segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Entrevista concedida ao Portal Terra





1. Como o PT está acompanhando a doença do presidente venezuelano, Hugo Chavez?

O presidente Hugo Chávez é um aliado do Brasil, do governo Dilma e do PT. ALém disso, é amigo pessoal de várias pessoas da esquerda brasileira. Acho que isto responde a tua pergunta.

2. As lideranças do partido recebem, de alguma maneira, notícias periódicas sobre a saúde de Chávez? Se sim, quais lideranças estão mais próximas do assunto e de onde chegam essas notícias?

Acompanhamos através de vários canais: grande imprensa, blogosfera, embaixadas, governos, contatos partidários e pessoais. As fontes e os contatos são múltiplos, aqui e lá.
 
3. Há algum tipo de temor por parte do partido ou do governo brasileiro quanto à quebra institucional na Venezuela? Esse temor viria de uma divisão entre os chavistas ou de uma tentativa de golpe da oposição?

Não há temor algum. O governo venezuelano, o Pólo Patriótico e o PSUV estão unidos, em torno das orientações recebidas de Chávez antes de ir para Cuba. E a oposição está dividida, com um setor importante consciente de que a chamada revolução bolivariana é um processo político-social muito consistente, que não depende nem se resume a uma pessoa, por mais importante que seja. Motivo pelo qual acho difícil que eles embaruem numa aventura. Claro que sempre haverá uma minoria tresloucada e provocadora, mas isto está precificado.
 
4. Qual é a melhor solução para a Venezuela num momento em que o dia da posse se aproxima e o presidente eleito parece não ter condições de saúde para assumir o cargo?

A melhor solução está prevista na Constituição e será adotada pela Assembléia Nacional venezuelana. 

5. Qual seria o impacto, na visão do PT e em relação ao Brasil, de uma Venezuela sem Hugo Chávez?

No curto prazo, esperamos que Chávez se reestabeleça e esta situação não ocorra pelos próximos 20 ou 30 anos, pelo menos. No médio e longo prazo, isto obviamente vai ocorrer. E na nossa opinião, o que deve ser considerado é a solidez econômica, social, institucional e cultural das mudanças que vem sendo implementadas desde 1998. Na nossa opinião, são mudanças sólidas o suficiente, para prever que as relações estratégicas entre Brasil e Venezuela continuarão muito intensas, no mesmo rumo atual.
 
6. O PT avalia que haverá algum problema durante a transição de governo caso Chávez não se recupere para presidir o país? Se sim, que tipo de problema? Se não, por que será uma transição tranquila?

Como disse, nossa desejo, torcida e esperança é que Chávez se reestabeleça e cumpra seu mandato. Caso isto não ocorra, não esperamos nenhum tipo de problema. As instituições e a democracia são fortes na Venezuela, o PSUV e seus aliados são hegemônicos, os setores aventureiros e provocadores da oposição parecem minoritários.

 
7. O vice-presidente, Nicolás Maduro, tem mantido contato com o governo dos Estados Unidos. É possível que haja maior aproximação entre Venezuela e EUA num futuro pós-Chávez?

Não tenho informação sobre contatos recentes entre os governos da Venezuela e dos Estados Unidos. O que lembro é que Hugo Chávez disse, na campanha eleitoral presidencial, que se fosse eleitor nos EUA votaria em Obama. Portanto, é óbvio que da parte da Venezuela há disposição para uma aproximação. Quem não parece querer manter uma relação normal é o governo dos EUA. Os gringos é que precisam decidir se vão normalizar ou não as relações com a Venezuela.
 

8. O Mercosul, que incorporou oficialmente a Venezuela em 2012, pode ser afetado de alguma forma com uma mudança na presidência venezuelana?

A integração da Venezuela ao Mercosul é uma decisão de Estado, não de governo. Logo, independe de quem governo o país.

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