maior parte dos golpes militares ocorridos ao longo do século 20. Por aqui, em 1964, os muito liberais Estadão, Folha e UDN conclamaram abertamente a intervenção militar e aplaudiram a repressão que se seguiu à autodenominada “redentora”. O mesmo fenômeno se repetiu no Chile, Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai etc. O fenômeno voltou a se repetir no século 21. Se interessar leiam o artigo no link abaixo.
http://www.grabois.org.br/portal/artigos/154647/2018-10-08/liberalismo-e-fascismo-afinidades-eletivas

De Caio Navarro de Toledo

Como exemplo atual das convergências entre liberalismo e fascismo, podemos citar o comportamento de alguns liberais brasileiros nestas eleições de 2018. Talvez o exemplo mais conspícuo seja o do acadêmico Bolivar Lamounier, autor liberal que tem presença intensa e frequente na grande mídia. Vale a pena conhecer sua página no Facebook.  https://www.facebook.com/bolivar.lamounier
Seu visceral e radical antipetismo é de tal natureza e magnitude que, durante o 1o turno e nos dois primeiros dias deste 2o turno, ele apenas postou textos (dele e de "amigos") e ilustrações que atacam, debocham e desqualificam a candidatura de F Haddad. Em contrapartida, sua página não faz uma ÚNICA crítica ao candidato fascista e, em nenhum momento, reflete sobre as reais ameaças que, hoje, pairam sobre a ainda frágil democracia no Brasil.



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