A quem possa interessar, segue a íntegra da entrevista que concedi ao Dario Pignotti, do Página 12:
Voce acha que a doença do presidente afeta o proceso regional de mudancas e as políticas de integração regional?
A doença não afeta o processo, no sentido mais profundo da palavra. A Venezuela vive um processo de mudanças que vem desde 1998. Tais mudanças se traduziram em uma nova Constituição, em novas funcionamento das instituições --inclusive partidárias e militares-- e principalmente num novo patamar de consciência popular. As forças populares venceram, com folga maior ou menor, quase todas as eleições desde 1998, com a exceção da reforma constitucional. Portanto, o que os venezuelanos chamam de "chavismo" não depende mais da presença direta de Chavez.
Obviamente, a doença lança vários desafios sobre o funcionamento interno do chamado chavismo, por exemplo o de criar novas lideranças públicas e de estabelecer mecanismos eficazes de direção coletiva. Nada que seja impossível de fazer. E Chavez deu uma ajuda importante nisto, ao indicar Maduro.
Tem mantido contato com dirigentes venezuelanos nesses dias, o que eles falam da situacao e da ofensiva da direita politica e midiática?
Tenho acompanhado a blogosfera e a mídia venezuelana. Me parece que a direita venezuelana vive um dilema: ou bem entende que o chavismo é um processo histórico profundo e aceita o papel de oposição dentro dos marcos constitucionais; ou bem cai no conto de que o chavismo é um acidente, dependente de um líder, e nesse caso embarca numa aventura.
A presidenta Dilma esta informada o tempo todo sobre Venezuela (Kennedy Alencar dixit), ela pode cumprir um rol importante caso a oposição venezuelana queira gerar crise ou procure ameaçar a ordem democrática na Venezuela?
A Celac, a Unasul, o Mercosul, todos os governos da região, a começar pelo Brasil, acompanham atentamente a situação. E não permitiriam qualquer ameaça a soberania popular na Venezuela. Mas prefiro apostar que a direita venezuelana vai pensar duas vezes antes de partir para uma provocação, provocação que num momento de apreensão e dor, pode gerar uma reação espontânea da população, cujas consequências aí sim seriam difíceis de prever.
Página 12 deste domingo 6 de janeiro sobre Venezuela: http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/index.html
Voce acha que a doença do presidente afeta o proceso regional de mudancas e as políticas de integração regional?
A doença não afeta o processo, no sentido mais profundo da palavra. A Venezuela vive um processo de mudanças que vem desde 1998. Tais mudanças se traduziram em uma nova Constituição, em novas funcionamento das instituições --inclusive partidárias e militares-- e principalmente num novo patamar de consciência popular. As forças populares venceram, com folga maior ou menor, quase todas as eleições desde 1998, com a exceção da reforma constitucional. Portanto, o que os venezuelanos chamam de "chavismo" não depende mais da presença direta de Chavez.
Obviamente, a doença lança vários desafios sobre o funcionamento interno do chamado chavismo, por exemplo o de criar novas lideranças públicas e de estabelecer mecanismos eficazes de direção coletiva. Nada que seja impossível de fazer. E Chavez deu uma ajuda importante nisto, ao indicar Maduro.
Tem mantido contato com dirigentes venezuelanos nesses dias, o que eles falam da situacao e da ofensiva da direita politica e midiática?
Tenho acompanhado a blogosfera e a mídia venezuelana. Me parece que a direita venezuelana vive um dilema: ou bem entende que o chavismo é um processo histórico profundo e aceita o papel de oposição dentro dos marcos constitucionais; ou bem cai no conto de que o chavismo é um acidente, dependente de um líder, e nesse caso embarca numa aventura.
A presidenta Dilma esta informada o tempo todo sobre Venezuela (Kennedy Alencar dixit), ela pode cumprir um rol importante caso a oposição venezuelana queira gerar crise ou procure ameaçar a ordem democrática na Venezuela?
A Celac, a Unasul, o Mercosul, todos os governos da região, a começar pelo Brasil, acompanham atentamente a situação. E não permitiriam qualquer ameaça a soberania popular na Venezuela. Mas prefiro apostar que a direita venezuelana vai pensar duas vezes antes de partir para uma provocação, provocação que num momento de apreensão e dor, pode gerar uma reação espontânea da população, cujas consequências aí sim seriam difíceis de prever.
Página 12 deste domingo 6 de janeiro sobre Venezuela: http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/index.html
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