quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Resolução envergonhada (e vergonhosa)

A maioria da executiva nacional do PT decidiu apoiar as Medidas Provisórias 664 e 665.


Diz a resolução aprovada por maioria, contra três votos: "A CEN reitera a decisão do DN de que as MPs, que têm o nosso apoio, devem ser objeto de negociação no Congresso, para serem aperfeiçoadas".

Reitera?

Falso.

A resolução aprovada pelo Diretório Nacional do PT dizia o seguinte: "Apoiar a engajar a militância em mobilizações sociais, a exemplo das jornadas convocadas pela CUT e na organização do 1o. de Maio; Propor ao governo que dê continuidade ao debate com o movimento sindical e popular, no sentido de impedir que medidas necessárias de ajuste incidam sobre direitos conquistados – tal como a presidenta Dilma assegurou na campanha e em seu mais recente pronunciamento. Nesse sentido, é necessário formalizar o processo de diálogo tripartite entre governo, partido e movimento sindical e popular, principalmente no que se refere às Medidas 664 e 665, bem como a definição de uma agenda comum pelas reformas democráticopopulares".


A resolução da CEN não "reiterou" o que foi aprovado pelo DN no dia 6 de fevereiro.

A resolução da CEN alterou o sentido do que foi aprovado pelo DN.

Ao incluir a palavra "aperfeiçoar" e, principalmente, ao falar de "apoio", a maioria da Executiva nacional comprometeu o PT com medidas provisórias de ajuste recessivo.

A maioria da executiva aprova o que quer.

Mas cabe perguntar: por quais motivos esta resolução não foi apresentada para debate no DN?

Cabe perguntar, também: por quais motivos a referida resolução não explica nem justifica os motivos pelos quais a maioria da executiva decidiu "apoiar"?

Talvez isto seja o mais vergonhoso nesta resolução aprovada pela maioria da executiva nacional do PT: a falta de convicção.

Os que votaram a favor deveriam tornar pública sua opção e explicar seus motivos.

Aos que votaram contra, nosso total apoio e agradecimento.

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