domingo, 25 de abril de 2021

Presentes, agora e sempre!



No dia 24 de abril, realizamos uma homenagem a Haydée e ao Alípio. A atividade pode ser vista aqui: https://youtu.be/nm-AxRaHVLo 

Abaixo o roteiro da fala de abertura.

Olá.

 Vamos dar início à atividade intitulada PRESENTES, AGORA E SEMPRE. UMA HOMENAGEM ORGANIZADA POR CAMARADAS DE LUTA, dedicada a Maria Haydée e a Alípio Freire.

Alípio Raimundo Viana Freire, mais conhecido como Alípio Freire, nasceu em 4 de novembro do ano de 1945, na cidade de Salvador, Bahia.

Desde 1961 morava em São Paulo.

Foi preso em 31 de agosto de 1969, por sua participação na luta armada contra a ditadura militar.

Passou 5 anos preso.

Artista plástico e jornalista, participou de inúmeras iniciativas editoriais, filmes, documentários e mostras.

Integrou a primeira direção estadual do Partido dos Trabalhadores no estado de São Paulo.

Foi editor da revista Teoria e Debate.

Trabalhou nas prefeituras de Diadema, Santo André e Campinas.

Partiu aos 75 anos de idade, no dia 22 de abril de 2021.

Maria Haydée de Jesus Lima, mais conhecida como Maria Haydée ou ainda “dotoraidê” nasceu em 26 de abril de 1951, na cidade de São Vicente, São Paulo.

Morou em várias cidades.

A partir dos 15 anos estava em Brasília, estudando numa escola de onde pode presenciar a invasão da UnB pelas tropas do exército, no ano de 1968.

Nesta época, Haydée começou a militar no Partido Operário Revolucionário Trotskista, o POR-T posadista .

Posteriormente também militou no Partido Comunista Brasileiro e no Partido dos Trabalhadores.

Médica sanitarista, trabalhou em Indaiatuba, foi diretora de Saúde da Prefeitura Municipal de Campinas, presidenta do Conselho Municipal de Saúde, coordenadora do Centro de Saúde da Vila Ipê e também do Jardim Aurélia, além de integrante do Movimento Popular de Saúde.

Partiu aos 69 anos, no dia 17 de abril de 2021.

 *

Ambos viveram vidas bem vividas, porque suas ideias e suas práticas seguiram jovens: defensores do comunismo, da revolução, da humanidade, da liberdade, da fraternidade, da igualdade, da felicidade e da alegria.

Muita alegria.

Tudo isto misturado com fortes doses de empatia, de bondade, de gentileza e de uma deliciosa mordacidade.

O que nos traz aqui hoje é homenagear a Haydée, homenagear o Alípio.

E através da Haydée e do Alípio, queremos também homenagear muitas outras pessoas que partiram desde março de 2020 até hoje.

A memória é parte fundamental da luta.

E a despedida é parte fundamental do luto.

Desde março de 2020, estamos de certa forma privados deste direito à despedida.

Ou, pelo menos, da despedida como gostaríamos de fazer, incluindo aquele abraço coletivo que consola e transmite energia.

No passado, Haydée e Alípio perderam companheiros e companheiras de luta, assassinados e as vezes desaparecidos durante a ditadura, pessoas de quem eles não puderam se despedir como gostariam, como se deve, como é certo se despedir de quem a gente preza e ama.

No presente, sob este governo cavernícola e genocida, estamos sendo privados do direito de nos despedirmos adequadamente das Haydées e dos Alípios.

Mas como diz a música, “quando o muro separa uma ponte une”, “você corta um verso, eu escrevo outro”, “de repente olha eu de novo”, “perturbando a paz, exigindo troco”.

E assim aqui estamos.

Pedimos a quem deseje falar, que se inscreva pelo chat ou levante a mãozinha.

Pedimos a quem não quiser, que deixe uma mensagem no chat, que copiaremos ao final para ficar o registro.

A quem for falar, pedimos que falem em torno de cinco minutos, para que todos e todas que desejem possam se manifestar.

Lembramos que o espaço é livre para quem deseje falar de outras pessoas que partiram nesses tempos tão difíceis, mas que haveremos de superar, como superamos outros momentos terríveis, graças a pessoas como o Alípio e a Haydée.

Sem mais, chamo as duas primeiras pessoas que farão uso da palavra:

-a Carminha, que falará da Haydée

-o Alex, que falará do Alípio

Carminha, a palavra é tua.

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