No dia 24 de abril, realizamos uma homenagem a Haydée e ao Alípio. A atividade pode ser vista aqui: https://youtu.be/nm-AxRaHVLo
Abaixo o roteiro da fala de abertura.
Olá.
Alípio Raimundo Viana Freire, mais conhecido como Alípio Freire, nasceu em 4 de novembro do ano de 1945, na cidade de Salvador, Bahia.
Desde 1961
morava em São Paulo.
Foi preso em
31 de agosto de 1969, por sua participação na luta armada contra a ditadura
militar.
Passou 5
anos preso.
Artista
plástico e jornalista, participou de inúmeras iniciativas editoriais, filmes,
documentários e mostras.
Integrou a
primeira direção estadual do Partido dos Trabalhadores no estado de São Paulo.
Foi editor
da revista Teoria e Debate.
Trabalhou nas
prefeituras de Diadema, Santo André e Campinas.
Partiu aos
75 anos de idade, no dia 22 de abril de 2021.
Maria Haydée
de Jesus Lima, mais conhecida como Maria Haydée ou ainda “dotoraidê” nasceu em 26
de abril de 1951, na cidade de São Vicente, São Paulo.
Morou em
várias cidades.
A partir dos
15 anos estava em Brasília, estudando numa escola de onde pode presenciar a invasão
da UnB pelas tropas do exército, no ano de 1968.
Nesta época,
Haydée começou a militar no Partido Operário Revolucionário Trotskista, o POR-T
posadista .
Posteriormente
também militou no Partido Comunista Brasileiro e no Partido dos Trabalhadores.
Médica
sanitarista, trabalhou em Indaiatuba, foi diretora de Saúde da Prefeitura
Municipal de Campinas, presidenta do Conselho Municipal de Saúde, coordenadora do
Centro de Saúde da Vila Ipê e também do Jardim Aurélia, além de integrante do
Movimento Popular de Saúde.
Partiu aos
69 anos, no dia 17 de abril de 2021.
Ambos
viveram vidas bem vividas, porque suas ideias e suas práticas
seguiram jovens: defensores do comunismo, da revolução, da humanidade, da
liberdade, da fraternidade, da igualdade, da felicidade e da alegria.
Muita
alegria.
Tudo isto misturado com fortes doses de empatia, de bondade, de gentileza e de uma deliciosa mordacidade.
O que nos traz
aqui hoje é homenagear a Haydée, homenagear o Alípio.
E através da Haydée e do Alípio, queremos também homenagear muitas outras pessoas que partiram desde março de 2020 até hoje.
A memória é
parte fundamental da luta.
E a
despedida é parte fundamental do luto.
Desde março
de 2020, estamos de certa forma privados deste direito à despedida.
Ou, pelo
menos, da despedida como gostaríamos de fazer, incluindo aquele abraço coletivo
que consola e transmite energia.
No passado, Haydée
e Alípio perderam companheiros e companheiras de luta, assassinados e as vezes
desaparecidos durante a ditadura, pessoas
de quem eles não puderam se despedir como gostariam, como se deve, como é certo
se despedir de quem a gente preza e ama.
No presente,
sob este governo cavernícola e genocida, estamos sendo privados do direito de
nos despedirmos adequadamente das Haydées e dos Alípios.
Mas como diz
a música, “quando o muro separa uma ponte une”, “você corta um verso, eu
escrevo outro”, “de repente olha eu de novo”, “perturbando a paz, exigindo
troco”.
E assim aqui estamos.
Pedimos a
quem deseje falar, que se inscreva pelo chat ou levante a mãozinha.
Pedimos a
quem não quiser, que deixe uma mensagem no chat, que copiaremos ao
final para ficar o registro.
A quem for
falar, pedimos que falem em torno de cinco minutos, para que todos e todas que desejem possam se manifestar.
Lembramos
que o espaço é livre para quem deseje falar de outras pessoas
que partiram nesses tempos tão difíceis, mas que haveremos de superar, como
superamos outros momentos terríveis, graças a pessoas como o Alípio e a Haydée.
Sem mais,
chamo as duas primeiras pessoas que farão uso da palavra:
-a Carminha,
que falará da Haydée
-o Alex, que
falará do Alípio
Carminha, a
palavra é tua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário