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Lula livre! Lula presidente!!
No dia 15 de abril de 2021, o Supremo Tribunal Federal (por 8 votos contra 3) reafirmou que a 13ª Vara de Curitiba era incompetente para julgar os processos contra Lula.
Na prática (qualquer que seja a decisão que o STF ainda possa vir a adotar sobre a suspeição de Moro; e qualquer que seja o andamento dos processos na nova Vara que venha a ser definida), o fato é que Lula recuperou seus direitos políticos.
Portanto, Lula poderá ser candidato a presidente nas próximas eleições presidenciais. Assim como poderia ter sido candidato a presidente nas eleições de 2018. E se isso tivesse ocorrido, a história do Brasil teria seguido outro caminho.
Mas, atenção: Lula deveria ter sido candidato em 2018, mas não foi; Lula não deveria ter sido preso, mas foi; Lula não deveria ter sido condenado, mas foi. Portanto, repetimos: não vamos baixar a guarda. Para que Lula seja efetivamente candidato, para que possa vencer as próximas eleições presidenciais, para que possamos fazer um governo que restitua a soberania nacional e que transforme nossa sociedade em benefício da maioria do povo, é preciso prosseguir luta a luta em várias frentes.
No âmbito jurídico, o plenário do STF voltará a debater se confirma ou não a suspeição de Moro, aprovada na segunda turma do Supremo. Caso confirme – respeitando a lei, a justiça, o bom senso e o regimento do Supremo - é necessário estender esta suspeição a todos os processos contra Lula que foram julgados por Moro. Além disso, seguem em curso outros processos contra Lula. E, também, contra outros militantes do PT, como é o caso da recente decisão adotada pelo presidente do TCU contra nosso companheiro José Sergio Gabrielli.
No âmbito da comunicação, segue a batalha pela imagem do PT e de Lula, que vem sendo atacada todo santo dia desde 2005, em particular pelo oligopólio da mídia. Os ataques prosseguem, como se viu na ridícula declaração de um funcionário da Rede Globo.
A frente de batalha mais importante, obviamente, é a da luta política direta, que vai se acelerar muito a partir da decisão do STF. E a questão central é: o povo brasileiro vai conseguir suportar o governo Bolsonaro até o final de 2022, quando estão marcadas as eleições?
Há várias maneiras de abordar esta questão. A primeira delas é lembrar da crise sanitária. Em 31 de dezembro de 2020 havia 7.675.973 casos confirmados da Covid 19 e 149.949 óbitos. Em 11 de abril de 2021, saltamos para 13.482.023 casos confirmados e 353.137 óbitos. E há uma aceleração no número de óbitos: foram necessários 40 dias (de 7 de janeiro a 25 de fevereiro) para saltarmos de 200.000 óbitos para 250 mil óbitos; bastaram 27 dias (de 25/2 a 24/3) para chegarmos a 300.000 óbitos; em 17 dias (24/3 a 10/4) chegamos a 350 mil óbitos. Nesta marcha, podemos chegar entre maio e junho na dantesca marca de meio milhão de mortos.
Enquanto isso, a vacinação avança lentamente: até o início de abril, cerca de 20.700.000 haviam recebido a primeira dose e 6.100.000 haviam recebido a segunda dose. No ritmo atual, só em 2022 conseguiremos atingir os percentuais de vacinação que permitem falar em imunização.
Logo, ou o país adota protocolos radicais de isolamento social e acelera muito o ritmo da vacinação, ou o genocídio terá continuidade. Sendo importante lembrar que a pandemia não afeta igualmente todos os setores da população. Seu impacto é maior sobre os trabalhadores, os mais pobres, os periféricos, as mulheres, os negros e negras. E é sobre estes setores que se abate a crise social, com dezenas de milhões de desempregados e mais de 100 milhões de pessoas ameaçadas pela fome, segundo admitiu o próprio cavernícola.
Tanto a crise sanitária, quanto a crise social, decorrem diretamente das políticas adotadas pelo governo Bolsonaro e por seus aliados. E a pergunta é: Bolsonaro vai alterar estas políticas? Outra pergunta é: qual será a reação de Bolsonaro frente a confirmação dos direitos políticos de Lula e frente ao agravamento da crise social e sanitária?
Qualquer que seja a resposta, três coisas são certas: só o fim imediato do governo Bolsonaro é capaz de salvar o Brasil de uma tragédia ainda maior; Bolsonaro está acuado, mas não está liquidado, segue com apoio importante, além de ser "armado e perigoso"; e Bolsonaro não é o único inimigo do povo e estão em curso articulações por uma “terceira via”, cujo objetivo real é dar continuidade às políticas neoliberais, em prejuízo do povo brasileiro.
Sendo assim, quem se dispõe a ser instrumento de defesa da maioria do povo, da classe trabalhadora, não pode ficar mais de um ano esperando a próxima eleição.
Portanto, as lutas pela vacina, por um auxílio emergencial decente, pela dura investigação contra os crimes da pandemia, pelo impeachment e pela antecipação das eleições presidenciais devem ser combinadas com a defesa de Lula presidente, com muita luta social e com a apresentação de um programa à altura das transformações que precisaremos fazer no Brasil.
Por isso, erram aqueles que - ao invés de fazer pressão máxima agora - adiam para 2022 o enfrentamento. É preciso lutar para derrubar Bolsonaro já e por antecipar as eleições presidenciais.
Erram também aqueles que acham que o caminho para a vitória passa por “ampliar para o centro”, leia-se, fazer concessões políticas e programáticas ao grande empresariado e à direita golpista.
As eleições ocorridas no Peru, na Bolívia e no Equador no dia 11 de abril mostraram que “ir ao centro” nem sempre resolve os problemas da esquerda; pelo contrário, pode criar mais dificuldades.
As eleições mostraram, também, que o imperialismo estadounidense segue ativo e operante. E ninguém pode alimentar ilusões quanto ao presidente dos EUA: vice-presidente de Obama quando se operou o golpe contra Dilma, Biden está adotando medidas para reconstruir a economia dos EUA, ao mesmo tempo que segue adotando medidas para tentar manter e recuperar a hegemonia imperialista na América Latina e no mundo, mesmo que às custas de uma escalada militarista.
Em resumo: tanto no Brasil quanto no mundo, seguimos vivendo tempos de guerra. E nessa guerra, uma de nossas principais armas é a mobilização de massas.
Esperamos que as resoluções do 6º Congresso nacional da tendência petista, que concluímos no dia 11 de abril de 2021, contribuam nesse sentido.
Fora Bolsonaro, seu governo e suas políticas!
Vacinação, ajuda emergencial, empregos e desenvolvimento!
Antecipação das eleições presidenciais!
Lula Livre, Lula presidente!
A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda, 16 de abril de 2021
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