segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Sobre 15 de agosto

Época de eleição, época de pesquisas.

Como há pesquisas de todos os tipos e sabores, cada um tem a sua preferida, com o respectivo analista a tiracolo.

Um destes analistas disse, nas últimas três quinzenas, três coisas diferentes: 

a) começou dizendo que 15 de agosto era como o Sol: a preferência por Lula derreteria quão mais perto chegássemos da data de inscrição da candidatura; 

b) depois afirmou que a preferência por Lula cresceria quão mais perto chegássemos do dia 15 de agosto; 

c) mais recentemente, disse que não apenas Lula, mas inclusive um nome indicado por Lula já estaria com vaga garantida no segundo turno.

Estas flutuações confirmam que acreditar em pesquisas & analistas não faz mal, mas deve-se acreditar com muita moderação. 

Seja como for, o que há de 100% seguro é que todas as chances que temos de vencermos as eleições presidenciais de 2018 passam por Lula candidato ou, pelo menos, pela transferência de votos de Lula para alguém que seja visto -- pelo povão lulista -- como seu "genérico".

Os golpistas sabem que a esquerda precisa de Lula para vencer as eleições. E, exatamente por isso, condenaram, prenderam e querem impugnar a candidatura de Lula. Mas nada disto impediu, até o momento, que o presidente siga liderando as pesquisas de opinião. 

Tal liderança decorre da combinação de algumas variáveis, entre as quais: a resiliência coletiva do petismo, a lembrança positiva que parte do povo tem dos governos nacionais encabeçados pelo PT e o sentimento de que a prisão de Lula é uma injustiça, que tem como objetivo impedir que ele concorra às eleições presidenciais.

A indignação contra a injustiça é uma variável importante do desempenho de Lula nas pesquisas de opinião. A percepção de que o presidente é vítima de injustiça melhora seus índices nas pesquisas. E, ao contrário, reduzir a indignação tende a reduzir nosso desempenho.

É também por isto que os meios de comunicação golpistas insistiram tanto, ao longo dos últimos meses, para que o PT desistisse de Lula e indicasse um "plano B". 

Se o PT tivesse feito isso, entre outros erros teríamos cometido o de passar mensagem de conformidade com uma possível impugnação de Lula, como se nesse caso estivéssemos diante de algo normal, corriqueiro, e não de um fraudulento e brutal atentado contra as liberdades democráticas, a soberania nacional e os direitos do povo.

Como o PT não caiu no canto de sereia do "plano B", os meios de comunicação golpistas passaram a especular sobre quem ocuparia a vice de Lula. 

Como é público, os meios de comunicação golpistas queriam que a indicação da vice tivesse o mesmo significado político da escolha de um "plano B". 

Entre outras coisas, eles queriam uma vice-com-cara-de-plano-B para que pudessem seguir escondendo a candidatura Lula, mas argumentando que o fazem porque o próprio PT teria reconhecido o supostamente inevitável

Queriam uma vice-com-cara-de-plano-B, também, para esvaziar de significado a inscrição da candidatura presidencial de Lula que será feita no dia 15 de agosto. Neste caso, o objetivo é facilitar e reduzir o preço político que pagarão aqueles que pretendem impugnar a candidatura Lula.

E, claro, com tudo isto viria o mais importante: reduzindo a indignação, reduzir a intenção de voto e, com ela, diminuir as chances de vitória não apenas de Lula, mas também de um eventual "genérico".

Cada um avalie, a luz do que foi dito, a correção maior ou menor dos movimentos feitos pelo Partido dos Trabalhadores desde o final-de-semana de 4 e 5 de agosto. Fizemos o melhor que podíamos ter feito para manter a candidatura Lula em total evidência e a indignação coletiva em ponto máximo? Os erros que eventualmente cometemos tiveram qual impacto no ânimo da base militante e eleitora? A resposta saberemos com certeza no dia 15 de agosto e no que virá logo em seguida.















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