quarta-feira, 31 de março de 2021

O "uso político" das forças armadas

Há um conflito entre Bolsonaro e setores das forças armadas.

O que equivale a dizer que existe um conflito entre diferentes setores das forças armadas.

Mas é bom lembrar que ali não tem nenhum santo.

Todos apoiaram o golpe de 2016, a condenação/prisão/interdição de Lula, a fraude eleitoral de 2018.

Todos apoiaram Bolsonaro. E muitos seguem apoiando, fazendo parte de seu governo e apoiando suas políticas.

Portanto, as juras de amor pela Constituição valem mesmo no que diz respeito a garantia da Lei e da Ordem.

Ademais, nada mais conveniente do que brigar com Bolsonaro neste momento, dissociando mesmo que seja um pouco a imagem das forças armadas da lambança que as mesmas forças armadas ajudaram a produzir, por exemplo no que diz respeito à difusão da pandemia.

E como se não bastasse, uma parte da imprensa, dos setores democráticos e da esquerda estão "comprando" a tese segundo a qual um presidente da República só poderia nomear como comandante de uma força (Aeronáutica, Marinha, Exército) um nome que atenda aos critérios da corporação.

Corporativismo semelhante ao que, em casos como o da PGR e outros, nos fez engolir nomes inaceitáveis.

Na democracia que defendemos, as forças armadas devem se subordinar ao "poder civil" e isto inclui a livre nomeação dos comandantes das três forças.

O problema, portanto, é o seguinte: Bolsonaro não deveria poder nomear ninguém, porque Bolsonaro ocupa a presidência por conta de uma fraude e além disso cometeu inúmeros crimes de responsabilidade.

E muitos destes generais deveriam ser passados para a reserva, processados e condenados como cúmplices passivos ou ativos do genocídio. Ops, usei a palavra proibida!!


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