sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A tendência petista Articulação de Esquerda

Projeto de resolução para debate e deliberação no Segundo Congresso da tendência petista Articulação de Esquerda. 

O segundo congresso da tendência petista Articulação de Esquerda será realizado no Instituto Cajamar (SP), de 2 a 4 de abril de 2015. Simultaneamente, ocorrerá a Conferência sindical da tendência.

A pauta do segundo congresso da AE inclui os seguintes pontos: 1) balanço das eleições 2014; 2) desafios e propostas para o segundo mandato Dilma Rousseff, para a luta social, para a comunicação e cultura, para os governos/parlamentos estaduais e municipais, para as eleições 2016 e 2018; 3) nossas propostas de reforma programática, estratégica e organizativa do Partido dos Trabalhadores; 4) atuação e organização da Articulação de Esquerda; 5) eleição da nova Direção Nacional da Articulação de Esquerda e da Comissão de Ética Nacional.

O presente projeto de resolução versa sobre o ponto denominado “atuação e organização da Articulação de Esquerda”, incluindo os seguintes itens: 1) A construção do Partido dos Trabalhadores, onde apresentamos nossa visão sobre como enfrentar os desafios postos atualmente para o PT; 2) A tendência petista Articulação de Esquerda, onde apresentamos as posições fundamentais que definem nossa tendência; 3) A trajetória da tendência petista Articulação de Esquerda, onde apresentamos nossa versão sobre a história da AE; 4) Regimento da tendência petista Articulação de Esquerda, que define nossas normas de funcionamento; 5) Plano de trabalho para a direção eleita no Segundo Congresso da AE.

O texto a seguir trata da construção da AE.


A tendência petista Articulação de Esquerda

1.A Articulação de Esquerda é uma tendência petista. Portanto, para integrar a Articulação de Esquerda é necessário filiar-se ao PT.  Simpatizantes da Articulação de Esquerda são convidados a participar de nossas atividades, sem o direito de votar e ser votados.

2.A Articulação de Esquerda é formada por petistas que lutam pelo socialismo. Nosso objetivo final é construir um Brasil e um mundo baseado na propriedade social dos meios de produção, uma sociedade onde os trabalhadores e as trabalhadoras decidam o quê produzir, como produzir e como distribuir as riquezas, superando a opressão e a exploração, o Estado e a divisão da sociedade em classes.

3.A Articulação de Esquerda reúne petistas que defendem um programa e uma estratégia democrático-popular e socialista, a partir dos quais atuamos em todas as dimensões da luta de classes, inclusive na disputa de rumos do PT e dos governos encabeçados pelo Partido.

4.A Articulação de Esquerda sustenta um programa democrático-popular e socialista para o Brasil, combinando reformas estruturais de natureza democrática e popular com medidas de transição socialista.

5.A Articulação de Esquerda sabe que, para executar este programa, a classe trabalhadora brasileira necessita conquistar o poder e construir um Estado de novo tipo. Nosso caminho para o poder exige articular luta cultural, luta social, luta institucional, organização do campo democrático-popular e organização do PT.

6.A Articulação de Esquerda compreende que a cultura, a comunicação e a educação são parte fundamental de nossa estratégia de transformação do Brasil. É com esta visão que participamos ativamente dos movimentos sociais vinculados a essas temáticas, defendemos políticas públicas que democratizem as três áreas e – naquilo que nos diz diretamente respeito – mantemos uma página eletrônica e atuamos nas chamadas redes sociais; editamos mensalmente o jornal Página 13; editamos três vezes ao ano a revista Esquerda Petista; e realizamos semestralmente uma jornada nacional de formação.

7.A Articulação de Esquerda contribui para articular luta social e luta institucional, como parte do acúmulo de forças da classe trabalhadora na luta por conquistar o poder e construir um Estado de novo tipo. É por isto que participamos organizadamente das atividades do PT, da CUT, das entidades sindicais, populares, estudantis, de mulheres, jovens, negros, indígenas, LGBT e todas as demais formas de organização das classes trabalhadoras. É por isto, também, que participamos dos processos eleitorais através de candidaturas indicadas pelo Partido dos Trabalhadores.

8.A Articulação de Esquerda defende um PT militante. Portanto, cada militante da AE deve ser filiado/a e militante do Partido, participante ativo/a da luta política e social desenvolvida pela classe trabalhadora. A militância da AE deve integrar e/ou assistir regularmente as atividades de alguma instância partidária, como por exemplo: ser membro de núcleo de base ou setorial; ser integrante de coordenação ou secretaria setorial; compor direção ou coletivo partidário em qualquer nível etc. E deve atuar de maneira sistemática na luta da classe trabalhadora, através das organizações e movimentos sociais, dos sindicatos e da CUT, da luta eleitoral, dos governos e parlamentos, da frente cultural e ideológica etc.

9.A Articulação de Esquerda é uma tendência militante. Combatemos a lógica que converte as tendências petistas em extensão dos mandatos parlamentares e em lobby para disputa de posições em governos, bem como o espírito de seita e a dinâmica que coloca em primeiro lugar as disputas internas. Nossa militância deve estar vinculada e participar com alguma regularidade das instâncias da tendência: núcleos de base, coordenações setoriais, comissões de ética, coletivos de trabalho, direções municipais, estaduais e nacionais. Deve participar regularmente de nossas atividades de formação política, sendo obrigatória a realização do curso “Resoluções do PT e da AE”, oferecido em nossas jornadas nacionais de formação. 

10.A Articulação de Esquerda é uma tendência democrática. Reunimos regularmente nossas instâncias para debater a conjuntura, nossa tática e políticas setoriais. No máximo de dois em dois anos reunimos nosso Congresso, para debater questões programáticas, estratégicas e organizativas. Nossa militância debate e delibera, devendo cumprir aquilo que é aprovado democraticamente em nossas instâncias. O histórico, as resoluções dos congressos e conferências realizadas pela Articulação de Esquerda desde 1993, assim como o regulamento do 2º Congresso podem ser consultados no endereço www.pagina13.org.br.

11.A Articulação de Esquerda autofinancia suas atividades com recursos provenientes de três fontes: 1) contribuição anual obrigatória dos/as militantes; 2) venda de materiais; 3) atividades e campanhas especiais de arrecadação. Além disso, nossas direções estaduais, municipais e setoriais podem e devem promover atividades financeiras próprias, sempre ficando claro que a contribuição anual individual dos/as militantes é obrigatória.

12.A Articulação de Esquerda defende o fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais e dos partidos políticos.  Consideramos que o ideal seria, inclusive, o fim do financiamento público para partidos (baseado no mesmo critério geral segundo o qual a CUT critica o Imposto Sindical e segundo o qual a esquerda critica o uso de dinheiro público para financiar religiões). Todos nós defendemos a sustentação financeira militante para o PT. Logo, temos que pôr à prova nossas convicções, sustentando de maneira militante nossa tendência.

13.A Articulação de Esquerda é uma tendência petista que se propõe a fazer aquilo que em nossa opinião deve ser feito pelo conjunto do PT e da esquerda brasileira: lutar por um mundo, uma América Latina e um Brasil socialistas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário