Há uma teoria muito comum entre os cientistas políticos: a “teoria dos três terços”.
Segundo
esta teoria a direita teria 1/3 do eleitorado.
O centro
teria um terço.
E a
esquerda teria um terço.
Como a
esquerda e a direita por definição não se bicam, tudo dependeria do centro.
Se o
centro se aliar com a esquerda, teremos um governo de centro-esquerda ou de
esquerda-centro.
Se o
centro se aliar a com a direita, teremos um governo de centro-direita ou de
direita-centro.
Segundo
esta teoria, o Partido dos Trabalhadores (PT) só teria vencido as eleições em
2002 porque teria se aliado com o centro.
Segundo
esta mesma teoria, o PT só conseguirá voltar ao governo em 2022 caso façamos
uma aliança com o centro.
Esta
teoria tem muitos furos.
Por
exemplo: nela o suposto 1/3 da esquerda parece ter caído do céu, pronto e
acabado.
Outro furo:
fala-se do “centro”, como se fosse óbvio que bicho é esse.
Por sinal,
escutei uma vez do Celso Amorim (cito de memória, pedindo perdão antecipado por
alguma imprecisão) que o centro não existe, que o centro é uma categoria
imaginária, que o centro é aquele pedaço da direita que queremos atrair para o
nosso lado.
A propósito,
como atrair o centro?
Afirmando
as nossas posições?
Ou fazendo
concessões programáticas?
Negociando
com a cúpula?
Ou
disputando a base?
Claro que
na vida concreta sempre tem de tudo um pouco. Mas em que proporções?
Seja como
for, com furos ou sem furos, tem muita gente no PT que acredita piamente nessa
teoria dos três terços.
E boa
parte dos petistas que acreditam nesta teoria, acham que sem o centro não temos
futuro.
“Só o
centro salva” (o centro e o PDF, é claro)!!
Nas palavras de um importante dirigente
de um importante partido de esquerda de um importante país: “se depender de mim
vou trabalhar para fazer uma política ao centro, para ganhar e governar o
país”.
Na opinião
deste dirigente e de muito mais gente, o melhor jeito de atrair o centro seria
ficando parecido com ele.
Um exemplo
disso: nosso companheiro Fernando Haddad volta e meia diz que o PT é um partido
progressista, de centro-esquerda.
Outro
exemplo: no segundo turno de 2018, gastamos tempo precioso indo à busca do tal
“centro democrático”, quando deveríamos ter polarizado com a direita e
disputado o voto do povão.
A crença
de que tudo depende do centro fez com que, em 2018, algumas lideranças do PT
cogitassem apoiar o Ciro Gomes.
Jaques
Wagner e vários governadores estavam nessa.
Por este
mesmo motivo, tinha muita gente disposta a fazer o mesmo movimento agora, em
2022.
Aí o STF
devolveu os direitos políticos a Lula.
Mas como o
uso do cachimbo deixa a boca meio torta, a turma do “só o centro salva” adaptou
o discurso, mas não mudou de desejo.
Antes era:
para derrotar Bolsonaro, devemos estar preparados para apoiar alguém de
centro, seja no primeiro, seja no segundo turno.
Nota: o
que eles chamam de “centro” não é bem “centro”, é na verdade direita.
Seja como
for, depois de Lula recuperar os direitos políticos, eles adaptaram o discurso.
O discurso
de alguns passou a ser: Lula para ganhar, precisa do apoio do centro, de preferência
desde o primeiro turno!
Claro que
esta fórmula é mais confortável, mais fácil de defender.
Primeiro,
porque seria o tal centro nos apoiando. E não a gente apoiando o tal centro.
Segundo,
porque supostamente já teríamos feito isso no passado e teria dado certo.
Digo
supostamente, porque na “vida real” o que aconteceu não foi exatamente o que alguns
dizem.
Em 2002, por
exemplo, tivemos 6 candidatos à presidência da República: Rui Costa Pimenta do
PCO e Zé Maria do PSTU que juntos tiveram 1%; Ciro Gomes do PPS, que teve quase
12% dos votos;
Garotinho
do PSB, que teve quase 18% dos votos; Serra do PSDB que teve 23% dos votos; e
Lula que teve 46% dos votos.
Lula no
primeiro turno teve apoio do PMN, do PCB, do PCdoB e do Partido Liberal do José
Alencar.
E atenção:
no segundo turno, Lula foi de 46% dos votos para 61% dos votos válidos, ou
seja, cresceu 15 pontos percentuais.
E Serra foi de 23 para 38 pontos percentuais, ou seja, cresceu 15 pontos
percentuais.
Dito de
outro jeito: no primeiro turno houve duas candidaturas de “centro”.
E no
segundo turno os dois oponentes cresceram o mesmo número de pontos percentuais.
A conclusão
óbvia é que o tal centro se disputa, se divide.
Em 2006
foi ainda mais complicado. Havia 7 candidaturas, sendo que 5 delas somadas
alcançaram menos de 10% dos votos.
No
primeiro turno Lula teve 48% e Alckmin 41%.
E no segundo turno Lula teve 60% e Alckmin 39%.
Como?
Lula foi
para a esquerda no segundo turno. Radicalizou e cresceu.
Mais um
caso em que a teoria do “ir ao centro, pois só o centro salva” não consegue
explicar.
E em 2010?
Naquele
ano tivemos 9 candidaturas presidenciais no primeiro turno.
6 delas,
somadas, tiveram pouco mais de 1% dos votos.
No
primeiro turno Dilma teve 46.91% dos votos.
E José
Serra teve 32,61% dos votos.
Também no
primeiro turno, Marina Silva, que supostamente era de centro, teve 19,33% dos
votos válidos.
No segundo
turno Dilma subiu para 56% dos votos válidos. Ou seja, 9 pontos percentuais.
E Serra
subiu para quase 44% dos votos válidos. Ou seja, 11 pontos percentuais.
Novamente,
o centro se dividiu.
Vejamos
agora o que ocorreu em 2014: no primeiro turno foram 11 candidaturas
presidenciais. 7 delas juntas tiveram 3,5% dos votos.
No primeiro
turno Dilma teve 41,59% no primeiro turno. E Aécio teve 33,55% no primeiro
turno.
A terceira candidatura, supostamente de centro, teve 21,32% dos votos.
No segundo
turno, Dilma cresceu para 51,64%. Dez pontos percentuais.
Também no
segundo turno, Aécio cresceu para 48,36%. Cresceu 15 pontos percentuais.
Ou seja,
novamente o centro se dividiu, desta vez indo mais para a direita. A direita ganhou
o centro polarizando, agressivamente.
Ou seja: a
direita não ficou parecida com o centro, pelo contrário, foi o centro que foi
atraído até ficar parecido com a direita.
Aliás, a
Marina gostou disso. E meio que ficou por lá...
E o que
ocorreu em 2018?
Em 2018 teve
13 candidaturas. Mas no primeiro turno, Bolsonaro chegou a 46% dos votos. E foi
para 55% no segundo turno. Cresceu 9 pontos.
Haddad
teve 29% no primeiro turno. Cresceu para quase 45% no segundo turno. Cresceu 16
pontos percentuais.
Mas quem
ganhou a eleição não fez nenhum movimento ao centro. Pelo contrário, polarizou.
Pela extrema direita. Terminou a campanha mais radical de direita do que quando
começou.
Enfim, os
acontecimentos de 2002 a 2018 não confirmam a teoria do “é preciso ir ao
centro, pois só o centro salva”.
O que os
fatos demonstram é que é preciso disputar o apoio popular, é preciso crescer a
votação com quem não te apoiou, e que isto exige vários movimentos combinados,
um dos quais é polarizar, ou seja, radicalizar na defesa de nossas posições
contrapondo-as as do adversário.
Assim,
quem acha que Lula para ganhar em 2022 precisa do apoio do centro, se possível desde
o primeiro turno, deveria pelo menos dar uma calibrada nos seus argumentos.
Calibrar
para levar em conta a realidade.
Primeiro, é
uma simplificação falar que “só o centro salva”. Afinal, do que precisamos é do
apoio 1/de quem votou em nós em 2018; 2/de quem não votou em ninguém em 2018
(30% do eleitorado, 41 milhões de pessoas); 3/de gente nossa, do povo, que
votou no Bolsonaro.
Viaja na
maionese quem acha que “ampliando para o centro”, seja lá quem for este centro,
a gente vai atrair este mundaréu de gente.
Pelo
contrário, o mais provável é o oposto: para ampliar mais, é preciso ir para a
esquerda, radicalizar pela esquerda.
Aliás, foi
o que aconteceu nos EUA que muita gente gosta de citar sem pensar direito a
respeito.
Nos EUA
Biden teve que cortejar o eleitorado do Bernie Sanders e teve que buscar o
apoio dos que foram às ruas dizer que vidas negras importam, inclusive dos que
quebraram uns carros, dos que queimaram uns prédios, dos que enfrentaram a polícia
etc.
Mas a
complicação não para por aí: quem seria este “centro” que alguns petistas
querem atrair? Aliás, quem é este “centro” que algumas pessoas têm a “certeza”
tirada não sei de onde, de que eles certamente vão nos apoiar, se possível já no
primeiro turno?
Para
responder a esta pergunta, temos que falar de uma teoria ainda mais complexa do
que a “teoria dos três terços”.
Refiro-me,
é claro, a famosa “teoria da frente ampla”.
Como toda
boa teoria, a da frente ampla possui três pressupostos.
O primeiro
pressuposto é o de que Lula vai continuar como agora: com direitos políticos e com
força suficiente para ir ao segundo turno, com ou sem o centro.
Comentário
sobre o pressuposto: não temos certeza de que vá ser assim, mas esperamos que
seja exatamente assim, embora o julgamento previsto para 14 de abril no STF demonstre
que as coisas são mais complicadas do que parecem.
O segundo
pressuposto: Bolsonaro vai continuar como agora, forte o suficiente para ir ao
segundo turno, queimado o suficiente para ter dificuldades de crescer no
segundo turno.
Comentário
sobre o pressuposto: Talvez seja assim, mas também é possível que ocorra
diferente. Afinal, talvez o pior momento de Bolsonaro seja agora, não em 2022.
E mesmo agora, neste momento terrível, Bolsonaro está conseguindo manter um
importante apoio popular. Ou seja, não devemos descartar a hipótese de que
Bolsonaro chegue a 2022 melhor do que agora, portanto com potencial para atrair
mais eleitores tanto no primeiro quanto no segundo turno.
Aliás, é
pensando nesta hipótese que uma parte do tal “centro” afirma que é de alto
risco um segundo turno de Lula contra Bolsonaro, pois segundo eles se a
situação econômica, social e sanitária
melhorar um pouco, o antipetismo e o antilulismo poderiam ser maiores do
que o antibolsonarismo. Noutras palavras: grande parte do tal “centro” poderia
voltar a apoiar a extrema direita de Bolsonaro.
Também existe
no tal “centro” gente que gostaria de tirar Lula ou Bolsonaro do páreo antes da
eleição, para garantir assim que as eleições de 2022 sejam uma disputa do “centro”
contra a esquerda; ou do “centro” com a extrema-direita.
Eles
pensam que este seria o único jeito de evitar que o “centro” (ou seja, a
direita não bolsonarista) se veja numa “escolha de Sofia”: ou votar em
Bolsonaro, ou votar em Lula. Se bem que em 2018 a maior parte deste tal “centro”
não sofreu nem um pouco e votou gostosamente no cavernícola.
Curiosamente,
o terceiro pressuposto da teoria da frente ampla é o de que, no limite, o
centro vai preferir Lula a Bolsonaro.
Aqui definitivamente
a porca torce o rabo.
Porque como
já dissemos várias vezes, o tal “centro” não é bem de centro.
Explico:
nos anos 1980 tinha uma esquerda socialista, um centro
nacional-desenvolvimentista e uma direita neoliberal.
Ou então
podemos dizer que tínhamos uma esquerda mais ou menos revolucionária, um centro
democrático-liberal e uma direita viúva da ditadura.
Não
importa os nomes e as categorias, o fato é que nos anos 1980 havia três campos
políticos e programáticos no país.
Acontece
que nos anos 1990, o centro e a direita convergiram em torno do programa
neoliberal.
E a partir
de 2010, o centro e a direita foram convergindo em torno do golpismo.
A tal
ponto que a política nacional se polarizou: golpistas versus não golpistas,
neoliberais versus antineoliberais, petistas versus antipetistas e assim por
diante.
Duas
posições e não três posições.
Hoje temos
uma extrema direita golpista e neoliberal e... uma direita também golpista e
neoliberal.
Não são
iguais.
Mas são
menos diferentes do que os adeptos da tal teoria da frente ampla gostariam de
admitir.
Na
prática, o que chamamos de “centro” diminuiu muito.
A maior
parte do antigo e legítimo “centro” foi para a direita.
E uma
pergunta é: esta direita-que-gosta-de-posar-de-centro estaria disposta, em
2022, a apoiar a volta do PT ao governo federal? E se estiver disposta, qual é o
preço que a esquerda teria que pagar para ter este apoio?
Feita esta
pergunta, alguns dos teóricos da frente ampla se apressam em responder, do alto
de seus mais profundos princípios, que devemos pagar qualquer preço, pois -
supostamente - estaria em jogo a civilização contra a barbárie.
Posto
assim o problema, esta posição de fazer toda e qualquer concessão fica até simpática,
quase irresistível.
Mas – que chato
- é tudo sempre muito mais complicado, quando olhamos a vida como ela é.
Para quem
gosta vai aqui um exemplo clássico: o segundo turno das eleições presidenciais
de 1932 na Alemanha.
Três
candidaturas: a do Marechal Hindenburg, a do Adolf Hitler e do candidato
comunista Ernst Thalmann.
A
socialdemocracia alemã não teve dúvida. Votou em Hindenburg, que no primeiro
turno teve 49,6% e no segundo turno chegou a 53,1%.
Grande vitória
da civilização contra a bárbarie!?
Infelizmente,
não foi assim.
No dia 10
de abril de 1932 Hindenburg era o candidato da civilização.
No dia 30
de janeiro de 1933, Hindenburg nomeou Hitler primeiro ministro.
Este
exemplo (há outros, muitos outros) indica que devemos ir com cuidado, pois a
direita brasileira (assim como a alemã) está preocupada com a civilização, mas isto
quer dizer proteger sua “civilização” contra o povão “bárbaro”.
Foi para
proteger a civilização burguesa contra a ameaça vermelha que a direita alemã
apoiou Hitler.
É por isso
que empresários aplaudiram Bolsonaro no momento que avançamos rumo a 350 mil
mortos.
Sendo
assim, o povo da esquerda que aposta na teoria da frente ampla deveria ir com menos
sede ao poste, como diria um antigo & afamado dirigente petista.
Seguem
alguns exemplos de gente que está indo com sede ao poste.
São os que
no passado foram reunir com Villas Boas e agora estão costeando o alambrado de
Mourão e de Santos Cruz.
São os que
acham que Ciro ainda é de esquerda, apesar dele demonstrar o tempo todo que não
é nada disso.
São os que
dizem em off para a imprensa que Henrique Meirelles, Bernardo Appy e Marcos
Lisboa podem ter espaço num futuro governo petista.
São os que
acham que há alguma utilidade em dialogar com golpistas como Roberto Freire,
Raul Jungman, Dória, Eduardo Leite, Amoedo e Luciano Huck.
São os que
passam o pano nos crimes de ontem e de hoje das forças armadas, como fez o
senador Jaques Wagner em recente artigo na Carta Capital.
São os que
estão querendo encantar o mercado, admitindo até mesmo vender as últimas joias
da coroa (como é o caso de quem defende mudar a natureza da Caixa Econômica
Federal).
São os que
acham que na luta contra o cavernícola há apenas democracia versus Bolsonaro,
cometendo o erro de tratar como democrata uma parte da direita neoliberal e
golpista.
São os que
acham que devemos virar a página do golpe de 2016, que não devemos ficar
apegados ao passado, esquecendo até mesmo quem é Joaquim Barbosa e o que ele
fez num momento fundamental da pré-história do golpe.
São os que
acham que Lula deveria ser como Tancredo em 1985, como disse recentemente um
ex-presidente nacional do PT, talvez sem pensar no quão estapafúrdia e perigosa
pode ser esta analogia.
São os que
estão entusiasmados com Biden, esquecendo que Biden era vice de Obama quando o
golpe começou.
Enfim, são
as pessoas que querem ressuscitar o espírito de Palocci.
Vamos
imaginar, pensamento positivo, que estas pessoas estejam certas, que o centro vai
nos apoiar, que graças a isso venceremos em 2022.
Nesse
caso, vamos falar as coisas como elas tendem a ser: o máximo que conseguiríamos
fazer é um governo inferior aos que fizemos entre 2003-2016.
Pois o
preço que teríamos que pagar para conseguir este apoio seria abrirmos mão de
nosso programa, em favor de uma versão menos radical do programa do “centro”,
que não é centro, mas sim direita neoliberal.
Aliás, é
também por isso que devemos prestar muita atenção no debate sobre o programa
econômico de reconstrução e transformação do Brasil. Pois tem gente querendo reeditar
a carta aos banqueiros.
Por outro
lado, se aquelas pessoas estiverem erradas, se o centro nos deixar na mão, se
formos derrotados em 2022 apesar de todas as concessões do mundo, o resultado
seria um desastre monumental.
Uma
derrota eleitoral.
Uma
derrota política.
E uma
desmoralização ideológica.
Muito
pior, mas muito pior mesmo, do que tudo aquilo que sofremos na eleição da
presidência da Câmara.
Sem falar
de cenários ainda mais complicados.
Fala-se
por aí, por exemplo, que a embaixada dos Estados Unidos estaria sondando a
possibilidade de tirar Bolsonaro.
Ou seja:
trocar os golpistas-submissos-aos-EUA-versão-Trump pelos golpistas-submissos-aos-EUA-
versão-Biden.
Sem falar
no risco do STF tirar Lula outra vez da disputa. Ou, pelo menos, deixá-lo sub
judice.
Qual a
alternativa?
Irmos
sozinhos para a eleição?
Não fazer
alianças?
Rejeitar
apoios?
Não, nada
disso. Apenas lembrar que não queremos apenas ganhar a eleição, queremos
reconstruir e transformar o Brasil.
Portanto,
alianças tem que ser em torno deste programa.
E o
programa capaz de reconstruir e transformar o Brasil não é o programa do
“centro”, pois este centro na verdade não é de centro, é de direita, golpista e
neoliberal.
A “ponte
para o futuro” que o diga!
Logo,
alianças sim, mas em torno de um programa de esquerda.
Nada de
privatizar a CEF, pelo contrário, pegar de volta o que foi privatizado por
governos golpistas.
A começar
pela Petrobrás, que precisa voltar a ser uma empresa realmente pública.
Nada de
concessão às forças armadas, reestruturação de alto a baixo, começando pelo fim
do artigo 142 da Constituição.
Etc etc.
Vai ser
difícil ganhar as eleições assim?
Será!
Mas será
difícil ganhar em qualquer caso!
E a
dificuldade não virá de nossa radicalização programática.
Pelo
contrário.
As
eleições de 2018 mostraram que, num quadro de polarização, o centro não empolga
muita gente.
Basta
lembrar o que aconteceu em 2018.
Portanto,
basta de buscar o centro perdido.
Vamos,
isto sim, buscar o eleitor perdido da esquerda.
E vamos
fazer de tudo para derrotar Bolsonaro agora e antecipar as eleições
presidenciais.
Pois
esperar até 2022 vai custar a vida de centenas de milhares de brasileiros.
Sem falar
no risco do cavernícola se recuperar.
A não ser,
é claro, que achemos que a eleição de 2018 foi legítima, que o presidente e seu
governo não são genocidas, que o Brasil, o povo e as liberdades democráticas
estariam mais bem servidas se a eleição for apenas em 2022.
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