sexta-feira, 5 de maio de 2017

Serão fraudulentos os acordos? - parte I

A comissão executiva nacional do Partido dos Trabalhadores fez uma longa reunião, no dia 3 de maio, para deliberar sobre grande quantidade de recursos que questionavam irregularidades ocorridas nas eleições que o PT fez no dia 9 de abril.

Há vários relatos orais acerca do que ocorreu nesta reunião, mas até agora desconheço qualquer relato por escrito. 

Resumidamente, a executiva não acolheu a maior parte dos recursos. Portanto, se fraude havia, em grande parte fraude continua havendo.

Entretanto, além de acolher ou não recursos, a reunião da executiva nacional também foi palco de alguns acordos. 

O caso mais estranho é o da Bahia. 

Tratamos deste caso aqui: http://valterpomar.blogspot.com.br/2017/04/um-informe-detalhado-sobre-bahia.html

A situação na Bahia era tão conflituosa, que a direção regional encomendou exames grafotécnicos, que confirmaram a ocorrência de fraudes.

Pois bem: na reunião da executiva nacional, as partes chegaram a um acordo. Alguém foi punido? Alguma investigação será feita? Alguém se retratou das pesadas acusações? Perguntas que tanto a executiva quanto as partes precisam responder.

O interessante deste acordo é que ele impacta no resto do país.

Explico: entre as muitas divergências acerca da apuração da Bahia, havia uma que dizia respeito aos delegados eleitos por cada parte e havia outra que dizia respeito ao número total de votantes.

Pois bem: ao que tudo indica, o acordo feito na reunião da executiva nacional legalizou o número maior de votantes. Portanto, aumentou o número de delegados da Bahia no Congresso nacional, em detrimento do número de delegados eleitos por outros estados (ver ao final a tabela de divisão de delegados/as por estado).

Com isto, parece ter se instalado uma variante do ditado "em casa que não tem pão, todo mundo reclama e ninguém tem razão". Ao aumentar o número global de delegados, parece que acomodações tornaram-se possíveis, embora todo mundo siga reclamando e não necessariamente haja alguém com razão.

Felizmente, há militantes do PT Bahia que não aceitaram este "acordo", que lembra muito certo tipo de acerto que se faz em partidos tradicionais. 

Vamos ver o que vai acontecer, mas segue um aperitivo do clima no estado:

A PERDA DA CAPACIDADE DE DIRIGIR

Vivemos momentos difíceis no Partido dos Trabalhadores no Brasil e, principalmente na Bahia.

Após o golpe de 2016, presenciamos uma direção Nacional fraca, omissa e covarde no enfrentamento aos condutores do golpe que tirou da presidência uma mulher honesta, guerreira e que tentou no exercício do poder combater à corrupção e aos corruptores.
No meio da crise política e econômica que vive o país e o mundo, o diretório Nacional decidiu antecipar o fim dos mandatos dos diretórios municipais, estaduais e Nacional. Desse modo, convocou o 6° Congresso partidário para o início do mês de junho do ano em curso que, convocaria eleições diretas nos municípios para renovar as direções municipais e assim, elegeria delegados e delegadas para os congressos estaduais.
Como o Brasil todo já sabe, houve processo de fraude no PED 2017 em vários estados da federação onde mortos votaram, números apareceram mesmo onde não foi realizado eleição. Teve ainda, vários casos de um votar por vinte pessoas. Cidades que inscreveram a chapa no dia certo e que esqueceram de comunicar o local onde ia ser realizada a eleição, foram punidas e proibidas de realizar o pleito, enquanto isso, as cidades que informaram que realizariam as eleições em um local e fizeram em outro estas sim, tiveram validado o resultado da eleição.

Para o diretório nacional do PT o que vale são os conchavos políticos e não às regras partidárias que eles mesmo estabeleceram na aprovação do regimento.
Uma direção Nacional séria teria cancelado o resultado da eleição nas urnas fraudadas e mandaria investigar e punir os fraudadores com o cancelamento da filiação partidária.
Na Bahia o caso foi pior, mais de quatro mil votos foram fraudados. O secretário de Organização Élio Santana após à realização do PED, sumiu com os documentos da eleição e ordenou que o funcionário de sua respectiva secretaria também sumisse.
O que fez a direção Nacional sabendo de toda à fraude e de toda à conduta do dirigente da Sorgptba¿ ¬_Referendou à conduta criminosa e decidiu que a totalização feita às escondidas por esse dirigente é a que ficaria valendo.
Por isso, encerro dizendo três coisas:
1 - A CNB e a EPS que conduziram este processo antiético do PED 2017 na Bahia perderam à capacidade de dirigir o maior Partido da América Latina.
2 - Como combater os golpistas e os corruptos externos, se não Puno os atos de corrupção existente no meu partido¿
3- Quem frauda eleição partidária, pode fraudar licitação, cometer crime de tráfico de influência e outros crimes tipificados na legislação vigente.
Por último, sairei da Executiva Estadual de cabeça erguida, porque não me calei sobre as coisas erradas que companheiros e companheiras do meu partido praticaram, quando permaneci fiel aos princípios que nortearam o nascimento do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras

Osmar Galdino da Silva Júnior
Secretário de Comunicação do PT da Bahia

(Até à realização do 6º Congresso Estadual)








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