Bom dia a todas.
Bom dia a todos.
Cumprimento a quem nos assiste
através das redes sociais associadas a Fundação Perseu Abramo.
E cumprimento aos que estão
conosco nesta sala zoom.
Estamos reunidos aqui para dar
início às 13 jornadas de debates sobre o Socialismo no Século 21.
Cabe
lembrar que há 20 anos, a Fundação Perseu Abramo e a Secretaria Nacional de
Formação Política do PT organizaram outro ciclo de debates, então intitulado “A
luta pelo socialismo no século XXI”, sob a coordenação do professor Antônio Candido.
E antes
disso, em 1987, o Instituto Cajamar realizou o Seminário Internacional 70 anos
de experiências de construção do socialismo.
Estas e
outras iniciativas decorrem de um compromisso firmado no dia 10 de fevereiro de 1980, quando o
Partido dos Trabalhadores nasceu defendendo “a construção de uma sociedade que
responda aos interesses dos trabalhadores e dos demais setores explorados pelo
capitalismo”, “um sistema econômico e político que só existe para beneficiar
uma minoria de privilegiados”, no lugar do qual “o povo possa construir uma
sociedade igualitária, onde não haja explorados nem exploradores”.
Desde
então, muitas mudanças ocorreram no mundo, no Brasil e no próprio PT, entre as
quais destacamos o ciclo de governos de esquerda e progressistas na América
Latina, a exemplo dos governos Lula e Dilma.
O segundo
governo Dilma foi interrompido por uma ofensiva golpista que, em nome de
afastar o PT e retomar o neoliberalismo, abriu as portas para tudo o
que mais reacionário existe na sociedade brasileira: a submissão aos interesses
imperialistas, a repressão às liberdades democráticas, o culto à desigualdade
social, o estímulo à violência e a todas as formas de opressão, discriminação e
fundamentalismo.
Contra as
elites que emulam a guerra de todos contra todos tão típica do capitalismo,
especialmente em sua fase neoliberal, as esquerdas em geral e o Partido dos Trabalhadores
estamos convocados a resistir, a lutar, a acumular forças para virar o jogo e
retomar o caminho do desenvolvimento, da soberania, da liberdade e do bem estar
social.
Tarefas
que exigem uma firme defesa dos interesses imediatos e históricos da classe
trabalhadora, entre os quais se destaca a construção de uma “sociedade
igualitária, onde não haja explorados nem exploradores”, uma sociedade que pode
receber vários nomes, mas que nosso Partido dos Trabalhadores chama de
socialismo.
Em um
contexto de profunda crise sistêmica mundial, quando o neoliberalismo
ultrareacionário veste a camisa do terraplanismo e do negacionismo anticientífico,
patrocinando uma “guerra cultural” que visa demonizar os opositores, a defesa
do socialismo se afirma mais do que nunca como a defesa da humanidade, da
ciência e da vida em nossa Terra.
Neste sentido,
não há como deixar de lembrar que no dia hoje, 18 de março de 2021, o Brasil
caminha velozmente para atingir o macabro número de 300 mil pessoas, compatriotas
nossos, mortos pelo Covid 19, a grande maioria dos quais poderia ter
sobrevivido se o governo Bolsonaro não fosse o principal aliado do vírus.
Não há
como deixar de recordar, também, das dificuldades e sofrimentos porque passam
quase 40 milhões de brasileiros e brasileiras que gostariam de trabalhar, mas
não encontram ou nem mesmo se animam mais a buscar um emprego, neste nosso país,
cuja economia e sociedade estão sendo vítimas de uma política ultraliberal que
vem sendo implementada desde 2016.
Frente a
tanto sofrimento, tanta intolerância e tantas incertezas, nada mais adequado do
que a luta. Não uma luta cega, mas uma luta orientada por propostas de reconstrução
e transformação estrutural da sociedade brasileira e do mundo. Propostas que
naturalmente exigem profundo e democrático debate.
Pensando
assim, a Fundação Perseu Abramo, a Escola do PT e a Secretaria Nacional de
Formação Política do PT convidam toda a sociedade brasileira, a começar pelos
partidos e movimentos sociais, democráticos, populares e de esquerda,
para estas 13 jornadas de debate sobre o socialismo no século 21.
A partir
do dia 27 de março, de 15 em 15 dias, ao longo de seis meses, debateremos sobre
o passado, o presente e o futuro do socialismo.
A
programação detalhada das 13 jornadas está disponível na página eletrônica da
FPA.
As
pessoas convidadas para expor e comentar buscam expressar a diversidade do PT e
da esquerda, inclusive diferentes tendências, partidos, intelectuais sem
partido, brasileiros e estrangeiros.
Todas as
jornadas serão gravadas para posterior edição e divulgação. E as exposições
também serão publicadas em formato de minilivros digitais.
A
coordenação geral das 13 JORNADAS DE DEBATE SOBRE O SOCIALISMO NO
SÉCULO 21 é de Alberto Cantalice e Valter Pomar, ambos diretores
da Fundação Perseu Abramo, sob a orientação de um Grupo de Trabalho composto
pela direção da FPA, da Escola do PT e da SNFP do Partido dos Trabalhadores.
Esta
primeira mesa, que abre nossa jornada, conta com a participação de três
militantes de esquerda, três trabalhadores da educação, três professores.
O
primeiro a falar será Yanis Varoufakis.
Varoufakis
nasceu em 24 de marzo de 1961, foi ministro das Finanças da Grécia entre 27 de
janeiro e 6 de julho de 2015. Atualmente é professor da Universidade de Texas em Austin e um dos protagonistas
da chamada Internacional Progressista.
Por conta
do fuso horário, a fala de Varoufakis foi gravada em formato de vídeo, em
inglês; e será transmitida com a tradução simultânea feita pelo nosso colega
Leandro Moura.
Em
seguida falará o professor Fernando Haddad.
Haddad
nasceu em 25 de janeiro de 1963, foi ministro da Educação e prefeito da cidade
de São Paulo. Atualmente é presidente do Conselho Curador da Fundação Perseu
Abramo e um dos protagonistas do Grupo de Puebla.
Para
concluir a mesa, ouviremos Nilma Gomes.
Nilma
Lino Gomes nasceu no dia 13 de março de 1964, é professora titular emérita da Universidade
Federal de Minas Gerais, foi reitora da Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e ministra do Ministério
das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
Antes de
passar a palavra para Varoufakis, Haddad e Nilma, três registros, até para que
não digam que não falamos de flores e espinhos.
Primeiro
registro: FORA GENOCIDA!
Segundo
registro: há poucos dias, no 8 de março de 2021, o povo brasileiro recebeu de
volta nossos direitos políticos. Direitos que nos foram tirados para que as
eleições de 2018 pudessem ter o resultado que tiveram. Pois bem: seguimos vigilantes
e não aceitaremos que nos tirem de novo estes direitos.
Terceiro
e último registro: começamos este seminário no dia 18 de março de 2021 por
sugestão do nosso companheiro Aloizio Mercadante, presidente da diretoria da
Fundação Perseu Abramo, exatamente para marcar o aniversário de 150 anos da épica
jornada da Comuna de Paris.
A Comuna de Paris durou pouco. Na semana de 22 a 28 de maio de 1871, a Semana
Sangrenta, dezenas de milhares de comunardos foram mortos em combate, executados,
presos e deportados.
Apesar de derrotada e afogada em sangue, a experiência da Comuna de
Paris marcou e segue marcando um antes e um depois na história da luta pelo
socialismo.
Numa tradução livre das palavras de Karl Marx:
“Graças
à Comuna de Paris, a luta da classe trabalhadora contra a classe dos
capitalistas e contra o Estado que representa os interesses dos capitalistas entrou
em uma nova fase. Seja qual for o desenlace imediato dessa vez, foi
estabelecido um novo ponto de partida que tem importância para a história de
todo mundo".
Viva a Comuna de Paris, e um grande viva a todos e
a todas que nos últimos 150 anos deram o melhor de suas vidas por um mundo realmente
livre de todas as formas de exploração, opressão e dominação. Um mundo
socialista.
Com a
palavra, o professor Yanis Varoufakis.
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