terça-feira, 17 de setembro de 2013

Roteiro para debate entre candidatos a presidência do PT


1.Saudação ao companheiro Luís Gushiken, pelo papel que ele jogou na construção do PT e também pela valentia com que enfrentou as falsas acusações de que foi vítima, desde 2005. Que na próxima quarta-feira a maioria do STF faça prevalecer o Estado de Direito, não o Estado da Direita.
2.O PT precisa mudar. O PT tem um passado que nos orgulha, tem um presente de muitas realizações, mas nós precisamos ser o partido do futuro. Ser o Partido do futuro implica estar sintonizado com as aspirações da juventude, das classes trabalhadoras, dos movimentos sociais, da intelectualidade progressista.
3.Para isto precisamos mudar internamente, enfrentar os sintomas crescentes de burocratização, de institucionalização, de domesticação e de degeneração que afetam nosso Partido.
4.Para isto, o PT precisa renovar sua direção e sua presidência.
5.Nosso partido precisa de uma nova estratégia. A estratégia adotada em 1995 não serve para o Brasil de 2013.
6.Precisamos de uma estratégia que seja capaz de dar conta das necessidades de um Brasil que precisa de reformas estruturais, das necessidades de uma América Latina que precisa de integração regional, das necessidades de um mundo que passa por crises cuja solução está no socialismo.
7.Para isto, o PT precisa de uma direção comprometida com uma estratégia democrática, popular e socialista.
8.Dirigir a campanha à reeleição da companheira Dilma, garantindo que consigamos não apenas um segundo mandato, mas um segundo mandato que seja substancialmente melhor do que o primeiro.
9.Queremos um segundo mandato Dilma marcado pelas reformas estruturais: a reforma política via Assembleia Constituinte, a Lei da Mídia Democrática para acabar com o oligopólio, a reforma tributária para que os ricos paguem impostos, a reforma agrária e a reforma urbana, um salto na qualidade e no financiamento das políticas públicas de saúde, educação, cultura, transporte entre outras.
10.Precisamos de aliados. Mas aliados de verdade, que compartilhem este programa de reformas, não aliados conservadores que constituem um obstáculo para as mudanças que o país precisa.
11.Precisamos de uma direção que saiba combinar o apoio nas ruas com o apoio das urnas, o apoio parlamentar com a governabilidade institucional. E que lembre, sempre, que partido é partido, governo é governo.
12.Ninguém, nem mesmo o Lula e a Dilma, podem se sobrepor as decisões democráticas aprovadas pelas instâncias partidárias.
13.Pedimos voto na candidatura e na chapa A ESPERANÇA É VERMELHA, cujo número é 220.

ALTERNATIVA 1 DE PERGUNTA E RESPOSTA
(...) pergunta é sobre política de alianças nas campanhas para governador. Mais especificamente: nos estados do Maranhão, do Pará e do Rio de Janeiro, o PT deve apoiar as candidaturas a governador do PMDB?
(O PT não deve apoiar as candidaturas do PMDB em nenhum dos estados citados na minha pergunta. No Rio, devemos apoiar Lindbergh. No Pará, também devemos lançar candidatura própria. E no Maranhão, devemos apoiar a candidatura do PCdoB contra a oligarquia Sarney. Não podemos transformar os estados em moeda de troca, até porque alianças feitas nesta base não ajudarão o segundo mandato da Dilma a fazer as reformas estruturais necessárias para o Brasil. Mas para garantir isto, precisamos de uma direção e de uma presidência comprometidas com outra estratégia, com outra tática e, também, que saibam defender os interesses do PT frente as pressões que vem de fora do Partido e as vezes de dentro do governo.]
ALTERNATIVA 2 DE PERGUNTA E RESPOSTA
(...) nós do PT defendemos o fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais. Entretanto, parte importante do orçamento do PT é bancado por doações de empresas. É ou não uma contradição fatal termos um partido de trabalhadores financiado por empresários? O que fazer para mudar esta situação?
[O PT não pode depender de financiamento empresarial, nem de financiamento público. Precisamos construir a cultura da contribuição militante e, ao mesmo tempo, desenvolver atividades de arrecadação que sustentem o Partido. É possível fazer isto. E é necessário e urgente, pois quem não tem autonomia financeira, não tem autonomia política, nem democracia interna. Pois num partido financiado por recursos externos, manda quem consegue estes recursos.]

ALTERNATIVA 3 DE PERGUNTA E RESPOSTA
(...) todos os candidatos defendem mudanças na prática do PT e valorizam o debate político. Ao mesmo tempo, as últimas semanas foram marcadas por denúncias de cotização em massa de filiados para votar no PED. Como explicar esta contradição entre o discurso novo e a prática velha.
(Parafraseando o velho Mouro, certas tradições oprimem como um pesadelo a prática dos vivos. Há setores do Partido que não querer usar o PED para fazer debate político. Estes setores encaram o PED como um momento de controlar a máquina partidária. E usam para isto os recursos tradicionais: cotização em massa, transporte, clientelismo. O PT precisa de milhões de filiados, mas precisamos de filiados conscientes, que contribuam voluntariamente com o Partido e que tenham consciência do motivo do seu voto. Liderança partidária que trata a militância como clientela deve ser punida e afastada do Partido, não importa de que tendência seja. E dirigente partidário que não se posiciona claramente a este respeito, deve ser questionado do porquê do seu silêncio.)

CONSIDERAÇÕES FINAIS
1.Total apoio à ideia de que a presidenta Dilma Roussef deva cancelar a visita aos Estados Unidos. E, mais importante do que isto, deve tomar medidas para cancelar as vantagens que as empresas daquele país obtiveram mediante espionagem. Por exemplo, não comprando os aviões de combate fabricados pela Boeing.
2.Este terceiro debate entre os candidatos a presidência do PT mostrou que existe um consenso: todos defendem que o PT precisa mudar.
3.Mas há, entre nós, uma candidatura que fala em mudança, mas que representa os setores partidários comprometidos com o status quo. Fala em reforma política, mas tem o apoio do Vaccareza. Fala em democratização da comunicação, mas tem o apoio do Paulo Bernardo. 
4.Da nossa parte, defendemos uma mudança profunda no funcionamento e na postura do Partido; uma mudança na estratégia e uma mudança na tática e na política de alianças em 2014.
5.Precisamos de uma direção que garanta a autonomia e a autoridade do Partido frente aos nossos governos e bancadas, que reaproxime o partido das lutas e dos movimentos sociais, que invista a sério na comunicação, formação e no autofinanciamento do Partido.
6.Precisamos de uma direção que tenha efetivo compromisso com o socialismo e com as reformas democrático-populares, que perceba que estamos num novo período histórico, no qual a estratégia adotada em 1995 não serve mais para seguir avançando.
7.Precisamos de uma direção disposta a construir uma política de alianças com quem defenda reformas estruturais, que compreenda que é um erro para nossa política nacional abrir mão de candidaturas nos estados.
8.Estas são as ideias centrais que a chapa A Esperança é Vermelha, cujo número é 220. Pedir voto e apoio militante.

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