sexta-feira, 4 de maio de 2018

Resposta a Miguel do Rosário

Miguel do Rosário leu e comentou texto de minha autoria, criticando a possibilidade de apoio do PT ao Ciro Gomes, possibilidade atribuída a Jaques Wagner, que publicou desmentido a respeito.


O texto de Miguel do Rosário está aqui: https://www.ocafezinho.com/2018/05/03/ciro-gomes-e-o-pt/


Miguel do Rosário inicia sua crítica com quatro afirmações, que listo a seguir, em sequência de minha responsabilidade:

-diz que “alguns amigos” pediram para criticar minha posição;
-afirma que só “por algum milagre” o PT conseguirá levar adiante a candidatura Lula;
-afirma que não entende o que significaria uma “anticandidatura”;
-afirma que minha posição é “Lula, ou nada!”.

Começo pelos “amigos”: há uma enorme pressão para que o PT desista da candidatura Lula.

Esta pressão vem de todos os lados, inclusive de gente progressista.

Mas a quem interessa que o PT desista da candidatura Lula? Quem será beneficiado por isto? O PT? A esquerda? Os progressistas? Os que lutaram contra o golpe? O povo brasileiro?

A resposta é: nenhum dos anteriores.

Quem seria beneficiado se o PT desistir da candidatura Lula será, única e exclusivamente, o golpismo. Pois tirando Lula da disputa, o caminho estará aberto para uma vitória do golpismo nas eleições presidenciais de 2018.

Miguel do Rosário afirma que só por um “milagre” Lula será candidato.

Bizarro este jeito de argumentar. Lula não está morto. É o líder das pesquisas. Não teve seus direitos políticos cassados. Por estes e outros motivos, sua candidatura não depende de milagre: depende de luta, de pressão social.

É difícil? É difícil. Muito difícil. Mas só seria impossível se achássemos que depende de um milagre.

O grande problema dos que defendem Plano B é exatamente este: por achar impossível, desistem antecipadamente de lutar em favor da candidatura Lula.

O curioso é que acham impossível garantir a candidatura Lula, mas acham possível vencer as eleições sem Lula.

Acreditam que, mesmo preso, mesmo sem poder fazer campanha, mesmo sem poder aparecer no horário eleitoral gratuito, Lula seria capaz de transferir votos e levar alguma candidatura para o segundo turno, como fez com Dilma em 2010.

Por acreditarem nisto, não conseguem nem mesmo compreender o que seria uma “anticandidatura”. Acham que isto seria “nada”. Acham que isto seria “abandonar o processo eleitoral” ou “participar dele pela metade”, pensando “apenas” em “denunciar golpe ou fraude”.

Comecemos eliminando esta falsa polêmica: não conheço ninguém que defenda “abandonar” o processo eleitoral

A discussão se limita a tática que deve ser adotada nas eleições presidenciais, na hipótese do golpismo ter êxito em interditar a candidatura Lula. 

Ninguém questiona o lançamento de candidaturas parlamentares, ao senado e aos governos estaduais.

Portanto, além de não proceder, chega a ser ofensivo acusar a esquerda de pretender “deslegitimar uma eleição que envolverá quase 150 milhões de eleitores, e dezenas de milhares de candidatos para os mais diversos cargos estaduais e federais, é desrespeitar a democracia”. 

Se há alguém desrespeitando a democracia e deslegitimando as eleições, é o golpismo, não a esquerda. O que defendemos é impedir a fraude; e, caso não consigamos impedir, defendemos deslegitimar a fraude. Onde está, portanto, a real divergência? Está em saber se “eleição sem Lula é fraude”, ou não.

A fraude

Para Miguel do Rosário, denunciar golpe ou fraude converte-se num detalhe, que ele chega a resumir na palavra “apenas”.

Segundo ele, “quanto à denúncia de fraude e golpe, a estratégia de combatê-los não pode ser emulando os piores exemplos da direita venezuelana”, “pondo a culpa no processo eleitoral, e não no adversário”.
Repito a frase: o erro estaria em por a “culpa no processo eleitoral, e não no adversário”.
Vamos por partes: se Lula for impedido de ser candidato, o “processo eleitoral” terá sido fraudado pelo “adversário” (prefiro falar em inimigo, correndo o risco de Miguel do Rosário achar isto uma expressão deselegante).
O que fazer diante disto? Depende.
Há situações em que a esquerda participou de eleições fraudadas, há situações em que as boicotou. Não se trata de uma questão de princípio, mas de tática. 
Os que defendem como única hipótese, em qualquer cenário, participar "normalmente" da eleição, consideram sempre o melhor cenário: que será possível disputar, que será possível ir ao segundo turno, que será possível vencer. 
Não percebem e/ou não concordam que o golpismo está preparando uma eleição “pela metade”. Que sem Lula a eleição estaria fraudada, o resultado estaria definido de antemão. 
Se for este o contexto, é essencial denunciar isto antecipadamente. 
Não apenas pela denúncia em si, mas também porque esta denúncia nos fortaleceria inclusive eleitoralmente e nos prepararia para fazer uma oposição à altura ao governo golpista que, neste cenário citado, emergiria da fraude eleitoral.
Em nossa opinião, se efetivamente ocorrer, a interdição de Lula tornaria muito pouco provável, para não dizer praticamente impossível, que a esquerda possa estar no segundo turno das eleições presidenciais de 2018.

Neste contexto, se não deixarmos claro que se trata de uma fraude, vamos legitimar a fraude. E seremos duplamente derrotados: não poderemos nem mesmo reclamar que fomos vítimas de uma fraude.

Lula ou “nada”

Por isto é que, na minha opinião, só há duas alternativas aceitáveis no que diz respeito à eleição presidencial: ou participamos com Lula candidato; ou participamos com o objetivo de denunciar a fraude, deslegitimar o resultado e criar assim melhores condições para fazermos oposição ao futuro governo federal.

E como participar denunciando a fraude? Neste momento, considero duas hipóteses de ação no tal cenário: ou não substituir Lula, caso ele venha a ser “interditado definitivamente”; ou lançar em seu lugar uma “anti-candidatura”, que tenha como objetivo denunciar o golpe e defender o PT.

“Anticandidatura”, neste caso, quer dizer: sabemos que a eleição foi fraudada. 

Participaremos, para denunciar o ocorrido, sem ter a ilusão de que haverá vitória.

Sem que sirva como modelo para o nosso caso, mas apenas como exemplo de algo que recebeu o mesmo nome, recomendo ler a seguinte documentação:

http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/UG/textual/documentos-sobre-a-anti-candidatura-de-ulysses-guimaraes-e-barbosa-lima-sobrinho-a-presidencia-e-vice-presidencia-da-republica-incluindo-discurso-

Miguel do Rosário está preocupado não apenas em “participar da campanha presidencial”, mas também em “emplacar uma boa bancada no congresso e nas assembleias legislativas”.

Concordo com ambas as preocupações. Mas se Lula for arbitrariamente impedido de participar da disputa presidencial, e até mesmo impedido de fazer campanha, considero necessário adotar uma política criativa, ao invés de repetir o feijão-com-arroz das eleições ocorridas desde 1989 até 2014. 

Pois caso interditem Lula, as eleições de 2018 estarão fraudadas antes mesmo de ocorrerem e, portanto, nossa tática deve inovar.

Não basta, neste cenário, uma “estrategia política e eleitoral consistente, íntegra, substantiva”. É preciso uma tática eleitoral de novo tipo, consistente com uma nova estratégia, que seja capaz de enfrentar uma situação completamente diferente do que ocorreu desde 1989.

Miguel do Rosário chega a afirmar que “o último bastião da nossa democracia são as eleições de 2018”. Mas logo em seguida afirma que não acha “inteligente encará-las como uma batalha de vida ou morte”.

Se de fato as eleições de 2018 forem nosso “último bastião”, então penso que cabe travar uma batalha de "vida ou morte".
Isto não quer dizer que, se perdermos, “acabou-se o mundo, podemos ir para casa”.
Explico: o golpe de 2016 revelou que os capitalistas brasileiros não querem conciliação e que as direitas não querem respeitar o resultado da eleição.
As eleições de 2018 podem reverter isto; ou podem ser mais um “golpe dentro do golpe”. 
Para reverter, Lula tem que ser candidato.
Se Lula não for candidato, teremos consumado outro "golpe dentro do golpe". 
Prevalecendo esta segunda opção, o mundo não terá acabado, nem iremos para casa. Mas ficará mais do que evidente a necessidade de adotar outra estratégia, muito diferente daquela que a esquerda brasileira adotou desde 1989.
Miguel do Rosário vislumbra isto, quando diz que os “horizontes pós-eleitorais permanecem tomados de perspectivas infernais, perdendo ou ganhando”. Mas não percebe que, se Lula for impedido de participar, os horizontes pré-eleitorais já serão infernais.
Por isso mesmo, embora não aprecie os termos, não discordo do objetivo de tratar as eleições "como um valor em si mesmo, como uma oportunidade de transformá-lo num processo de educação política”.
A questão é como fazer isto: de um jeito tradicional ou de um jeito criativo, coerente com a situação nova criada pelo golpe? 
Miguel do Rosário reconhece que o impeachment foi golpe e também reconhece que a retirada de Lula do pleito corresponde a uma insuportável fraude no processo eleitoral
Concorda que isso deve ser denunciado agora e sempre.
Mas não percebe que frente a esta situação insuportável, é preciso travar a luta democrática de outro jeito.
No fundo, no fundo, Miguel do Rosário é mentalmente um conservador, que não consegue enxergar outras formas de participar das eleições, que não as de sempre. 
Acha que lançar uma anticandidatura, ou defender o voto em Lula mesmo que ele não esteja na urna eletrônica, é igual a desistir da luta democrática.
A divergência nesta questão está, reitero, em que -- mesmo caso Lula seja interditado -- Miguel do Rosário propõe intervir nas eleições do modo tradicional, ou seja, de modo similar a como fizemos entre 1989 e 2016. 
Não considera a necessidade de adotar, frente a uma situação muito diferente, uma tática também muito diferente.
Ou melhor dizendo: ele propõe sim uma mudança importante. A saber: que neste caso o PT considere apoiar a candidatura a presidente de Ciro Gomes.
Ciro Gomes
Miguel do Rosário defende que o PT deva se aliar a Ciro Gomes. É direito dele, assim como é meu direito, como filiado ao PT, considerar que isto é um imenso erro.
Da mesma forma, é direito de Miguel do Rosário achar “deselegante” que eu fale da “condição hegemônica do PT”, embora eu considere que o termo deselegância deveria ser proibido, num debate envolvendo Ciro Gomes.
Agora, deselegante ou não, os fatos são: o PT é muitas vezes maior e mais influente, eleitoralmente e socialmente, do que os demais partidos de esquerda, populares, progressistas.
Isto não tira o direito de Ciro, Manuela e Boulos serem candidatos. Mas vale o mesmo para o PT: é absolutamente legítimo que o PT tenha o direito de decidir o que fazer de si mesmo.
Aliás, Miguel do Rosário acha legítimo e propõe que o PT decida descarregar toda sua força em favor de uma candidatura de outro partido. Isso em si também não é um problema de princípio. 
O problema são os motivos. Vejamos o que ele diz: “mesmo na vazante, o antipetismo ainda é extremamente pesado, e perigoso, porque não é mais apenas um sentimento de antipatia política contra um partido. O antipetismo incorporou elementos emocionais próprios do fascismo, e contaminou setores poderosos dos estamentos, em especial suas áreas mais burocráticas e autoritárias (...) Neste sentido, de pensar uma estratégia que nos permita driblar o ódio fascista, que infectou setores poderosos do Estado, e que parecem dispostos a abandonar qualquer escrúpulo democrático, brandindo, a todo momento, intervenções militares, é que vale a pena discutir uma aliança com Ciro Gomes.”
Ou seja, o PT cresceu depois do golpe, mas o antipetismo também cresceu, então para "driblar" o antipetismo, o PT poderia apoiar uma candidatura de outro partido.
Qual? A de Ciro Gomes.
Aliás, Miguel do Rosário admite candidamente que “Ciro Gomes tem feito críticas duras ao PT, mas isso todo o mundo faz, inclusive o próprio PT. Não concordo com todas as críticas de Ciro ao PT. Mas concordo com outras. E, o que me parece mais interessante, algumas de suas críticas estão quase mudando minhas ideias”.
Miguel do Rosário tem todo o direito de apoiar Ciro Gomes. 
Mas ele o faz exatamente pelo mesmo motivo que eu acho incorreto que o PT apoie Ciro Gomes. 
Reproduzo a frase: “Deve ser verdade que Ciro Gomes tenha uma estratégia “sem o PT”. Mas este é o ponto em que nos perguntamos: e daí?”
Para quem não é do PT, para quem não compreende o papel que o PT jogou e joga na história brasileira, a questão pode ser resumida assim mesmo: “e daí?”
Mas para quem compreende que a existência do PT foi decisiva para libertar a classe trabalhadora brasileira da condição de linha auxiliar de partidos burgueses e pequeno-burgueses de centro-direita, a simples hipótese de apoiar Ciro Gomes consistiria num enorme retrocesso estratégico.
Exatamente porque no centro está a luta de classes, não me engano, não subestimo nem superestimo os discursos e  o programa defendido por Ciro Gomes. O que interessa é: que classe social e que projeto histórico ele representa?
Miguel do Rosário cobre o PT de elogios, mas a conclusão que ele tira é pedir ao PT que apoie uma candidatura não apenas de outro partido, mas de outra vertente sócio-política.

O Partido dos Trabalhadores é o eixo ao redor do qual a maior parte da esquerda brasileira se fortaleceu desde 1989 e vem resistindo ao golpe desde 2016. Renunciar voluntariamente à esta condição (hegemônica: a palavra é esta, deselegante ou não), tendo como argumento esconder nosso partido e suas lideranças atrás de um biombo, que nos permita (supostamente) driblar o antipetismo, não contribuiria para derrotar o golpismo, nem ajudaria a esquerda a reencontrar nosso caminho para o poder, para as reformas democrático-populares e para o socialismo.
Finalmente
O texto de Miguel do Rosário é extenso e algumas coisas que ele diz são, do meu ponto de vista, corretas. Por exemplo quando ele afirma que corremos, nós do PT, o risco de cair na armadilha do debate principalmente judicial, deixando de lado o essencial, que é o debate sobre os rumos do Brasil do ponto de vista da classe trabalhadora. Assim como está certo em dizer que "o PT cometerá um erro se construir uma estratégia sem Ciro Gomes”, aos quais acrescento Boulos e Manuela D´Ávila.
Apesar destes acertos, a posição defendida por Miguel do Rosário é no fundamental incorreta. Isto porque, ao defender o apoio do PT a Ciro, ele na verdade defende desistir da candidatura Lula. Ou seja, defende desistir da única chance real que temos de derrotar o golpe nas eleições 2018. 
Como citamos antes, Miguel do Rosário acha que só por um “milagre” Lula será candidato.
Não acredito em milagres. Mas se é para discutir nestes termos, então prefiro dizer que só por um "milagre" o PT desistirá de lutar pela liberdade e pela candidatura de Lula.
Eleição sem Lula é fraude!




20 comentários:

  1. Desistir de Lula é traição dentro do PT e traição ao campo de resistência histórico contra hegemônico. Só uma esquerda débil se encanta com o discurso fofinho de Ciro. Eu não aguento isso não! Pütz!

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  2. Outra resposta ao Sr Miguel do Rosário mais precisa que esta , só mesmo por um milagre. Eleição sem Lula é fraude.

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  3. Muito bem eu tambem sou Lula ou nada... o resto é legitimar o golpe.

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  4. Acho que devemos permanecer com Lula,mas caso ele não possa concorrer, acredito que ele indicará um candidato para o PT e esse candidato chegará ao segundo turno

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  5. Perfeito!
    Sem plano B ou qualquer variação.
    Lutar pela participação de Lula e LulaLivre!

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  6. Se o Assanje estivesse preso, não faria o estrago que fez. Eu sei o que vocês pensam, mas um Lula exilado seria muito mais útil, para ele para o PT e para esquerda em geral.Não creio que o regime tenha arcado com o onus de prendê-la, para soltá-lo antes da eleição. Deixaremos o Bolsobaro ou Barbosa serem presidentes. Eu me questiono isto todo dia.

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  7. COMMENT by Paul Davidson

    Pomar engages in a polemic with Miguel do Rosário with regard election strategy for the 2018 PT campaign. Rosário has proposed Lula stand down in favor of Ciro Gomes, his 'Plan B.' I will not go into that specific proposal nor the details of the polemic. Instead I concentrate on Pomar's position statement, which comes in during the discussion and can be summarised adequately, I feel, as follows:

    1. The election, without Lula, would be a fraud.
    2. Only two alternatives, Lula stands OR denounce the fraud
    3. Denounce the fraud means standing an ‘anti-candidate’
    4. Anti-candidature means ‘no illusion in victory.’
    5. The coup revealed Brazil's capitalists don’t want compromise and the right does not respect election results
    6. 2018 will either reverse this, if Lula stands, or be a ‘coup within a coup.’
    7. Non-reversal will necessitate a new strategy
    8. The 2018 elections will best be made a political education opportunity by new and ‘creative’ means rather than by 'traditional' means?

    Pomar is advocating that Lula's candidacy continues and that should he be disqualified, an 'anti-candidate' should be announced, the purpose of which would be to denounce the election as a fraud. I'd like to address the points outlined above in turn.

    1. All elections are fraudulent under capitalism. They all need to be denounced for the frauds they are. They offer a semblance of democracy but it is paper thin and most workers see that already. To state, as if it is exceptional that this election would be a fraud, without Lula, is to promote the wrong idea that the previous elections were not frauds but were genuine democracy. This is to sew the very illusion we should be fighting against. What can effectively be pointed to in this particular election is that it is a fraud within a fraud, since the most popular candidature, one moreover that has the support of the entire working class, is being ruled out, thus denying the semblance of democracy they have hitherto kept in place. The fig leaf has been removed. Please don't try to replace it. It is an important fact that Lula's likely removal would be to shatter the last veneer of justice and democracy but let us be clear that it is the veneer that is shattered, not democracy itself.

    2. "Either Lula stands or denounce the fraud." Are these really alternatives? Why not Lula stand and he denounces the whole set up? After four terms of office everything PT has enabled with regards reforms is being undone, without even a vote. Why not Lula stand to denounce the fraudulent constitution that determines that whichever President is elected, no laws or reforms can be passed without the same corrupt practices taking place that Lava Jato is busy pinning on PT? The whole of government is run on corruption, from top to bottom and the bourgeoisie has a fundamental interest in keeping it that way. Corruption is a class issue. And if Lula is thrown off the electoral list then denounce it as the fraud within a fraud that it is. Say that the last fig leaf has been removed and all that is left is bare-faced and despicable cheek. Show that the capitalists despise the electorate and that the electorate is the people.

    3. We do not need the 'creative' invention of an "anti-candidate" to denounce this fraud within a fraud. A regular candidate will do, but one resolute in their class-conscious pursuit of justice, someone who will educate and take the class struggle forward. The opportunist Ciro Gomes is not that person, for sure. But to have a Plan B is an excellent idea. Who shall it be? Simply applying the name 'anti-candidate' is surely playing with words when what is really needed is an anti-capitalist candidate.

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  8. Cont:

    4. "No illusion in victory?" Again, are we not entertaining the illusion that an imprisoned Lula would win the Presidency? It is one thing for him to have 50% support in the abstract but when people go out to vote are they really, at that moment, ready to vote for a man who will not be able to take office? I'm not saying they will not but neither am I ready to fall into any "illusion in victory" that they would. If 'victory' is an illusion on one side of the hypothetical equation then it is most likely an illusion on both sides. "No illusion in victory" sounds to me as an empty slogan. Victory will be measured by the gain in class consciousness and class combativity, not by crosses placed on voting cards. The greatest illusion is that, under bourgeois conditions, the measure of victory can be counted by the votes. What counts is quality, not quantity, the psychological condition of unity and understanding.


    5. Have Brazil's capitalists ever been keen on accepting compromises? Has the right ever respected election results that go against them? No, to both questions. The bourgeoisie are driven to compromise under conditions of class struggle. The question for us is why, now, do they not feel so driven? One reason is that their room for manoeuvre has shrunk. Compromise has become more dangerous as their profit margins have diminished and competition has become more intense. What is driving the capitalists to ever more dangerous measures such as the coup is that it is faced with an interminable crisis of its own making, one that it has no solution for other than to squeeze every ounce of blood from the working class, no matter that to do so presents ever-increasing risks of a class rebellion. The other side of it is that the class has been effectively demobilised by the reformist beliefs and strategies of its leaders. Dilma had a recent interview with Democracy Now where she rightly pointed out that Lula was never a radical. He is and always was, she said, a centrist. And now, she continued, they have destroyed the centre of Brazilian politics, from PT through to PSDB. And she is correct. Temer is the most despised President in Brazilian history. This is not a mistake or an unfortunate outcome of the coup. It is the coup, a coup in progress, as she said in the interview. And the 2018 election is a coup within the coup, a continual process of fundamentally changing the axis of politics sharply to the right. That is the program.

    6. Whether Lula stands or not, the coup will not be reversed. Personally, I doubt very much the the support for an imprisoned Lula will stay firm during the rigors of the election campaign when all attention will be on the drama unfolding on the right, all publicity will be given to that and none to an imprisoned and voiceless Lula. A defeat for Lula at the polls would mark a decisive gain for the coup and for the right, consolidating the reactionary trend at a new height. But what if I am wrong? What if Lula were to be elected? Would he be able to take power? Doubtful but possible. Maybe he would be released?? But what could he do, rule by edict? Sure as hell, the left will be defeated in the elections, wiped off the board in many places. How can he rule without Congress? Of course, this is all speculation. But I could not let the idea go without comment, that Lula being allowed to stand would in itself reverse the coup.

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  9. Cont:

    7. 'Non-reversal of the coup would necessitate a new left strategy.' This I cannot believe. Think about it. The strategy of the left has been so abysmal that it has led us to this and whether or not we need a new strategy will depend solely on whether or not Lula is allowed to stand in the 2018 Presidential elections. This means, in effect, that if Lula is allowed to stand, the left needs no new strategy and can carry on as normal, back to the same status quo that led it to the mess it is in. No, the working class needs new leadership and new strategy, period.

    8. The educational opportunity this political period opens up for revolutionaries is one in which every effort must be made to expose the contemptible bourgeois democracy for the class hypocrisy it really is. Nothing less than absolute and unconditional dedication to that task will do. This entails running in elections precisely in order both to denounce the whole set up and to offer a truly democratic class alternative. What is demanded today is precisely another coup, but a coup of the working class against the system of their oppression.

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  10. Miguel do Rosário vem vacilando quanto a defesa do Lula de A a Z, um dia Haddad, outro Wagner, agora defende Ciro. Esta opção de apoiar Ciro é ruim mesmo se considerarmos que que PT pode "ganhar a vice presidência", pois Rosário parte da premissa que Ciro tem chance de ganhar. Vamos aos fatos, desde de que começaram as pesquisas Ciro fica nos 5%, e quem ganharia com a sua improvisabilíssima vitória, certamente não seriam os 50 milhões pessoas que estão abaixo da linha da pobreza, segundo nova métrica do banco mundial, para países de renda média como o Brasil, os pobres são aqueles que ganham 5,5 dólares por dia? Por outro lado o que Ciro ganha com o apoio do PT, e sobretudo Wagner, votos muitos votos devido à popularidade do PT na Bahia? Até pela lógica formal o apoio irrestrito ao "candidatíssimo" Lula, é o único cominho para derrotar o golpe e fortalecer o movimento popular.

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  11. Se Ciro, Boulos ou Manuela representassem algum risco p o Golpe e a entrega do Brasil, eles já estariam presos também. Simples assim.

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  12. Quando cercar o inimigo, deixe uma saída para ele, caso contrário, ele lutará até a morte.

    Sun Tzu

    A saida p que evitemos de lutar e fujamos é Ciro Boulos e Manoela. Se eles vierem a representar algum risco ao Golpe serao presos tambem.

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  13. Quando cercar o inimigo, deixe uma saída para ele, caso contrário, ele lutará até a morte.

    Sun Tzu

    A saida p que evitemos de lutar e fujamos é Ciro Boulos e Manoela. Se eles vierem a representar algum risco ao Golpe serao presos tambem.

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  14. Agora o Miguel está sendo agressivo. Estou chocada!

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