(Abaixo segue a transcrição parcial da exposição feita no programa ANTIVÍRUS de 1 de abril de 2021.)
Segundo o vice-presidente da República, o General Hamilton Mourão, “há 57 anos a população brasileira, com apoio das Forças Armadas, impediu que o Movimento Comunista Internacional fincasse suas tenazes no Brasil. Força e honra”.
A frase que eu li entre aspas
está num tuíte divulgado na conta oficial do vice-presidente.
Será verdade?
Não, não é e nunca foi
verdade.
O que ocorreu em 1964 foi um
golpe de Estado contra um governo legítimo, encabeçado por João Goulart.
E todas as informações de que
dispomos confirmam que Goulart tinha apoio da maioria da população.
Aliás, um dos motivos do golpe
foi impedir que em 1965 Goulart elegesse seu sucessor: Leonel Brizola.
Goulart era comunista?
Brizola era comunista?
De nenhuma maneira.
Ambos eram do Partido
Trabalhista Brasileiro, o PTB criado por Getúlio Vargas, o mesmo que maltratou
pesadamente os comunistas durante sua ditadura.
O golpe não foi contra o
comunismo.
O golpe foi dado contra um
governo que cometeu dois pecados mortais: 1/queria fazer reformas de base e
2/mobilizava em seu apoio as classes trabalhadoras.
Que o general Hamilton Mourão
considere que isso é comunismo, é direito dele.
Mas que ele considere isso nos
faz pensar no seguinte: se a elite brasileira acha que melhorar a vida do povo
é comunismo, se a elite brasileira acha que ampliar as liberdades democráticas
é comunismo, então não adianta nada moderar nosso programa na expectativa de
que, se formos moderados, eles também serão moderados, pois eles são tão
reacionários que vão reagir da mesma maneira, ou de maneira muito parecida,
seja contra uma reforma, seja contra uma revolução.
#
O general Walter Braga Neto - aquele que comandou a intervenção no Rio de Janeiro quanto Marielle foi assassinada - divulgou ordem do dia "alusiva" ao 31 de março de 1964 em que afirma que a Lei da Anistia aprovada pelo Congresso Nacional consolidou “um amplo pacto de pacificação”.
Vejamos.
A Lei 6.683, também conhecida
como Lei da Anistia, tem origem num projeto de Lei apresentado pelo general
João Batista Figueiredo, então presidente da República.
A lei foi aprovada em sessão
conjunta do Congresso Nacional no dia 22 de agosto de 1979.
Vale lembrar que o governo tinha maioria para aprovar o que queria.
E o que o governo queria?
Naquele momento estava em
curso a retirada organizada da ditadura.
Começara com a distensão e
prosseguia com a abertura lenta, segura e gradual.
E a retirada incluía fazer
concessões ao lado de cá.
Mas também incluía proteger o
lado de lá.
No concreto, proteger os
crimes cometidos pela ditadura.
Incluindo crimes que eram
crimes do ponto de vista da lei da própria ditadura, como a tortura, o
assassinato, a ocultação de cadáveres.
Mas como pegava mal fazer isso
explicitamente, o governo Figueiredo e seu partido, a Aliança Renovadora
Nacional, fizeram uma manobra esperta.
Por um lado concederam
Anistia.
Mas não uma Anistia ampla,
geral e irrestrita, com pedia a esquerda.
A Anistia proposta pelo
Figueiredo não era extensiva aos que haviam cometido “prática de crime de
terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal”.
Com isso, a oposição
democrática ficou na posição de ter que defender aqueles que eram acusados de "crimes de sangue".
E enquanto isso, os
verdadeiros criminosos (por exemplo os que haviam torturado, assassinado e
ocultado cadáveres) escapavam de fininho, graças a inclusão no projeto do
governo de uma pegadinha: a referência aos “crimes conexos”.
A sessão de votação, no dia 22
de agosto, foi muito confusa.
E no final prevaleceu a
posição do governo.
Inclusive com o apoio de
setores da oposição, que compreendiam que mesmo com estas limitações, a Anistia
significaria a libertação dos 53 que ainda estavam presos, a volta dos que
estavam exilados e a retomada dos direitos políticos para todos e todas que
haviam lutado contra a ditadura.
Seja como for, chamar isto de
“pacto” é forçar a mão.
A lei da Anistia foi
sancionada por Figueiredo em 28 de agosto de 1979.
A lei perdoou os crimes
políticos cometidos entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979.
Agora vejamos melhor a “pegadinha”
contida na Lei da Anistia: como já dissemos, a Lei aprovada perdoava os crimes
políticos.
Mas para perdoar alguém, este
alguém tem que ter sido condenado.
A pessoa só pode ser anistiada
se antes for considerada oficialmente uma criminosa, e para isso ela precisa
ter sido julgada e condenada.
E quem havia sido condenado e
julgado?
Somente quem havia se oposto
ao golpe e a ditadura militar.
Ou seja: aparentemente a Lei
da Anistia beneficiava apenas a esquerda, os democratas.
Mas se fosse mesmo assim, o general Figueiredo seria membro honorário da tendência suicida, essa que existe num certo partido de esquerda que aprova leis e nomeia pessoas que são inimigas do partido.
Pois se fosse do jeito que
falei, a Lei da Anistia proposta por Figueiredo estaria abrindo espaço para que
os torturadores, os assassinos, os que desapareceram com cadáveres, pudessem
vir a ser processados e punidos.
Afinal, aquelas pessoas
cometeram crimes perante a lei vigente na própria ditadura militar.
E poderiam vir a ser processadas
e condenadas.
Mas Figueiredo não era da
tendência suicida.
E ele tomou o cuidado de
incluir, no artigo primeiro da lei da Anistia, especificamente no parágrafo
primeiro do artigo primeiro desta lei, o seguinte: “é concedida anistia a todos
quantos cometeram crimes políticos OU CONEXOS”.
E o que são crimes conexos?
Se fosse aplicado o rigor da
hermenêutica, seria algo tranquilo.
Mas no contexto, foi a fórmula
jurídica para citar sem citar os crimes não julgados, não condenados, mas
praticados pelos agentes de Estado na luta contra os supostos crimes cometidos
pelos que se opuseram a ditadura.
Citando textualmente, o
parágrafo primeiro diz que “consideram-se conexos ... os crimes de qualquer
natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação
política”.
Vale lembrar que o mesmo
artigo cita como exceções o terrorismo, o assalto, o sequestro e o atentado
pessoal.
Mas não cita a tortura, a
ocultação de cadáver, o assassinato de presos.
Ou seja, estes poderiam ser
crimes conexos cobertos pela Lei da Anistia.
E bingo: com base nisto e na
interpretação politica de que a Anistia seria para os “dois lados”, os agentes
do Estado que cometeram crimes conseguiram se safar de processos.
A imensa maioria nunca foi nem
mesmo processada.
E os que foram não foram
condenados.
Nenhum, nenhum, absolutamente
nenhum dos sádicos torturadores, dos assassinos, dos que ocultaram cadáveres
foram condenados.
Em 1979, ninguém tinha dúvida de que o objetivo da Lei da Anistia era proteger os criminosos da ditadura.
Naquele ano, o Sepúlveda
Pertence era presidente da OAB e enviou ao Senado um parecer que dizia
explicitamente que a lei tinha o “sentido de prodigalizar a anistia aos
homicídios, violências e arbitrariedades policiais de toda sorte, perpetrados
nos desvãos da repressão política”.
Um único senão ao que disse o
Sepulveda: desvão a vovozinha.
Não havia desvões nem porões. Todos sabiam.
Era uma política de Estado.
Todo mundo na cúpula do
governo sabia o que se passava nos “porões”, pois a tortura, o assassinato, a
ocultação de cadáveres eram política de Estado, como foi confirmado pelo
general Geisel em famosa entrevista dada ao CPDOC da FGV.
Estes crimes são segundo a
Constituição de 1988 imprescritíveis e não são passíveis de qualquer indulto ou
graça.
E há toda uma legislação
internacional que condena e impede e desconhece qualquer tipo de auto-anistia,
em que governos criminosos perdoam seus próprios crimes.
Um detalhe interessante.
O relator do projeto do
Figueiredo teve como relator o deputado Ernani Satyro (Arena-PB).
Ele foi ministro do Superior
Tribunal Militar.
Num discurso feito na Câmara,
Satyro – nome apropriado – disse o seguinte:
—
Querem o perdão, mas não perdoam. Gritam pela anistia para os seus, mas
apregoam, ao mesmo tempo e incoerentemente, a ideia de uma investigação sobre
torturas e violências. Advogam a impunidade dos crimes de seus partidários para
que, mais fortes, possam punir a revolução de 1964.
—
O doloroso, para muitos, é saber que a anistia virá, mas virá pelas mãos do
governo, por iniciativa do presidente João Baptista Figueiredo. Será atendida,
assim, a autêntica voz do povo, que aspira à paz e à conciliação. Isso, para os
oposicionistas, importa uma grande frustração, como frustrados se encontram
pela abertura que está sendo feita pelo governo da revolução.
Pois bem: trinta anos se
passaram.
Governo Lula.
O assunto estava sendo
debatido publicamente.
O STF solicitou um parecer da
AGU.
E a AGU apresentou um parecer
segundo o qual a “anistia geral ou absoluta não conhece exceção de crimes ou de
pessoas, nem se subordina a limitações de qualquer espécie”.
Diz também que “ambos os lados
seriam beneficiados, evitando-se qualquer espécie de revanchismo no novo
governo”.
Revanchismo?
Punir torturadores,
assassinatos e ocultação de cadáveres é revanchismo?
Querer julgamento para
criminosos que nunca foram julgados é revanchismo?
Sabe quem era o AGU?
José Antonio Dias Toffoli.
Sim, aquele mesmo que
considerou que o golpe militar não foi um golpe, foi um “movimento”.
Claro que há toda uma legítima controvérsia jurídica acerca da possibilidade de julgar e condenar aqueles criminosos.
Por exemplo, 20 anos depois os
crimes são prescritos.
E a legislação aprovada na CF
de 1988 não seria retroativa.
E há dúvidas se isto poderia
ser resolvido com nova legislação.
Embora haja respaldo
internacional para isto.
Entretanto, tudo poderia ser
parcialmente diferente se os criminosos pelo menos admitissem os crimes e
pedissem perdão ao povo brasileiro.
E/ou se as instituições
envolvidas pedissem perdão ao país.
Mas nunca o fizeram, nem as
pessoas, nem as instituições, entre outros motivos porque não acham que
cometeram crimes.
Ou seja: farão de novo.
Aliás, seguiram fazendo desde
1979 até hoje.
Pois como as torturas não
foram punidas, segue sendo prática comum a tortura, o assassinato, a ocultação
de cadáveres.
A vítima principal? Os pobres,
os pretos, os periféricos.
Também por isso é inaceitável o que
disse o ministro Marco Aurélio, em 2009.
As palavras dele foram:
“ninguém é saudosista do período anterior. Mas é o caso de perguntar-se: por
que houve a Lei da Anistia? Justamente para apagar o passado. Interessa à
sociedade brasileira voltar àquela situação de conflito?”
Como é?
Apagar o passado? Alguém acha mesmo que é possível “apagar o passado”?
Acho que o ministro precisa
reler Freud.
Hoje o Brasil está de volta
àquela situação de conflito, entre outros motivos porque se tentou “apagar o
passado”.
Monstros como cavernícola que
nos preside seguem por aí entre outros motivos porque os crimes de Ulstra et
caterva nunca foram punidos.
É preciso enfrentar o passado,
não apagar, não esquecer, não perdoar.
Da maneira como foi aprovada,
e da maneira como até agora vem sendo interpretada, a Lei da Anistia vem servindo como pretexto para proteger os crimes de sequestro, ocultação de
cadáveres e tortura praticados por agentes do Estado.
É como se eles dissessem
assim: vejam bem, ou vocês esquecem que somos monstros, ou nós vamos agir como
monstros.
O nome disso é intimidação e
chantagem permanentes.
Não houve, portanto, nenhum
“amplo pacto de pacificação”, como nos quer fazer crer o general Walter Braga
Neto.
Aliás, já falei noutro momento
e repito agora: a relação entre as forças armadas e o povo brasileiro é assim:
bate, aí vem a suposta pacificação, depois bate de novo, aí vem nova suposta
pacificação e por aí vai.
#
No dia 29 de março, o general Fernando Azevedo e Silva pediu demissão.
Sua carta fala que ele dedicou
“total lealdade ao longo desses mais de dois anos” ao presidente da República.
Total lealdade: esta parte
muita gente não leu.
Mas muita gente leu o que vem
a seguir: “Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de
Estado”.
Esta parte foi comemorada por
algumas pessoas de esquerda como um suposto recado para Bolsonaro, que estaria
querendo afastar as forças armadas do seu papel constitucional.
Não tenho dúvida de que
Bolsonaro é um golpista, um neofacista, um miliciano e um patrimonialista, que
quer usar as instituições para proteger os crimes de sua família e amigos.
Mas a pergunta é: o que é
mesmo que significaria, para o ex-ministro da Defesa general Azevedo, preservar
as FFAA como “instituições de Estado”?
A resposta fica claro quando
lemos a ordem do dia alusiva ao 31 de março de 2020, assinada por Azevedo e
pelos comandantes das 3 armas.
Como vocês poderão perceber da
leitura, trata-se de uma versão expandida e em certos aspetos até mais radical,
da ordem do dia divulgada e assinada no dia 31 de março de 2021 pelo general
Walter Braga.
Vou ler a nota do general
Azevedo, ex-ministro da Defesa:
“O movimento de 1964 é um
marco para a democracia brasileira. O Brasil reagiu com determinação às ameaças
que se formavam àquela época.
O entendimento de fatos históricos apenas faz
sentido quando apreciados no contexto em que se encontram inseridos. O início
do século XX foi marcado por duas guerras mundiais em consequências dos
desequilíbrios de poder na Europa. Ao mesmo tempo, ideologias totalitárias em
ambos os extremos do espectro ideológico ameaçavam as liberdades e as
democracias. O nazifascismo foi vencido na Segunda Guerra Mundial com a participação
do Brasil nos campos de batalha da Europa e do Atlântico. Mas, enquanto a
humanidade tratava os traumas do pós-guerra, outras ameaças buscavam espaços
para, novamente, impor regimes totalitários.
Naquele período convulsionado,
o ambiente da Guerra Fria penetrava no Brasil. Ingredientes utópicos embalavam
sonhos com promessas de igualdades fáceis e liberdades mágicas, engodos que
atraiam até os bem-intencionados. As instituições se moveram para sustentar a
democracia, diante das pressões de grupos que lutavam pelo poder. As
instabilidades e os conflitos recrudesciam e se disseminavam sem controle.
A sociedade brasileira, os
empresários e a imprensa entenderam as ameaças daquele momento, se aliaram e
reagiram. As Forças Armadas assumiram a responsabilidade de conter aquela
escalada, com todos os desgastes previsíveis.
Aquele foi um período em que o
Brasil estava pronto para transformar em prosperidade o seu potencial de
riquezas. Faltava a inspiração e um sentido de futuro. Esse caminho foi indicado.
Os brasileiros escolheram. Entregaram-se à construção do seu país e passaram a
aproveitar as oportunidades que eles mesmos criavam. O Brasil cresceu até
alcançar a posição de oitava economia do mundo.
A Lei da Anistia permitiu um
pacto de pacificação. Um acordo político e social que determinou os rumos que
ainda são seguidos, enriquecidos com os aprendizados daqueles tempos difíceis.
O Brasil evoluiu, tornou-se
mais complexo, mais diversificado e com outros desafios. As instituições foram
regeneradas e fortalecidas e assim estabeleceram limites apropriados à prática
da democracia. A convergência foi adotada como método para construir a
convivência coletiva civilizada. Hoje, os brasileiros vivem o pleno exercício
da liberdade e podem continuar a fazer suas escolhas.
As Forças Armadas acompanharam
essas mudanças. A Marinha, o Exército e a Aeronáutica, como instituições
nacionais permanentes e regulares, continuam a cumprir sua missão
constitucional e estão submetidas ao regramento democrático com o propósito de
manter a paz e a estabilidade.
Os países que cederam às
promessas de sonhos utópicos, ainda lutam para recuperar a liberdade, a
prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres.
O Movimento de 1964 é um marco
para a democracia brasileira. Muito mais pelo que evitou”.
É isto que o
general Azevedo entende como sendo “preservar as FFAA como instituições de
Estado”.
Isto significa defender que as forças armadas
fizeram certo praticando um golpe de Estado e exercendo uma ditadura.
Junto com ele, assinam aquela
ordem do dia de 2020 o general Pujol, o almirante Ilques Barbosa Junior e o
Tenente Brigadeiro Antonio Bermudez.
Portanto, pessoal, os 4
demitidos por Bolsonaro não são democratas.
São golpistas e saudosistas da
ditadura.
Eles e Bolsonaro são, nesse
quesito, farinha do mesmo saco.
Eles tem divergências, mas
estas divergências não dizem respeito a democracia.
Nenhum deles é democrata.
Pois quem defende o golpe de
1964 e a ditadura não é democrata.
E quando eles falam em
preservar as forças armadas como instituições de Estado, eles estão falando de
qualquer coisa, menos daquilo que certos iludidos de esquerda querem
acreditar.
E querem acreditar porque, no
fundo no fundo, tem uma certa esquerda que gostaria que os militares, ou o
Biden, ou a direita gourmet, façam por nós aquilo que cabe a nós fazer:
derrubar Bolsonaro.
Por fim: quem foi ministro de Bolsonaro (e ainda fala em lealdade para com Bolsonaro) sabe muito bem que tem as mãos sujas de sangue de 320 mil brasileiros e brasileiras que foram condenados à morte por um governo militar que é o principal aliado do vírus.
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Um último comentário: o golpe
militar não devia ter começado no dia 31 de março. Ele começou por iniciativa
de um general também chamado Mourão, que se gabava de dizer que em termos de
política, "sou uma vaca fardada”.
Este general Mourão foi quem
decidiu movimentar suas tropas antes da data preferida pelos golpistas. Há
muitas controvérsias sobre o horário exato em que as tropas começaram a se
mexer. Mas ao que tudo indica foi no final do dia 31 de março.
O fato é que Jango não foi
deposto no dia 31 de março.
Foi deposto de fato no dia 1
de abril.
E o congresso vai “legalizar”
a situação numa sessão extraordinária do congresso que se encerra nas primeiras
horas do dia 2 de abril.
Portanto, a pós verdade não
começou agora.
Nossa homenagem a todos e a
todas que lutaram contra a mentira, o golpe e a ditadura militar.
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