Companheiras e companheiros
integrantes do DN
Acabamos de realizar, no sábado 20 de
julho, uma reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.
Nesta reunião, a maioria dos
presentes alterou algumas regras do Processo de Eleição das Direções.
O prazo para pagar o PT foi ampliado,
para 30/8 (cotizações individuais) e para 30/9 (cotizações
coletivas).
Alterou-se a distribuição dos
recursos do fundo partidário: antes, 50% eram divididos igualmente entre todas
as chapas e candidaturas; agora, só 20% serão divididos igualmente.
As chapas não precisarão mais ser
pré-ordenadas. Agora elas poderão ser pós-ordenadas, ou seja, o filiado vota na
lista, mas sem saber em qual ordem os componentes desta lista farão parte do
DN.
Além da anterior, revogou-se a
seguinte resolução do IV Congresso: "será necessário participação do
filiado em pelo menos uma atividade partidária no ano para votar e ser
votado".
Estas alterações foram feitas com um
argumento principal: é preciso ampliar o número de pessoas que vão votar no
PED.
Certamente, todos queremos que
centenas de milhares de filiados participem do PED.
Mas é preciso quantidade com
qualidade. E não se pode, em nome da quantidade, violentar as resoluções
aprovadas pelo Congresso.
Durante a reunião, eu e vários outros
integrantes do DN apresentamos alternativas que buscavam preservar as
resoluções congressuais.
Em nenhum momento adotamos uma
postura inflexível, frente às preocupações apresentadas pela maioria.
Infelizmente, a maioria não buscou o
consenso, a mediação.
Isto me coloca, e acredito que coloca
outros dirigentes partidários, diante de um dilema.
Afinal, como se costuma dizer, é
muito grave alterar as regras do jogo, no meio do jogo. Especialmente quando
isto se faz sem consenso ou pelo menos amplíssima maioria.
Mais grave ainda é que estas
alterações resultem em benefício evidente para a maioria relativa que aprovou
as respectivas alterações.
E muito pior é que esta alteração
implique na revogação de decisões adotadas pelo recente IV Congresso
partidário.
Podemos ter diferentes opiniões sobre
o mérito do que foi aprovado pelo DN. No IV Congresso, eu mesmo votei contra
algumas das regras que a maioria relativa do DN agora decidiu revogar. Mas do
ponto de vista do método, abriu-se nesta reunião do DN um precedente que considero
inaceitável.
Foram desrespeitados dois preceitos
básicos da democracia partidária: o caráter supremo das resoluções congressuais
e a possibilidade da minoria converter-se, com base nas regras estatutárias, em
maioria.
Afinal, a mesma maioria que alterou
as regras hoje, poderá fazer novas alterações amanhã.
Levando isto em conta, e considerando
o que prevê nosso estatuto, solicito formalmente ao Diretório Nacional que
suspenda as decisões aprovadas e que busquemos uma solução consensual para os
problemas apontados acima.
Peço aos companheiros e companheiras
que lembrem que há determinadas regras que não podem ser quebradas, há
determinados rios que não podem ser atravessados, sem que se tire disto as
devidas consequências.
Especialmente nesta conjuntura tão
turbulenta que o país e o PT atravessam, é essencial evitar este tipo de
situação.
Saudações petistas
Valter Pomar
21 de julho de 2013
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